Você está na página 1de 114

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

EZOOGNÓSIA
CAPRINA E OVINA

RECIFE – PE
2015
O que é Ezoognósia?

Zoo = animal

Ezoognósia

Ex = fora Gnosia =
conhecimento
2
O que é Ezoognósia?

 Exterior

 É o ramo da Zootecnia que estuda a


conformação externa dos animais domésticos,
apreciando as belezas e defeitos, para a
consequente avaliação do mérito de cada
indivíduo.

 O estudo da morfologia externa dos animais em


função de suas atividades econômicas.
Ezoognósia

Melhoramento
genético Julgamento

Conservação de
Recursos
Genéticos
4
Julgamento

Função
Forma
produtiva TIPO

Corte Leite
Raça

Grupo de indivíduos da mesma
espécie, que possuem uma série de
características comuns, distintas de
outros da mesma espécie, sendo
estas características transmissíveis
à sua descendência.
6
• Visíveis, palpáveis e
Morfológicas mensuráveis
• Ex.: Peso ou estatura

• Fisiologia geral.
Fisiológicas • Ex.: Precocidade, rusticidade,
etc.

• Sistema nervoso.
Psicológicas • Ex.: Temperamento, etc.

• Aptidão.
Econômicas • Ex.: Produção de leite, de
carne, etc.
7
Beleza

Tem sentido funcional e não
estético.

ABSOLUTA RELATIVA
Desejável em Ligada à
qualquer raça determinada raça

8
Defeito

Falta de capacidade de uma


região ou órgão para
desempenhar sua função

9
•Não apresenta compensação
Absoluto

•Apresenta compensação
Relativo

•Hereditário
Genético

•Causas externas
Adquirido
10
Para que serve tudo
isso?
Altura Raças

Classificar
Definir padrões

Peso  Grupos
Aptidão Linhagens
Pelagem
11
Para que
 definir
padrões?

12
Importância dos padrões
• Avaliar status ou grau de risco das
Conservação raças

• Definir o padrão mais adequado em


Melhoramento função do objetivo de seleção (carne,
leite ou múltipla função)

• Definir o melhor padrão para


Comercialização determinado mercado

13
PRINCIPAIS DIFERENÇAS
ENTRE OVINOS E CAPRINOS

14
PARÂMETROS OVINOS CAPRINOS
CARACTERÍSTICAS
Número de cromossomos 54 60
GENÉTICAS
Taxonomia Ovis aries Capra hircus
Direção da cauda Para baixo Para cima

ASPECTOS

Cheiro da glândula
Glândula da face e dos pés
Ausente
Presente
Presente
Ausente
FÍSICOS Fossa lacrimal Presente Ausente
Barba Ausente Presente
Pelame do corpo Lã Pelo
Idade na puberdade (em meses) 6–9 5–7
REPRODUÇÃO Ciclo estral (duração em dias) 17 (14 – 19) 21 (18 – 22)
FEMININA Cio (horas) 24 – 36 24 – 48
Ovulação (número por ciclo) 1–4 1–4
Idade na puberdade
4–6 4–6
(espermatogênese) (em meses)
REPRODUÇÃO Sêmen – Volume (mL) 0,8 – 1,2 0,1 – 1,5
MASCULINA
Sêmen – Concentração (bolhões/ml) 1,5 2–6
15
Acasalamento (macho:fêmeas) 1:30 1:50

16
Ângulos de inserção das tetas
em cabras e ovelhas

17
TERMINOLOGIA TÉCNICA
Carneiro

Ovino Macho,
apto à
reprodução

Bode

Caprino
Macho, apto à
reprodução 18
TERMINOLOGIA TÉCNICA
Ovelha

Fêmea Ovina,
parida ou não

Cabra

Fêmea
Caprina,
parida ou não 19
TERMINOLOGIA TÉCNICA

Borrego
Ovino desmamado, até a
primeira parição (fêmea)
ou 18 meses de idade
(machos)
20
TERMINOLOGIA TÉCNICA

Cabrito Cordeiro

Animal jovem, do nascimento


ao desmame 21
TERMINOLOGIA TÉCNICA

Carneiro x Cabra Bode x Ovelha

Boda ou Carneira
22
É comum esse tipo de
cruzamento ?

