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MATEMÁTICA

Denominações particulares:
POLINÔMIOS
Monômio - polinômio de um só termo: -3xy2
DEFINIÇÃO: Toda função definida pela relação:
Binômio - de dois termos: a2 - 2ab P(x) = anxn + an-1 + an-2 . xn-2 + a2x2 + a1x + a0 é denomi-
nada função polinomial ou, simplesmente "polinômio.
Trinômio - de três termos: 2x2 - 5x + 7 Em que: an, an-1, an-2, a2, a0
n N
COEFICIENTE DE UM TERMO x C é a variável
Obs.:
Um conjunto de fatores em um termo chama-se 1º) Se an 0 , o expoente máximo n é dito grau
coeficiente dos fatores restantes. Assim, em -3a2x, de polinômio e indicamos gr (P) = n.
temos: Exs.: a) P(x) = 7 ou P(x) = 7. x é um polinômio
constante, isto é gr(P) = 0.
-3 é o coeficiente de a2x b) P(x) = 2x - 1 é um polinômio do 1º grau, isto é,
gr(P) = 1.
-3a2 é o coeficiente de x
c) P(x) = 3x2 + 1/2x 4 é um polinômio do 5º grau,
-3x é o coeficiente de a2 isto é, gr(P) = 5.
2º) Se P(x) = 0, não se define o grau do polinômio.
Chama-se coeficiente numérico o fator numérico 3º) Não são polinômios as relações:
de um termo: em 4a2b o coeficiente numérico é 4.
1
P(x) = x + 5 P(x) = x 2 + x
Obs.: O coeficiente 1 é subentendido x = 1x

ORDENAÇÃO VALOR NUMÉRICO:


O valor numérico de um polinômio P(x), para x = a,
Quando os termos de um polinômio se sucedem de é o número que se obtém substituindo x por a e efe-
modo que os expoentes de uma certa letra decrescem tuando todas as operações indicadas pela relação
do primeiro ao último, diz-se que o polinômio está orde- que define o polinômio.
nado segundo as potências decrescentes dessa letra. Ex.: Se P(x) = x3 + 2x2 - x - 1, o valor numérico de
O polinômio 2ax3 - 5abx2 + 3a2x + 4a3b2 está ordena- P(x), para x = 2 é:
do segundo as potências decrescentes de x. P(x) = x3 + 2x2 - x - 1
Ao contrário, se as potências de uma certa letra P(2) = 23 + 2 . 22 - 2 - 1
crescem sucessivamente, o polinômio diz-se ordena- P(2) = 8 + 2 . 22 - 2 - 1
do segundo as potências crescentes da mesma letra, P(2) = 8 + 8 - 2 - 1
como o polinômio: 2 - 3x + 4x2 + x3 em relação à letra x. P(2) = 13
Ordenar um polinômio é dispor seus termos de Obs.: 1º) O valor numérico de P(x), para x = 2, é a
modo que os expoentes de uma letra cresçam ou
imagem do 2 pela função polinomial P(x).
descresçam. Essa letra denomina-se principal ou
ordenatriz. 2 13
2º) Se P(a) = 0, o número a é denominado raiz ou
TERMOS SEMELHANTES zero, de P(x).
No polinômio P(x) = x2 - 5x + 6, temos P(2) = 0; logo
Dois termos que têm variáveis idênticas são cha- 2 é a raiz ou zero do polinômio.
mados termos semelhantes. 1º Exemplo: Dado o polinômio P(x) = 2x2 - x2 + x + 3,
1 2 P(2) - 2P (-1)
5ax 2 , - 3ax 2 e ax são termos semelhantes. calcular:
P1/2
3
P(2) = 8 - 4 + 2 + 3 = 9
4x e 5y não são termos semelhantes.
P(-1) = 2 - 1 - 1 + 3 = 3
P(1/2) = 1/2 - 1/4 + 1/2 + 3 = 15/4
Se num polinômio existem termos semelhantes po-
demos substituí-los por um único termo. Logo: P(2) - 2P (-1) = 9 - 6 = 4
Realmente, a propriedade distributiva da multipli- P1/2 15/4 5
cação permite escrever:
EXERCÍCIOS
5x + 7x = (5 + 7)x = 12x
5a2b + a2b - 8a2b = (5 + 1 - 8)a2b = 2a2b. 1) Dados os polinômios A (x) = x3 - x2 + x + 1 e B (x)
A esta aplicação dá-se o nome de redução de ter- = -3x2 - x + 2, calcule: a) A(1/2) - B(-1) b) A(0) + B(1)
mos semelhantes. 2) Determine m R , para que o polinômio: P ( x ) =
No polinômio 3x + 5y + 4x, 3x e 4x são termos se- (m - 4 x3) + (m2 - 16 x2) + (m + 4 x + 4) seja do grau 2.
melhantes e podemos reduzi-los. O polinômio pode 3) Determine K, de modo que x = 1/2 seja raiz de:
ser escrito com dois termos: 3x + 5y + 4x = 7x + 5y. P ( x ) = 4 x4 - 8x3 - (k + 5 x2) - ( 3 k - 2 x) + 5
Você deve ser capaz de escrever logo o polinômio
com os termos semelhantes reduzidos: GABARITO: 1) a) 11/8 b) -1 2) m R 3) +1
5ab - 3x + 2ab + 7ab + 4x

