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HISTORIA DA AURICULOTERAPIA

A Auriculoterapia já era conhecida desde a mais remota antiguidade,


embora não se saiba ao certo se este método foi utilizado inicialmente na
China ou na Índia. De lá passou aos persas e aos egípcios, os quais por sua
vez a difundiram, por toda a costa mediterrânea (França, Espanha, Italia e
Norte da África). No Egito durante a época faraônica, as mulheres que não
desejavam ter filhos mandavam pinçar certas zonas do pavilhão auricular
(segundo o egiptólogo Alexandre Varilla). Hoje se conhecem algumas zonas
da orelha em que simplesmente uma massagem pode bloquear a ovulação
e diminuir assim as possibilidades de fecundação.

Hipócrates, no século IV AC., após passar uns anos no Egito, teve acesso
a estes conhecimentos como se deduz da leitura de alguma de suas obras.
Assim em seu tratado “Dos ares, das águas e dos lugares” escreve sobre
um tratamento para a impotência, fazendo sangrar uma veia localizada atrás
da orelha, bem como a maneira de tratar a dor ciática queimando um
determinado ponto sobre a antélice da orelha. Em seu livro sobre as
epidemias, faz uma nova alusão ao tratamento através da orelha de alguns
estados inflamatórios, fazendo sangrar certas veias do pavilhão auricular. O
livro de Medicina mais antigo que se tem conhecimento, o Hoang Ti Nei
King (Cânon de Medicina do Imperador Amarelo), que se refere ao
diagnóstico e tratamento com acupuntura, explica a relação dos meridianos
com a orelha. Outro texto clássico, o Ling Shu (475 - 225 AC.), menciona a
relação da orelha com outros órgãos. Em tempos mais recentes, durante a
dinastía Tang, se utiliza a estimulação da orelha para tratar as enfermidades
internas.

No século XVII um médico português, Zacutus Lusitanus, descreve a


utilização da cauterização de certas zonas da orelha para tratar a dor
ciática.

No século XVIII, o anatomista italiano Valsalva, em sua obra: “De aura


humana tractatus” escreve sobre o tratamento da dor de dente cauterizando
um ponto do pavilhão auricular. Um caso curioso do conhecimiento da
auriculoterapia no século XVII se encontra em um quadro de “El Bosco”
(Jeroem Anthoniszoon van Äken Bosch) chamado “O Jardim das Delicias”.
Nesse quadro nos mostra uma orelha gigante atravessada en varios pontos
por uma flecha. Nos anos 50 o Dr. Nogier na França conheceu o tratamento
da dor ciática que feita por uma curandera na região onde ele exercia a
medicina. Começou a estudar o fenômeno e após árduas investigações e de
forma experimental realizou um mapa dos pontos da orelha que se
relacionavam com órgãos e outras partes do corpo.
Ao fenômeno de que todo o corpo se reflete em uma pequena zona do
mesmo se denomina somatotopia e a ciência que estuda este fenômeno,
Reflexologia. Há outras zonas do corpo que recebem os reflexos como os
pés, as mâos, o rosto, o crâneo, a iris, mas a orelha tem uma particularidade
com respeito às demais e que consiste em: para encontrar os pontos na
orelha deve-se representar sobre ela um feto colocado com a cabeça para
baixo (como no útero no momento do nascimento), e dessa forma cada
parte do corpo pode ser encontrada representada sobre a zona que se
projeta.

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