O nascimento de híbridos é raro e, mais raro
ainda, são os que conseguem sobreviver.
Os cientistas descobriram que os híbridos
possuem 57 cromossomos (não é caprino
nem ovino).
Outro destaque é a sua grande resistência à
doenças quando comparados aos caprinos e
ovinos.
23
Híbrido de caprino e ovino nascido em Botswana
(África), no ano de 2000.
24

Ezoognósia
do macho caprino

25
Chifre Fronte
Orelhas

Olho Focinho

Pescoço Boca

Garupa
Lombo 
Dorso
Cruzes Barba

Garganta

Anca

Cauda
Costelas Espádua

Coxa

Peito
Ventre
Braço Ante-braço
Pênis
Escroto
Joelho
Jarrete

Canela
Boleto 26
Ezoognósia

da fêmea caprina

27
Base do corno
Chanfro Ouvido

Focinho Olhos
Narina
Pescoço
Ganacha

Garganta
Cernelha Dorso
 Lombo Garupa Ponta do
ílio
Anca
Brincos
Ponta do
Costela
ísquio

Cauda
Ponta da espádua
Patela
Peito

Veia Jarrete
Joelho abdomin
al Tetas
externa
(do leite) Úbere anterior Quartela
Unha 28
Inserção traseira do
úbere

Ligamento Úbere
mediano posterior

29
Ezoognósia

dos ovinos

30
Fronte
Olho
Chanfro

Orelhas
Focinho
Lombo
Dorso


Cruz Garupa
Boca

Pescoço

Coxa

Espádua
Costelas

Peito Cauda

Perna
Ventre
Braço
Jarrete

Joelho

Canela

Boleto
31
Pelagem dos Caprinos

Classificação quanto a cor da pelagem:

Branca
Simples Vermelha
Preta
32
PELAGEM SIMPLES -
FORMADA POR PÊLOS DE COR BRANCA, PRETA

OU VERMELHA

33

34
Pelagem dos Caprinos

Classificação quanto a cor da pelagem:

Malhadas
Conjugadas
Pintadas

35
PELAGEM CONJUGADA –
COMBINAÇÃO DE DUAS CORES SIMPLES NO
MESMO INDIVÍDUO

36
Pelagem dos Caprinos

• Variedades

Repartida Tartaruga
Chita
Chumbeada Lombo preto

37
QUANDO ESSA ASSOCIAÇÃO É REPRESENTADA POR MANCHAS
DE UMA DAS CORES ENUMERADAS NUM FUNDO UNIFORME,
TAMBÉM RECEBE A DENOMINAÇÃO DE MALHADA.

MALHADA DE VERMELHO REPARTIDA


38
MALHADA

TARTARUGA MOXOTÓ OU LOMBO PRETO

39

40

41
MANTELÉE

CABEÇA,
PESCOÇO,
MEMBROS E
PARTE VENTRAL
DO CORPO
CASTANHOS-
ESCURO OU
NEGRO.

42
CHAMOISÉE


Pelagem castanho-pardo
com lista preta da nuca
até a garupa; ventre,
chanfro e parte distal
dos membros, negro
(padrão suíço) ou creme
com listas pretas (padrão
alemão)·

43

44
Pelagem dos Ovinos

45
Pelagem Simples

Branco Pérola Vermelha Preta


46
Preta

47
Pelagem Conjugada

Malhadas

48
PELAGEM CONJUGADA

49
CARA PRETA
Pelagem “Cara Preta”

50

51
Pelagem dos ovinos

Classificação quanto a constituição
dos pelos:

Cabreca

Lã
52
Tipos de Pêlos

Cabreca: pêlos grosseiros, longos ou
curtos (carneiros deslanados).

53
Tipos de Pêlos

Lã: Todo o tronco.