MANUAL DE ESTUDOS 10 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
1ª bola 2ª bola 3ª bola
PROBABILIDADE
P PPP
INTRODUÇÃO P V PPV
Consideremos os seguintes experimentos: P
• aquecimento da água contida em uma panela; V P PVP
• queda livre de um corpo. V PVV
Conhecidas certas condições, podemos prever a P VPP
temperatura em que a água entrará em ebulição e a P V VPV
velocidade com que o corpo atingirá o solo. V
V P VVP
Os experimentos cujos resultados podem ser pre- V VVV
vistos, isto é, podem ser determinados antes da sua
realização, são denominados experimentos
O espaço amostral será:
determinísticos.
U = {(PPP), (PPV), (PVP), (PVV), (VPP), (VPV),
(VVP), (VVV)}
Consideremos também os experimentos.
Alguns eventos:
• lançamento de uma moeda e leitura da figura da
evento 1: as três bolas têm a mesma cor
face voltada para cima;
{(PPP) (VVV)}
• lançamento de um dado comum e leitura do nú-
evento 2: 2 das bolas são pretas
mero voltado para cima;
{(PPV) (PVP) (VPP)}
• nascimento de uma criança;
evento 3: as três bolas são vermelhas
• sorteio de uma carta do baralho.
{(VVV)}
evento 4: o número de bolas pretas é igual ao
Se estes experimentos forem repetidos várias ve-
número de bolas vermelhas { }
zes, nas mesmas condições, não poderemos prever o
seu resultado.
PROBABILIDADE DE UM EVENTO
A teoria da probabilidade se aplica a vários campos
Experimentos que, ao serem realizados repetidas
ligados a nossa vida real: genética, medicina, engenha-
vezes, nas mesmas condições, apresentarem resulta-
dos variados, não sendo possível, portanto, a previsão ria, astronomia, etc..
lógica dos resultados, são denominados experimentos
aleatórios. • Definição
Os experimentos aleatórios estão sujeitos à lei do Se, num fenômeno aleatório, o número de elemen-
acaso. tos do espaço amostral é n (U) e o número de elemen-
Como não podemos prever o resultado, procurare- tos do evento A é n(A), então a probabilidade de ocor-
mos descobrir as chances de ocorrência de cada expe- rer o evento A é o número p(A), tal que:
rimento aleatório.
A teoria da probabilidade estuda a forma de estabe-
lecer as chances de ocorrência de cada experimento
aleatório.
Observação importante:
ELEMENTOS
Espaço amostral é o conjunto de todos os resulta- Esta definição é válida, quando o espaço amostral
dos possíveis de um experimento aleatório. Indicare- U for eqüiprobabilístico, isto é, quando todos os ele-
mos o espaço amostral por U. mentos de U tiverem a mesma probabilidade.
Exemplos:
Joga-se uma moeda e lê-se a figura da face voltada Notas:
para cima. 1ª) P (0/) = 0 e P(U) = 1
U = {cara, coroa} 2ª) Como
Joga-se um dado comum e lê-se o número voltado
para cima.
U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Jogam-se duas moedas diferentes e lêem-se as fi- 3ª) É comum representarmos as probabilidades em
guras das faces voltadas para cima. porcentagem. Por exemplo, em vez de dizermos P(A)
U = {(cara, cara), (cara, coroa), (coroa, coroa), (co- = 1/2, podemos dizer P(A) = 50%.
roa, cara)}
• Evento é qualquer subconjunto do espaço Exemplo:
amostral. No lançamento de um dado, determine a probabili-
Exemplo: dade de obter:
Seja uma urna, contendo 3 bolas pretas e 3 bolas a) o número 2;
vermelhas. Dessa urna são retiradas, sucessivamente, b) um número par;
3 bolas. c) um número múltiplo 3.

