Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
física
térmica
óptica
GREF
GREF: GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA
Elaboradores
Professores da Escola Pública no estado de São Paulo
Anna Cecília Copelli
Aurélio Gonçalves Filho
Carlos Toscano
Elisabeth Barolli
Isilda Sampaio Silva
Jairo Alves Pereira
Maria Lúcia Ambrózio
Maria Sumie Watanabe Sátiro
Suely Baldin Pelaes
Victoriano Fernandes Neto
Coordenadores
Professores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo
João Zanetic
Luís Carlos de Menezes
Yassuko Hosoume
Colaboradores Acadêmicos
Física Térmica: Natanael Rohr da Silva
Óptica: Giorgio Moscati
Eletromagnetismo: Manoel Roberto Robilotta
Mêcanica e Óptica: Alexandre Nader
Finnnciamento e Apoio
• Sub-Programa Educação para as Ciências (CAPES-MEC)
• Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
• VITAE - Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social
• Projeto Formação de Professores de Ciências (BIO-USP)
Reitor r láv io r ava de Moraes
Vice-rei/ora Myri am Kras ilc hik
CDD-536.7
-530.07
9 1-0 11 7 -53 5
Dire it os reservados à
GREF
Agradecimentos
aos professores das escolas públicas
que contribuúam com este projeto,
aplicando e criticando o material elaborado
desde suas primeiras versões.
SUMÁRIO
FisICA TÉRMICA
1.1 A Seqüência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.2 Produtores de Calor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1.3 Trocas de Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.4 Efeitos das Trocas de Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.4.1 Variação da temperatura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.4.2 Dilatação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
1.4.3 Mudanças de estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
1.4.4 Transição de fase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
1.5 Controle da Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
12 FÍSICA 2
2.1 A Seqüência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
2.2 Máquinas, Aparelhos e Máquinas Térmicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
2.3 A Produção de Movimento nas Máquinas Térmicas. . . . . . . . . . . .. 101
2.4 O Trabalho Realizado no Motor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
2.5 Turbina a Vapor - Outro Tipo de Máquina Térmica. . . . . . . . . . .. 109
2.6 Os Refrigeradores como Máquinas Térmicas. . . . . . . . . . . . . . . . .. 113
2.7 Máquinas Térmicas e a Segunda Lei da Termodinâmica. . . . . . . . .. 117
2.8 O Rendimento das Máquinas Térmicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 119
2.9 Processos Térmicos nos Ciclos do Ar e da Água. . . . . . . . . . . . . . .. 121
2.9.1 O ciclo do ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 122
2.9.2 O ciclo da água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 124
2.10 Processos Térmicos em Outros Fenômenos Naturais. . . . . . . . . . .. 125
Exercícios Resolvidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 129
Atividade 3: Motores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 135
Atividade 4: Geladeira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 135
APÊNDICE 137
ÓPTICA
APÊNDICE 321
_1
fogão
d
22 FíSICA TÉRMICA
Tabela 1
:::;;:::::::::::::::::;!
di
<W~:
... ::. .:::
24 FíSICA TÉRMICA
Ainda que nossa intenção não seja, neste momento, explicar detalhada-
mente o funcionamento desses aparelhos e sistemas e sim propiciar condições
para que surjam outros fenômenos e processos térmicos no levantamento, é
possível e desejável que surjam muitas questões acerca do funcionamento dessas
máquinas, aparelhos e sistemas naturais. Assim sugerimos que tais questões se-
jam anotadas e posteriormente retomadas à medida que o curso se desenvolva.
A tabela 2 integra tanto os elementos da tabela 1 quanto aqueles que
surgiram ao longo da discussão.
FÍSICA TÉRMICA - ABERTURA E PLANO DE CURSO 25
Tabela 2
Tabela 3
PLANO DE CURSO
COISAS CONCEITOS
COISAS CONCEITOS
1.1 A Seqüência
fig. 1.1
Tabela 1
Calor de combustão
Combustível
(kcal/kg)
coque noo
gás hidrogênio 28670
gasolina 11100
petróleo 11900
querosene 10900
TNT 3600
fig. 1.2
fig. 1.3
Uma das fontes de energia, no nosso planeta, que não tem origem solar
é a energia de fusão nuclear, usada nas terríveis bombas A e H e nas controversas
usinas nucleares. Tanto a hidroeletricidade como a energia dos ventos e as com-
SUSSfÂNClAS, PROPRIEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 35
fig.1.4
prato
(isolante)
panela
(condutor)
Tabela 3
Coeficiente de condutividade
Substâncias térmica
(caljs.cm.oC [20°C])
fig.1.5
~y
....
ascendente
D descendente
As trocas térmicas e a homogeneização da tempera tura, no interior da geladeira, se dão por con-
vecção do ar.
fig. 1.6
A mão, nesta posição, não é aquecida por condução nem por convecção. Como é, então?
SUI3STÂNCLAS, PROPRJ EDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 39
figo 1.7
a)
I
I I b)
l
•
I I
t
l
raio solar \ vidro principal
I I
\
I ,:
> ::
- -.:':
Im
tu
~a
I ~W$M~RW_~ ~
atinjam uma temperatura muito elevada quando em contato com os gases produ-
zidos na combustão.
O que diferencia um sistema de refrigeração do outro?
A refrigeração a ar apresenta grande simplicidade de execução e de ma-
nutenção. Os cilindros do motor têm ranhuras ou ale tas cuja função é aumentar a
superfície em contato com o ar na troca de calor com o meio ambiente.
fig.l.8
aletas
fjg.1.9
Tabela 4
Calor específico *
Substâncias (pressão constante)
(caljg.°C)
• estes valores representa m a quantidade de calor em caloria que provoca a variação de IOe e m Ig da substância
1.4.2 Dilatação
figo 1.10
Os blocos de concreto devem ser colocados com um espaçamento, prevendo-se a sua dilatação.
Tabela 5
Coeficiente de dilatação
Substâncias T (0C) volumétrica
(0C-1) *
Fusão Ebulição
Substância
T(°C) Lc(cal/g) T(°C) Ly(cal/g)
figo1.11
figo1.12
' .. ....
fig. 1.13
Álcool
Água Amônia Freon
etílico
fig.l .14
aço
a) corrente elétrica
- I
~I
•
latão
o aquecimento fa z com que a espira l bimetálica se altere, movendo o ponteiro e indicando o valor da
temperatura.
2. o procedimento para calibrar um tem,ômetro e informaçóes sobre outros tipos de termômetros encontram-se
em apêndice.
SUBSTÂNCIAS, PROPRIEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 53
figo1.16
.",
/ \
o
I I
d \.
I
,I Ó
--
damente -273°C. Existe uma escala de temperatura que atribui a este valor a
marca zero, sendo por isso denominado zero absoluto (escala Kelvin).
Quando a substância se encontra no estado líquido, suas moléculas estão
muito mais próximas umas das outras. Por isso, nesse estado, as moléculas se
comportam de um modo diferente. Com certeza, ninguém confunde água com
vapor d'água.
Com a diminuição da distância média entre as moléculas, passa a ser re-
levante a interação entre elas. Tanto quanto a energia cinética, agora a energia
potencial também passa a ser relevante.
No estado líquido, há um constante intercâmbio entre energia cinética e
energia potencial devido à interação entre as moléculas. Nesse estado, as molécu-
las percorrem um caminho mais curto até se chocarem, sendo o tempo de inte-
ração entre elas maior que o utilizado no estado gasoso.
Por se encontrarem as moléculas muito juntas umas das outras, qualquer
tentativa de comprimir um líquido resulta numa muito pequena deformação de
suas moléculas. Como para isso são necessárias forças de grande intensidade, di-
zemos que os líquidos têm compressibilidade muito pequena, sendo portanto seu
volume bastante definido, o que não acontece com os gases. Qualquer um pode
experimentar a impraticabilidade de tentar forçar por compressão uma quantida-
de de água a ocupar um volume menor.
Apesar de estarem lado a lado, as moléculas neste estado físico não
estão tão fortemente ligadas e podem trocar de posição, principalmente quando
submetidas a uma força externa. Essa troca de posição das moléculas, na direção
em que atua a força externa, permite compreender por que o líquido flui ou toma
a forma do recipiente que o contém, ou se esparrama sobre um plano em busca
de um menor potencial gravitacional.
No estado sólido as moléculas encontram-se ainda mais próximas umas
das outras e ligadas entre si de forma que a interação entre elas é intensa e per-
manente. Desse modo a distância que elas percorrem é muito menor, resultando
apenas numa oscilação em torno de determinadas posições de equilíbrio que
constituem um mínimo do potencial eletrostático ( elástico) da estrutura cristali-
na. Essa oscilação depende da temperatura, de forma que o gelo a O°C já está
derretendo, o que não acontece com O gelo a -20°C, recém-tirado do freezer.
A troca de posições das moléculas só ocorre com dificuldade, e por isso
os sólidos possuem volume e forma definidos.
fig. 1.17
1.6.2.b Dilatação
mação da rede cristalina. Também aqui, a energia cinética média das moléculas
se mantém durante todo o processo de mudança de estado, ou seja, até que a
transformação se complete.
A interpretação das outras mudanças de estado, ebulição e condensação,
também se baseia na relação entre energia cinética e energia potencial de inte-
ração: o predomínio da primeira leva à dispersão das moléculas, o da segunda
reduz e mantém definida a distância entre elas.
Durante o processo de ebulição, a energia cinética média das moléculas
do líquido é suficiente para elas escaparem das posições médias de equilíbrio do
potencial atrativo. À medida que a transferência de energia para a substância
continua, mais moléculas escapam do potencial atrativo e vão completando a
transformação do líquido em vapor.
Sendo o calor latente uma propriedade associada especificamente às
mudanças de estado, ela pode ser agora entendida com o a energia necessária pa-
ra romper a interação entre as moléculas. Além disso, essa propriedade varia de
acordo com o tipo de mudança de estado. Por exemplo, o calor latente de fusão
da água é menor que seu calor latente de ebulição. Isso significa que precisamos
fornecer mais energia para efetuar o processo de ebulição de 19 de água do que
para realizar o processo de fusão da mesma quantidade dessa substância.
Interpretamos esse fato dizendo que, ao passar do estado sólido para o
líquido, a estrutura regular das moléculas deixa de existir, porém as moléculas
ainda se mantêm de certa forma no campo atrativo das demais, já que no estado
líquido ainda é grande a energia potencial de interação entre elas. Entretanto, o
processo de ebulição exige uma separação tal entre as moléculas que a energia
potencial entre elas é praticamente nula.
O calor latente em um mesmo tipo de mudança de estado é diferente em
diferentes substâncias. O calor latente de fusão do ferro, por exemplo, é maior
que o do chumbo, ou seja, para realizar a mesma mudança de estado é necessário
fornecer à mesma massa dessas substâncias mais energia para o ferro do que pa-
ra o chumbo. Essa diferença no calor latente de fusão pode ser explicada pela di-
ferença na intensidade de energia potencial de interação entre as moléculas das
substâncias: quanto maior a energia de interação, maior a energia necessária para
realizar a fusão, ou seja, maior seu calor latente.
A temperatura de mudança de estado também é influenciada pela
pressão a que está submetida a substância. Por exemplo, à pressão de 1 atmosfe-
ra, a temperatura de ebulição da água é de 100°C. Porém, em locais de maior al-
titude, onde a pressão atmosférica é menor que ao nível do mar, a temperatura
de ebulição da água é inferior.
Há uma interpretação simples para isso: um aum ento de pressão sobre o
líquido dificulta a separação de suas moléculas, de form a que precisamos provo-
car maior elevação de temperatura para que a energia cinética média das molé-
culas seja suficiente para elas conseguirem superar a interação atrativa. Contra-
riamente, se a pressão sobre a substância for diminuída, a temperatura necessária
(ou energia cinética) para vencer a interação atrativa entre elas será menor.
60 FÍSICA TÉRMICA
figo1.19
fig. 1.20
"
Uma vez que do líquido escapam aquelas moléculas cuja energia cinética
é maior, suficiente para romper a interação, o líquido sofre um resfriamento du-
rante o processo de evaporação,
Por outro lado, algumas moléculas do vapor, devido ao seu movimento
desordenado, acabam por se chocar com a superfície do líquido e retornam a ele,
pois inter agem novamente com o potencial atrativo das demais moléculas, Isso
significa que juntamente com o processo de evaporação do líquido está ocorren-
do o processo inverso, o de condensação de seus vapores.
Dessa forma, próximo à superfície de uma substância no estado líquido
ocorrem sempre dois processo simultâneos: a evaporação e a condensação de seu
vapor.
Quando a densidade das moléculas do vapor aumenta sobre a superfície
líquida da substância, a condensação aumenta enquanto a evaporação diminui.
Assim, quanto menor a densidade do vapor da substância sobre sua superfície lí-
quida, tanto maior será a evaporação, Isso significa que ao soprarmos sobre a su-
perfície de um líquido estaremos retirando o vapor ali formado, privilegiando a
evaporação (ou evitando a condensação) e portanto provocando o resfriamento.
ou seja, uma diminuição da energia interna da substância.
sopro
, '. . ....4
..-··
" . .,
'. ,: . ~
• _ • •:
'.
••
-. . .
"T" ~ .. .
. o., . ,.. . .
• • I "
.. ,0, J . ~ ':
líquido
Representação da dispersão das moléculas de vapor da substância sobre o líquido produzida pelo
sopro.
62 FÍSICA TÉRMICA
tencial de interação entre os átomos das moléculas. Assim, quanto maior a ener-
gia potencial, maior a energia que será transformada em cinética durante a
reação.
1.6.3.a Condução
fig. 1.22
1.6.3.b Convecção
nam-se menos densas que as demais) devido ao aumento da energia cinética das
moléculas. Pela ação da força gravitacional, as camadas de água mais densas
(mais frias) descem ao fundo da panela, deslocando as camadas menos densas Gá
aquecidas) para cima.
A troca de calor efetuada através do deslocamento de camadas de flui-
dos devido à força de gravidade recebe o nome de convecção.
fig.1.23
t água quente
sobe
~
água fria
desce
1.6.3.c Irradiação
c = --Qc:r---
m.Lt
onde: c é o calor específico da substância,
Q a quantidade de calor fornecida ou cedida,
m a massa da substância e
.0.t a variação de temperatura.
O conhecimento dos calores específicos das substâncias é de grande uti-
lidade. Quando se quer aquecer ou resfriar uma certa massa de uma determinada
substância, as relações entre a quantidade de calor trocada e a variação de tem-
peratura é dada pela própria "fórmula" do calor específico, ou seja, Q = m.c . .0.t.
Da mesma forma, quando desejamos determinar a potência de um sis-
tema de refrigeração em função da massa a ser refrigerada, da variação de tem-
peratura pretendida e do calor específico da substância resfriada, fazemos uso
dessa equação.
Esta equação pode, por exemplo, ser útil na metalurgia para determinar
qual a quantidade de carvão necessária para fundir uma certa massa de um metal
que tem um certo calor latente de fusão.
1.6.4.c Dilatação
ses.
Pode-se escrever a expressão PV · = Nk na forma PV = nR, onde
T T
R = Ak e onde n = N/A, sendo A = 6,02.1e>23, R é denominado constante uni-
versal dos gases e A (número de Avogadro) é o número de moléculas que se de-
nomina um moi da substância. Assim n passa a ser o número de mols.
fig. 1.24
r/;-------------~/
I molécula
v&-O v
xI
I
I
----- -- ----- .;;-
~
"" _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ Y
Para determinar o valor da força que uma molécula faz sobre a parede, é
necessário conhecer o intervalo de tempo em que ocorre a colisão, já que
F = 6Q
6t
Vamos supor que a molécula se desloque da parede direita à esquerda do cubo, e
que nesse movimento não se choque com outra no caminho.
O tempo necessário para atravessar o cubo será: Q/ vx. Na parede es-
querda a velocidade mudará de sentido e voltará para a parede direita. Admitin-
do-se novamente que não haja colisão durante todo o percurso, o tempo total
será 2Q/vx'
Assim, a força que essa molécula exerce sobre a parede será, em módu-
10,
6Q x V m.vi
F = - - - = 2m.v x' - -
6t 2Q Q
(~l + ~2 + ~3 + ...),
P = _1_. N.m.(~)
3 V
ou P = +-.~ (m.;m )
2 N (I)
ou P=-· - · E
3 V Cm
2 N N.k.T
-
V· ECm
3 V
Assim, Ecm = 3/2.k.T.
~.-->--"
Exercícios Resolvidos
Tabela 1
Calor de combustão
Combustível
(kcaljkg)
Consultando a tabela:
a) Indique o combustível que libera maior quantidade de calor por unidade de
massa;
b) Compare as quantidades de calor liberadas pela mesma massa de TNT e ga-
solina.
c) Qual a relação entre as massas de gasolina e de álcool para a liberação da
mesma quantidade de calor?
d) Pesquise o preço de um quilo de álcool e de um quilo de gasolina. Estabeleça
a razão entre custo e energia liberada para cada um deles.
Essas razões são iguais?
Resolução:
a) Pela leitura da tabela vemos que o hidrogênio é o combustível que libera
maior quantidade de calor por unidade de massa: 28670 kcal por kg de gás. O
gás hidrogênio é uma substância que, combinada com oxigênio na proporção
volumétrica de 2 para 1, forma água e libera grande quantidade de calor. Tal
SUBSTÂNCIAS, PROPRIEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 75
Resolução:
O aquecimento que ocorre nessa operação se deve ao atrito entre o
pistão e o corpo da bomba e também à compressão do ar. A passagem do ar para
dentro da bola é dificultada pelo "bico" e pelo aumento da pressão do ar dentro
da bola. Dessa forma, a cada bombada torna-se necessário comprimir cada vez
mais o ar que se encontra no interior da bomba. São estas compressões que, além
do atrito, provocam o aquecimento da bomba.
3. A gasolina é uma mistura de substâncias com diferentes densidades, cuja média é aproximadamente O,7gfcm3
76 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
Como a moringa é feita de barro, a água pode atingir sua superfície ex-
terna através de seus poros. A evaporação da água, facilitada pelo contato com o
ambiente, retira calor da moringa e da água que está em seu interior.
Resolução:
A sensação de frio que sentimos no inverno é devida ao processo de tro-
ca de calor do nosso corpo com o meio ambiente. A lã é considerada um bom
isolante térmico por ter baixo coeficiente de condutividade térmica. Portanto, a
função do cobertor de lã não é aquecer, produzir calor, mas diminuir o processo
de troca de calor com o ambiente.
SUBSTÂNCIAS, PROPRIEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 77
1.5. Uma garrafa e uma lata de cerveja permanecem durante um certo tem-
po no interior de uma geladeira. Esse tempo é suficiente para que ambas estejam
com a mesma temperatura e em equilíbrio térmico com o interior da geladeira.
Entretanto, ao retirarmos os dois recipientes da geladeira temos a impressão de
que a lata está mais fria que a garrafa. Como você explica esse fato?
-- "0,..,·'
Resolução:
Como o alumínio, material de que é feita a lata, é melhor condutor de
calor que o vidro (o coeficiente de condutividade do alumínio é 49.1O·3cal/s mDC
e o do vidro O,2S.1O·3cal/s mDC), ao pegarmos a lata temos a sensação de que está
mais fria, pois a taxa de transferência de calor de nossa mão para a lata é maior
do que para a garrafa.
1.6. As garrafas térmicas são úteis tanto para conservar bebidas quentes co-
mo geladas. Essas garrafas são constituídas de um recipiente de vidro de paredes
duplas, espelhadas interna e externamente. Em sua fabricação, retira-se quase
todo o ar existente entre elas. Explique por que essas paredes permitem à garrafa
servir de isolante térmico.
vidro
espelhado
vácuo
78 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
As paredes espelhadas servem para refletir a radiação térmica. Se colo-
carmos no interior da garrafa um líquido cuja temperatura é superior à do meio
externo, as paredes espelhadas internamente refletirão a radiação, impedindo o
fluxo de calor de dentro para fora.
Caso o líquido introduzido no interior da garrafa esteja a uma tempera-
tura inferior à do meio externo, as paredes espelhadas externas refletirão a ra-
diação, impedindo o fluxo de calor de fora para dentro.
Como entre as paredes praticamente não existe ar, tanto num caso como
no outro fica dificultada a propagação do calor, quer por condução, quer por
convecção.
1.7. Quando estamos à beira-mar sentimos uma brisa que sopra do mar para
a terra durante o dia e em sentido contrário à noite. Explique por que ocorre essa
inversão.
mar
mais frio
ar quente
ar frio
mais quente
Resolução:
Durante o dia, a terra tem uma temperatura maior do que a água. Vá-
rios fatores colaboram para que isso aconteça. Um deles é que o calor específico
da água é bem maior que o da terra. Isso significa que, se uma mesma massa de
água e terra recebem a mesma quantidade de calor, a temperatura da terra se
eleva mais do que a da água.
SUDSTÂNCIAS, PROPRIE DADES E PROCESSOS TÉRMICOS 79
Quando a radiação solar incide sobre a terra, ela é quase totalmente ab-
sorvida e convertida em calor. Além disso, esse aquecimento fica restrito a uma
fina camada de terra, uma vez que esta é má condutora de calor. Por outro lado,
sendo a água quase transparente, a radiação, ao incidir sobre o mar, chega a
aquecer a água em maior profundidade. Assim sendo, a massa de terra que troca
calor é muito menor que a da água, e acaba também sendo responsável pela
maior elevação de temperatura da terra.
Um outro fator que contribui da mesma forma para essa diferença de
aquecimento é o fato de a parte da radiação recebida pela água ser utilizada para
vaporizá-la, e não para aumentar sua temperatura.
Como a terra fica mais aquecida durante o dia, o ar, nas suas proximida-
des, também se aquece e se torna menos denso, formando correntes de ar ascen-
dentes. Do mar vem o ar mais frio - portanto mais denso - ocupar o seu lugar.
Esse processo de convecção do ar faz com que a brisa sopre do mar para a terra.
1.8. Explique por que é necessário o uso de gasolina para dar partida nos
carros a álcool, principalmente em dias frios.
80 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
Nos motores a explosão, os combustíveis líquidos são injetados na câma-
ra de combustão já pulverizados, juntamente com o ar (onde existe oxigênio). Is-
so facilita a formação de uma mistura gasosa ar/combustível, que, no caso dos
motores que funcionam com álcool ou gasolina, entra em combustão devido a
uma centelha fornecida pela vela de ignição.
A temperaturas ambientes, a mistura gasolina/ar se forma mais facil-
mente, pelo fato de a pressão de vapor da gasolina ser relativamente alta. O álco-
ol, por sua vez, é menos volátil que a gasolina, o que equivale a dizer que sua
pressão de vapor é bem menor. Assim, a mistura gasosa álcpoljar não se forma
em quantidade suficiente para que ocorra a combustão. Como a pressão de vapor
depende unicamente da temperatura para uma determinada substância, a com-
bustão inicial da mistura gasolina/ar eleva a temperatura da câmara de com-
bustão, permitindo uma maior evaporação do álcool. Neste momento o injetor de
gasolina é desligado e a combustão passa a ocorrer com a mistura álcool/ar.