54
Classificação da Lã

Características do velo:

Velo  entende-se como sendo toda


a lã que recobre o ovino, com
exceção dos membros, barriga e
cabeça. As principais características
do velo são: Extensão, Peso,
Uniformidade, Limpeza e Pureza. 55
Classificação da Lã

Características do velo:

Mecha  é o conjunto de fibras


ligadas entre si, a qual se apresenta
com diferentes formas que variam
com a finura, comprimento e
densidade da lã.
56
Classificação da Lã

57
Classificação da Lã

 Classificação da lã quanto a qualidade:

Supra Especial

Excelente
Alta uniformidade
qualidade

Oriunda de
Ondulações nítidas animais de raças
puras 58
Classificação da Lã

 Classificação da lã quanto a qualidade:

Boa Corrente Mista

Ondulações Sem
Desuniforme
irregulares qualidade

Proveniente
Coloração Baixa
de animais
variável resistência
refugo 59
Como deve ser o fio ideal?

Finos, elásticos, macios, resistentes, longos,
frisados e de cor branca.

60
Boa lã

 Fios Compridos,em mechas cilíndricas, apertadas e
de tosão fechado.

 Destacam-se em:Diâmetro, Comprimento,


Elasticidade,Forma e Cor.

61

62
IDADE DOS CAPRINOS E OVINOS

63
Importância de conhecer
a dentição e suas fases

Associação estreita com idade dos
animais

Em sistemas extensivos, usa-se


para definir idade de venda e
abate de animais

64

65
Dentição de caprinos adultos
Tipo de dente

Mandíbula
Quantidade

Pinças 2
Primeiros médios 2
Incisivos
Segundos médios 2
Cantos 2
Pré-molares 6
Molares 6
Maxilar
Pré-molares 6
Molares 6
Total 32 66

67
Períodos da evolução dentária dos
caprinos e ovinos

1º Período 2º Período
Erupção dos dentes de Nivelamento dos
leite (caducos) caducos
 P e PM – 5/5 dias  P e PM – 6 meses
 SM – 14 dias  SM – 7 meses
 Cantos – até 30 dias  Cantos – até 9 meses

68
Períodos da evolução dentária dos
caprinos e ovinos

3º Período 4º Período
Mudas dos dentes de Nivelamento dos
leite dentes definitivos
 P – 1,5 anos  P – 6 anos
 PM – 2 anos  PM – 7 anos
 SM – 3 anos  SM – 8 anos
 Cantos – até 4 anos  Cantos – até 9 anos

69
Dentições nos caprinos

Primeira Segunda
Dentes Desgaste
dentição dentição
Pinças 3 a 5 dias 12 a 18 meses 4 anos

Primeiros médios 3 a 5 dias 18 a 22 meses 5 anos

Segundos médios 8 a 12 dias 24 a 30 meses 6 anos

Cantos 25 a 30 dias 34 a 38 meses 7 anos

70

Animal recém-nascido sem dentes (A) e início do aparecimento das


pinças com dois dias de idade (B)
71

Troca das pinças

72
Pinças e primeiros médios definitivos

Pinças, primeiros e segundos médios definitivos

73
Troca de todos os dentes incisivos

Desgaste (arrasamento) dos dentes incisivos

Afastamento dos dentes em animais com idade avançada 74


(entre 8 e 9 anos)

12-18 meses 18 – 22 meses

75
24-30 meses 34-38 meses
76

77

78
Para que serve tudo isso?

Julgamento animal
Determinação da idade de abate
e venda de animais
Descarte de animais do rebanho

79
MÉTODOS E CRITÉRIOS DE
JULGAMENTO ANIMAL

Método individual

Método comparativo

Método da eficiência funcional

80

81
DE ACORDO COM AS
FINALIDADES O
JULGAMENTO PODE SER:

Para registro genealógico


Nas exposições
Para escolha de reprodutores
82
JULGAMENTO

AVALIAÇÃO FENOTÍPICA NOS ANIMAIS
DOMÉSTICOS

Ação do meio ambiente


Interação genética
Correlação usual ou baixa entre o binômio
tipo-morfologia (exterior) e a produção.