MANUAL DE ESTUDOS 49 MANUAL DE ESTUDOS


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Resolução: • Enunciado
O espaço amostral é U = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, portanto Se um acontecimento é composto por vários even-
n(U) = 6 tos sucessivos e independentes, de tal modo que:
a) ocorrência do número 2: o primeiro evento é A e sua probabilidade é p1
A = {2}, portanto n(A) = 1 o segundo evento é B e sua probabilidade é p2
o terceiro evento é C e sua probabilidade é p3
ou P(A) = 16,66%
b) ocorrência de número par: o k-ésimo evento é K e sua probabilidade é pk,,
B = {2, 4, 6}, portanto n(B) = 3 então a probabilidade de que os eventos A, B, C, ....
n B 3 2 , K ocorram nessa ordem é: p1 . p2 . p3 ... pk
P B ou P(B) = 50%
n U 6 3
c) ocorrência de número múltiplo de 3: Exemplo:
C = {3, 6}, portanto n(C) = 2. Uma moeda é lançada 4 vezes. Qual a probabili-
dade de que a apareça coroa nas quatro vezes?
ou P(C) = 33,33% Resolução:
U = {cara, coroa}
Respostas: a) 16,66% b) 50% c) 33,33%
1º lançamento =
PROBABILIDADE DO EVENTO COMPLEMENTAR
Sejam A e A_ dois eventos de um espaço amostral
U; sendo A_ o evento complementar de A, temos: 2º lançamento =
Demonstração: Sejam os conjuntos:

3º lançamento =
n ( A )  n ( A )  n ( U)
n ( A )  n ( A )  n ( U)
4º lançamento =
n ( U) n(U) n(U)
EXERCÍCIOS:
p(A) + P(A )  1
01. De um baralho de 52 cartas, tira-se ao acaso
Exemplo: uma das cartas. Determine a probabilidade de que a
Consideremos um conjunto de 10 frutas, das quais carta seja: a) uma dama
3 estão estragadas. Escolhendo aleatoriamente 2 fru- b) uma dama de paus
tas desse conjunto, determinar a probabilidade de que: c) uma carta de ouros
a) ambas não estejam estragadas. 02. Uma urna contém 40 cartões, numerados de 1
b) pelo menos uma esteja estragada. a 40. Se retirarmos ao acaso um cartão dessa urna,
Resolução: qual a probabilidade de o número escrito no cartão ser
a) • Cálculo do número de maneiras que duas um múltiplo de 4 ou múltiplo de 3?
frutas podem ser escolhidas. 03. Numa caixa de 8 peças com pequenos defeitos,
12 com grandes defeitos e 15 perfeitas. Uma peça é
retirada ao acaso. Qual a probabilidade de que esta
seja perfeita ou tenha pequenos defeitos?
04. No lançamento de um dado, determine a proba-
• Cálculo do número de maneiras que duas frutas bilidade de obter:
não estragadas podem ser escolhidas. a) o número 1;
b) um número primo;
c) um número divisível por 2;
d) um número menor que 5;
e) um número maior que 6.
05. Retiramos 4 bolas de uma caixa contendo 3 bo-
las amarelas, 4 bolas vermelhas e 5 bolas pretas. De-
b) A_ é o evento: pelo menos uma fruta está termine:
estragada. P(A) + P( A_ ) = 1 a) a probabilidade de que, pelo menos, uma das 4
bolas retiradas seja amarela;
b) a probabilidade de que nenhuma das 4 bolas re-
tiradas seja amarela.