1.9. Por que quando estamos numa sauna seca temos a impressão de sentir
menos calor do que quando estamos numa sauna a vapor?
~BWlJ~
~@lXl
SUBSTÂNCIAS, PROPRIEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 81
Resolução:
Na sauna a vapor, a pressão do vapor d'água é muito grande (alta umi-
dade relativa), o que impede um aumento da quantidade de vapor no local. Isto é,
o fato de a atmosfera da sauna a vapor já estar saturada dificulta a evaporação do
suor. Assim sendo, uma pessoa na sauna a vapor sente calor, uma vez que o suor
não evapora e dessa forma não resfria o corpo.
Na sauna seca, o ambiente tem baixa umidade relativa, podendo com-
portar grandes quantidades de vapor d'água. Assim, ao suarmos nesse ambiente,
o suor evapora, retirando calor do corpo e dando a impressão de que o ambiente
está menos quente do que o da sauna a vapor.
a) Para que se produza o efeito descrito, qual das lâminas metálicas deve ter
maior coeficiente de dilatação?
b) Se o bimetal fosse construído com ferro e cobre, qual das lâminas da figura
seria a de cobre?
82 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
a) Para que ocorra a curvatura mostrada na figura, a lâmina 1 deve se dilatar
mais que a lâmina 2; portanto, o coeficiente de dilatação da lâmina 1 deve ser
maior que o da lâmina 2.
b) Sabendo-se que os coeficientes de dilatação volumétrica destes metais são:
'Y cobre = 50,4.10-6 0C- 1
'Y ferro = 34,2.1O-6o C-1,
conclui-se que a lâmina 1 deve ser de cobre, pois tem maior coeficiente de di-
latação, e a lâmina 2, de ferro.
Resolução:
Quem abre e fecha o circuito da geladeira é um termostato a gás, repre-
sentado na figura.
1 - tubo capilar
2 - bulbo termostático
3 - mola
4 - botão
5 - fole
6 - contato elétrico
Resolução:
Como um moi de substância representa um número determinado e fixo
de átomos (número de Avogadro), a quantidade de calor necessária por moI para
elevar de IOC a temperatura dessa substância é constante e vale 6 calorias.
Sendo o calor específico a quantidade de calor necessária para elevar de
IOC um grama de substância, ele é diferente para cada uma, isso porque em um
grama de diferentes substâncias há um número diferente de átomos.
Se consideramos que um moi de alumínio e um moI de ferro correspon-
dem, respectivamente, a 27g e 56g, a quantidade de calor para elevar de IOC a
temperatura de Ig de massa dessas substâncias será, respectivamente, de: 0,22 e
0,11, o que corresponde aos calores específicos do alumínio e do ferro.
Resolução:
De acordo com o modelo cinético-molecular, o aumento de temperatura
da chapa metálica propicia um maior grau de agitação das moléculas. Com isso, a
distância média entre todas elas aumenta, o que significa uma expansão da rede
cristalina em todos os sentidos. Numa escala macroscópica, tal expansão corres-
84 FÍSICA TÉRMICA
• • ~
..
... •• •• I
I
I
• •
.... .
Representação da rede cristalina num plano em que se destaca a ampliação de uma pequena área.
1.14. Uma bola de voleibol é aquecida durante o dia pelo intenso calor do Sol,
enquanto, à noite, é resfriada. Por essa razão, ela se torna mais dura durante o
dia e mais murcha durante a noite. Explique, através do modelo cinético-molecu-
lar, o que deve ocorrer no interior da bola durante o aquecimento e durante o
resfriamento.
Resolução:
Em qualquer situação, as moléculas do ar chocam-se entre si e contra as
paredes internas da bola. Nessas interações, há uma variação da quantidade de
movimento das moléculas. Nas colisões das móleculas de ar com as paredes da
sunSfÂNCIAS, PROPIUEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 85
1.16. Quando o chá, o café ou o leite estão muito quentes, é comum asso-
prarmos a superfície desses líquidos para esfriá-los. Explique, com base no mode-
lo cinético-molecular, a razão desse procedimento.
86 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
Não há dúvida de que mesmo sem assoprar a superfície do líquido, ele
esfriaria após um certo tempo, devido à troca de calor com o ambiente.
Entretanto, nossa prática mostra que o ato de assoprar acelera o proces-
so de resfriamento. Vamos procurar compreender, com base no modelo cinéti-
co-molecular, por que isso ocorre. De acordo com este modelo, o estado líquido
pode ser caracterizado por um constante intercâmbio entre energia cinética e
energia potencial, devido à interação atrativa entre as moléculas que constituem a
substância4 • Desse modo, na superfície livre do líquido as moléculas que possuí-
rem energia cinética relativamente elevada podem vencer a interação atrativa e
escapar da camada superficial. Essas moléculas, após abandonarem o líquido,
formam sobre sua superfície uma " nuvem" de vapor. Nesse processo (evapo-
ração) o líquido já sofre um resfriamento, uma vez que dele escapam aquelas
moléculas que possuem um valor relativamente alto de energia cinética.
Contudo, algumas das moléculas da camada de vapor chocam-se com a
superfície do líquido retornando a ele, de forma que, após um certo tempo, o
processo de evaporação diminui. Ao assoprarmos a superfície do líquido, o pro-
cesso de evaporação - e, portanto, o resfriamento - é acelerado, uma vez que
aquelas moléculas que estavam na camada de vapor e que podiam se condensar
são retiradas da região.
Resolução:
Segundo o modelo que estamos usando, as moléculas de um sólido ou de
um líquido inter agem entre si. A certas distâncias elas se atraem, pois, caso con-
trário, os líquidos e sólidos, tal como os gases, ocupariam todo o volume disponí-
vel. A distâncias menores elas se repelem, pois, se não o fizessem, não se opo-
riam a compressões de volume. A energia associada a essas interações, que defi-
ne a estrutura física da substância, é denominada energia potencial, enquanto a
de movime nto, associada à temperatura, é denominada energia cinética.
A e nergia interna (cinética e potencial) de um a dada substância aumenta
quando ela se vaporiza. Uma vez que durante esse processo a temperatura do lí-
quido e do vapor liberado tem valores iguais, a variação da energia interna acon-
tecerá à custa da variação da energia potencial das moléculas. Por outro lado, no
processo de ebulição, o vapor formado tende a ocupar volumes cada vez maiores.
Desse modo, o vapor em expansão realiza trabalho contra as forças de pressão
externa. Assim, a energia fornecida ao líquido para que se transforme e m vapor,
4. A energia potencial nos estados líquido e sólido passa a ser relevante uma vez que as mo léculas constit uint es
da substância estão muito mais próximas que no estado gasoso.
SUBSTÂNCIAS, PROPRIE DADES E PROCESSOS TÉRMICOS 87
Resolução:
O aumento de temperatura da água corresponde a um a diminuição da
temperatura da ferradura. O calor que aquece a água é o mesmo que, perdido
pela ferradura, esfria esta última. Assim, podemos escrever:
Resolução:
Para se conseguir resfriar um motor em funcionamento, é necessário que
a substância refrigeradora absorva uma certa quantidade de calor liberada por
ele.
As quantidades de calor absorvidas pela água e pelo ar podem ser ex-
pressas através das relações:
mag·cag = mar·car
O produto m.c equivale à capacidade térmica das substâncias, que deve
ser igual para ambas. Nesse caso, a razão entre as massas é dada por:
mar =1
mag car
Consultando a tabela de calores específicos, temos:
1.20. Um posto recebeu 5000 litros de gasolina num dia em que a temperatu-
ra era de 35°C. Com a chegada de uma frente fria, a temperatura ambiente bai-
xou para 15°C, assim permanecendo até que a gasolina fosse totalmente vendida.
Sabendo-se que o coeficiente de dilatação da gasolina é 1,1 x 10-3 0C-l, calcule em
litros o prejuízo sofrido pelo dono do posto.
Resolução:
A variação do volume da gasolina, devido à queda de temperatura, pode
ser calculada pela expressão:
1. 21. Quantos gramas de gás natural são gastos, no mínimo, para levar à fer-
vura um litro de água inicialmente a 20°C, admitindo-se que a porcentagem de
perda de calor de combustão para a atmosfera é de cerca de 30%?
Dados:
calor de combustão do gás = 11900 kcaljkg
calor específico da água= 1 cal/goC
densidade da água = 19/cm3 .
Resolução:
V H o = 1 litro
dH2~ = 19/cm3 = 1kg/dm3 = 1kg/litro
d = m/V :;. m = 1kg
Admitindo-se que todo calor seja transferido para a água.
Q = m.c. 6 t,
onde:
Q = quantidade de calor para aquecer lkg de água de 20°C para 100°C
m = massa
c = calor específico da água
6 t = variação de temperatura
Q = 1000.1.(100-20) Q = 80000 cal = 80kcal.
Considerando que de 1 kg de gás somente 70% do calor de combustão é
transferido para a água, ou seja 8330 kcal, temos:
1kg-------8330 kcal
y-------80 kcal
y= 80/8330 :;. y= 0,0096kg ou y= 9,6g.
1. 22. Nos motores a diesel, o combustível é inj etado no interior de uma câma-
ra de combustão que contém ar comprimido a alta temperatura e sofre com-
bustão espontânea, dispensando, assim, a vela de igniçãd'.
O ar contido na câmara é retirado do ambiente e altamente comprimido
até que seu volume fique reduzido cerca de 14 a 25 vezes em relação ao volum e
inicial.
5. Nos motores a gasolina, esse combustível e ° ar entram misturados no cilindro, e um sistema de ignição provo·
ca uma faísca que inicia a combustão.
90 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
Para o cálculo do máximo valor da pressão, usaremos a equação dos ga-
ses perfeitos.
O ar contido no cilindro sofre alterações de pressão, volume e tempera~
tura, cujas condições iniciais são:
pressão P I = 1 atm,
temperatura TI = 273 + 27 = 300K e volume VI.
As condições finais do ar comprimido são:
P2, V2 = Vd14 e T 2 = 273 + 700 = 973K.
Usando a equação dos gases perfeitos, temos:
P1·V1
TI
Substituindo os valores:
P 2 ·V/14 -'. P = 973.14
973 --7' 2 300 ~ P2 == 45,4 atm
O valor encontrado para a pressão do gás é certamente muito maior do
que o valor real da pressão do ar no interior do cilindro. Isso porque, a partir de
aproximadamente 2,7 atmosferas, o gás não pode ser considerado ideal, pois as
forças de coesão entre as moléculas já não são desprezíveis e devem ser conside-
radas.
Desse modo, uma molécula que se encontre próxima da parede sofre
mais atração de um lado que do outro, o que faz com que a força resultante sobre
ela seja dirigida para dentro do gás, diminuindo a pressão na parede do recipien-
te.
Resolução:
a) Podemos calcular o valor da pressão considerando que o ar no interior do
freezer se comporte como um gás ideal.
SUBSTÂNCIAS, PROPRIEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 91
Se o freezer for bem vedado, um esforço brusco para abrir a porta logo após o seu fechamento pode
danificá-Ia.
92 FÍSICA TÉRMICA
Como: P I = 1 atm
TI = 40 + 273 = 313K
T'2 = -19 + 273 = 254K
-". P'2
-T = 1.254
313 -".
-T
P'2 = 081
, atm
Embora as temperaturas ambientes tenham valores bem diferentes, 27°C
e 4QOC, os respectivos valores da pressão, O,85atm e O,81atm, são muito próximos.
Portanto, grandes variações no valor da temperatura ambiente quase não influem
no valor da pressão interna do freezer.
Procedimento e questões:
1 - Coloque duas chapas metálicas (uma preta e uma branca) expostas ao Sol, fi-
xando previamente um termômetro em cada uma delas, como ilustra a figura
abaixo.
Procedimentos e questões:
1 - Depois de um certo tempo, por que existe maior quantidade de água na vasi-
lha que está sobre a chama? Qual a diferença entre aquecer a água numa panela
de alumínio ou de cobre? Algumas pessoas utilizam uma placa de ferro sobre a
chama do fogão e outras uma placa de amianto. Qual a utilidade prática das pla-
96 FÍSICA TÉRMICA
Comentários:
Alguns materiais têm propriedades de conduzir melhor o calor que ou-
tros (coeficiente de condutividade). Dessa forma utilizamos uma vasilha de
alumínio para aquecer o gelo durante o experimento (Kal = 49xlO·3 kcaljs.m.°C).
A escolha da placa a ser utilizada no fogão depende do tipo de aquecimento de-
sejado: se for um aquecimento lento, o ideal é que a placa seja construída de um
material que não seja um bom condutor ( amianto), caso contrário devemos utili-
zar uma placa cujo material seja um bom condutor (ferro). Os suportes de mesa
são feitos de materiais que são maus condutores, como a madeira, a cortiça, etc.
Quando eles são construídos de metal, que é um bom condutor, podemos notar
que nas bases dos suportes são colocados pedaços de material isolante, para que
o suporte não fique em contato direto com a mesa.
Na presença da centelha do palito de fósforo inicia-se o processo de
queima do gás que está em contato com o oxigênio do ar. O processo de propa-
gação de calor na chama se dá predominantemente por convecção. A produção
da chama no palito de fósforo pode ser explicada de maneira semelhante, tendo
como ressalva que o processo é iniciado pelo atrito entre o palito e a caixa de fós-
foro e que o combustível utilizado é a madeira.
Entre a chama e a água, a propagação de calor acontece predominante-
mente por condução de calor através da vasilha de alumínio; entre a vasilha e as
mãos, quando colocadas nas proximidades da vasilha, a propagação se dá predo-
minantemente por irradiação, já que o ar é um mau condutor e as correntes de ar
SUBSTÂNCIAS, PROPRIEDADES E PROCESSOS TÉRMICOS 97
2.1 A Seqüência
calor com o meio. Dependendo da temperatura atingida pelo resistor, este passa
a emitir luz, como nas lâmpadas incandescentes.
No forno de microondas a energia elétrica é convertida em térmica, só
que neste caso não temos um resistor, mas uma fonte elétrica emissora de ondas
que aumenta a energia cinética de vibração das moléculas de água dos alimentos,
o que resulta num aumento de sua temperatura.
Por outro lado, o liquidificador e o ventilador são aparelhos elétricos
construídos para produzir movimentos e têm como subproduto indesejável o
aquecimento no enrolamento do motor, devido ao seu efeito resistivo, e também
nas peças, devido ao atrito mecânico.
Nos aparelhos que utilizam combustível, tais como forno a lenha, fogão a
gás ou fogareiro a álcool, os gases obtidos com a reação química estão a. alta
temperatura e trocam calor com o ambiente. Nesse processo aparece como pro-
duto secundário a luz da chama.
Em todos os aparelhos que fazem uso de energia elétrica e química apa-
rece o aquecimento, seja como efeito desejado, seja como subproduto inevitável.
Podemos afirmar, num caso e noutro, que o aumento da energia térmica é parte
dos processos de transformação de energia.
fig.2.1
fig. 2.2
fig. 2.3 2
1. válvula de admissão
2. válvula de escape
3. pistão
4. cilindro
5. biela
fig. 2.4
fig. 2.5
1. A abertura e o fechamento das válvulas são comandados externamente po r um sislcma acoplado no virabrc·
quim.
104 FÍSICA TÉRMICA
fig. 2.6
a b
2. o mecanismo que provoca o centclhamenlo concatenado nas velas. denominado distribuidor, é acoplado ao
virabrcquim.
MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS NATURA IS 105
fig.2.7
) •
13
v
106 FíSICA TÉRMICA
c~
B
v
Explosão da mistura: 3º tempo
o volume fica praticamente constante, e p D
ocorre um grande aumento da temperatura
e da pressão (C -> D); enquanto o volu-
me aumenta, a pressão e a temperatura di-
minuem (D -> E); C
v
Q
Escape dos gases: 4 tempo
abertura da válvula de escape: o volume p
permanece o mesmo e a pressão diminui
(E -> B); enquanto o volume diminui
a pressão fica praticamente constante
(B -> A).
•
A
tB
v
fig.2.8 P o
A I3
fig. 2.9
p. D
A B
que parte do calor de combustão é eliminada na forma de energia interna dos ga-
ses, além da troca contínua de calor entre o corpo do motor e o ambiente.
A parcela restante do calor de combustão se refere à energia de movi-
mento do pistão (realização de trabalho), fechando dessa forma o balanço
energético.
A afirmação de que a energia ou a quantidade de calor fornecida a
um sistema aumenta sua energia interna e realiza trabalho está de acordo com
o princípio de conservação de energia e pode ser expressa matematicamente
por:
Q=6U+T.
fig.2.1O
Esquema de uma turbina a vapor improvisada "usina termoelétrica". Numa usina termonuclear o
fogo de baixo da caldeira seria substituído por barras cheias de material físsil colocadas dentro da
caldeira.
Caldeira
P
a água se vaporiza à pressão constante, au- A B
mentando seu volume - transformação
P
2
-- - t >
isobárica - (A -> B);
Turbina
o vapor se expande realizando trabalho. P
Condensador
P
o vapor passa para o estado líquido, trocan-
do calor com o meio e diminuindo o volume
à pressão constante (C -> D);
P - - - ••- - - - E - ( ; - - -...
I
D C
v
112 FíSICA TÉRMICA
Bomba
p
a bomba, ao comprimir a água, aumenta sua A
pressão até que esta se iguale à pressão do
interior da caldeira. Pelo fato de a água ser
praticamente incompressível, podemos con-
siderar este processo isométrico (D -+ A).
p ---
I D
fig.2.11
p
A B
~-------------------.
V
uma turbina (que serve, por sua vez, para sugar o ar e impelir a aeronave).
Ambas têm ciclos diferentes dos da turbina a vapor e do motor a gasolina, ál-
cool ou diesel.
1. compressor: o vapor entra com baixa pressão e sai com alta pressão;
2. radiador: é a serpentina na qual o vapor se liquefaz, trocando calor com o ambiente;
3. válvula: é um tubo capilar que diminui a pressão;
4. congelador: o líquido se vaporiza e absorve o calor do interior da geledeira.
~ ----g-b-P--~
fig. 2.13
(Ibp • compressor
válvula
descompressora
L illlOO
radiador
1 ~p)J 1-
g-
líquido
gás
bp - baixa pressão
Percurso realizado pelo freon no interior do refrigerador. ap - alta pressão
3. Embora a amônia seja uma substância refrigerante até mais eficiente que o freon, e extremamente tóxica, exi-
gindo cuidados na operação. O freon, por sua vez, tem sido responsabilizado por um problema ambiental sério
(ruptura da camada de ozônio) e deverá ser gradativamente substituído por outros compostos.
MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS NATURAIS 115
Quadro 3
congelador
P
o freon troca calor com o interior da gela-
deira a pressão e temperatura constantes,
expandindo-se à medida que se vaporiza
(calor latente de vaporização) (1 ...... 2);
1 2
PI - - - -'"T--~
)--..,
I
compressor
p
devido à rapidez com que ocorre a com-
pressão, esta pode ser considerada adiabáti-
ca. A temperatura e a pressão se elevam.
Como não há trocas de calor (Q=O), o tra-
balho realizado pelo compressor é equiva-
lente à variação de energia interna da I
substância (2 ...... 3); PI ---- - ----1-- 2
I
V3 V2 V
radiador
P
inicialmente ocorre uma diminuição de
temperatura à pressão constante,
(3 ...... 4) seguida de uma diminuição
P2 -- ,
5
1
( ,<
4 3
V
116 ríSICA TÉRMICA
válvula
descom pressora p
fig. 2.14
nos a álcool, essa taxa é 12:1, enquanto nos motores a diesel é de 18:1. Por isso o
motor a diesel tem um rendimento maior que os outros, da ordem de 35%. Isso
sugere que seria interessante conseguirmos reduzir ainda mais o volume ocupado
pela mistura logo antes da explosão. Entretanto, essa redução está limitada pelo
fato de o combustível explodir mesmo sem a faísca, quando é muito comprimido.
O que se faz para aumentar a taxa de compressão, e portanto o rendimento, é
adicionar ao combustível uma substância antidetonante, por exemplo, a adição de
álcool anidro à gasolina.
A necessidade de melhorar o rendimento das máquinas térmicas reais
exigiu uma teorização que resultou na elaboração de um ciclo ideal, que não leva
em consideração as dificuldades técnicas. Qualquer máquina que operasse com
esse ciclo, denominado ciclo de Carnot, teria rendimento máximo, independen-
temente da substância utilizada.
Essa teorização permitiu compreender a condição fundamental para o
funcionamento das máquinas térmicas, ou seja, o papel da fonte fria, uma vez que
nenhuma máquina térmica poderia funcionar se a substância de operação estives-
se à mesma temperatura que o meio que a rodeia.
No motor, os gases resultantes da explosão constituem a fonte quente e
o meio ambiente a fonte fria. Na turbina a vapor, o vapor a alta pressão é a fonte
quente e o condensador a fonte fria. No caso dos refrigeradores, o radiador é a
fonte quente e o congelador a fonte fria. .
Além disso, para que tais máquinas tenham alguma utilidade, o trabalho
externo necessário para que a substância de operação seja comprimida deverá ser
menor que o trabalho produzido na expansão dessa substância.
Assim, o rendimento desse tipo de máquina depende da quantidade de
calor transferida à fonte fria e da quantidade de calor recebida da fonte quente,
uma vez que o trabalho realizado corresponde à diferença entre essas quanti-
dades.
Idealmente, a máquina térmica teria seu rendimento máximo se o com-
bustível ou substância de operação se comportasse como um gás ideal, se as tro-
cas de calor se restringissem aos momentos de contato com a fonte quente e com
a fonte fria e ainda se durante o processo de expansão e de compressão não hou-
vesse variação na temperatura da substância de operação.
Para essa máquina térmica idealizada, que operaria com um ciclo com-
pletamente reversível, o diagrama da pressão com o volume teria a seguinte ca-
racterística: duas isotermas - uma para a temperatura da fonte quente, onde
ocorre o processo de expansão, e outra para a fonte fria, onde ocorre o processo
de compressão - intercaladas por duas adiabáticas. Este ciclo teórico, também
denominado ciclo de Carnot, está representado na figura 2.15.
fig. 2.15
p
compressão expansão
adiabática ......... adiabática
v
Ciclo de Carnot para um gás.
das "calotas polares" começar a derreter, o que poderia produzir uma elevação
catastrófica dos níveis dos oceanos.
Além disso, nos lugares onde se encontram as usinas termoelétricas, ou
onde haja a concentração excessiva de automóveis, tem havido lançamento contí-
nuo de substâncias que prejudicam a vida das plantas, dos seres humanos e dos
animais, como também já há indícios da interferência dessas substâncias nos ci-
clos naturais.
2.9.1 O ciclo do ar
fig. 2.16
ven to
I
" .. C ;>
.;': -:';':-:':':-. . »i
.<~
~-- ~~ .
· ~U!!!!!!!!i...
fig.2.17
..
..
..