83
AVALIAÇÃO
PELO TIPO LEITEIRO

(EXTERIOR E CONFORMAÇÃO)
Os componentes usuais na classificação pela tipologia:
Aparência geral
Característica leiteira
Capacidade corporal
Aparelho mamário
Pernas e pés
Garupa 84
Avaliação das quatro características de
tipologia (exterior) conforme a Associação
Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC)

Aparência geral (30%):

 Simetria
Homogeneidade das partes do corpo

Tamanho e desenvolvimento
85
Cabeça e caracterização racial
PRIORIDADES
Grosseira
1. Aparência limpa, balanceada
em comprimento, largura e
profundidade.
2. Focinho largo, boas narinas
Equilibrada
3. Olhos bem esculpidos, estado
de alerta
4. Mandíbulas fortes e angulosas
5. Orelhas, nariz & cor Muito frágil
apropriadas de cada raça.
86

87
88
89
90
91
Avaliação das quatro características de
tipologia (exterior) conforme a Associação
Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC)

Características leiteiras (20%):
Forma do corpo: “triangular” (cunha)
Angulosidade do corpo: pouca
cobertura cárnea
Úbere desenvolvido
92

93
Avaliação das quatro características de
tipologia (exterior) conforme a Associação
Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC)

Capacidade corporal (20%):
Amplitude do ventre: boa capacidade digestiva;

Profundidade do tórax: boa capacidade


respiratória

Amplitude do peito: boa capacidade respiratória


e circulatória. 94
Medidas corporais

95

96
Avaliação das quatro características de
tipologia (exterior) conforme a Associação
Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC)

Aparelho mamário (30%)

Úbere: úbere grande, volumoso, estendido


para frente, com fortes ligamentos. Deve
apresentar textura macia, flexível e elástica,
com a pele sem pregas, apresentando-se
murcho após a ordenha.
97
Balanço, simetria e qualidade

PRIORIDADES
1. Visão interna, em descanso:
 1/3 dianteira da perna
 1/3 abaixo da perna
 1/3 atrás da perna

2. Arredondado, macio, flexível, elástico e livre de tecido


morto

3. Metades balanceadas
98
Fixação anterior do úbere

Muito Fixação Justo e forte 99


frouxo intermediária
Altura do úbere

Altura Muito
Muito baixo alto
100
intermediária
Avaliação das quatro características de
tipologia (exterior) conforme a Associação
Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC)

Tetas: uniformes, de tamanho e formas
adequadas, cilíndricas sem obstruções,
bem separadas, direcionadas para baixo
e para frente e de fácil ordenha.

101
Disposição do teto

Muito Espaçamento Fechado para 102


espaçado intermediário o centro
Diâmetro do teto

Muito Diâmetro Muito 103


estreito intermediário globoso
Avaliação das quatro características de
tipologia (exterior) conforme a Associação
Brasileira de Criadores de Caprinos (ABCC)

Veias mamárias: calibrosas, sinuosas,
ramificadas, “fontes de leite” amplas.

104

105

106
Quadro 1: Correlações entre aptidão leiteira e características
relacionadas com o exterior

Características Valor (r)


Tipo 0,25 (0,20 – 0,30)
Desenvolvimento 0,30 (0,23 – 0,34)
Comprimento do corpo 0,55 (0,48 – 0,63)
Peso vivo 0,30 (0,25 – 0,34)
Circunferência do tórax 0,32 (0,27 – 0,35)
Aparelho mamário 0,40 (0,36 – 0,46)
Tecido mamário 0,50 (0,43 – 0,52)
Massa muscular - (r)
Avaliação geral (julgamento) 0,28 (0,23 – 0,30)
Avaliação geral (melhor juiz) 0,63 (0,50 – 0,65)
107
Classificação final

Excelente → 90 ou mais pontos;

Muito bom → 85 a 89;

Bom → 75 a 84;

Regular → 65 a 74;

Mau → abaixo de 65.


108
DESVIO DA COLUNA VERTEBRAL

CIFOSE LORDOSE ESCOLIOSE


109
DEFEITOS
DESCLASSIFICANTES

Prognatismo ou retrognatismo;
Tetos cegos;
Articulações inchadas ou
defeituosas em machos;
110
DEFEITOS
DESCLASSIFICANTES

Desvios acentuados de
aprumos;
Cegueira total;
Manqueira ou dificuldade
permanente no andar; 111
DEFEITOS
DESCLASSIFICANTES
Tetos extranuméricos em fêmeas
ou machos;
Úbere parcial ou totalmente
perdido (mastite);
Anormalidades nos órgãos
reprodutivos externos
112
DEFEITOS
DESCLASSIFICANTES

Hérnias;
Desvio de chanfro em machos;
Outros defeitos sérios
acentuados.
113
Tenham
todos um
bom dia!

114

Você também pode gostar