Respostas:
01.a)1/13 b)1/52 c)1/4
MULTIPLICAÇÃO DE PROBABILIDADES 02. 50%
Em análise combinatória, vimos o princípio funda- 03. 65,71%
mental da contagem; em probabilidade, há uma regra 04. a)1/6 b)1/2 c)1/2 d)2/3 e)0
análoga, denominada regra do produto. 05. a)41/55 b)14/55

MANUAL DE ESTUDOS 50 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
A coleta se diz indireta quando é inferida de ele-
NOÇÕES DE ESTATÍSTICA mentos conhecidos (coleta direta) e/ou do conhecimento
de outros fenômenos relacionados com o fenômeno es-
Exprimindo por meio de número as observações que tudado. Como exemplo, podemos citar a pesquisa so-
se fazem de elementos com, pelo menos, uma caracte- bre a mortalidade infantil, que é feita através de dados
rística comum (por exemplo: os alunos do sexo masculi- colhidos por uma coleta direta.
no de uma comunidade), obtemos os chamados dados Crítica dos dados
referentes a esses elementos; podemos dizer, então: Obtidos os dados, eles devem ser cuidadosamente
criticados, à procura de possíveis falhas, imperfeições
A Estatística é uma parte da Matemática Aplicada e erros, a fim de não incorrermos em erros grosseiros
que fornece métodos para a coleta, a organização, a ou de certo vulto, que possam influir sensivelmete nos
descrição, a análise e a interpretação de dados quanti- resultados.
tativos e a utilização desses dados para a tomada de A crítica é externa quando visa as causas dos er-
decisões. ros por parte do informante, por distração ou má inter-
pretação das perguntas que lhe foram feitas; é interna
A coleta, a organização, a descrição dos dados quando visa observar os elementos originais dos da-
estão a cargo da Estatística Descritiva, enquanto a dos da coleta.
análise e a interpretação desses mesmos dados fi- Apuração dos dados
cam a cargo da Estatística Indutiva ou Inferencial. Nada mais é que a soma e o processamento dos da-
Em geral, as pessoas, quando se referem ao termo dos obtidos e a disposição mediante critérios de classifica-
Estatística, o fazem no sentido da organização e des- ção. Pode ser manual ou eletromecânica ou eletrônica.
crição dos dados (estatística do Ministério da Educa- Exposição ou apresentação dos dados
ção, estatística dos acidentes de tráfego etc.), desco- Por mais diversa que seja a finalidade que se tenha
nhecendo que o aspecto essencial da Estatística é o em vista, os dados devem ser apresentados sob forma
adequada (tabelas ou gráficos), tornando mais fácil o
de proporcionar métodos inferenciais, que permi-
exame daquilo que está sendo objeto de tratamento es-
tam conclusões que transcendam os dados obti-
tatístico e ulterior obtenção de medidas típicas.
dos inicialmente.
Análise dos resultados
Assim, é a análise e a interpretação dos dados es-
Como já dissemos, o objetivo último da Estatística
tatísticos que tornam possível o diagnóstico de uma
é tirar conclusões sobre o todo (população), a partir de
empresa (por exemplo, de uma escola), o conhecimento
informações fornecidas por parte representativa do todo
de seus problemas (condições de funcionamento, pro-
(amostra). Assim, realizadas as fases anteriores (Esta-
dutividade), a formulação de soluções apropriadas e
tística Descritiva) fazemos uma análise dos resulta-
um planejamento objetivo de ação.
dos obtidos, através dos métodos da Estatística
Indutiva ou Inferencial, que tem por base a indução,
Fases do método estatístico: Podemos distinguir inferência ou tirando daí conclusões e previsões.
no método estatístico as seguintes fases: * Fenômeno coletivamente típico é aquele que não
Coleta de dados apresenta regularidade na observação de casos isola-
Após cuidadoso planejamento e a devida determi- dos, mas na massa de observações. (Marcos Vinícius
nação das características mensuráveis do fenômeno da ROCHA, Curso de Estatística).
coletivamente típico* que se quer pesquisar, damos iní-
cio à coleta dos dados numéricos necessários à sua POPULAÇÃO
descrição. Ao conjunto de entes portadores de, pelo menos,
A coleta pode ser direta e indireta. uma característica comum, denominamos população
A coleta é direta quando feita sobre elementos in- estatística ou universo estatístico.
formativos de registro obrigatório, como os nascimen- Assim, os estudantes, por exemplo, constituem uma
tos, casamentos e óbitos, a importação e exportação população, pois apresentam pelo menos uma caracte-
de mercadorias, elementos pertinentes aos prontuári- rística comum: são os que estudam.
os dos alunos de uma escola ou, ainda, quando coligi- Como em qualquer estudo estatístico, temos em
dos pelo próprio pesquisador através de inquéritos e mente pesquisar uma ou mais características dos ele-
questionários, como é o caso das notas de verificação mentos de alguma população; esta característica deve
e de exames, do censo demográfico etc. estar perfeitamente definida. E isto se dá quando, con-
A coleta direta de dados pode ser classificada rela- siderado um elemento qualquer, podemos afirmar, sem
tivamente ao fator tempo em: ambigüidade, se esse elemento pertence ou não à po-
a. contínua (registro) - quando feita continuamen- pulação. É necessário, pois, exisir um critério de cons-
te, tal como a de nascimentos e óbitos, a freqüência tituição da população, válido para qualquer pessoa, no
dos alunos às aulas; tempo ou no espaço.
b. periódica - quando feita em intervalos constan- Assim, quando pretendemos fazer uma pesquisa en-
tes de tempo, como os censos (de 10 em 10 anos), as tre os alunos das escolas de 1° grau, precisamos defi-
avaliações mensais dos alunos; nir quais são os alunos que formam o universo: os que
c. ocasional - quando feita extemporaneamente, a atualmente ocupam as carteiras das escolas, ou deve-
fim de atender a uma conjuntura ou a uma emergên- mos incluir também os que já passaram pela escola? É
cia, como no caso de epidemias que assolam ou dizi- claro que a solução do problema vai depender de cada
mam rebanhos inteiros. caso em particular.

