Você está na página 1de 1

A puxada de rede é uma forma de pesca artesanal e coletiva que

ocorre há séculos no Brasil. É possível que, no século XIX, tenha


representado para uma parcela dos escravos libertos,
desassistidos pelo estado e deslocados do mercado de trabalho,
uma alternativa de sobrevivência, quer fosse o peixe para
comercialização ou consumo próprio. Entretanto, há indício
imagético de que esse tipo de pesca era praticado no Quilombo
do Palmares, Alagoas bem anteriormente, em meados do século
XVII, conforme atesta a imagem produzida por Barleus, em 1647.

Atualmente, pode configurar uma das atividades de geração de


renda para pescadores e suas famílias, muitas das quais atuantes
em outras atividades (comércio, construção civil), de acordo com
observação e relatos de alguns pescadores; pelo menos no caso
específico da praia de Tairú, ilha de Vera Cruz, Bahia, Brasil,
ponto de partida da série e desta pesquisa.

Os peixes capturados com o auxílio da rede são divididos entre


os participantes da puxada: cada parte é chamada de “quinhão”.
As maiores partes ficam com o dono do barco e o dono da rede,
porém todos os que participam levam seu “quinhão”. Esses
participantes não são contratados e os tais proprietários são
também pescadores; é notável o caráter espontâneo da
aproximação das pessoas que colaboram na puxada; em geral,
elas já se conhecem, embora isso não seja requisito para
participar.

A série fotográfica “Puxada de Rede”, do fotógrafo baiano Lucas


de Souza, na etapa em que está aqui parcialmente apresentada,
foi realizada ao longo do ano de 2014.

Você também pode gostar