)
-- -----=-
~~• • • •
Esquema que ilustra como a energia solar atinge a superfície da Terra.
fig. 2.18
~ -- - --
fig. 2.19
I . ~
fig. 2.20
1. oceanos
2. gelo
Representação proporcional da quantidade de água na Terra. 3. água doce e vapor d'água
4. Entende-se por ponto de orvalho a temperatura a que o vapo r deve ser resfriado para se tornar vapor saturado.
126 FÍSICA TÉRMICA
fig.2.21
Inversão térmica.
\tÁQUINi\S TÉRMICAS E PROCESSOS NATURAIS 127
fig. 2.22
Ilustração de um gêiser.
fig. 2.23
Ilustração de um vulcão.
Exercícios Resolvidos
2.1. Como deve ser o desempenho de um motor que solta faísca "fora de
tempo"?
Resolução:
Um bom desempenho do motor se deve, entre outras coisas, ao instante
em que a faísca é solta: o pistão deve estar em fase de compressão e próximo à
posição de menor volume do cilindro, pois, nessa situação, o aproveitamento da
energia liberada na explosão, para a realização de trabalho, é máximo. Nesse ca-
so, diz-se que o motor está "no ponto".
Num motor adiantado, a faísca provoca a explosão da mistura de ar e
combustível antes do "ponto". Desse modo, o movimento de subida do pistão é
parcialmente freado, resultando numa perda de potência.
Num "motor atrasado", a faísca provoca a explosão após o ponto de
maior compressão. Nesse caso, parte do calor que seria utilizado para realizar
trabalho é "perdida", uma vez que na descida do pistão já ocorre o escape dos
gases produzidos na combustão, o que resulta também numa perda de potência.
2.2. Um goleiro defende uma bola que foi chutada violentamente da marca
de pênalti.
a) O que acontece com a energia mecânica do sistema goleiro-bola?
b) Calcular a variação de energia interna do sistema, considerando que o arti-
lheiro conseguiu imprimir uma velocidade de 30 m/s à bola, cuja massa é de
0,46 kg.
c) Interpretar microscopicamente esse fato.
Resolução:
a) No estudo das interações, efetuado na mecamca, foi discutido o fato de a
energia mecânica só se conservar em choques elásticos. A situação descrita
neste problema é distinta, pois estamos considerando que a defesa do goleiro
se constitui num choque "perfeitamente" inelástico. Isso significa que toda
energia mecânica é convertida em energia interna do sistema (goleiro-bola).
b) Pela primeira lei da termodinâmica, a quantidade de calor fornecida a um sis-
tema é matematicamente igual à soma do trabalho exercido pelo sistema (ou
no sistema), com a variação de energia interna: Q = T + 6. U,
onde: Q é o calor injetado no sistema
T é o trabalho exercido pelo ou no sistema
6. U é a variação de energia interna do sistema.
Na situação da defesa, o sistema é constituído pelo goleiro e pela bola.
Já que o intervalo de tempo em que ocorre essa defesa é muito pequeno, pode-
mos considerá-la um processo adiabático, o que significa que nesse processo não
130 FÍSICA TÉRMICA
0,46.30 2 0,46.900
6U = -(O --~~--)=--~~--
2 2
então 6, U = 207J
2.3. Por que as geladeiras funcionam mal em locais cuja temperatura é supe-
rior a 40°C? Como esse problema pode ser contornado?
Resolução:
As geladeiras domésticas são fabricadas de modo que o freon se conden-
se a 4Q<>C a uma pressão de aproximadamente 8atm. Em ambientes de tempera-
MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS NATURAIS 131
tura superior a 4QOC não ocorreria condensação, pois o freon não poderia ceder o
calor de condensação ao ambiente.
Para resolvermos este problema, devemos provocar a condensação a
uma pressão maior que 8atm, elevando desse modo a temperatura de conden-
sação. Normalmente, isso não é feito por uma questão de custo, uma vez que se-
ria necessária uma tubulação mais grossa para suportar pressões mais elevadas.
Essa mudança provocaria uma diminuição da quantidade de calor transferida pa-
ra o ambiente. Para compensar essa diminuição, a tubulação deveria ser mais ex-
tensa, a fim de aumentar a área de trocas de calor. Além disso, deveríamos utili-
zar um compressor mais potente.
2.4. Em geral, o rendimento dos motores elétricos é maior do que o dos mo-
tores a gasolina. É possível construir um motor térmico (a gasolina) com maior
rendimento que um elétrico?
Resolução:
Embora possamos melhorar o rendimento de um motor a gasolina utili-
zando aditivos, regulando-o ou utilizando na sua produção materiais mais resis-
tentes, os motores térmicos terão rendimento sempre inferior aos elétricos. Isso
porque as perdas energéticas dos motores elétricos são provocadas pelo atrito in-
terno entre suas peças e pelo aquecimento dos fios, devido à corrente elétrica.
Essas perdas podem ser muito reduzidas no projeto e na construção de motores
elétricos.
Quanto aos motores térmicos, o aquecimento e o resfriamento são ne-
cessários para o próprio funcionamento do motor, pois não é possível que um
motor térmico funcione sem troca de calor com o ambiente. Portanto, o seu ren-
dimento será sempre menor que o dos motores elétricos.
Resolução:
a) O rendimento de uma máquina térmica pode ser calculado pela expressão:
T
11 = -
Q
'TI _ 2,0.1ü2
- 103 = 2xlO· 1 = 0,2 ou 'TI = 20%.
b) Numa transferência isobárica, o trabalho pode ser calculado pelo produto da
pressão pela variação de volume:
T = P. tN.
T 2,0.Iü2N.m _ 10.3 3
6V=-
P 2,0.IOSN/m 2 - m.
Resolução:
O trabalho por ciclo do motor pode ser calculado pela relação:
T = P. 6 V , onde
P = 8atm = 8.1OSN/m2
6 V = 1,6 I = 1600 cm 3 = 1,6.1O·3 m3
então:
T = 8.1OS.1,6.1O·3 = 1280J.
5. o trabalho produzido sobre o pistão também pode ser determinado através do cálculo da área da ligura, obtida
num grálico PV registrado por um aparelho que, ligado por um lado do virabrequim, traça o curso do pistão
(volume do gás) e, por outro, ligado ao interior do cilindro, registra as pressões instantâneas.
MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS NATURAIS 133
P ortanto: P = 6
T t = 1280. 350 = 74 667 W.
6
Para determinarmos a quantidade de calor fornecida pelo combustível,
devemos considerar que cada grama de gasolina libera, na queima, 11100cal. A
quantidade de calor liberada em um segundo é de:
6. 11100 = 66 600 cal = 279 720 J
Como o rendimento é a relação entre o trabalho produzido e o calor in-
jetado:
T 74667
1]
Q 1] = 279720
1] = 0;27 ou 1] = 27%
Resolução:
Para podermos discutir essa questão, é necessário que se considere o fa-
to de que o gás carbônico, resultante da queima de compostos orgânicos, é trans-
parente à luz visível, mas absorve a radiação infravermelha emitida pela Terra.
Como o gás carbônico é um gás denso, tende a permanecer próximo à superfície
da Terra, provocando, efetivamente, o aquecimento da nossa atmosfera. A isso
junta-se o fato de a queima de combustíveis fósseis - não só nos motores a com-
bustão interna como também nas fábricas e indústrias existentes nos países indus-
trializados - aumentar em muito o efeito proporcionado pelas queimadas na
Amazônia, o que contribui para que haja uma elevação da temperatura da Terra
e, conseqüentemente, o aumento do nível do mar.
Resolução:
Parte da energia proveniente do Sol é refletida nas camadas superiores
da atmosfera e nas nuvens (-30%). Cerca de 0,1 % é fIxado pelas plantas, consti-
tuindo a maior parte de energia disponível para os seres vivos. A energia restante
134 FÍSICA TÉRMICA
é absorvida pelo solo, vegetais, vapor d'água e reemitida para o espaço, só que na
forma de radiação infravermelha.
Durante o dia ocorre a absorção e a emissão da energia proveniente do
Sol; como a absorção é maior do que a emissão, a Terra se aquece. Durante a
noite ocorre apenas a emissão da radiação, e a Terra se esfria.
A presença de umidad~ no ar diminui o aquecimento durante o dia, uma
vez que parte da energia é gasta na evaporação das gotículas de água. De forma
semelhante, durante a noite o resfriamento é diminuído pela liberação do calor
de condensação do vapor d'água, que poderá se precipitar na forma de "sereno"
e orvalho.
Como o deserto não possui vegetação, rios ou mares, o ar aí é muito se-
co e toda a radiação solar é absorvida diretamente pelo solo durante o dia e ree-
mitida durante a noite.
MÁQUINAS TÉRMICAS E PROCESSOS NATURAIS 135
Atividade 3: Motores
Atividade 4: Geladeira
Sugestão de questões:
estreitamento
\
C
,
i )
CC 41 40 39 38
"
37 36 35
3
Termomêtro clínico: em virtude de um estreitamento na base do tubo capilar, a coluna de mercúrio
é impedida de retornar ao reservatório. Por isso, este termômetro continua indicando a temperatura
de uma pessoa, mesmo não estando mais em contato com ela.
138 FÍSICA TÉRMICA
Nos veículos atuais são usados motores a combustão interna, que dife-
rem quanto ao ciclo de funcionamento - 4 tempos ou 2 tempos - e quanto ao
combustível que utilizam - diesel, gasolina ou álcool. Em qualquer um deles
identifica-se um bloco que contém cilindros com pistões móveis (em número va-
riável) e um virabrequim ou eixo de manivelas, fabricados geralmente com ligas
de aço, aço carbono, bronze e alumínio, materiais capazes de transferir rapida-
mente o calor resultante dos atritos entre as peças e da explosão do combustível
para o ambiente. A cada cilindro (ou câmara de combustão) do bloco correspon-
de um pistão (acoplado ao virabrequim através de uma biela) e uma vela de ig-
nição (exceto naqueles que utilizam óleo diesel), e nos motores de 4 tempos, vál-
vulas de admissão e escape (duas ou mais).
1
1° tempo 2° tempo
--- 3° tempo
-- 40 tempo
Motor a diesel
NOTA: Octa nagem: unidade de medida do comportamento a ntidetonante do combustível; quanto maior o índice
de octanagem, mais intensa deve ser a compressão para que ocorra a combustão de forma espontânea.
Relação volumétrica do motor: indica a razão entre o volume máxi mo (volume da câmara) e o volume
mínimo (mist ura combustível - ar comprimido).
APÊNDICE 143
••
•
Sistema de refrigeração a água.
~==t:===~r~;;:---
ti:.
entrada
de combustível
alvanca
-'~-'--"
.
. . .
.
.
de bóia fechada
câmara
da bóia
Representação de um carburador.
APÊNDICE 145
çar a funcionar.
Esse "impulso" é efetuado pelo motor de arranque, um pequeno motor
elétrico alimentado pela bateria do carro, que vence a inércia do motor, dando
início ao ciclo. Nos primeiros veículos, esse "impulso" era efetuado mecanica-
mente, através de uma manivela introduzida num encaixe do eixo ou virabrequim,
processo ainda hoje utilizado na maioria das motocicletas, cuja "partida" do mo-
tor é dada por um pedal.
APÊNDICE 3 - GELADEIRA: REFRIGERADOR
DOMÉSTICO
{}r evaporador 5
\("
tubo
capilar
)
fi Cc 2
/ i ,·\ ~
CC ,
condensador
.,'
)?) )/
I
~, filtro i
CC. ' .- )
3 ....(
/' I
8
0tC i/i
evaporador
.: _ _ amoníaco gasoso
o hidrogênio
volta ao
. ~:.: .
evaporador 1: separador
amoníaco gasoso _
e hidrogênio
!
: -- tubo
--1+-- absorvedor
caldeira ou
gerador
C.1. Quando uma pessoa sai de uma piscina, principalmente num dia com
muito vento, em geral sente frio . Explique a razão desse efeito.
Resolução:
Quando a pessoa sai da piscina, as gotículas que se encontram sobre seu
corpo retiram calor dele, passando do estado líquido para o de vapor. O vento
acelera a evaporação, aumentando a quantidade de calor cedida pela pessoa, o
que produz a sensação de frio.
Em relação ao modelo microscópico, a explicação é análoga à do pro-
blema 1.16.
C.2. Como se explica que os esquimós, que constroem suas casas com gelo
(iglus), conseguem se proteger do intenso frio das regiões polares?
154 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
O gelo tem um coeficiente de condutividade semelhante ao do concreto
(0,22 x 10-2 caljs_m_°C) e pode ser considerado um isolante térmico. Desse modo,
o calor produzido no interior dos iglus, liberado na queima de combustíveis ou
nos processos de respiração e transpiração de seus habitantes, fica ali retido, ele-
vando a temperatura do seu interior, enquanto a temperatura eXterna é da ordem
de -500C.
Resolução:
O gás inerte que existe dentro do bulbo não é bom condutor de calor.
Além disso, esse gás se encontra a baixa pressão, o que prejudica a condução e a
convecção, pois ambas necessitam de matéria para trocar calor. O processo de
convecção estará presente no aquecimento do gás, mas o principal processo de
aquecimento do bulbo se dá através da radiação que o filamento emite quando
aquecido, devido à corrente elétrica.
Resolução:
O vidro é um material transparente à luz visível e opaco à radiação infra-
vermelha. Desse modo, a radiação visível, que vem do Sol, atravessa a cobertura
de vidro e é quase totalmente absorvida pelos objetos no interior da estufa. Tal
absorção eleva a temperatura dos objetos e aumenta a emissão de radiação infra-
vermelha, que fica "presa" dentro da estufa, já que o vidro não é transparente a
ela. Além disso, tanto o vidro como a alvenaria são maus condutores, o que dimi-
nui as trocas de calor com o exterior. Assim, a temperatura no interior da estufa
toma-se mais elevada, comparativamente com a do exterior.
156 FíSICA TÉRMICA
Resolução:
O bom desempenho de uma geladeira depende da sua eficiência nas tro-
cas de calor entre o congelador e o ar existente em seu interior. Quando o ar
quente encontra o congelador com acúmulo de gelo, este, por ser um isolante
térmico, dificulta as trocas de calor por condução. Além disso, o gelo, ao dificul-
tar a circulação do ar em volta do congelador, prejudica o processo da convecção.
Resolução:
O coeficiente de dilatação volumétrica do ferro é 34,2xlO·6 0C" l e o do
invar 2,7xlO-6 0C"l (tabela 5) . Esses dados revelam que o ferro se dilata aproxi-
madamente 12 vezes mais que o invar quando ambos estão a 200C, e, portanto, se
o parafuso e a porca forem aquecidos igualmente, o problema se agravará. As-
sim, o mecânico deveria ou aquecer apenas a porca (o que é difícil, porque a por-
ca e o parafuso estão em contato) ou resfriá-los, pois nesse caso o ferro sofreria
maior contração que a porca, o que possibilitaria resolver o seu problema.
C.7. Sabemos que a água apaga o fogo . No entanto, num grande incêndio pe-
quenas quantidades de água estimulam a combustão. Como se pode explicar fisi-
camente esse fenômeno?
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 157
Resolução:
Ao entrar em contato com um objeto em chamas, a água se aquece até o
ponto de ebulição. No aquecimento e na vaporização da água, ela retira calor das
chamas e dos objetos. Como o calor específico e o calor de vaporização da água
s~o elevados, a água é eficiente no combate ao fogo. Além disso, o vapor produ-
zido envolve os objetos, impedindo a renovação do oxigênio do ar e inibindo a
combustão.
Porém, a temperaturas muito elevadas (perto de SOOOC) a água se de-
compõe, formando o gás oxigênio. A presença do oxigênio acelera o processo da
combustão. Assim sendo, para apagar grandes incêndios é necessário fazer uso
de uma gra:tde quantidade de água para que ela não atinja temperatnras eleva-
das.
I. A dissolução do clareIo de sódio. na água, absorve 928 ca lorias por mal de sal. O mal do clareIo de sódio vale
58,45g.
158 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
a) A superfície de rios e lagos sofre resfriamento por estar em contato direto
com o ar frio. Quando a temperatura atinge valores menores que 4°C, a água
se dilata, tomando-se menos densa à medida que se solidifica, e forma na su-
perfície uma camada de gelo que, por ser mau condutor, impede o congela-
mento das camadas mais profundas.
Como a densidade da água é máxima à temperatura de 4°C, esta é a
temperatura da água das camadas mais profundas, o que favorece a continui-
dade da vida de animais e vegetais além do abastecimento de água à popu-
lação local.
b) Após passar pelo processo de fusão, a água entre O e 4°C apresenta um au-
mento de densidade. Isso ocorre porque as moléculas da rede cristalina do ge-
lo têm uma estrutura que possui grandes cavidades vazias, como ilustra a fi-
gura.
° °
Antes de emborcar tubo na água, bulbo de vidro era aquecido, a fim
de expulsar parte do ar aí contido. Logo em seguida, o tubo era ~ergulhado no
recipiente e a água era empurrada para dentro dele, devido à diferença entre as
pressões atmosférica e do interior do tubo. Esse aparelho permite comparar,
através da mudança do volume de ar, temperaturas de objetos colocados em con-
tato com o bulbo, pois a altura da coluna de água é tanto menúr quanto maior for
a temperatura do bulbo.
Discuta as limitações desse aparelho quando utilizado como termôme-
tro.
Resolução:
Q= K.A.LT.Lt
d
se não houver variação na temperatura da fonte fria e da fonte quente, onde:
Resolução:
Quando a fonte quente é colocada em contato com a fonte fria através
da placa condutora, suas moléculas, que estão próximas da fonte quente, passam
a vibrar mais intensamente, transferindo energia cinética às moléculas vizinhas,
através de choques sucessivos (condução térmica). Após um certo intervalo de
tempo, quando se estabelece o estado de regime2, as velocidades das moléculas
ao longo do condutor são tais que, em média, a energia cinética diminui conti-
nuamente de um valor máximo, correspondente à temperatura da fonte quente,
até um valor mínimo, correspondente à temperatura da fonte fria. Para que pos-
samos compreender a dependência entre a espessura e a quantidade de calor
transferida, vamos imaginar duas placas que diferem apenas na espessura, e em
cada uma delas dois pontos: (A, B) e (A', B') respectivamente, situados à mesma
distância da fonte quente, que se encontra à temperatura T 2, conforme ilustra a
figura:
A .B
I
T, I
2. Estado que se caracteriza pelo falo de que em cada ponlo da placa a lemperalura náo varia com o lempo.
EXERCíCIOS COMPLEMENTARES 161
A' B'
I
'T
, 1
C.12. Entre o ferro e um outro material, uma pessoa precisava distinguir qual
deles seria o melhor condutor de calor. Que procedimeato poderia usar para fa-
zer tal distinção?
Resolução:
A condutividade do ferro pode ser conhecida através de uma tabela. Pa-
ra determinar a condutividade do outro material, seria necessário medir a quan-
tidade de calor transferida através de uma placa de espessura conhecida desse
material, mantidas a fonte quente e a fonte fria a temperaturas constantes. Uma
forma de se obterem estas temperaturas constantes é através do uso de mudanças
de fase a pressão constante. Assim, pode-se utilizar como fonte quente uma
quantidade suficientemente grande de vapor d'água de l000C e como fonte fria o
gelo a OOc. A figura abaixo ilustra tal construção experimental. Nestas condições,
podemos calcular a quantidade de calor transferida ao medirmos a quantidade de
gelo que se funde, durante um certo intervalo de tempo conhecido.
1 - vapor d'água
2 - material
3 - gelo
162 FÍSICA TÉRMICA
Q = K.A.L:::.T.L:::.t K- Q.d
d - A.LST.LSt
temos:
~
1
K = 600.80.10- K = 27 cal/ru.s?C
10-2.100.180
Comparando esse dado com a condutividade do ferro, que é de 16
cal/m.s.oC, observa-se que o referido r ,aterial é melhor condutor que o ferro.
Resolução:
Para obtermos o rendimento do motor, podemos usar a medida da força
tangencial necessária para impedir o movimento do virabrequim. Essa força atua
a uma determinada distância R do eixo. Portanto, essa medida nos permite calcu-
lar o torque necessário para frear o movimento dos pistões.
A potência é o trabalho na u~Jidade de tempo,
P T
=---,;-;:--
üt '
onde o trabalho é o produto escalar do vetor força pelo vetor deslocamento e po-
de ser calculado pela relação:
T = F.d cos 6.
EXERCÍCIOS COMPLEMENfARES 163
então:
p = 21ff.F.R. Lt
Lt
Como em módulo:
T = F.R,
temos:
p = 21ff.T
Utilizando os dados do problema:
3600 rot
T = 113,7 N.m, f = 3600rpm = 60s = 60 rotjs
P = 2.3,14.60.113,7 =? P = 42842 W
Como P = L ~ , então, em 1 segundo, o trabalho realizado é 42 8421.
Se o consumo é de 3,8gjs, a quantidade de calor produzida pela queima da gaso-
lina é:
Q = m.q,
Portanto, o rendimento deste motor para esta freqüência pode ser calcu-
lado por:
C.14. A caldeira de uma máquina a vapor produz vapor d'água que atinge as
hélices de uma turbina. A quantidade de calor fornecida pela fonte quente é 1200
kcal/s. O condensador dessa máquina é mantido à temperatura de 27°C e recebe,
por segundo, cerca de 780 kcal, que representa a quantidade de energia "não
aproveitada" .
Determine:
a) o rendimento dessa máquina;
b) qual deveria ser a temperatura da caldeira para que essa máquina
funcionasse como se fosse uma máquina de Carnot, admitindo que a
temperatura da água após deixar o condensador seja l000C;
c) a potência dessa máquina.
Resolução:
a) A quantidade de calor que é transformada em trabalho na unidade de tempo é
dada pela relação:
T = 01 - O2 = 1200 - 780 = 420 kcal,
onde T é o trabalho realizado pela máquina, 01 é a quantidade de calor fornecida
pela caldeira e O2 é a quantidade de calor' não aproveitada" pela turbina para a
fonte fria.
Assim, o rendimento dessa máquina será:
TJ =~ = ~ = 0,35 ou TJ = 35%
b) O rendimento de uma máquina térmica TJ = ~ também pode ser
expresso por 01 - O2
TJ = - - - -
OI
ou:
01
TJ =1--
O2
Na máquina de Carnot o rendimento é sempre o mesmo (o maior possí-
vel) quando ela opera entre as mesmas temperaturas absolutas, independente-
mente da substância de operação (gás, água, etc).
A razão entre o calor cedido e () calor absorvido, que aparece na ex-
pressão do rendimento, pode ser substituída pela razão entre as temperaturas ab-
solutas das fontes fria e quente, quando aplicamos o princípio da conservação da
energia nas transformações isotérmicas e adiabáticas que constituem o ciclo de
CarnoL Então:
373
0,35 = 1 - => TI = 621,7 K ou TI = 348,7°C
TI
Na prática, a temperatura em que essa máquina funciona certamente é
maior do que a obtida acima, porque o ciclo de Carnot apresenta um rendimento
maior do que qualquer ciclo que descreva processos reais.
Quando a cor da luz emitida pelo ftlamento coincidir com a emitida pelo
forno, o filamento deixa de ser visível no telescópio. Como ela está associada à
temperatura do filamento e ao valor da corrente que passa por ele, é possível as-
sociar-se valores de corrente a valores de temperatura.