MANUAL DE ESTUDOS 55 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Na maioria das vezes, por impossibilidade ou TABELA
inviabilidade econômica ou temporal, limitamos as ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO COLÉGIO A
observações referentes a uma determinada pesqui-
sa a apenas uma parte da população. A essa parte
proveniente da população em estudo denominamos
amostra.
Uma amostra, portanto, um subconjunto finito de
uma população.
Como vimos no capítulo anterior, a Estatística
Indutiva tem por objetivo tirar conclusões sobre as po-
pulações, com base em resultados verificados em amos-
tras retiradas dessa população.
Mas para as inferências serem corretas, é ne-
cessário garantir que a amostra seja representati-
va da população, isto é, a amostra deve possuir as
mesmas características básicas da população, no TIPOS DE FREQÜÊNCIAS
que diz respeito ao fenômemo que desejamos Freqüências simples ou absolutas (fi) são os va-
pesquisar. É preciso, pois, que a amostra ou as lores que realmente representam o número de dados
amostras que vão ser usadas sejam obtidas por pro- de cada classe.
cessos adequados. Como vimos anteriormente, a soma das freqüênci-
Há casos, como o de pesquisas sociais, econômi- as simples é igual ao número total dos dados:
cas e de opinião, em que os problemas de amostragem
são de extrema complexidade. Mas existem também
casos em que os problemas de amostragem são bem Freqüências relativas (fri) são os valores das ra-
mais fáceis. zões entre as freqüências simples e a freqüência total,
Como exemplo, podemos citar a retirada de amos- isto é:
tra para controle de qualidade dos produtos ou materi-
ais de determinada indústria.

FREQÜÊNCIA SIMPLES OU ABSOLUTA Logo, a freqüência relativa da terceira classe no


Freqüência simples ou freqüência absoluta ou, nosso exemplo (Tabela) é:
simplesmente, freqüência de uma classe ou de um
valor individual é o número de observações correspon-
dentes a essa classe ou a esse valor.
Evidentemente,
A freqüência simples é simbolizada por fi (lemos: f
índice i ou freqüência da classe i). Freqüência acumulada (Fi) é o total das freqüên-
Assim, em nosso exemplo, temos: cias de todos os valores inferiores ao limite superior do
f1 = 4; f2 = 9; f3 = 11; f4 = 8; f5 = 5 e f6 = 3 intervalo de uma dada classe. Temos, pois:

A soma de todas as freqüências será representada


pelo símbolo de somatório:
k

 fi
i 1
Assim, no exemplo apresentado no início deste ca-
pítulo, a freqüência acumulada correspondente à ter-
ceira classe é:
É evidente que:
k

 fi  n
i 1
o que significa existirem 24 alunos com estatura in-
ferior a 162 cm (limite superior do intervalo da terceira
Para a distribuição em estudo, temos: classe).
6 Freqüência acumulada relativa(Fri) de uma clas-
 fi  40
i 1
se é a freqüência acumulada da classe, dividida pela
freqüência total da distribuição:
Não havendo possibilidade de engano, usamos:

 fi  40 Assim, para a terceira classe, temos:

Podemos, agora, dar à distribuição de freqüência


das estaturas dos 40 alunos do Colégio A a seguinte
representação tabular técnica:

MANUAL DE ESTUDOS 56 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA ALUNOS REPETENTES - Brasil - 2015

DIAGRAMA DE BARRAS
É a representação de uma série por meio de retân-
gulos, dispostos verticalmente (em colunas) ou hori-
zontalmente (em barras).
Quando em colunas, os retângulos têm a mesma
base e as alturas são proporcionais aos respectivos
dados. 1.000 alunos
Quando em barras, os retângulos têm a mesma altura
e os comprimentos proporcionais aos respectivos dados. Fonte: Simulação
Assim estamos assegurando a proporcionalidade
GRÁFICO EM COLUNAS
entre as áreas dos retângulos e os dados estatísticos.
OU EM BARRAS
MÚLTIPLAS
Exemplos:
É geralmente empregado quando queremos re-
GRÁFICO EM COLUNAS
presentar, simultaneamente, dois ou mais fenôme-
PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO nos estudados com o propósito de comparação.
BRASIL - 2010-2015
Exemplo:
Quantidades
(1.000 unid) Anos RECEITA E DESPESA
FUNDEP
2011-2015
919 2010
1.063 2011
1.128 2012 Valor (R$1.000.000)
1.165 2013
781 2014
859 2015

Fonte: Simulação

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO


Mil
BRASIL - 2010-2015
Unidades
Fonte: Simulação

10 11 12 13 14 15

Fonte: Simulação

GRÁFICO EM BARRAS
ALUNOS REPETENTES - BRASIL 2015
Receita Despesa

Estados Quantidades Fonte: Simulação


(aluno)
Média
São Paulo 255.620
Aritmética (x)
R.G. do Sul 168.555
Stª. Catarina 113.602
Pernambuco 54.091 Em um conjunto de dados, podemos definir vários
M. Gerais 46.023 tipos de médias.
Paraná 21.903
Porém, em nossos estudos, iremos dar mais im-
Fonte: Simulação portância a média aritmética.