Calibrando-se previamente o instrumento com temperaturas conhecidas,
pode-se, através da escala do amperímetro, ler diretamente a temperatura desco-
nhecida.
Em que situações esse tipo de termômetro seria útil?
166 FÍSICA TÉRMICA
Resolução:
O pirômetro óptico é utilizado para medir temperaturas elevadas como
as obtidas em fornalhas, metais incandescentes e até mesmo as de algumas estre-
las, sem entrar em contato com esses objetos. Pelo fato de ser usado à distância,
pode medir temperaturas acima das temperaturas de fusão dos materiais com
que é construído. .
óptica
ÓPTICA - ABERTURA E PLANO DE CURSO
ao ser iluminado por uma lâmpada colorida. Além disso, a cor dos objetos pode
ser alterada quando estes são vistos através de um filtro colorido.
Isso significa que a maior parte das coisas que estão a nossa volta podem
ser associadas à luz, à visão e às cores, quando olhamos com essa preocupação.
Nesse sentido, em vez de uma questão geral para realizar o levantamento propos-
to, sugerimos que sejam levadas aos alunos questões mais específicas, como por
exemplo: Que coisas produzem luz? Que coisas, além do olho, são sensíveis à
luz? Que coisas permitem a passagem de luz?
figo 1
A luz e a sua interação com a matéria estão sempre presentes no nosso dia-a-dia.
lanterna microscópio
cor dos objetos farol
fibra óptica binóculos
máquina fotográfica óculos
filme fotográfico espelho
botão do interruptor e
tomada de material fosforescente
Esse levantamento pode originar uma classificação, uma vez que é possí-
vel perceber que, entre as coisas associadas à luz, existem aquelas que transfor-
mam outras formas de energia em energia luminosa (luz), como por exempló: o
fil amento das lâmpadas incandescentes transforma energia elétrica em energia
luminosa; no Sol, parte da energia nuclear é transformad a em energia lumin osa.
A estas coisas denominaremos produtoras ou fOlltes de luz.
Produtores de luz.
fig.3
Renetores de lu z.
172 ÓPTICA
fig.4
Refratores de luz.
fig.5
Absorvedores de luz.
Tabela 2
Produtores ou Fontes
(transformam outras formas de energia em energia luminosa)
lâmpada incandescente lâmpada fluorescente
chama de vela fogo
Sol estrela
lanterna fonte laser
lâmpada de néon lâmpada ultravioleta
lâmpada infravermelha flash
botão do interruptor ou
tomada de material fosforescente
Absorvedores
(transformam energia luminosa em outras formas de energia)
filtros de luz atmosfera
célula fotoelétrica filme fotográfico
plantas (fotossíntese) objetos (roupas, paredes etc.) escuros
PLANO DE CURSO
COISAS CONCEITOS
COISAS CONCEITOS
1.1 A Seqüência
fig o1.1
fig.1.2
6
2
1. visor 4. filme
2. lentes 5. alavanca para deslocar o filme
3. obturador (espelho plano) 6. trajetória da luz
180 ÓPTICA
figo 1.3
o
0,5 m 1,0 m 1,5 m 2,Om 00
o
o
Profundidade da região de nitidez em metros.
l. Em algumas máquinas a célula foloelélrica indiéa a abertura e a velocidade de exposição que devem ser utiliza-
das em função da iluminação da cena.
PROCESSOS LUMINOSOS: INfERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 181
Quadro 1
~~f.
~ ~~~ Na atividade 'uma eâmam escu,> é u'ilw.da
para fotografar paisagens.
S"\~
A luz que vem do objeto que queremos fotografar se propaga pelo ar até
chegar na(s) lente(s) da máquina fotográfica. Na passagem do ar para a lente2, a
luz sofre um desvio. Quando a luz atravessa a lente e retoma para o ar, sofre um
novo desvio.
Esses dois desvios sucessivos acabam fazendo com que a luz se concen-
tre, aumentando a luminosidade da imagem que se forma sobre o filme. Algumas
máquinas fotográficas trazem próximo de sua lente uma caracterização, por
exemplo: f= 45mm. Isso significa que, se pudéssemos retirar essa lente da má-
quina e apontá-la para o Sol, ela provocaria a máxima concentração de luz a
45mm após atravessá-la. Essa distância é chamada de distância focal da lente. Es-
se tipo de lente, denominado convergente, é também encontrado nas lupas, nos
projetores de filmes ou slides ou nos óculos das pessoas que não enxergam bem
de perto.
Não são todas as lentes que concentram a luz; as utilizadas nos óculos de
pessoas que não enxergam bem de longe, ao invés de concentrar, «espalham" a
luz; por isso são denominadas divergentes.
Alguns instrumentos ópticos ou máquinas possuem mais de uma lente.
No microscópio composto, por exemplo, utilizam-se duas lentes convergentes,
2. Por simplificação nos referimos ao sistema de lentes da máquina como uma única lente com a mesma função.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 183
que produzem imagens bem maiores que as da lupa. A luneta também possui
duas lentes convergentes ou uma convergente e outra divergente, para "aproxi-
mar" objetos de grande dimensão porém muito distantes.
Os materiais de que são feitas as lentes (vidro, plástico) são transparen-
tes, isto é, permitem que se enxergue com nitidez quando olhamos através deles.
Entretanto, nem todos os tipos de vidro podem funcionar como lente; aqueles
utilizados nos vitrôs de cozinha e de banheiro, por exemplo, impedem que os ob-
jetos possam ser vistos através deles com nitidez. Isso acontece devido à presença
de impurezas na substância ou à forma de acabamento. Tais meios são denomi-
nados translúcidos.
figo 1.4
translúcido \
Visão que temos quando o lhamos através de um objeto transpare nte e de um translúcido.
fig.1.5
fig.l .6
A luz, ao se desviar, faz com que vejamos a estrela em uma posição diferente da que ocupa na reali-
dade.
o desvio da luz na atmosfera também nos permite ver o Sol depois que
ele ultrapassa a linha do horizonte, ao anoitecer, e ao amanhecer começarmos
a vê-lo antes que ele alcance a linha do horizonte.
fig.l.7 imagem
----------------------~O''- ~
-'c}
sol
o desvio da luz solar na atmosfera terrestre faz com que a duração do dia seja maior.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 185
O ascensorista, olhando através de um espelho convexo, pode saber se já é possível fechar a porta do
elevador.
186 ÓPTICA
o verniz aplicado sobre uma madeira toma a superfície polida e refletora regular de luz.
Dessa forma, nos espelhos a reflexão não é difusa, mas sim regular, pois
a luz não é refletida para todas as direções (figura 1.11a).
a) b)
A luz, 80 incidir num espelho, sofre reflexão regular (a) e (b).
dentro do material que constitui O prisma, mas não sofre desvio. Nas superfícies
internas do prisma, a luz sofre duas reflexões (figura 1.12).
Embora se trate de meios diferentes e transparentes, a refração não
ocorre quando a luz incide nas superfícies internas de separação do prisma com o
ar em determinadas direções. Desse modo a luz incidente é totalmente refletida,
sendo esse fenômeno denominado reflexão total.
fig. 1.12
Detalhe da máquina fotográfica ilustrada na figo 1.2. A luz sofre duas reflexões totais nas superfícies
internas do prisma.
fig. 1.13
~
---~
Saiba, através do exercício 1.5, por que à noite você pode ver
sua imagem refletida no vidro da janela.
Nossa percepção das cores está associada a três fatores: uma fonte de
luz, a capacidade do olho humano em diferenciar os estímulos produzidos por di-
ferentes cores de luz e os materiais que apresentam cores distintas.
O que denominamos luz branca é uma mistura ou o resultado da presen-
ça concomitante de luz nas seguintes cores: vermelho, alaranjado, amarelo, verde,
azul, anil e violeta.
A decomposição da luz branca nas suas cores componentes pode ser ob-
servada quando ela incide, por exemplo, num prisma, uma vez que ao atravessá-
lo cada uma das cores sofre um desvio diferenciado. A figura 1.14 ilustra esse
processo, denominado dispersão da luz.
figo1.14
vermelho
laranja
amarelo
verde
azul
anil
violeta
3. No apê ndice 1 veja mais detalhes sobre o uso dos diversos filtros na fotografia.
190 ÓPTICA
nas, a partir da absorção da luz pela célula fotoelétrica, as regulagens dos outros
dispositivos já mencionados ocorrem automaticamente4 .
Ainda que não esteja presente na fotografia, a fotossíntese 5 é um proces-
so onde também ocorre a absorção de luz.
Quando colocamos plantas dentro de casa, sempre procuramos um lugar
onde possam receber a quantidade de luz adequada para o seu desenvolvimento.
As folhas das plantas possuem células denominadas fotossintetizadoras,
que contêm clorofila e são muito sensíveis à luz.
Quando a luz incide em uma molécula de clorofila, esta absorve parte da
energia luminosa, que permite a reação do gás carbônico (C0 2) com água, pro-
duzindo carboidratos e oxigênio.
A absorção da energia luminosa e sua transformação em energia quími-
ca permite o crescimento das plantas, seu florescimento e a produção dos frutos.
=-
i
\
"Brincando" com luzes e tintas investigam-se
cores, na atividade 2.
Os exercícios 1.6, 1.7, 1.8, 1.9 e 1.10 discutem a cor das "coisas"
em função da cor da luz e dos pigmentos.
4. A célula fotoelétrica tem muitas aplicações. como, por exemplo, ligar automaticamente lâmpadas de iluminação
pública em ruas, estradas, e abrir portas. Tais aplicações permitem entender a célula fotoelétrica como um in-
terruptor, que é acionado pela luz. Esse interrupto r pode ligar um motor elétrico e abrir ou fechar um ci rcuito
elétrico acendendo uma lâmpada.
5. A reação global que representa a fotossíntese pode ser esquemat izada da seguinte maneira:
luz
gás carbônico + água --> glicose + oxigênio
192 ÓPTICA
Quando vamos tirar uma foto, é importante que o objeto a ser fot ogra-
fado esteja iluminado. Essa iluminação pode ser obtida com luz do Sol, de fl ash,
de lâmpadas ou até mesmo de velas.
A energia do Sol nos chega principalmente na forma de energia lumino-
sa e térmica. Essa energia, assim como a que nos chega de qualquer outra estrela,
tem origem em reações nucleares que ocorrem no seu interior.
Quando pretendemos fotografar em ambientes onde a quantidade de luz
difundida pelo objeto é pequena, geralmente usamos um flash.
Os flashes eletrônicos (figura 1.15) produzem luz através de uma descar-
ga elétrica a alta voltagem no interior de um vidro que contém gás (xenônio ou
criptônio), transformando energia elétrica em luminosa.
vidro
fig.1.15
lâmpada
bateria
espel ho
...... ..
. . ..
' '
tubo de vidro
(revestido com materiais fluorescentes)
filamento de
ignição
oxigênio
fig. 1.18
filamento de
tungstênio
bulbo
de vidro
haste
central
base de
rosca
Tabela 1
Cores Temperatura
figo 1.19
l - ' r - - - - - alaranjado
amarelo
azul
incolor
fig. 1.20
oríficio
menor ainda
Quando a luz de duas lâmpadas, LI e ~, passa através de um pequeno orifício, as imagens, 11 e 12, são borradas,
mas separadas. Quando o orifício é menor ainda, as imagens se sobrepõem e passam a ser indistinguíveis.
196 ÓPTICA
7. o modelo utilizado em Física Térmica, para investigar os processos e propriedades térmicas propostos, se ba-
seia nos conceitos estabelecidos pela Física Clássica, embora exista outro modelo baseado na Mecânica Estatís-
tica.
198 ÓPTICA
figo 1.21
jornal
exposto ao sol
ele se comporta como onda, já que tanto a difração como a polarização são ca-
racterísticas de processos ondulatórios.
Desta forma, a luz é interpretada como um pacote de energia que, nas
interações com a matéria, apresenta dois aspectos: em certas interações se com-
porta como partícula, em outras se comporta como onda. Esses dois aspectos da
natureza da luz fazem parte do Modelo Ouântico de luz e recebem o nome de
dualidade partícula-onda8 .
Uma vez que os processos luminosos só são percebidos quando ocorrem
interações entre a luz e a matéria, faz-se necessário apresentar também um mo-
delo microscópico de matéria.
fig. 1.22
a) b)
8. Esta dualidade é essencial para compreender o princípio de funcionamento da fonte laser. que se encontra no
apéndice 2.
9. Além de prótons e nêutrons, considera-se que fazem parte do núcleo as partículas, a,13 'méson, méson, _7T ,
neutrino, etc.
200 ÓPTICA
de tal forma que seu núcleo tivesse a dimensão de uma azeitona (1,Ocm 3), o raio
da nuvem seria comparável às dimensões de um quarteirão (100 m).
Mesmo para átomos que tenham poucos elétrons, como o de hidrogênio,
que possui apenas um, associa-se à eletrosfera a idéia de nuvem, em função do
intenso movimento dos elétrons a grandes velocidades, ao redor do núcleo.
A produção, reflexão, transmissão e absorção da luz são processos que
envolvem apenas interações com os elétrons, na eletrosfera dos átomos.
De acordo com esse modelo de matéria existem na eletrosfera regiões
onde a probabilidade de se encontrar elétrons é maior. Tais regiões, denomina-
das camadas, às quais são associadas quantidades de energia bem definidas - ní-
veis de energia -, comportam diferentes números de elétrons.
fig.1.23
Represe ntação simplificada das ca madas eletrônicas, em corte, para um átomo isolado, onde
El < ~ < E3 < E4 correspondem à energia dos diferentes níveis.
10. A ocorrência de átomos isolados, cont udo, só é admitida quando a matéria se encontra no estado gasoso.
Mesmo nesse estado admite-se que os átomos se encontram geralmente agregados, constituindo moléculas.
PROCESSOS LUMINOSOS: INrERAçÃO LUZ-MATÉRIA 201
fig.1.24
eV
_____________________________________________ 00
13,53
13 ____________________________________________ n=4
==================================n
:::
=65 n =
___________________________________________ n = 3
12
11
__________________________________________ n = 2
10
o __________________________________________ n=1
1eV = 1,6 . 10- 19 J
envolvida nos "saltos quânticos" permitidos para os elétrons dos átomos daque-
le material.
Quando o fóton incide com energia menor que o salto quântico permiti-
do para os elétrons, eles não mudam de nível.
Se a energia do fóton incidente coincidir com a diferença de energia en-
tre dois níveis que correspondem a "saltos quânticos" permitidos, o fóton inci-
dente é absorvido e posteriormente reemitido com o retorno do elétron ao nível
de origem. Esse retorno, contudo, pode se efetuar de duas formas distintas: ree-
missão do fóton incidente ou emissão de dois fótons de diferentes energias. No
primeiro caso temos o retorno imediato ao nível de origem, ocorrendo a ree-
missão do fóton incidente. Já a emissão de dois fótons de energias diferentes,
correspondendo cada um a "saltos quânticos" distintos, ocorre pela passagem por
um nível intermediário.
~
fig.1.25
e-
El
Eo (a)
~
~
El
(b)
l~ (c)
Fig.1.26
vapor de mercúrio e argônio
.. ...
tubo de vidro
(revestido com materiais fluorescentes) filamento
fig.1.27
a) b)
l~
l~ l~
Represe ntação da emissão de fóto ns em material fosforescente:
(a) emissão de dois fótons correspondentes à radiação de baixa energia e (b) emissão de 1 fóton correspondente à
luz vi sível c outro co rrespo ndent e à f:ldinçno de baixa energia.
Na tela de TV, cada pequena região funciona como um emissor de luz constituí-
do por três partes com diferentes sais de fósforo. A cada um desses sais são per-
mitidos, para os elétrons de seus átomos, diferentes "saltos quânticos". Por isso, a
quantidade de energia necessária para a excitação dos átomos em cada um dos
sais de fósforo é diferente. Nesse caso, as energias necessárias correspondem às
energias associadas a cores primárias de luz: azul, vermelho e verde.
figo 1.28
tela de TV
região do região do
vermelho azul
região do
verde
Dependendo da energia dos elétrons que se chocam com esta região, ha-
verá a excitação de uma, de duas ou das três partes que contêm os diferentes sais
de fósforo. A luz - branca ou colorida - emitida pela tela corresponde a
emissões simultâneas das três cores primárias de luz, em diferentes proporções.
A luz emitida depende não só do material utilizado na tela, mas também
da energia cinética dos elétrons nela incidentes. Na ausência de qualquer exci-
tação, a região aparece escura.
Na lâmpada incandescente, os átomos do metal que constitui o filamento
estão de tal forma agregados que aproximam vários níveis de energia.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 205
energia
13. A interação entre os elétrons. que foi descrita como choques entre eles. será mais bem discutida em elctro ·
magnel ismo.
206 ÓPTICA
figo1.30
fig.1.31
} fÓlon
fig.1.32
~tA'
8/..A'
f!JLA' JLA' BLA'
PjI4' ~4\'1 S~'J
aÚt'!
fig.1.33
fig.1.34
... '"
AUJ.'
AL-O! /'\
Al.Õ~ A LB!
~ ALÔ I Â.c..o
1"~~o ~€MZ
figo1.35
~--------------'--~~
tO
------
e; o-.J!f.~_----------
.-r
----,-
~
~----
...-
Ilustração do fenômeno da interferência.
fig.1.36
a)
b)
fig.1.37
~ l i lI!! I III zr l i zz mim mlZll!?ta Il ZlZIl/I!! n!fm I l i 11 ma ,~
se ntid o de
propagação
~~=:====x===~
'.. ..I
1 pulso 1 pulso
Esquema que indica a amplitude (A) e o comprimento de onda ( >d numa corda.
14. A amplitude depende do instante em que é observada a onda, uma vez que sua propagação em meios mate·
riais é acompanhada de amortecimento em conseqüência da transferência de energia para o meio. O res ultado
desse amortecimento é observado na diminuição da amplitude da onda.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 213
fig. 1.38
A A 8
=~,mla.z, 3 zza~.azzza 3
,,",
~/ ,~',',
., , . ,
I
I
ZZ2Z?Z?2ZZ2(7ZZZZZZ?a;
-- 4
...- ,"','
oi
,~
2Z2I Z --..
4 Z2Z;:ZVf': ~4!:i2!l2'2:l"'22~~2:?Z:-ZZZ; 5 a:/r~--;ZUZZln14
I
5
I
I A n I A
I
I
~":::" 6 ~maza6
I
8
Fig.1.39
\ , ,
,c"'
, I
, y \ /
..... < ...... "
a) b)
!II!
a) b)
figo 1.41
superfície
refletora
-, ,,
)
.- ,,
I
:.-<,
,, - v
I superfície
~-x refletora
.. ') :>\ raio
:'.-!
,\ -"',,
-, ,J
.. incidente
::.: :",, I
,
I I
......'
.~ .- ,
I
raio
-j -:;/ refletido
~
\
I ..
---../, ---'.i,I
I ,
-->'\, -:."':'\
)1 I
_"1
-"
./
-"
frente de onda refletida frente de onda incidente
fig. 1.42
frente de onda frente de onda
superfície
refletora
raio raio
incidente refletido
ai= ar
superfície refletora
fig.1.43
fig. 1.44
meio 1
meio 2
figo 1.45
Quando a luz atravessa uma fenda, além da difração pode ocorrer a in-
terferência, que neste caso é identificada com a formação de regiões claras e es-
IS. Esta relação é válida quando a luz tem um único comprimento de o nda, o u quando as diferentes cores que
compõem a luz branca se propagam com a mesma velocidade em certo meio, como, por exemplo, no ar e no
vácuo.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 219
curas. O surgimento dessas regiões é explicado pela não existência de ondas ree-
mitidas em quantidade suficiente para recompor toda a frente incidente. As novas
ondas reemitidas se propagam, atingindo certos pontos do espaço em fase (re-
giões claras) e outros pontos, defasadas (regiões escuras).
figo 1.46
a)
b)
fig.1.47
\/
plano
de
polarizador
polarização
// //
/ / analisador
b)
figo1.48
E(eV)
o o :;
..c ..c N
<l <l '"
E E
~
~
.:
fig. 1.49
Intervalo de
Denominação Origem
freqüências
Fig. 1.50
oscilações de
freqüência comprimento
baixa freq üência
Hz das ondas
111
2
3.10 c
::E
lOs
lO·
lO·
ondas hertzianas t ~ I ,,-
S 3
3.10 E 10
~~"'.,. , = 10
2
10
....
......
-.,
10
"-
-
... 3.10 •
\JJ~
·1
10
10
( 10
~
-ê
·2
E
<.) 10
energia dos
11 10.3
fótons 3.10
eV J -4
21 10
·2
raios infravermelho 4,1.10 6,6.10. 101l
~~ .~
10·s
, . .. .....
.'~ ' . '. ' -- -
1
E -6
3.10 • :i. 10
luz visível
--
raios ultravioleta .,
"1' ®
/,r' --::-
4,1.10 6,6.10.
11
16
10
10
lO"
raios X
~
10.9
Q H <:---,,::,----- -
u
3.10
17
-E
c
10.10
4,1.10· 6,6. IO· 19
10 10.11
/,"~
raios gama
li)
E 10.12
3.10 c..
E = h.f, onde
E é a energia do fóton;
f é a freqüência de oscilação da onda;
h é uma constante universal que no Sistema Internacional de Unidades
vale 6,62.1O·34J.seg.
v= À J, onde
figo1.51
ar - meio 1 - 1\1
A'B vt
_1_ (1).
AB' v2 t
Pela geometria da figura obtém-se:
sen 1 A'B
- ou A'B AB sen 1.
AB
sen r AB'
ou AB' AB sen r.
AB
Substituindo em (1):
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉ RIA 227
c c
- - en - - , podemos escrever:
V
1
2 v2
c
sen i n1 sen i
- -cL--- ous~a: -se-n-f-
sen f
n2
Exercícios Resolvidos
f/5.6? f/22?
1/125?
1/8?
f/45?
Resolução:
O diafragma é um dispositivo que controla a quantidade de luz que deve
atingir o filme, e consiste num orifício que pode assumir diferentes diâmetros. Os
tamanhos da abertura do diafragma são controlados por um anel preso à objetiva
e são medidos pela seguinte escala: f/1, f/1.4, f/2, f/2.8, f/4, f/5.6, f/8, f/11, f/16,
f/22, f/32, f/45, f/64.
Estes valores representam diâmetros em ordem decrescente de abertura.
O filme fica exposto a uma maior quantidade de luz quando ajustamos a abertura
em f/L Já a abertura f/1.4 reduz à metade o fluxo de luz que incide no filme, e
com os números sucessivos acontece o mesmo.
O obturador controla o tempo de exposição do filme ao fluxo luminoso e
é ajustado por um outro anel preso à objetiva. A escala de controle do tempo em
segundos é: 2, 1, 1/2, 1/4,1/8, 1/15, 1/30, 1/60, 1/125, 1/250, 1/500, 1/1000.
A escolha de uma abertura, combinada com o tempo de exposição, con-
trola a quantidade de luz que atinge o filme.