MANUAL DE ESTUDOS 57 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA

MÉDIA ARITMÉTICA MEDIANA

É o quociente da divisão da soma dos valores da É outra medida de posição definida como o número
variável pelo número deles. que se encontra no centro de uma série de números,
estando dispostos segunda uma ordem.
i
x=n Em outras palavras, a mediana de um conjunto de
valores, ordenados segundo uma ordem de grandeza,
é o valor situado de tal forma no conjunto que o sepa-
ra em dois subconjuntos de mesmo número de ele-
sendo
_ :
mentos.
x a média aritmética;
xi os valores da variável;
Dados não agrupados
n o número de valores.
Dada uma série de valores: 6, 7, 10, 15, 16, 21, 6,
Dados não grupados: Quando desejamos conhe-
14, 3, 24,17
cer a média dos dados não-grupados, determinamos
a média aritmética simples.
Para determinar a mediana o primeiro passo é co-
locar a série em ordem crescente ou decrescente de
Exemplo: Sabendo-se que a produção leiteira diá-
seus valores.
ria da vaca A, durante uma semana, foi de 10, 14, 13,
3, 6, 6, 7, 10, 14, 15, 16, 17, 21, 24
15, 16, 18 e 12 litros, temos para a produção média
da semana:
Em seguida, tomamos o valor central, o seja, que
separa a série em duas partes iguais, apresentando o
mesmo número de elementos à esquerda e à direita.
Concluímos que: Md = 14

_ Se a série apresentar um número par de termos, a


Logo: x = 14 litros
mediana será, por definição, qualquer dos números
compreendidos entre os dois valores centrais da série.
Às vezes acontece de a média ser um número di-
Convencionou-se utilizar o ponto médio.
ferente de todos os da série de dados que ela repre-
senta. É o que acontece quando temos os valores: 2,
Exemplo:
4, 8 e 9 para os quais a média é 5.
2, 4, 6, 7, 8, 10
Esse será o número representativo desta série de 6+7
Md = = 6,5
valores, embora não esteja representado nos dados 2
originais. Neste caso, costumamos dizer que a média Md = 6,5
não tem existência concreta.

MODA DESVIO MÉDIO

É o valor que ocorre com maior freqüência em uma Para um conjunto de números, x1, x2, x3, ...., xn, de
série de valores. média aritmética Ma, definimos o desvio médio dm por:

Dados não agrupados


xi -M a
Quando lidamos com valores não agrupados, a
dm = n
moda é facilmente reconhecida: basta, de acordo com
a definição, procurar o valor que mais se repete.
DESVIO PADRÃO (dp)
A série de dados 8, 9,10,11,11,11,12,12,13,14, tem
moda igual a 11, pois, o número onze aparece mais
vezes que os outros. É a mais usada das medidas de dispersão. Assim
como o desvio médio, o desvio padrão determina a
Na série 1,2,3,4,8,12, não apresenta moda, dispersão dos valores em torno da média. É dado
(amodal), pois todos os números aparecem na série pela fórmula>
o mesmo número de vezes.
fi . (mi ) 2 fi . m i
2
Já na série 1,2,2,3,4,4,4,5,6,7,7,8,8,8,9, temos como do = n - n
moda os números 4 e 7, pois aparecem o mesmo nú-
mero de vezes na série, dizemos então que a série é
bimodal. onde n = fi

MANUAL DE ESTUDOS 58 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Ex.: 1) Determinar o ponto-extremidade do arco de
TRIGONOMETRIA 390º.
Solução: Partindo da extremidade A é preciso per-
I - ARCOS E CICLO TRIGONOMÉTRICO correr uma volta e mais 30º no sentido anti-horário.

1) MEDIDA DE ARCOS:
- Grau: um gr auº (1º ) é o arco unit ári o que
1
corresponde a da circunferência.
360
- Grado: um grado (1gr) é o arco unitário que
1 2) Determinar a extremidade do arco de 1.200º
corresponde a da circunferência.
400
- Radiano: um radiano (1 rad) é o arco unitário que
tem o mesmo comprimento do raio da circunferência
que o contém.
.
2) CONVERSÃO DE UNIDADES:
180º  rad 200 gr
Ex.: 1) Transforme 45º em radianos.
Solução: Como as medidas são diretamente pro-
porcionais, podemos estabelecer a regra de três: 1200º 360º
Solução:
180º  rad 120º 3
45º x rad
1200º  3 . 360º + 120
45º  rad  rad 3 voltas
x  x 
180º 4
Na divisão por 360º temos:
2 .. quociente: nº de voltas
2) Transforme rad por 180º. . resto: ar co menor que 360º (deter mina o
3
quadrante).