228 ÓPTICA
1.2. Uma pessoa, para fotografar uma cena fracamente iluminada no interior
de uma mina, ajustou sua máquina abrindo bastante o diafragma (f/2) e expondo
o filme durante um longo tempo (2s). A foto mostra a cena bastante nítida,
porém excessivamente clara. O que a pessoa deveria fazer para corrigir esse efei-
to numa outra foto da mesma cena?
Resolução:
Como a foto ficou muito clara, significa que houve uma exposição à luz
muito maior do que a necessária.
Para obter uma luminosidade menor na foto, a pessoa poderá diminuir o
tempo de exposição, mantendo a mesma abertura, ou então diminuir a abertura
do diafragma, mantendo o tempo de exposição.
Resolução:
A combinação f/8 e 1/125s define uma quantidade de luz adequada para
impressionar o filme, considerando a luminosidade do dia. Porém, como a pessoa
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 229
1.4. As máquinas fotográficas antigas eram grandes como aquelas que às ve-
zes ainda hoje vemos quando vamos ao fotógrafo tirar uma foto 3x4. Já as má-
quinas fotográficas mais modernas são extremamente versáteis e pequenas.
Discuta qual a relação existente entre a profundidade da máquina e o
tamanho do filme.
Resolução:
O tamanho dos filmes empregados nas máquinas fotográficas está sem-
pre associado ao tamanho da máquina, que é entendida como uma câmara escura
com um orifício. Conforme as dimensões do objeto e a distância a que ele se en-
contra da máquina, uma imagem correspondente é formada sobre o filme . Ob-
serve na figura que a imagem se forma invertida.
230 ÓPTICA
d.
I
1.5. Ao olharmos através de uma janela com vidro, durante o dia, vemos o
exterior com clareza. À noite, com o interior iluminado, o que vemos na mesma
janela é a imagem do interior refletida. Como se explica esse fato?
Resolução:
Tanto durante o dia como durante a noite, a luz do interior é sempre re-
fletida, absorvida e transmitida pelo vidro da janela.
Os vidros transparentes, que são normalmente utilizados em janelas e
portas, possuem taxas de transmissão, reflexão e absorção que são características
do tipo de vidro. Em geral a taxa de transmissão é bem maior que as outras (al-
guns vidros de carro possuem a taxa de transparência ou de transmissão impres-
sa, que varia entre 75% e 95%).
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 231
Resolução:
Vamos examinar três casos em que vemos a camisa vermelha:
1.7. Por que não devem ser usadas lâmpadas verdes ou vermelhas para ilu-
minar balcões onde serão expostas carnes nos açougues?
Resolução:
Enxergamos a carne vermelha porque ela absorve todas as cores que
compõem a luz branca da iluminação geral do açougue e reflete a vermelha. Ilu-
minando o balcão com luz vermelha, aumenta-se a incidência, e portanto a re-
flexão dessa cor de luz. Nessa situação, uma carne escurecida teria uma falsa
aparência de saudável. Já uma balcão iluminado com luz verde daria à carne
normal uma aparência escura de estragada, uma vez que à quantidade de luz ver-
de que esta absorvia da iluminação geral, soma-se a luz verde da lâmpada, não al-
terando a intensidade da luz vermelha refletida
1.8. Por que se acrescenta anil à água quando as roupas brancas estão ama-
reladas?
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 233
Resolução:
Quando as roupas são usadas e lavadas muitas vezes, adquirem uma cor
amarelada devido às impurezas que se depositam no tecido. Tais impurezas ab-
sorvem um pouco da luz azul e da verde que compõem a luz branca e portanto a
luz amarela é refletida em maior proporção.
Se dissolvermos anil (pedra azul) na última enxaguada, pequenos pig-
mentos azuis aderem ao tecido, refletindo maior quantidade de luz azul. Como
resultado, as roupas serão vistas na cor branca, pois os pigmentos azuis, ao se de-
positarem próximo às impurezas que dão o tom amarelado, sintetizam novamen-
te a luz branca. Certos saponáceos fazem referência a este fato como "o branco
mais branco".
Quanto maior o pedaço da pedra de anil, maior o número de pigmentos
e a quantidade de luz refletida nesta cor; assim, o branco se torna mais azulado.
Resolução:
As lâmpadas de "luz negra" são lâmpadas de descarga elétrica cujo pro-
cesso inicial produz luz branca com grande quantidade de ultravioleta. Tais lâm-
padas são envoltas por bulbos de vidro transparente, azulados, conhecidos como
"máscara", que são pintados internamente com "tinta preta" (pigmento azul bem
escuro e cola). Quando a luz incide no bulbo da lâmpada, estes pigmentos da
"tinta preta" absorvem a maior parte da luz incidente, deixando passar apenas
uma certa quantidade do ultravioleta. Ao passar da tinta para o vidro do bulbo,
grande quantidade do ultravioleta, ao interagir com os pigmentos que colorem o
vidro e com o próprio vidro, se transforma em violeta numa região do espectro
muito próxima do ultravioleta (invisível).
Como resultado do processo, temos uma lâmpada que emite luz violeta
com uma pequena quantidade de ultravioleta. A luz violeta faz com que o am-
biente se torne escuro e o ultravioleta provoca um efeito especial, chamado "fluo-
rescência", em alguns materiais de cor branca. Por essa razão, sob a iluminação
de "luz negra" vemos brilhantes as roupas brancas, os botões perolados, o "bran-
co" do olho, os dentes (com exceção dos de porcelana), etc.
Resolução:
Uma maneira de evidenciar a falsificação é investigar as características
das tintas que foram utilizadas nas assinaturas. Os pigmentos usados na compo-
sição das tintas podem ser identificados através da cromatografia em papel.
Para isto, basta escolher o solvente adequado (água, álcool, etc.) e colo-
car as bordas do papel que contém a assinatura em contato com o solvente. Após
um certo tempo, como cada componente da tinta percorre o papel com velocida-
de diferente, ocorre a separação dos pigmentos que a constituem.
Para uma amostra de tinta vermelha, por exemplo, espera-se que sejam
encontradas as cores dos pigmentos primários que compõem o vermelho: o ama-
relo e o magenta. O mesmo deve acontecer se a tinta for azul (magenta e ciano)
ou verde (amarelo e ciano). Quando a tinta for preta, deverão aparecer as cores
correspondentes aos três pigmentos primários, ou seja, amarelo, ciano e magenta.
Como a composição da tinta varia, dependendo do modelo e da marca
da caneta, ao se fazer um teste cromatográfico, poderemos detectar diferenças
nas duas assinaturas em relação à quantidade de cada pigmento primário presen-
te à sua composição.
Resolução:
As cores estão relacionadas com a temperatura da fonte de luz. Isto po-
de ser observado quando um metal é aquecido, por exemplo, em fornos siderúr-
gicos. Inicialmente a luz emitida é vermelho-escura; continuando o aquecimento,
o vermelho vai clareando, torna-se alaranjado, depois amarelo e finalmente bran-
co-azulado. Portanto, na faixa da luz visível, a temperatura da fonte (metal aque-
cido) é menor quando emite vermelho e maior quando emite branco-azulado.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 235
1.12. Os vírus são estruturas muito pequenas, cujas dimensões não podem ser
percebidas na grande maioria dos microscópios ópticos, sendo muitas vezes utili-
zados os microscópios eletrônicos para a sua observação. Explique por que o mi-
croscópio eletrônico permite uma visualização melhor de estruturas desse tipo.
Resolução:
Quando a luz de um microscópio óptico incide num objeto muito peque-
no como um vírus, por exemplo, em vez de facilitar a sua visualização, forma-se,
no lugar do objeto, uma figura borrada denominada figura de difração. De acor-
do com o modelo de luz que discutimos, tal figura se forma porque cada ponto do
objeto que emite luz transforma-se numa nova fonte e "desvia" a luz em todas as
direções, provocando interferências construtivas e destrutivas, isto é, regiões cla-
ras e escuras, devido à difração da luz.
Esse processo ocorre quando a luz visível de comprimento de onda entre
0,4 e 0,7 IJ. incide sobre objetos de dimensões iguais ou menores que os compri-
mentos de onda desse intervalo. Devido a esse fenômeno, a observação de obje-
tos com estas características fica prejudicada nos microscópios ópticos conven-
ClOnats.
Ao se utilizar o microscópio eletrônico, os feixes de elétrons são emiti-
dos em direção ao objeto que se quer observar. Tais feixes se comportam
também como ondas de comprimentos muito menores que os da luz visível. Ao
atravessarem os objetos ou vírus, eles não sofrem difração e não se desviam, pro-
duzindo, assim, imagens nítidas, que são projetadas numa tela fosforescente, tal
como a da TV.
Tais microscópios possibilitam aumentar 350.000 vezes ou mais o objeto
observado.
Resolução:
De acordo com o modelo desenvolvido para a luz, conseguimos ver ou
fotografar os objetos porque eles emitem (ou reemitem) fótons que são capazes
de impressionar nossa retina, ou um filme fotográfico.
Se estivermos olhando para um prédio e para o céu, perceberemos me-
lhor as estrelas do que o prédio. Isso ocorre porque as estrelas emitem um maior
número de fótons que atingem nossa retina do que os reemitidos pelo prédio na
mesma unidade de tempo.
Quando fixamos, numa noite, uma máquina fotográfica com o obturador
e o diafragma abertos, dirigidos para as estrelas no céu, cada fóton incidente no
filme o impressionará, e a região onde ocorreu a interação será mais bem perce·
bida na revelação. Assim, as estrelas aparecem no filme revelado.
Se permitirmos que um prédio, iluminado pela luz das estrelas, seja "fo-
tografado" com o obturador e o diafragma abertos por algumas horas, na reve-
lação da foto ele aparecerá muito mais claro do que quando o olhamos direta-
mente. Isso porque o número de fótons reemitidos pelo prédio durante a expo-
sição aumenta, sendo, portanto, capazes de impressionar um número maior de
grânulos de brometo de prata presentes no filme. Se o tempo de exposição fosse
pequeno, o filme seria muito pouco impressionado, uma vez que a ação do fóton,
na sua interação com a matéria, é localizada.
Resolução:
No estado gasoso (a baixa pressão), as substâncias nos fornecem melho-
res informações a respeito de seu comportamento molecular ou atômico indivi-
dual, pois os átomos ao serem excitados produzirão saltos quânticos com valores
de energia bem determinados. Na lâmpada fluorescente, esse efeito é observado
através do espectro descontínuo que apresenta faixas de cores bem definidas, en-
tendido como característico do comportamento individual dos átomos dos gás.
No estado sólido, líquido ou mesmo gasoso a alta pressão, o número de
interações microscópicas aumenta enormemente, tornando possíveis inúmeros
estados de excitação, com pequenas diferenças de energia entre eles. Isto se tra-
duz no aumnento de possibilidade de ocorrência de saltos quânticos. Na lâmpada
de filamento esse efeito pode ser observado através do espctro contínuo, onde as
faixas de cores se misturam, podendo ser entendido como característico dos áto-
mos enquanto coletivo.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 237
1.15. Com base no modelo de luz estudado, analise as várias situações em que
percebemos a cor de uma camisa como sendo vermelha.
Resolução:
Retomando o que já foi discutido no exercício 1.6, uma camisa vermelha
pode ser assim percebida devido à:
1) luz branca incidindo sobre a camisa vermelha;
2) luz vermelha incidindo sobre a camisa branca;
3) luz vermelha incidindo sobre a camisa vermelha.
O Modelo Quântico interpreta as fontes de luz branca como emissoras
de fótons com diferentes energias. Estas diferentes energias correspondem a to-
das as cores do espectro visível.
Uma fonte de luz vermelha (por exemplo um pedaço de ferro aquecido
ao rubro) emite fótons dentro de uma certa faixa de energia. Deve-se ressaltar
também que todas as nuances ou tons da cor vermelha (do mais escuro ao mais
claro) compõem-se de fótons pertencentes a esta faixa de energia.
Por outro lado, os pigmentos que são utilizados para colorir roupas,
papéis, etc., são estruturas com determinadas composições químicas que, ao se-
rem iluminadas com luz branca, absorvem preferencialmente algumas cores do
espectro e refletem outras. A cor do pigmento que percebemos é provocada pelos
saltos quânticos, permitidos no arranjo estrutural, que fornecem os fótons com
energias correspondentes a essa cor. Outros saltos permitidos fornecem fótons
que correspondem ao infravermelho. Quando os átomos desse pigmento ficam
excitados pela incidência de fótons de diferentes energias da luz branca, permi-
tem que sejam emitidos fótons de determinadas faixas de energia do espectro
visível, além do infravermelho, ao retornarem para o estado de origem.
Um filtro vermelho é um material transparente em cuja estrutura mole-
cular estão presentes estes pigmentos, o que permite que, perante a incidência da
luz branca, somente fótons da faixa de energia do vermelho e do infravermelho
sejam emitidos para o exterior.
Ao recobrirmos um material opaco (que não permite a passagem de luz)
com estes pigmentos vermelhos, o processo é idêntico, ou seja, quando são exci-
tados pelos fótons de diferentes energias da luz branca, somente determinados
saltos quânticos na região do visível são permitidos e, portanto, reemitidos para o
exterior.
Sendo assim, as situações descritas no início podem ser interpretadas,
segundo o modelo, da seguinte maneira:
Resolução:
O sonar é um aparelho que possui uma fonte e um receptor de ondas
acústicas de freqüência superior a 20x1Q3 hertz. Ondas acústicas com freqüência
acima deste valor estão fora do limite de percepção do ouvido humano 16 e são
conhecidas como ultra-sônicas. Pulsos ultra-sônicos de determinada freqüência
são emitidos pelo sonar e se propagam pela água até encontrarem obstáculos,
onde são refletidos . Tais pulsos refletidos podem ser posteriormente captados pe-
lo sonar através de seu receptor de ondas ultra-sônicas. O intervalo de tempo en-
tre a emissão de um pulso e a sua posterior detecção, juntamente com o conheci-
do valor de propagação do ultra-som na água, são usados para determinar a
distância entre o obstáculo e o barco.
16. o ouvido humano é copaz de perceber sons denlro da faixa de 16 Hz a 20.000 Hz.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 239
1.17. Uma das formas mais simples de onda em uma corda presa numa ex-
tremidade talvez seja aquela produzida por uma sacudidela transversal da mão,
na outra extremidade. Esta perturbação se propaga através da corda com uma
certa velocidade. Discuta que fatores interferem na velocidade de propagação
desta onda.
--->
F
extremidade
fixa
Resolução:
Consideremos a figura acima, onde dividimos a corda em pequenas
porções indicadas pelos números 1, 2, 3... A análise sobre o que acontece com ca-
da uma destas porções, quando sacudimos a porção 1, nos ajudará a compreen-
der quais os fatores que determinam a velocidade de propagação da onda na cor-
da.
A mão obriga a porção 1 a mover-se rapidamente para cima e depois pa-
ra baixo. Na figura, a porção 1 está na parte mais alta da sacudidela e se encontra
no ponto de iniciar a descida. A porção 2 tem de segui-la, e o fará tanto mais ra-
pidamente quanto maior for a tensão ( F) aplicada às extremidades da corda.
Sendo assim, a porção 2 e as seguintes reagem como se estivessem mais rigida-
mente presas à porção 1. Embora a porção 1 esteja a ponto de iniciar a descida, a
energia cinética transferida à porção 2 fará com que ela se eleve até a altura má-
xima atingida pela porção 1, antes de inverter o seu sentido de movimento. Da
mesma forma, a porção 3 segue a 2, e assim, sucessivamente, cada porção repete
o movimento da porção anterior com um atraso, que será menor se aumentarmos
a tensão. Assim, uma tensão maior determina uma propagação mais rápida da
onda.
Se analisarmos uma corda com maior densidade linear de massa, o
puxão da porção 1 terá que atuar durante mais tempo para acelerar a porção 2.
240 ÓPTICA
v= V:
onde F é o módulo da tensão na corda e J.L a densidade linear de massa da corda.
Esta expressão se aplica a ondas transversais como as que se propagam em uma
corda, em um fio metálico, tubos de borracha, ou qualquer outro portador de on-
das essencialmente unidimensional que seja relativamente flexível.
1.18. Existem instrumentos musicais que devido às suas formas, ao modo co-
mo são tocados e ao tipo de som que emitem guardam entre si certa semelhança.
São assim, por exemplo, os instrumentos de percussão, surdo e tamborim, os de
sopro, trombone e corneta, e os de dedilhar, violão e cavaquinho. A diferença en-
tre os pares destes instrumentos basicamente reside no seu tamanho. Tais ins-
trumentos, ao serem tocados, produzem sons que podem ser mais graves ou mais
agudos. Assim, o som produzido pelo cavaquinho é mais agudo que o som produ-
zido pelo violão; o som produzido pelo surdo é mais grave que o som produzido
pelo tamborim, e assim por diante. Desse modo, associamos ao instrumento me-
nor o som mais agudo.
Discuta a relação existente entre o tamanho do instrumento musical e a
altura do som (agudo ou grave) produzido por ele.
Resolução:
Vamos examinar, por exemplo, o violão. Este instrumento possui 6 cor-
das com ambas as extremidades fixas e todas com o mesmo comprimento, porém
com espessuras diferentes. Duas são as maneiras pelas quais é possível tornar o
som emitido por uma mesma corda mais agudo: esticá-la mais ou pressioná-la
num determinado trasto, diminuindo seu comprimento.
Assim, verificamos que para produzir sons mais agudos, precisamos ou
aumentar a tensão sobre a corda (esticá-la mais) ou diminuir seu comprimento,
ou ainda as duas coisas juntas. A razão desse fato é que sons graves ou agudos
estão relacionados com a freqüência de vibração da corda, que por sua vez de-
pende destes dois parâmetros: comprimento e tensão entre dois pontos fIXOS.
A vibração produzida na corda se manifesta ao longo da mesma na for-
ma de onda. Como as extremidades da corda são fIXas, tais pontos não vibram, e
são denominados nós de deslocamento. Se o comprimento da corda entre dois
nós consecutivos medir L, o comprimento da onda produzida será À = 2L.
A velocidade da onda na corda pode ser expressa pela relação v = À f,
onde f é a freqüência do som produzido.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 241
,
..I
,1....- - - - - -
I ------ --------
1
I
3 1
I. 2>" ~I
v= V:
onde F é o módulo da tensão aplicada às suas extremidades e I-L a sua massa por
unidade de comprimento (densidade linear de massa). Desta forma, a freqüência
de vibração da corda pode ser escrita como
v 1 fF
\
f ="2"L ="2"L V-;
Tal relação está de acordo com a fenomenologia levantada na discussão
da corda do violão, isto é, o comprimento da corda e a tensão em suas extremi-
dades determinam a sua freqüência de vibração. Quanto maior for esta freqüên-
cia, mais agudo será o som produzido. Esta relação ainda nos revela que cordas
de mesmo comprimento e igualmente tensionadas produzirão sons mais graves
na medida em que forem mais espessas. De fato, é isto o que observamos com as
cordas do violão, onde o som mais grave é obtido pela vibração da corda mais
grossa. Assim, a justificativa para que o som do cavaquinho seja mais agudo que
242 ÓPTICA
1.19. No violão existem duas cordas denominadas mi; uma mais grossa, cor-
respondente a um som mais grave, e outra mais fina, correspondente a um som
mais agudo. O fato de ambas serem denominadas mi significa que vibram com a
mesma freqüência?
Resolução:
Quando tocamos uma corda de violão, os pulsos caminham numa di-
reção, refletem-se nas extremidades fixas, formando, por interferência, uma onda
estacionária, que passa a vibrar com uma certa'freqüência (f).
A velocidade de transmissão desta onda na corda é definida pela tensão
(F) e pela densidade linear de massa (IJ. ) através da relação.
v= V:
Porém, também a velocidade de transmissão é definida como v = À f.
Portanto, a freqüência de vibração da onda estacionária pode ser expressa por:
v
f
Veja as figuras:
2
~I À 1 = 2L
As freqüências f1> f2, f4, f8, etc., que aparecem quando tocamos a nota mi
grave, têm uma importante peculiaridade: todas correspondem à nota (ou tom)
mi, sendo que f2 = 2f1 soa uma oitava acima de fi; f4 = 4f1 soa como duas oitavas
acima de fi' etc.
O braço do violão representado na figura indica três notas mi: o mi grave
(li' corda solta), o mi médio (corda presa no 2Q trasto, 3D corda) e o mi agudo
(corda presa no 5Q trasto, 5D corda) ou 6D corda solta.
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
e o
G "
o e "
C' D' E' F' G' A' B' C"
9 5 4 3 5 15 2
-
8 4 3 2 3 8
\ / \ / \ / \ / \ / \ / \ /
9 10 16 9 10 9 16
-
8 9 15 8 9 8 15
M m M m M s
9
Dó = 261,6 I-Iz Sol = - Fá = 392,4 I-Iz
8
9 10
Ré = Dó = 294,3 I-Iz Lá = - - Sol = 436 I-Iz
8 9
10 9
Mi = - - Ré = 327 Hz Si = - Lá = 490,5 I-Iz
9 8
16 16
Fá = - - mi = 348,8 I-Iz Dó = -- Si = 523,2 I-Iz
15 15
1.20. Quando um trem se aproxima de uma estação fazendo soar o seu apito,
as pessoas que o aguardam na plataforma da estação ouvem o apito mais agudo
do que aquele que ouviriam se o trem estivesse parado. Como se explica esse
fenômeno?
Resolução:
O fato de o apito se tornar mais agudo para o observador quando o trem
se aproxima está relacionado com o fato de a velocidade do som depender apenas
das características mecânicas do meio no qual se propaga.
Na figura, representamos, através de círculos, as cristas das ondas emiti-
das por uma fonte F em movimento (apito do trem). Após a emissão, a onda so-
nora se propaga com velocidade, que é determinada apenas pelo meio (no caso o
ar). Assim, a onda se expande tendo como centro a posição da fonte no instante
da emissão.
246 ÓPTICA
Exemplo quantitativo:
Suponhamos que o trem se aproxime da estação com velocidade de
20m/s, soando seu apito com uma freqüência de 500Hz, medido pelo maquinista.
Considere a velocidade do som no ar de 330m/s.
a) Qual o comprimento de onda à frente do trem?
O intervalo de tempo entre a emissão de duas cristas sucessivas é:
1 1
T = -f- = = = 2x10·3 segundos.
500
Durante este intervalo de tempo, a primeira crista avançou de:
vs.T= 330m/s. 2.1O·3s = O,66m.
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 247
c) Imagine que o trem não pare na estação e siga com a mesma velocidade,
soando seu apito. Qual a freqüência do som ouvido por uma pessoa que ficou
na plataforma? Tal som será mais agudo ou mais grave que no caso anterior?
No intervalo de tempo 2x10· 3s, o apito avança de O,04m e a onda de
O,66m. Logo, para quem ficou na plataforma, a distância entre duas cristas suces-
sivas será agora de O,66m + O,04m = O,70m.
330
Assim , f = Y....-
À = 070
, = 471 Hz.
A E
135°
B D
248 ÓPTICA
a) Determine a trajetória desse feixe até que ele saia do cristal. Justifique.
b) Um diamante lapidado é chamado brilhante. Esse nome é justificável?
Resolução:
a) Como o feixe que incide na faú AE é perpendicular a essa superfície,
não há desvio. Já na face BC, o ângulo de incidência formado com a normal a es-
sa superfície é de 45°, como podemos deduzir pela figura.
Supondo que haja refração, podemos então aplicar a lei de Snell:
nar
- - , on d e r = angu Io d e re fraçao;
A A -
sen f nv nar = índice de refração do ar;
f\, = índice de refração do vidro.
A E
~ 1
2senr - ~
o valor assim obtido para sen f não tem significado matemático, já que é
maior do que 1. Fisicamente podemos dizer que não há refração, ou ainda que o
feixe de luz, ao incidir na face BC, é totalmente refletido. O mesmo acontecerá
na face CD, pois, devido à geometria do diamante, o ângulo de incidência em re-
lação à normal a essa superfície também é de 45°.
rROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 249
A E A
B ~MH~----------~ D B
superfície superfície
totalmente totalmente
refletora refletora
Resolução:
Para que o menino veja o sapato é necessário que a luz que o ilumina
passe da água para o ar, chegando até o seu olho.
A direção de propagação da onda luminosa, indicada pelo raio de luz
que incide obliquamente na superfície de separação entre os meios, sofre desvio.
Esse desvio ocorre porque a velocidade da luz é diferente em diferentes meios.
Como o índice de refração de um meio é a razão entre a velocidade de
propagação da luz no vácuo e nesse meio, temos:
c
n c
n = -- e =--
I VI 2 v2 '
superfície
nar
da água
nágua
Procedimentos e questões:
L /
L r---
-
__ ..J
,.. d'1
252 ÓJYnCA
vidro fosco
~w
~:)
-=;:;::::;:;~~-=1 l
caixa de
papelão
o orifício da câmara deve ser pequeno, para que a foto não fique borra-
da; por isso o tempo de exposição à luz deve ser grande (30 segundos). Sua
função é impedir que todos os raios de luz que se propagam em direção à caixa
cheguem até a face onde se deseja projetar a figura.
A qualidade de uma imagem depende da quantidade de luz, e ela é níti-
da quando, para cada ponto do objeto, se obtém um único ponto imagem.
- - -- . --41-~
I
Atividade 2: Cores
1 - Fixe uma folha de papel branco na parede, posicione a caixa de forma que a
luz seja projetada no papel e acenda alternadamente cada uma das lâmpadas.
Observe e anote a cor do anteparo ao ser iluminado por cada uma das lâmpadas.
branco
vermelho
verde
amarelo
preto
Investigando os pigmentos
Em uma das laterais, faça uma bolinha em cada uma das extremidades, utilizando
uma caneta esferográfica vermelha.
2 - Faça o mesmo na outra lateral, utilizando a esferográfica azul. Na parte cen-
trai, faça uma bolinha com as duas cores, como ilustra a figura.
duas cores
. ,
pires
com álcool
Por mistura
1 - Em uma folha de papel branco pinte com as canetas hidrocor amarela e ciano
(verde-azulado), de forma que uma parte da tinta se misture, e a outra, não. Ob-
serve as regiões onde não houve superposição das tintas e onde ocorreu a mistura
das duas cores.
2 - Repita o procedimento com as canetas amarela e magenta e depois com a
ciano e a magenta. Qual a cor obtida com essas duas misturas?
amarelo
clano
magenta
Construção da caixa
Para preparar esta caixa podemos utilizar uma caixa pronta ou um caixo-
te qualquer, com aproximadamente 60cm x 40cm x 20cm, desde que esteja bem
vedado, além dos materiais listados:
- 4 lâmpadas do tipo projetora espelhada, de 40W /lOOV ou 40W /220V (depen-
dendo da voltagem da rede local), nas cores branca, vermelha, azul e verde;
- 4 bocais para as lâmpadas;
:.. . 4 interruptores de luz do tipo externo;
- 1 placa de madeira flexível (duratex, fórmica, etc.) de aproximadamente
18cm x 44cm;
- 1 plugue comum;
- 4m de fios de # lmm 2 ( # = secção);
- fita isolante.
A seqüência das figuras orienta sua montagem:
PROCESSOS LUMINOSOS: INTERAÇÃO LUZ-MATÉRIA 261
bocais
/
r l\
~~\
Placa flexível com os bocais fixados e um furo no centro, para a passagem dos fios de ligação dos
bocais.
bocal
.-- interruptor
2.1 A Seqüência
I. Maiores dela lhes sobre o olho humano são aprese ntados no apê ndice 3.
264 ÓPTICA
fig.2.la
cérebro
imagem invertida
sensação
nervo ótico
fig.2.lb
fig.2.2
fig.2.3a
fig. 2.3b
fig. 2.4
fig. 2.5
Para cada posição do objeto (1) em relação à lente (2), encontramos uma posição diferente para o
anteparo (3) em que a imagem é nítida.
fig. 2.6
Representação da distância focal de uma lente convergente. Neste caso o objeto utilizado foi uma
luminária.
fig. 2.7a
cristalino
descontraído objeto
distante
músculo
descontraído
fig. 2.7b
cristalino
contraído
objeto
próximo
músculo
contraído
fig. 2.8
A'
Imagem nítida obtida no anteparo para uma certa posição do objeto em relação à lente. O ponto A
do objeto origina um único ponto (A') no anteparo.
270 ÓITICA
fig. 2.9
Imagem desfocada devido ao afastamento do anteparo em relação à lente. O ponto A origina vários
pontos no anteparo.
figo2.10
fig.2.11
figo 2.12
"i/li!I/II!I!
Imagem desfocada devido à aproximação do anteparo em relação à lente. O ponto A origina vários
pontos no anteparo.
fig.2.13
figo2.14
fig. 2.15
visão de longe
visão de perto
·- E ",
· -·F--- P -~ ;
."
to, entretanto, a cena como um todo perde a nitidez, pois o cristalino modifica
sua curvatura e portanto sua distância focal, fazendo com que os outros objetos
da cena percam a focalização.
O olho humano normal sempre é capaz de perceber e focalizar um certo
campo de visão, dentro do qual se inserem vários objetos. Porém, ao focalizarmos
um objeto próximo, pertencente a este campo de visão, tudo aquilo que está dis-
tante, mas que nosso olho também percebe, perde a nitidez.
Dentro de nosso campo de visão sempre existirão objetos que se encon-
tram a diferentes distâncias de nossos olhos. Se alguns desses objetos estiverem
muito afastados, como a Lua ou as estrelas, por exemplo, certamente poderemos
focalizá-los, porém seus detalhes não serão percebidos. Se por outro lado o obje-
to estiver mais próximo, mas for muito pequeno, como um inseto, por exemplo,
percebemos que, apesar de podermos facalizá-Io, detalhes muito pequenos não
podem ser vistos.
Vimos anteriormente que a correção de defeitos da visão consiste em as-
sociar ao olho (que já possui um sistema de lentes) um outro tipo de lente que
permita a formação adequada da imagem na retina, fornecendo assim um a ima-
gem focalizada dos objetos.
Contudo, a associação conveniente de lentes a um olho de visão normal
(ou já corrigida) pode permitir que vejamos detalhes de objetos que a olho nu
não seriam possíveis, ou por esses objetos estarem muito distantes de nós ou por
serem muito pequenos.
Para que um olho normal possa observar tais detalhes, é necessário am-
pliar a imagem do objeto, o que pode ser conseguido através de determinados
instrumentos ópticos, tais como lupa, microscópio, retroproj etor, projetores de
filme e slide, luneta, telescópio, binóculo ... Quando um instrumento óptico desse
tipo é utilizado, o campo de visão do olho normal será necessariamente diminuí-
do, já que esses instrumentos, ao ampliar a imagem do objeto, ou parte dela, fo-
calizam apenas o detalhe que se deseja. Isso pode ser ilustrado pela seqüência de
cenas da figura 2.16, que simula a utilização de diferentes objetivas com diferen-
tes distâncias focais. A primeira cena corresponde ao que o fotógrafo enxerga a
olho nu, sem o recurso da máquina. Nas cenas seguintes, em função da lente uti-
lizada, ao mesmo te"mpo em que o campo visual vai diminuindo, a imagem das
pessoas presentes na cena passa a ser progressivamente ampli ada.
Lunetas, telescópios e binóculos são alguns dos instrumentos que nos
auxiliam a enxergar detalhes de objetos que se encontram distantes, como a Lua,
as estrelas, as montanhas e muit os outros. Em função do tipo de lentes que utili-
zam e da maneira como são associadas, esses instrumentos formam uma imagem
do objeto, como se ele se encontra sse mais próximo de nós.
Se queremos observar em detalhes objetos pequenos, como um inseto,
por exemplo, recorremos a outros instrumentos, como a lupa e o microscópio,
cuj a função é ampliar a imagem de objetos que se encontram próximos.
SISTEMAS ÓITICOS QUE POSSII3ILIl.'AM A VISÃO DAS COISAS 275
fig.2.16
-- .a.;;; ..
À medida que a distância focal aumenta, o campo de visão diminui, a mpliando o detalhe.
276 ÓPTICA
fig. 2.17
Embora a lupa forneça uma imagem ampliada dos objetos, esse instru-
mento não se presta à observação de objetos muito pequenos como células,
bactérias ... , pois nesses casos se faz necessário um aumento muito grande. Para
se obter tal aumento, são associadas duas ou mais lentes convergentes.
Esse recurso é utilizado no microscópio composto, onde uma lente con-
vergente, denominada objetiva (próxima ao objeto), de pequena distância focal
(da ordem de milímetros), é associada a uma segunda lente, denominada ocular
(próxima ao olho), que funciona como lupa.
Em relação à primeira lente (objetiva), o objeto encontra-se posicionado
entre uma e duas distâncias focais, o que permite a formação de uma imagem in-
vertida e maior. Essa primeira imagem deve estar posicionada dentro da distância
focal da lente ocular, para que esta última funcione como uma lupa, cujo objeto é
a imagem obtida com a objetiva. A imagem final fornecida pela lente ocular será
maior ainda e invertida em relação ao objeto.
1. A construção de diagramas que permitem obter geometricamente a imagem formada pelas lentes esféricas en-
contra-se descrita no final deste texto.
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSII3JUTAM A VISÃO DAS COISAS 277
fig.2.18
Representação esquemática da imagem obtida através de um microscópio composto. AB: objeto que
será ampliado; A'B': imagem obtida pela objetiva; e A"B": imagem final que é percebida pela pes-
soa.
fig. 2.19
.--
-.
.~
fig.2.20
~
. ----
lente
..
~ .
I
I
I
I
I
~ objetiva
(lente convergente)
fig. 2.22
o
n o
O
fig. 2.23
objetiva
2. A expressão matemática que fornece a ampliação o u redução oblidas pela utilização de lentes enC(l 1l1 ,o ·se no
final deste texto.
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSII3ILITAM A VISÃO DAS COISAS 281
fig.2.24
espelho plano
espelho côncavo
nesse caso dizemos que o olho "vê" a imagem que se forma em função do desvio
de luz.
Os raios de luz, posicionados na direção ortogonal às frentes de onda,
estão associados à direção de propagação de tais ondas e são úteis para represen-
tar a formação de imagens. A partir do traçado geométrico dos raios de luz po-
demos deduzir as equações matemáticas que possibilitam prever a localização e a
dimensão das imagens.
Uma vez que a imagem é interpretada pelo cérebro como sendo o pró-
prio objêto emissor de luz, enxergamos nitidamente quando a cada ponto do ob-
jeto emissor corresponder um único ponto-imagem. Contudo, nem sempre é
possível a formação de imagens nítidas. Nas lentes, por exemplo, quando a curva-
tura das suas superfícies é muito acentuada, ou quando os objetos estão próximos
e apresentam dimensões muito extensas relativamente a elas, não é possível obter
imagens nítidas. Em outras palavras, imagens nítidas só ocorrem quando as len-
tes são delgadas e quando o raio de luz incide com pequena inclinação relativa-
mente ao seu eixo principal, isto é, à reta que passa pelo centro de curvatura de
suas faces (condições de nitidez de Gauss).
fig. 2.25 a) b)
Quando o raio de curvatura (R) é muito pequeno, a cUlVatura da lente é acentuada, seja ela diver-
gente (a) ou convergente (b), dificultando a obte nção de imagens nítidas.
fig. 2.26
biconvexa bicôncava
fig. 2.27
eixo eixo
(a) (b)
Comportamento convergente da lente biconvexa (a) e divergente da lente bicôncava (b), numa si-
tuação em que o índice de refração do meio é menor que o do material que constitui a lente.
4. Além destes tipos de lentes (mais comuns) existem ainda as lentes plano-côncava, côncava-convexa e conve-
xo-côncava.
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIBILITAM A VISÃO DAS COISAS 285
fig. 2.28
(a) (b)
Representação do comportamento de uma lente biconvexa quando o meio que a envolve possui ín-
dice de refração igual ao do material de que é feit a (a); comportamento de uma lente biconvexa num
meio cujo índice de refração é maior do que o do material de que é feita (b).
eixo
(a)
F _.- .-' F
F
,------ ------.....:
.
(b)
Representação dos focos de uma lente convergente (a) e de uma lente divergente (b).
fig.2.3O
Representação do comportamento de um raio de luz que incide paralelamente ao eixo da lente con-
vergente (a) e que incide no centro da lente (b).
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIDILITAM A VISÃO DAS COISAS 287
figo 2.31
Representação da imagem formada por uma lente convergente. O ponto A' foi obtido através do
comportamento de dois raios notáveis; o ponto B' é obtido por projeção, pois o raio de luz que parte
do ponto B do objeto não sofre desvio por estar localizado sobre o eixo óptico.
. Representação da imagem formada por uma lente convergente com o objeto posicionado dentro da
distância focal (entre o foco e o centro).
Nas lentes esféricas divergentes, os mesmos raios de luz podem ser utili-
zados para determinar a posição e o tamanho das imagens formadas por esse tipo
288 ómCA
fig. 2.33
Representação da imagem formada por uma lente divergente através dos raios notáveis.
(OOI"'''I'""I~
SISTEMAS ÓITICOS QUE POSSIBILITAM A VISÃO DAS COISAS 289
fig.2.34
,-
/ ",
I \
\
eixo \
eixo
C I
\
, C
I
a)
"'-
- '- - _.-' "
b)
Tipos de espelhos esféricos: (a) côncavo, (b) convexo, onde c representa o centro de curvatu ra e R o
raio de curvatura.
fig.2.35
. .......
c
b)
Representação do comport amento dos raios de luz: (a) incidem no espelho côncavo, passando pelo seu centro de
curvatura; (b) incidem no espelho convexo.
290 ÓPTICA
fig. 2.36
a)
Representação do comportamento dos raios de luz que incidem no vértice (V) do espelho: (a) côncavo e (b) con-
vexo.
fig. 2.37
a) b)
Representação do comportamento dos raios de luz que incidem paralelamente ao eixo principal dos
espelhos (a) côncavo e (b) convexo.
fig.2.38
fig.2.39
fig. 2.40
a) b)
Representação dos raios refletidos por um espelho esférico convexo (a) e côncavo (b). Nestes casos
o foco é caracterizado por uma região borrada (sem nitidez).
fig. 2.41
v F C
_... '''r D
Reflexão dos raios de luz num pequeno arco do espelho esférico côncavo. Neste caso o foco é carac-
terizado por uma região nítida.
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIBILITAM A VISÃO DAS COISAS 293
fig. 2.42
equações é efetuada através da construção geométrica dos raios de luz e das pro-
priedades de triângulos semelhantes.
Se um objeto de altura (o) for colocado perpendicularmente sobre o eixo
principal de uma lente convergente a uma distância (do) do centro óptico da len-
te, a imagem formada terá uma altura (i) e estará situada a uma distância (di) do
centro óptico da lente.
fig.2.43
, do
,-c- -- - - - - - -- - -------- --_ , - - - - - - - - - - ...,
,
A'B' FB'
- - = - = --=---
CD CF
di - f
o f
que comparada com a equação do aumento di permite escrever:
o d2
diJ di do f.d o
--- , ou
didof di do f di do f
1 1 -
1 1 1 1
f
ou
f
+
do di do di
A'B' B'V
AB BV
5. A relação l / f. denominada vergência da lente, é medida em dioptrias quando f é dada em metros. Uma o utra
forma de determiná· la é apresentada no apêndice 4.
296 ómCA
fig. 2.44
A
A'B' B'V
, ou
AB BV o
Como na figura:
VD é congruente a AS (para espelhos em que valem as condições de ni-
tidez de Gauss pode-se desprezar a sua curvatura), o tamanho do objeto
0= VD = Ãn'
A'B' r~presenta a altura da imagem (i);
VF representa a distância focal (t);
B'F representa a distância entre o foco e a imagem e pode ser represen-
tada por (di - t),
podemos escrever:
A'B' B'F
ou
VD VF o
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIBILITt\M A VISÃO Dt\S COISAS 297
ou ainda:
dJ = di·d o- f.d o·
Dividindo todos os membros por f.d;.d o temos:
1
f
A equação do aumento e esta última são válidas para espelhos côncavos
e convexos, imagens reais ou virtuais, desde que sejam consideradas as seguintes
convenções:
1) a distância do (ou di) será positiva se o objeto (ou a imagem) for real, e nega-
tiva se for virtual;
2) distância focal será positiva quando o espelho for côncavo, e negativa quando
for convexo.
3) na equação do aumento é considerado sempre o módulo das distâncias envol-
vidas.
Exercícios Resolvidos
Resolução:
A máquina fotográfica tem alguns ajustes que possibilitam obter fotos ní-
tidas em todos os planos. Isso ocorre porque podemos variar a quantidade de luz
que atinge o filme, mudando a abertura do diafragma, e controlar o tempo de ex-
posição, por sua vez, pela velocidade do obturador. Quanto mais fechado o dia-
fragma, mais nítida será a foto para uma certa quantidade de luz, pois a abertura
funcionará como um colimador, de modo que a luz, proveniente de um ponto do
objeto, atravessará o orifício e atingirá um a região muito pequena do filmé . Nu-
ma máquina fotográfica não é necessário alterar a distância entre a lente e o ob-
jeto nem sua distância focal para se obterem fotos nítidas.
O olho dispõe de alguns recursos análogos aos da máquina, porém com
funcionamento diferente. A pupila, que tem a mesma função do diafragma, tem
abertura também variável. Entretanto, essa regulagem é limitada; mesmo a má-
xima redução da pupila ainda não seria suficiente para permitir a visão dos ob-
jetos com nitidez. Essa nitidez é obtida pela acomodação do cristalino, que se
adapta de modo a obtermos uma imagem nítida dos objetos que queremos fo-
car; os outros objetos, situados em planos diferentes, ficam "fora de foco". Se
6. Devido à difração, a abertura do diafragma pode ser reduz ida até certo limite.
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIDILIT/\M A VISÃO DAS COISAS 299
mudarmos nossa atenção para outro objeto situado mais longe, o cristalino no-
vamente altera sua curvatura para que o vejamos focado, tornando os demais
embaçados.
2.2. Uma pessoa míope, quando criança, pode, em alguns casos, ter uma
visão quase normal quando atingir a meia-idade. Por que isso é possível? Isso
também ocorreria se ela fosse hipermétrope?
Resolução:
A miopia é um defeito de visão que acarreta dificuldades para se ver
objetos distantes. Uma pessoa míope tem a imagem de um objeto formada an-
tes da retina.
À medida que essa pessoa vai envelhecendo, o cristalino do olho pode
se enrijecer, o que dificulta a sua acomodação, acarretando problemas na visão
de objetos próximos.
Esse defeito de visão, a presbiopia, tem as características da hiperme-
tropia, onde a imagem se forma "atrás" da retina. A presbiopia pode, então,
compensar a miopia, fazendo com que a imagem do objeto focalizado seja for-
mada na retina.
Para uma pessoa hipermétrope e com presbiopia, os defeitos se soma-
riam e a imagem de um objeto se formaria ainda mais atrás da retina.
2.3. A lupa é uma lente de faces convexas geralmente usada como "lente de
aumento". Usando uma lente desse tipo, é possível queimar pedaços de madeira
seca ou de papel quando nela incidem os raios de Sol. Como se explica esse fa-
to?
Resolução:
As lentes de faces convexas produzem desvio dos raios de luz prove-
nientes do Sol, convergindo-os para um ponto, que é chamado foco da lente.
300 ÓPTICA
luz do
sol
foco
Espelho parabólico
Resolução:
No telescópio de reflexão, a luz proveniente de uma estrela incide em
um espelho côncavo e é refletida em direção ao seu foco (P), onde formaria
uma imagem real da estrela. Esta luz refletida é interceptada por um pequeno
espelho plano, e desviada para o lado, formando a imagem em P'. Esta imagem
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIBILI'FAM A VISÃO DAS COISAS 301
servirá de objeto para a lente ocular, que funcionando como uma lupa, forne-
cerá ao observador uma imagem virtual aumentada em relação à produzida pe-
los espelhos.
O telescópio refletor usa espelho côncavo em lugar da lente convergen-
te dos telescópios refratores e das lunetas.
Os maiores telescópios são refletores, pois os espelhos têm custo mais
baixo, além da possibilidade de serem construídos maiores, o que é fundamental
para se observar astros muito distantes.
O custo mais baixo do telescópio de espelho deve-se a um polimento
mais simples que o da lente (uma só face) e também ao fato de o espelho ser
mais leve, o que simplifica o mecanismo de montagem do aparelho.
Uma outra vantagem é que, diferentemente das lentes, nos espelhos
não ocorre aberração cromática (dispersão da luz ao atravessar a lente).
2.5. A que distância de um objeto cuja altura é 1,Om devemos nos colocar
para fotografá-lo com uma máquina fotográfica de 3,Ocm de profundidade, que
permite fotos de 2,Ocm de altura?
Resolução:
Considerando:
altura do objeto: o = 1,Om,
altura da imagem: i = 2,Ocm = 0,02m,
distância da lente ao filme: di = 3,Ocm = 0,03m,
distância do objeto à lente: do = ?,
Então:
=? 0,02 1,5m.
o 1,0
2.6. Uma pessoa de 1,80m de altura é observada por outra, situada a 40m de
distância. Determine geometricamente a imagem formada na retina do observa-
dor e calcule seu tamanho, considerando que a distância da pupila à retina é de
0,02m.
Resolução:
Para podermos construir a imagem da pessoa na retina do observador
usaremos um esquema em que a altura da pessoa observada e sua distância ao
olho serão muito reduzidas, enquanto o diâmetro do olho será ampliado. Apesar
dessa adaptação, o esquema pode ser útil para a compreensão da formação da
imagem.
302 ÓPTICA
:
:~-------
do
--- -- -- ---- ------~
I
---- di :
----- -------;
I di I
o I do I
Considerando:
o = altura do objeto = 1,80m,
do = distância do objeto à pupila = 4Om,
di = distância da pupila à retina= 0,02m,
0,02
1,80 40
i = 0,0009m ou i = 0,9mm
A visão resulta da formação da imagem do objeto na retina. Essa ima-
gem é invertida e centenas de vezes menor que o objeto, e no entanto o "vemos"
no seu tamanho real.
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIOILITAM A VISÃO DAS COISAS 303
Resolução:
Considerando o objeto em duas posições extremas:
a) para o objeto numa posição muito distante do olho, temos:
posição do objeto: do = 00
posição da imagem: di = 2cm = 0,02m
Então:
1 1 1
--+ 50 dioptrias
f 00 0,02
1
f
1 1 1
0,02 :? -f- 54 dioptrias
f 0,25
Podemos dizer, então, que o olho humano tem uma acomodação de 4D.
Esses valores nos servem de referência quando buscamos a correção para um de-
feito de visão.
Resolução:
Considerando que o objeto se encontre a 4m do olho, temos do = 4m.
Como a distância entre a pupila e a retina é de 0,02m, di = 0,02m.
- 1
U san do a re 1açao: -f-
1
cc- 1
+ di ' temos:
304 ÓPTICA
1 1 1
f 4 + 0,02
1
0,25 + 50 = 50,250
f
Resolução:
Este é um exemplo de uma prescrição de lentes bifocais. Para o olho di-
reito é indicada uma lente divergente (-), esférica e de vergência 1,250, corri-
gindo a miopia. A essa lente deve-se associar outra, também divergente, porém
cilíndrica e de vergência 1,250, com o eixo direcionado em 180°. Na parte infe-
rior da lente, usada para leitura, deve-se adicionar, ainda, uma convergência (+)
de 1,250 em função da presbiopia, o que resulta para essa região uma lente cilín-
drica de -1,250, para a correção do astigmatismo. Para o olho esquerdo, a análi-
se da lente é semelhante à do olho direito.
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIBILITAM A VISÃO DAS COISAS 305
Resolução:
a) Pela equação geral das lentes temos:
1 1
f
+ ou
f
Este resultado indica que a distância do objeto à lente deve ser maior do
que a distância focal da lente.
A= - A
entao =
5
-0-16-5- 30,3.
o ,
A imagem obtida é maior que o objeto, invertida e de natureza real,
permitindo, portanto, projetá-la numa tela. Para que a imagem projetada seja di-
reita, torna-se necessário colocar o slide invertido no projetor.
anteparo
(tela)
diapositivo
lente
(sI ide)
convergente
di
306 ÓPTICA
2.11. Uma pessoa deseja colocar na parede de seu quarto um espelho plano,
cuja altura seja tal que ela consiga observar sua imagem por inteiro. Para que isso
seja possível, qual deve ser:
a) a altura mínima do espelho;
b) a distância a que o espelho deve ser colocado em relação ao chão;
c) a distância a que a pessoa deve se situar em relação ao espelho.
Resolução:
a) Para que a pessoa observe sua imagem, é necessário que os raios de
luz que a iluminam sejam refletidos pelo espelho e cheguem até o seu olho.
Vamos construir a trajetória dos raios que passam pelos pontos extremos
da pessoa (pés e cabeça).
espelho
/
A
------- -- ---==----
~
A'
--.= --=
O'
d
H
h
B:"I x
.! 4-4-----_.:
x
B'
I
F
H: altura da pessoa
h: distância do chão ao olho
x: distância da pessoa ao espelho
d: altura do espelho
r: distância do chão ao espelho
CO OG d x H
ou ~ d=-,
A'B' 00' H 2x 2
onde d é a altura do espelho que foi utilizado para refletir a imagem da pessoa.
Essa altura deve ser a metade da altura da pessoa.
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIBILITAM A VISÃO DAS COISAS 307
DF B'F r x h
ou -- ~ r=--,
OB B'B h 2x 2
onde r é a distância do chão ao espelho. Para que a pessoa veja sua imagem num
espelho de altura mínima é necessário que o seu extremo inferior esteja a uma
distância do chão igual à metade da altura do chão ao olho da pessoa.
2.12. Os holofotes são aparelhos que servem para iluminar intensamente re-
giões distantes; são usados em aeroportos, por bombeiros e equipes de salvamen-
to. A figura ilustra o comportamento dos raios de luz emitidos por uma fonte F .
... ....
Resolução:
A luz proveniente da fonte F incide no espelho El (os raios contínuos da
figura). Como F está no foco de El' os raios são refletidos paralelamente ao eixo
308 ÓPTICA
2.13. Coloque uma vela na frente de um espelho côncavo. Analise como e on-
de ocorre a formação da imagem quando a vela estiver:
a) antes do centro de curvatura (C);
b) no centro de curvatura;
c) entre o centro e o foco (F);
d) no foco;
e) entre o foco e o vértice (V).
Resolução:
a) Para construir graficamente as imagens, representamos abaixo o raio
que passa pelo foco e reflete paralelamente ao eixo, e o raio que incide paralela-
mente ao eixo e reflete, passando pelo foco. Desse modo obtém-se uma imagem
menor que o objeto, invertida e real, resultante do cruzamento dos raios refleti-
dos.
C
310 ÓPTICA
Resolução:
a) Uma superfície convexa diverge os raios de luz que chegam até ela. A
imagem fornecida por este espelho será virtual, obtida sempre pelo cruzamento
dos prolongamentos dos raios refletidos, como indica a figura .
eixo
C -.~-.
1
1
-1 - + -- ~ f = -3m
f 6 -2
A=
o
2 1
Como _l_ ~ A= - =
o 6 3
Nesse caso houve uma redução da imagem em relação ao objeto.
Procedimento:
1 - Com a lente dos óculos de uma pessoa que para ler um livro (sem os óculos)
o mantém a mais de 25 cm do olho, procure focalizar em uma folha de papel os
raios solares (ou de uma lâmpada) que incidem na lente.
Usando a mesma lente, verifique o que acontece com as letras de um li-
vro quando você as observa através dessa lente, movimentando-a, por exemplo,
da esquerda para a direita.
3 - Use a lente dos óculos de uma pessoa que percebe os raios da figura radial
mais negros em alguns pontos para olhar uma figura qualquer. Observe um ângu-
lo reto dessa figura enquanto mantém a lente a cerca de 50cm do olho, e a seguir
gire a lente. O que você vê?
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIDILIT;\M A VISÃO DAS COISAS 313
OD
longe:
OE
OD + xxxxxxxx
perto:
OE + xxxxxxxx xxxxxx
Lente esférica: toda luz que atinge essa lente pelo mesmo raio, em relação ao seu
centro, é desviada para um mesmo ponto. Por convenção utiliza-se o sinal + na
receita para identificar as lentes convergentes recomendadas.
O valor xxxxxxx representa a potência da lente esférica.
A prescrição de lentes para perto está de acordo com a dificuldade da
pessoa em ver objetos a pequenas distâncias?
OD - xxxxxxx
longe: x:xxx
OE - xxxxxxx
OD
perto:
OE
OD
perto:
OE
Lellte cilíndrica: apenas parte da luz que incide nesta lente é desviada, pois ela
corrige distorções de imagem decorrentes da deformação da curvatura das lentes
do olho (córnea e cristalino).
eixo: indica a direção da curvatura da lente em relação ao olho.
DNP: distância naso-pupilar: identifica a distância do centro da fronte ao centro
da pupila, que pode ser diferente para cada olho (principalmente nas pessoas es-
trábicas).
O sinal + ou - indica que esta lente, além de cilíndrica, deve ser con-
vergente ou divergente.
Quem tem visão normal deve ser capaz de ler as duas letras da linha 2 da
tabela ocular (reproduzida em 1/5 do tamanho real) a uma distância de 6m.
Os indivíduos que precisam se aproximar da tabela têm seu ponto remo-
to inferior a 6m; provavelmente têm seu ponto próximo inferior a 25cm e tiveram
de aproximar o livro a uma distância menor que esta para conseguir ler com niti-
dez.
Aqueles que conseguem ler as letras da segunda linha com nitidez, a
uma distância maior que 6m, provavelmente tiveram que afastar o livro além de
25cm para focalizar as letras com nitidez.
Estas duas situações caracterizam defeitos de visão associados a uma de-
formação no formato do globo ocular: mais alongado na primeira situação, o que
caracteriza a miopia, e mais achatado na segunda, o que caracteriza a hiperme-
tropia.
As pessoas que não conseguem ver todos os raios da figura radial (item
3) com a mesma nitidez provavelmente são portadoras de outro defeito de visão,
o astigmatismo, que é devido a uma deformação cilíndrica da curvatura das lentes
do olho (córnea e cristalino), que em uma direção são mais convexas e na outra
mais planas.
As lentes dos óculos das pessoas que para ler sem eles precisam afastar
o livro a mais de 25cm (hipermétrope) permitem focalizar a luz do solou das
lâmpadas em um papel e são denominadas convergentes. Isso não é possível com
as lentes dos óculos utilizados pelas pessoas míopes, que para ler precisam apro-
ximar o livro a menos de 25cm do olho. Nesse caso, as lentes são denominadas
divergentes.
Estas lentes podem ser identificadas ao observarmos as letras de um li-
vro através delas. Quando as movimentamos, as letras também parecerão mo-
ver-se. Se o sentido do movimento das letras é idêntico ao das lentes, estas são
divergentes; se for oposto, são convergentes.
Para identificar a lente utilizada na correção do astigmatismo, observa-
mos com ela um ângulo reto de uma figura e a giramos; isso deformará o ângulo
observado.
Antes de pôr em prática essa atividade, o professor deve examinar os
óculos dos alunos, e se não tiver os três tipos, solicitar a eles que tragam lentes e
receitas de outras pessoas.
316 ÓPTICA
'"
="·::-=:'E
1
~ F P ~2
· T o Z rr. 3
" L P E D ~~ 4
i PECFD = 5
li E D F C Z P ~
6
... F E L O P Z D no
m;;
7
;; DEFPOTEC ~ o
iiiii
8
~ L E r o II P C T "" 9
.....".
~ r 1) p L T C E o ~
10
~ P E • o L c r T D "O
11
Tiiõõ
tampa
da caixa lâmpada
sem
filamento
água
3 - Fixe o outro soquete em uma das laterais da caixa, conectanoo-o ao fio e este
ao plugue que será ligado à tomada. Rosqueie a lâmpada de 60W nesse soquete.
Na lateral oposta à da lâmpada, faça um orifício na altura da lente, como ilustra a
figura:
-----
slide
suporte
318 ÓPTICA
<
1 - Junte dois espelhos planos com fita crepe, formando um ângulo de
loque um objeto entre eles e verifique o número de imagens formadas.
9()0. Co-
4 - Prenda com fita crepe três pedaços de espelho plano, cada um deles com
cerca de 30cm por 3cm, mantendo a parte espelhada voltada para dentro, como
ilustra a figura abaixo.
30cm
fita
, fita crepe
7:dro crepe
SISTEMAS ÓPTICOS QUE POSSIBILITAM A VISÃO DAS COISAS 319
espelhos
fundo
semi-
transparente
.,,
I
/ ···
~~~~\"papel colorido
com papelão
furo
Nota:
o número (N) de imagens produzidas por dois espelhos pode ser deter-
minado algebricamente (quando se conhece o ângulo a entre eles) através da
expressão N = 3~O -1, válida quando a relação 3:;0 for um número par.
Quando a relação for um número ímpar, a expressão é válida apenas se o objeto
se localizar no plano bissetor do ângulo a .
Amarelo
Efeito físico: Absorve os raios do azul-violeta e do ultravioleta.
Efeito prático: Escurece o azul do céu, destacando as nuvens. Conserva os tons
naturais quando se fotografam cenas sobre a areia ou neve com luz do sol e céu
azul.
Amarelo~scuro
Efeito físico: Absorve os raios do ultravioleta, do violeta e a maioria dos raios
azuis.
Efeito prático: Clareia objetos amarelados e vermelhos, tais como as flores. Es-
curece a água nas cenas marinhas e o azul do céu, destacando os objetos de pri-
meiro plano e as nuvens. Aumenta o contraste e a textura nas cenas de areia ou
neve, sob luz do sol e céu azul.
Vermelho
Efeito físico: Absorve o ultravioleta, o azul-violeta, o azul e o verde.
322 ÓPTICA
Efeito prático: Clareia objetos vermelhos e amarelos, escurece a água e céu azuis.
Elimina névoa, dá mais contraste ao cenário.
Vermelho-escuro
Efeito físico: Absorve o ultravioleta, o azul-violeta, o azul, o verde e o verde-ama-
relado.
Efeito prático: Produz céu quase negro e acentua o branco das nuvens.
Verde
Efeito físico: Absorve o ultravioleta, o azul-violeta e o vermelho.
Efeito prático: Clareia folhagens e escurece o céu, sem deixar muito pálidos os
tons claros de pele.
Azul
Efeito físico: Absorve os raios do vermelho, do verde, do amarelo e do ultraviole-
ta.
Efeito prático: Clareia objetos azuis, acentua a névoa e a bruma.
Neutro
Efeito físico: Suprime uma parte de todas as cores visíveis.
Efeito prático: Reduz a exposição quando se fotografa uma cena brilhante, sob a
luz do sol, com fUme de alta sensibilidade.
Ultravioleta
Efeito físico: Suprime a luz ultravioleta.
Efeito prático: Elimina a névoa. Fornece resultados mais nítidos.
Além dos filtros de cor, existe um outro tipo que permite eliminar a
porção de luz refletida por superfícies transparentes, como o vidro e a água. A
perturbação que constitui a luz correspondente a tais reflexos ocorre numa única
direção. Desse modo, a luz refletida pode ser "eliminada" por um filtro denomi-
nado polarizador, que, ao absorvê-Ia, evita que se produza um efeito indesejado
na fotografia.
APÊNDICE 2 - FONTE LASER
Antes Depois
El ------- absorção estimulada por in-
Eo --.--- cidência de fótons ou choques
/
El --..--- emissão espontânea
Eo ------- ----. ~
'---
El --.. ---
~
Eo ------- ---
-----
-----e----
emissão estimulada pela passa-
gem de um fóton de mesma
energia
Nestas situações, a energia do fóton corresponde à diferença das energias associadas aos níveis EJ e Eo de energia
do átomo ou molécula,
cavidade
ressoadora
(.. ) •
:~ee:eeee::
'. : meio
1. Com a descoberta dos vários meios, temos hoje fontes laser com as mais variadas energias, desde radiações in-
fravermelha até ultravioleta,
APÊNDICE 325
espelho 1 espel ho 2
~ 1-1.=:_....:::"----=
a) fonte desligada
: _....::::.....-_:.;;.. . ,1 I I
b) início do bombeamento (absorção es-
timulada)
nível excitado
nível metaestável
decaimento
estimulado laser
----------------------------------------------------------------_!_---- nível fundamental
A radiação emitida por fonte laser, qualquer que seja a forma de ob-
tenção, tem seu uso cada vez mais consolidado. No processamento de materiais,
através de aquecimento localizado, por exemplo, o laser é utilizado para cortar,
soldar ou perfurar metais. Na medicina, substitui o bisturi nas operações cirúrgi-
cas, sendo utilizado para cauterizar, romper, abrir ou fechar tecidos humanos.
Nas telecomunicações, o uso do laser através de fibras ópticas permite uma gran-
de ampliação na precisão das informações transmitidas.
Em função da coerência, da monocromaticidade e da colinearidade dos
fótons do laser, estas fontes permitem detectar com precisão o efeito Doppler, o
espalhamento e a absorção, o movimento dos ventos, dos materiais situados abai-
xo do solo, os poluentes atomosféricos e até vazamento em oleodutos.
APÊNDICE 3 - O OLHO HUMANO
esclerótica
retina
pupila neIVo
ótico
córnea
transparente
humor
humor
vítreo
aquoso
cristalino
terço restante do desvio responsável pela focalização na retina. Isto ocorre devido
à diferença entre o índice de refração do cristalino (n = 1,38 a 1,41) e do humor
aquoso (n = 1,33) que o precede, e à sua curvatura.
A importância maior do cristalino não está em desviar a luz, mas sim em
acomodar-se para focalizar a luz na região da retina mais sensível à luz. Em sua
trajetória no olho, após atravessar o cristalino, a luz passa pelo humor vítreo, uma
substância clara e gelatinosa que preenche todo o espaço entre o cristalino e a re-
tina, sendo seu índice de refração igual a 1,33. Nesta passagem a luz sofre peque-
na divergência, uma vez que sai de um meio mais refringente para entrar num
meio menos refringente.
Finalmente, após atravessar os meios transparentes do olho, a luz atinge
a retina, uma "tela" sobre a qual deverá se formar a imagem, que, decodificada
pelo sistema nervoso, permitirá a visão das coisas. É uma camada fina, com es-
pessura aproximada de O,5mm, rosada, e constituída de fibras e células nervosas
interligadas, além de dois tipos especiais de células que são sensíveis à luz: os co-
nes e os bastonetes, cujos nomes estão relacionados à forma que apresentam.
Estas células, denominadas fotossensíveis, são as responsáveis pela con-
versão da luz em impulsos elétricos, que serão transmitidos ao córtex cerebral.
Tal sensibilização é explicada pela ação da luz, cuja energia é responsável pela
ação química e elétrica que se desencadeia nas células fotossensíveis; os detalhes
dessa ação ainda são controvertidos, especialmente ao nível fisiológico.
Na constituição da retina existe ainda uma camada de células pigmenta-
das que têm por função absorver a luz depois que esta impressiona as células fo-
tossensíveis, impedindo que seja refletida e difundida, o que viria a prejudicar a
nitidez na retina.
A falta desta camada pigmentada faz com que os raios luminosos sejam
refletidos em todas as direções no interior do olho, causando iluminação difusa
na retina, sem o contraste de pontos claros e escuros necessários à formação de
boas imagens. Essa anomalia ocorre com os indivíduos albinos, que não possuem
pigmento melânico no organismo. Isto faz com que a visão dos albinos, mesmo
com os melhores meios de correção óptica, raramente ultrapasse 1/5 ou 1/10 da
normal.
A percepção das cores pelo olho humano está relacionada com a ab-
sorção da luz pelas células denominadas cones, que se encontram na retina.
O processo através do qual tais células são sensibilizadas não é ainda
bem conhecido. Acredita-se que a capacidade de discriminação de cores pelo
olho esteja relacionada com diferentes elementos fotossensíveis contidos nos co-
nes.
Ao que parece, tais elementos são de três tipos, sendo cada um deles
sensível a uma determinada faixa de energia, que corresponde majoritariamente
ou ao azul, ou ao verde, ou ao vermelho. A visão das outras cores é explicada pe-
la estimulação simultânea e em graus distintos dos elementos fotossensíveis.
Outro problema que se observa em algumas pessoas é o daltonismo, que
consiste na incapacidade de esses três tipos de cones se sensibilizarem pela ação
330 ÓPTICA
da luz. Podem ocorrer problemas nos três tipos, o que acarreta uma incapacidade
total de percepção às cores (sendo menos freqüente), como também em 'somente
um ou em dois tipos de cones, o que acarreta uma percepção parcial das cores.
APÊNDICE 4 - DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO
DOS FABRICANTES DE LENTES
onde:
f representa a distância focal,
n o índice de refração relativo do material de que é constituída a lente e do meio
em que se encontra a lente,
rI e r2 os raios de curvatura das superfícies.
Tal equação é conhecida como equação das lentes delgadas ou equação
dos fabricantes de lentes, porque permite determinar a distância focal de uma
lente em função dos raios de curvatura e dos índices de refração do material da
lente e do meio em que ela está inserida.
1. Ao aplicarmos essa equação, devemos obedecer às seguintes convençóes: os raios de curvatura das faces cônca·
vas são negativos e os das faces convexas são positivos. As faces planas têm raios infinitos.
332 ÓPTICA
meio 1 meio 2
8 1 =a+13 (1)
8 2 = 13 + Ô (2)
APÊNDICE 333
(4).
(5).
ex+j3
(6).
13+0
ou
BO BO BO
ex= - - , I3=--eo = - - ,
~ rI ~
ou
334 ÓPTICA
(8).
Esta equação valerá sempre que a luz for refratada por superfícies esfé-
ricas, supondo apenas raios que incidem com pequenos ângulos. Em outras pala-
vras, esta equação pode ser aplicada para determinar imagens em superfícies re-
fratoras que obedeçam às condições de nitidez de Gauss.
Considerada a formação de imagens numa das faces, é necessário, agora,
verificarmos a refração na 2~.
------ . i-------~
I
li
I di 1 Q .t' I
: d oi : di! I
1 n
= ou + (9).
APÊNDICE 335
n 1
(n-l)
rl
ou (n-l)(-1 + _1 )
rl r2
1
f
= (n-l) (-.L + _1_)
rl r2
APÊNDICE 5 - O ÁTOMO DE HIDROGÊNIO
MODELO DE BOHR
associada (El 13,6 e V)I. Tal raio e tal energia correspondem ao estado fun-
damental do átomo de hidrogênio. Para outras órbitas, os raios e as ener-
gias são determinados respectivamente pelas relações: Rn n2 Rl e
E n = -13,6
- 2 - eV, que trazem Incorpora
. da a I'd"ela de quantIzaçao
. - das or
'b'Itas, on de
n
n = 1, 2, 3... representa os diversos níveis de energia, e o sinal (-) indica que o
elétron não possui energia suficiente para escapar do átomo; à medida que n
cresce, o valor En aproxima-se de zero, ou seja, o elétron fica cada vez menos
preso ao átomo, no limite, quando n ~ 00 , E 00 = O.
1. Um elétron - Volt (I eV) é a ene rgia a 1,6.10-19 Jo ules, e corresponde à energia necessária para que um elé-
tron atravesse, no vácuo, uma região que apresente uma voltagem (tensão) de I Volt .
EXERCíCIOS COMPLEMENTARES
c.1. Num fim de tarde em que o Sol aparecia um pouco acima do nível do
mar, produziu-se uma cena de bastante luminosidade. Um fotógrafo, desejando
fotografar a cena para a qual seria adequado o ajuste f/11, 1/250s, escolheu uma
outra ajustagem e obteve uma foto com o céu e o mar escuros e o Sol bem bri-
lhante. Como ele conseguiu esse efeito ao modificar a abertura do diafragma e o
tempo de exposição?
Resolução:
Como o céu e o mar apareceram escuros e apenas o Sol apareceu bri-
lhante, a entrada total de luz na câmara foi menor que a do ajuste indicado.
O fotógrafo pode ter diminuído a abertura do diafragma e também o
tempo de exposição. Desse modo, a luz do Sol que atingiu o filme foi suficiente
para criar o efeito de contraste, "escurecendo" o céu e o mar.
Resolução:
Se o fotógrafo não desejar nitidez no que está atrás do motivo, ele deve
abrir todo o diafragma e usar uma velocidade alta. Caso contrário, se desejar ni-
340 ÓPTICA
tidez também no fundo, deve usar uma abertura menor e, para conseguir a mes-
ma luminosidade, usar um tempo maior de exposição.
Resolução:
Um filme é tão mais sensível quanto maior for a quantidade de brometo
de prata, que é separada em bromo e prata pela ação de uma certa quantidade de
energia luminosa. Os filmes mais sensíveis são aqueles que requerem pouca lu-
minosidade ou menor tempo de exposição à luz para impressioná-los e produzir
uma boa foto, enquanto os menos sensíveis necessitam de maior luminosidade ou
maior tempo de exposição à luz para o mesmo resultado.
Existem duas escalas de sensibilidade que caracterizam os filmes foto-
gráficos: uma de origem americana, que indica a sensibilidade em ASA, e outra,
alemã, que indica em DIN.
Nas escalas abaixo, a sensibilidade é tanto maior quanto maiores forem
os valores.
ASA: 100, 200, 400, 800, 1250, 2000
DIN: 21, 24, 27, 30, 32, 34
C.4. Discuta por que num dia muito quente os passageiros de um automóvel
podem ver a estrada "molhada" e quando se aproximam do local verificam que a
"água" desapareceu.
Resolução:
O fenômeno das "poças d'água" nas estradas, nos dias muito quentes,
está associado à absorção da luz pelos materiais, e conseqüentemente ao aqueci-
mento do ar em contato com eles.
Numa estrada, há uma grande absorção de luz pela superfície, e a trans-
formação da energia luminosa em energia térmica provoca o aquecimento do ar
em contato com ela.
A camada de ar em contato direto com a superfície da estrada, ao se
aquecer, torna-se menos densa que as camadas superiores e sobe por convecção,
sendo substituída por uma nova camada de ar mais frio. Em dias muito quentes,
EXERCíCIOS COMPLEMENTARES 341
esse processo ocorre continuamente, o que faz com que o índice de refração da
camada de ar em contato com a estrada seja sempre menor do que os das cama-
das superiores.
Isso faz com que a luz que se propaga obliquamente em relação à estra-
da sofra uma alteração em sua trajetória, pois ao atingir a camada de ar em con-
tato com ela (índice de refração menor que o da camada anterior), retorna para
as camadas anteriores da atmosfera antes de atingir a superfície, caracterizando o
que se denomina reflexão interna (ou reflexão total).
Em uma situação como esta, a luz que provém de um objeto qualquer
pode chegar aos olhos de um observador através de dois caminhos distintos, ou
seja, sofrendo ou não desvios em sua trajetória.
Nesse caso ele verá o mesmo objeto duas vezes, tendo a impressão de
que o objeto foi refletido. Ao mudar de posição, muda também o ângulo de visão
do observador, e a imagem produzida por reflexão total desaparece.
As poças d'água que vemos nas estradas são as imagens do céu formadas
por reflexão da luz na camada de ar em contato com a superfície da estrada.
Esse fenômeno, conhecido como espelhismo ou miragem, é também
comum nos desertos, onde o ar, em contato com a areia, está a uma temperatura
bastante alta.
Resolução:
A bandeira francesa, sob luz branca, é branca, azul e vermelha.
Sob luz vermelha, ela vai aparecer vermelha em dois tons e preta, por-
que a parte de pigmento azul absorve toda a radiação vermelha, não refletindo
nenhuma luz e parecendo preta.
342 ÓPTICA
/
azul
~ branco L /
\
~, ./
I I
,.
, --
/ ~ (I í
luz
vermelha ,
,/ \
-./
\ ') :
luz
branca
I
--li>
"\c : -
-,
./ \..;
,
I
-
,,1_
,1/
/ .
/;f
I~
I
-
I -
-
I
\
,
..... /
~ . ~- -
.
;:.-----
~~ln~ ~-----""~' .,
C.6. Um vitrinista deverá iluminar uma vitrina de fundo branco, onde estão
expostas roupas pretas. Que tipo de iluminação ele deverá usar para realçar a
mercadoria exposta?
Resolução:
Como o preto absorve grande parte da luz recebida, uma maneira de
realçar as roupas expostas é destacar o fundo da vitrina sem alterar a cor das
roupas.
Se a vitrina for iluminada com luz branca, podemos considerá-la bem
iluminada, pois o fundo branco reflete praticamente toda a luz, destacando as
roupas que são pretas.
Um outro tipo de iluminação que pode ser utilizado são as lâmpadas que
produzem luz de cores que vão desde o branco-azulado até o azul. Isso porque
quando a luz incide no fundo branco ele reflete um pouco de azul, provocando a
sensação de branco-azulado. É essa a sensação que temos quando observamos as
roupas brancas lavadas com anil. As roupas pretas refletem um pouco de luz azul,
pois para compor o preto são utilizados pigmentos amarelo, magenta e ctano
(verde-azulado), o que provoca a sensação de que são mais escuras.
Resolução:
Diversos produtos comercializados nos grandes supermercados trazem
em suas embalagens uma figura composta por listas finas e grossas, geralmente
negras e de dimensões reduzidas. Tais figuras guardam informações que podem
ser interpretadas por leitoras ópticas acopladas às caixas registradoras.
~
- . ~",,,
~
..........iir:riiIlll1!
...."' ..
'. _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
onde os impulsos elétricos são enviados a uma impressora. Esta nos devolve um
bilhete com os números que escolhemos.
O sistema de operação e reprodução do som nos filmes de cinema
também se baseia praticamente no mesmo funcionamento dos sistemas anterio-
res. Existe na máquina de projeção uma lâmpada especial (normalmente com
uma lente para dirigir perfeitamente os raios de luz) e uma célula fotoelétrica. O
som é registrado por processo fotográfico sobre uma superfície sensível (filme),
provocando regiões borradas ou estrias acinzentadas. A luz da lâmpada atravessa
essas regiões e é captada pela célula, onde é transformada em impulso elétrico,
que por sua vez é enviado a um amplificador e alto-falantes.
comprimento
400 500 600 700
, -_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _--, da onda (nm)
monocamada de clorofila
--- - - - - - - - - solução de clorofila a em benzeno
1. Espcctroscópio: instrumento destinado 8 forr,nar espectros de radiação, baseado na dispersão desta por um
prisma ou por urna rede de difração.
2. Monocamadas de clorofila: agrupamentos de moléculas de clorofila com a espessura de uma molécula.
EXERCÍCIOS COMPLEMEl\'TARES 345
Resolução:
Os resultados obtidos são muito próximos. Tanto a clorofila extraída do
espinafre como as monocamadas de clorofila apresentam um pico de absorção na
região do vermelho (comprimentos de onda próximos de 650nm e de 670nm) e
outro pico de absorção na região do azul (comprimentos de onda próximos de
430nm e de 450nm). O restante do espectro é refletido, e dará como resultado os
vários tons da cor verde, característicos do pigmento.
Resolução:
Suponhamos que o barco navegue com velocidade de 18 nós (aproxima-
damente lOm/s). A velocidade do ultra-som na água é de 1.450m/s.
A distância a que o barco se encontra do obstáculo, no instante em que
recebe o pulso refletido por este, depende, como mostraremos, da velocidade do
ultra-som na água, da velocidade do barco e do intervalo de tempo entre a
emissão e a recepção do ultra-som. A figura abaixo representa as posições do
barco nos instantes da emissão e da recepção do sinal.
->
~---------------~ ------------~"'-
, ~, ~
I
d
~~~~.
~
:. -V
,-
I b
,
__--____A ~:::>6-L---_--3_ '
'- ~~~:~--------t-~ : x: d-x f'V ,@t:
I
d =( V
s
: vb ) . 6t ~d=( 1450 + 10 ).3
2
= 2.190m
Resolução:
Quando se compram cordas para violão, observa-se que elas já contêm
uma indicação da nota musical correspondente. No entanto, a nota musical só
será obtida se a corda for devidamente tensionada.
Em geral, as três cordas "de cima", mi, lá, ré, são feitas de aço e náilon.
A mais grossa corresponde à nota mi, que produz o som mais grave do violão,
enquanto o lá e o ré, nessa ordem, produzem sons mais agudos. Tais cordas são
colocadas de cima para baixo ordenadamente, da mais grave para a mais aguda.
As três cordas "de baixo", sol, si, mi, são feitas ou de aço ou apenas de
náilon, e também estão colocadas na seqüência da mais grossa para a mais fina,
onde o som mais agudo é o da última corda e corresponde à nota mio
Quanto mais tensionada a corda do violão, mais agudo fica o som emiti-
do por ela; sua freqüência aumenta, pois a velocidade com que os pulsos percor-
rem a corda também aumenta. Quanto menos tensionada, menor a velocidade de
propagação dos pulsos, provocando sons mais graves, de menor freqüência.
Para se afinar um violão é necessário ter um "bom ouvido", pois é preci-
so comparar sons emitidos por duas cordas. Um "bom ouvido" pode perceber
quando esses sons são "iguais", o que ocorre quando as cordas vibram com a
mesma freqüência.
A afinação da corda lá (2~ corda de cima para baixo), que servirá como
referência para afinar as demais, pode ser feita através de um diapasã04 . O som
produzido pela vibração do diapasão é "comparado" com o produzido pela vi-
bração da corda lá, que deve ser adequadamente tensionada através da cravelha,
4. o diapasão que fornece a nota lá vibra com a freq üência de 436 hertz.
EXERCÍCIOS COMPLEMENfARES 347
até que ambos os sons sejam percebidos da mesma forma, ou seja, a freqüência
com que vibra a corda deve ser a mesma do diapasão. Pelo ajuste adequado da
tensão, as demais cordas podem ser afinadas de modo a se obter, com a vibração
das cordas soltas, a seqüência de notas musicais mi, lá, ré, sol, si, mi, típica do
violão.
C.U. Se a última corda (mi) do violão quebrar, pode ser substituída por uma
outra corda qualquer?
Resolução:
O fato de as cordas do violão serem mais finas ou mais grossas determi-
na menor ou maior concentração de massa por unidade de comprimento em toda
a extensão da corda.
Se todas as cordas forem submetidas à mesma tensão, o pulso se propa-
ga nas cordas de modo diferente, pois a velocidade de propagação depende das
características do meio físico em que a onda se propaga.
A relação entre a velocidade de propagação da onda, a tensão e a densi-
dade linear da corda é expressa matematicamente por:
v= V:
onde: v é a velocidade de propagação do pulso na corda,
F é a tensão à qual a corda está submetida,
J.L é a concentração de massa por unidade de comprimento.
C.12. Uma pessoa que se encontra sentada à borda de uma piscina é observa-
da por uma outra, que está submersa na água. A posição da pessoa fora da água,
vista por aquela que está submersa, corresponde à posição que ela realmente
ocupa? Explique.
348 ÓPTICA
Resolução:
A direção da onda luminosa, representada pelo raio de luz que ilumina a
pessoa sentada na borda da piscina, incide na superfície da água obliquamente,
como ilustra a figura.
Levando em conta que n l < n2, podemos concluir que sen i > sen f, ou,
ainda, que i > Ar.
Desse modo, a pessoa submersa vê aquela que está fora da água numa
posição acima da real.
Resolução:
Cálculo da energia
Cálculo da freqüência
1,9.1,6.10.19 = 6,63.1O·34 .f
3,04.10.19 = 6,63.1O·34 .f
f= 4,6.10 14Hz
À .4,6.1014 = 3.1OS
À = O,6521.1O·6 m ou 6521 Â
mer, saem todas na região do visível. Existem outras séries que aparecem na re-
gião do ultravioleta (Lyman para n=1) e no infravermelho (Paschen para n=3,
Bracket para n = 4 e pfund para n = 5).
Resolução:
Para ionizar o átomo de hidrogênio, é necessário levar o elétron da pri-
meira órbita para a órbita mais afastada do núcleo. As energias associadas à pri-
meira órbita e à órbita mais afastada do núcleo no átomo de hidrogênio são, res-
pectivamente, -13,6 eV e zero. A diferença de energia entre esses dois níveis é:
°
Er-Ej = -(-13,6)= 13,6eV
Assim, se um átomo de hidrogênio absorver um fóton cuja energia seja
13,6 eV, ele se ionizará.
C.15. Diversos são os tipos de radiações conhecidos. Dentre elas, a luz visível é
a única capaz de sensibilizar a nossa retina, permitindo-nos ver os objetos. Para
que as outras radiações sejam "percebidas", há necessidade de outros tipos de
sensores, que podem ser de natureza tecnológica ou não.
Embora todas essas radiações possam ser interpretadas segundo o mo-
delo onda-partícula e as energias dos fótons correspondentes calculadas com a
mesma relação E = h.f, as radiações cuja ordem de grandeza de energia estão
abaixo da energia da luz visível caracterizam-se por apresentar "mais" a sua na-
tureza olldulatória, enquanto as radiações cuja ordem de grandeza de energia
estão acima da energia da luz visível caracterizam-se por apresentar "mais" a sua
natureza corpuscular.
1) Com base na relação E= h.f, determine a energia associada a fótons que pos-
suam as seguintes freqüências:
a) 60Hz; b) 1450Hz; c) 125x106Hz; d) 5.1014Hz; e) 3x1017 Hz.
2) Baseando-se no espectro de radiação contido no texto, identifique as radiações
associadas às energias dos fótons calculadas no item anterior.
Resolução:
1) a) E = h.f, onde h= 6,63xlO·34J.s é a constante de Planck e f a freqüência
do fóton.
Ea = 6,63xlO·34J.s . 60Hz= 3,98x10·33J. Como 1eV = 1,6xlO-19J,
3,98xlO-33J corresponderá a aproximadamente 2,5xlO-14 eV.
b) E,,= 6,63xlO-34J.s. 1450Hz = 9,61xlO-31J, que corresponde a
6,OxlO-u eV.
c) Ec = 6,63x10-34J.s. 125x106Hz = 8,28x10-26J, que corresponde a
5,2x10-7 eV.
d) Ed = 6,63x10- 34J.s. 5x1014Hz = 3,3xlO-2oJ, que corresponde a 0,21 eV.
e) Ee = 6,63x10-34J.s. 3x10 17 Hz = 2,0x10-17J, que corresponde a
1,25x1ü2 e V.
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 351
C.16. Quando a luz correspondente a uma determinada cor penetra num vidro
cujo índice de refração é n == 1,5, sua freqüência não muda, mas o seu compri-
mento de onda e velocidade, sim_
a) Qual é a freqüência da luz verde com um comprimento de onda no ar de
525nm? (1nm == 1O-9m)
b) Qual é a velocidade dessa luz no vidro?
c) Qual é o comprimento de onda dessa luz no vidro?
Resolução:
v
a) f = -onde v é tomado como a velocidade da luz no ar (ou no vácuo) ==
À
3,Ox1OSmjs.
3x1OS
f == ---=::..:..::.::.=---
9
=> f == 1,75 x 1013Hz
525 x 10-
v2
c) f=- À
2 = 1,14 . 10-5 m , que é o comprimento de onda da luz ver-
À2
de no vidro.
C.17. A pupila do olho de um gato, ante a luz do Sol brilhante, é uma estreita
fenda_ Na escuridão, ela quase cobre o olho. Por que um gato pode ver melhor
que nós à luz fraca?
Resolução:
A pupila é o orifício da parte colorida do olho, a íris_ Parte da luz que
chega à íris é refletida e parte dela penetra no olho através da pupila, atingindo a
retina. Quando a intensidade da luz é muito grande, a pupila diminui, controlan-
352 ÓPTICA
do assim a quantidade de luz que deverá atravessá-la. Quando a luz é muito fra-
ca, a pupila aumenta, fazendo com que mais energia luminosa atinja a retina.
A musculatura da íris do olho do gato é mais flexível que a do olho hu-
mano, o que faz com que sua pupila se transforme numa estreita fenda à luz do
Sol, ou cubra quase toda a íris, no escuro.
Num lugar pouco iluminado, um gato consegue ver melhor que um ho-
mem, porque, ao dilatar mais facilmente sua pupila, deixa penetrar maior quanti-
dade de luz no seu olho.
C.lS. Um objeto de 10cm de altura está situado a 15cm do centro de uma len-
te convergente, cuja distância focal é lOcm. Construa a imagem desse objeto nes-
sas condições e determine sua distância em relação à lente e sua altura.
Resolução:
Para construir um ponto imagem, são suficientes apenas dois raios notá-
vels.
A figura , quando construída em escala, nos fornece tanto a posição como o tamanho da imagem.
1 1 15-10
10 15 150
30
10 ~ ~ i = 20cm. A imagem é real e invertida.
para 00 -3,25 - - - -
longe - 62mm
OE -3,25 - - -
para 00 - - - - -
perto OE - - - - -
Resolução:
Através das informações da receita, temos:
vergência da lente= -3,250.
Utilizando a relação:
Vn = Vo + VL' onde Vn é a vergência do olho normal, Voa vergência do
olho em questão e VL a vergência da lente
50 = Vo + (-3,25)
Então:
Vo = 53,250
A partir dessa informação, podemos obter a posição do ponto remoto
dessa pessoa. Considerando que a posição da imagem é a distância entre o crista-
lino e a retina (di = 2cm = 0,02m) e Vo = l/f, temos:
1 1 1 1 1
f
+ ~ 53,25 = + 0,02
do di do
1
= 3,25 ~ do = 30,7 cm
do
Resolução:
Para determinarmos a vergência do olho usaremos a relação:
354 ómCA
1
f
1 1
f 0,50
1
= 520.
f
Resolução:
Consideremos a "equação dos fabricantes de lentes"6, que relaciona a
distância focal (f), o índice de refração do material (n) e os raios de curvatura da
lente (RI e R 2) :
1
= (n-1) ( _ 1 + _1 )
f R1 R2
C.22. Um fotógrafo, com uma câmara cuja lente possui 5cm de distância focal,
fotografa um objeto que se encontra a 50 m de distância. Um segundo fotógrafo,
situado a 1 quilômetro do objeto em questão, deseja obter um negativo oride a
imagem tenha o mesmo tamanho daquela obtida pelo primeiro fotógrafo. De-
termine a distância focal da objetiva da câmara que deve ser usada para essa fina-
lidade.
Resolução:
Nas duas situações pode-se considerar que a imagem se forma no plano
focal da objetiva, dada a grande distância do objeto à lente (respectivamente 50m
e 1km). É como se os raios de luz chegassem paralelos à objetiva (objeto no infi-
nito ).
filme
F2
5 1
A1 =
5.000 1000
1
1.000 1.000
Resolução:
a) O esquema abaixo representa a formação das imagens no microscópio.
EXERCÍCIOS COMPLEMENfARES 357
A posição da imagem ip fornecida pela objetiva, pode ser calculada pela equação
dos pontos conjugados:
1
f
onde do = 1,2 cm
fI = 1,0 cm.
Assim,
1 1 1 ::;. 1
--+
1 1,2 d. d.
'I 'I
C.24. Uma luneta astronômica simples é constituída por duas lentes conver-
gentes com distâncias focais de 60cm (objetiva) e 1,5cm (ocular). A imagem de
um astro, observada através desse instrumento, forma-se a 43,5cm da ocular.
Nessas condições, determine:
a) o comprimento do tubo que constitui a luneta;
b) o aumento linear transversal fornecido pela luneta.
Resolução:
a) Esquematicamente, a formação da imagem pode ser assim represen-
tada:
---
00 o
como fI = 60cm
d02 = 1,45cm
60
= 40 vezes.
1,5
C.25. Conforme já observamos, para que uma pessoa veja a sua imagem intei-
ra num espelho plano é necessário que o espelho seja de um tamanho igual à me-
tade da altura da pessoa. Se o espelho retrovisor de um carro fosse plano, esta
também deveria ser sua altura para que o motorista do carro pudesse ver a ima-
gem de um outro veículo que dele se aproximasse?
Resolução:
Quando uma pessoa se vê em um espelho, ela é o objeto e o observador.
No caso do espelho retrovisor, O objeto é um carro e o motorista é o observador.
A luz proveniente do carro será refletida pelo espelho e chegará aos olhos do mo-
torista.
f~ ~ ~ ~ -- -,- ----------------------------- I
~~ ~ h
- "d
obselVador
h = altura do objeto
d = tamanho do espelho
Resolução:
Inicialmente usamos a fórmula que relaciona os tamanhos da imagem e
do objeto com as distâncias da imagem ao espelho e do objeto ao espelho:
do = lcm
0= O,Scm
i = 0,6cm
o
--ºL
0,5
Id 1= 1,2 em.
i
1 1 1 1
+ ---:---:::-- f = 6cm.
f f 1 -1,2
Observe que o objeto está entre o foco e o vértice do espelho, região on-
de se consegue imagem ampliada, virtual e direita.
Resolução:
Quando a luz que ilumina o objeto incide perpendicularmente na su-
perfície do vidro, parte dela é refletida e parte atravessa a superfície, sem se des-
viar. Se esses raios de luz chegarem até o observador, ele verá o objeto na sua po-
sição real.
objeto
es~~:ra
(e)
I
~----~--------~
obselVador
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 361
o -
L
____ -+_~~___......Jl esp~~ura
vidro
(e)
d
sen (i-f) = (1)
AC
No triângulo ABC:
e
I
I
I
. vidro I
ar
I
I B
I
I
I
I
I
I
Resolução:
Pela figura, i + e = 90° ~ i = 90° - e
A lei de SnelI, aplicada a este caso, nos dá:
cos e 1
sen 90° 1,52
cose = 0,655
e = arc cos 0,651 ~ e = 48,8°
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANDERSON, Edwin P. & PALQUIST, Roland E. Manllal de Geladeiras. São Paulo, Hemus, 1983.
BERNAL, J. D. Ciência na História . Lisboa, Livros Horizonte, 1969.
CHOLLET, H. M. Curso Prático e Profissional para Mecânicos de AlItomóveis - Motor e Seus
Acessórios. São Paulo. Hemus, 1981.
CHUMANN, P. F. LlIz y Calor - 25 Siglas de Hipóteses acerca de SII Nawraleza. Arge ntina, Espa-
sa-Calpe, 1946.
DOSSAT, Roy. Princípios de Refrigeração. São Paulo. Hemus.
DUCASÉ, Pierre. História das Técnicas. Lisboa, Publicação Europa América. 1962.
EINSTEIN, Albert & INFELD, Leopold. A Evolllção da Física . Rio de Janeiro, Zahar Editores,
1980.
Enciclopédia Tecnológica . São Paulo, Vangrei. 1972.
FABRIS, S. & GERMANI, R Colar, Proyecto y Estética en las Artes Gráficas. 2" ed. I3arcelona, Don
Bosco, 1979.
Fotografia - Manllal Completo de A n e e Técnica . São Paulo, Abril, 1981.
FRISH, S. & TIMOREVA, A. Curso de Física General. Moscou, Mir, 1968, tomo 3.
GAMOW, G. & CLEVELAND, J. M. Física. Madrid, Aguila r, 1975.'
GASIOROWICZ, S. Física Quântica . Trad. Antonio Luciano L. Vieira. Ri o de Janeiro. G uanabara
Dois, 1974.
GETEF (Grupo de Estudo de Tecnologia de Ensino de Física). Física Auto-lnsmuiva (FAI) . São
Paulo, Saraiva, 1975.
GREGO RY , R L. Olho e Cérebro - Psicologia da Visão .
HAMBURGER E. W. et aI. Projeto de Ensino de Física (PEF) . Rio de Janeiro, 1974.
HARRIS, N. C. & HEMMERLING, E. M. IntrodllctO/y Applied Physics. McGraw-Hill I300k Com-
pany, Inc., 1963.
366 FÍSICA 2