2 2 . 180º 2 3) Determinar o ponto-extremidade do arco de -


  120º Logo: rad = 120º 1542º.
3 3 3

3) CICLO TRIGONOMÉTRICO:
É uma circunferência à qual se associa um sistema
cartesiano ortogonal com origem no centro, sendo o
raio a unidade de medida dos eixos.

1542º 360º
Solução:
102º 4

1542   4 . 360º   102º )


4 voltas
Na circunferência adota-se um ponto de origem (A) As voltas e o resto são percorridos no sentido ho-
comum para os arcos trigonométricos e a eles se asso- rário.
cia um sinal + ou - conforme o sentido do percurso. 4) Determinar o quadrante a que pertence a extre-
Na trigonometria podemos ter arcos de mais de uma
volta (maior que 360º e arcos negativos (menores que 37 
midade do arco de rad .
0º). 6
37 7 37  2
Solução:  5 
2 5 7 7
Sabemos que:
2 = uma volta
p = meia volta 5 = cinco voltas
2 
 arco menor que
7 2

MANUAL DE ESTUDOS 59 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Devemos percorrer 5 meias voltas (até B) e a seguir 3) TANGENTE e COTANGENTE:
2 sen x
um arco de rad. Tangente de um arco  tg x =
7 cos x
cos x
Cotangente de um arco  cotg x =
sen x
Ex.: 1) Calcular tg 30º e cotg 30º.

sen 30º 12 1 3 3
tg 30º =    
cos 30º 3 2 3 3 3

cos 30º 3 2
cotg 30º =   3
II - NÚMEROS TRIGONOMÉTRICOS: sen 30º 12
2) Calcular tg 90º e cotg 90º.
1) SENO de um arco é a ordenada do ponto extremi-
dade no ciclo trigonométrico. sen 90º 1
2) COSSENO de um arco é a abscissa do ponto ex- tg 90º =   tg 90º = 0
cos 90º 0
tremidade no ciclo trigonométrico.
cos 90º 0
cotg 90º =    tg 90º
sen 90º 1

sen x = OM' ' 4) SECANTE e COSSECANTE:


1
cos x  OM ' Secante de um arco  sec x =
cos x
1
Cossecante de um arco  cossec x =
sen x

Obs.: 1  sen x  1 e - 1  cos x  1  


Ex.: 1) Calcular sec e cossec
6 6

 1 1 2 3 2 3
sec    . 
6 cos  6 3 2 3 3 3

 1 1
cossec    2
6 sen  6 12

III - RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

 1) RELAÇÕES FUNDAMENTAIS:
sen 90º = sen  1
2 R1  sen 2 x  cos2 x  1

cos 90º = cos  0 sen x
2 R 2  tg x 
cos x
3 cos x
sen 270º = sen  1 R 3 = cotg x =
2 sen x
3
cos 270º = cos  0 1
2 R 4 = sec x =
cos x
sen 180º = sen   0
1
cos 180º = cos   1 R 5 = cossec x =
sen x
sen 360º = sen 2   0 2) RELAÇÕES DERIVADAS:
cos 360º = cos 2   1
R 6 = sec 2 x = 1 + tg 2 x
sen 0º = 0 R 7 = cossec 2 x = 1 + cotg 2 x
cos 0º = 1

MANUAL DE ESTUDOS 60 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
3
Ex.: 1) Dado sen x = , x  II quadrante, calcu-
5
lar as demais funções trigonométricas.

Solução:

2
3
sen 2 x + cos2 x = 1   cos2 x  1
5
9 9 25  9 Funções Trigonométricas de Ângulos Arbitrários
 cos2 x  1  cos2  1   cos2 x 
25 25 25
16 16 4
cos2 x   cos x   cos x  
25 25 5
Obs.: x  II Q

sen x 35
tg x =  tg x =  tg x = - 3 4
cos x 4 5

1 1
sec x =  sec x =  sec x = - 5 4
cos x -4 5

1 1
cossec x =  cossec x =  cossec x = 5 3
sen x 35
2) Verificar a identidade: 2 tg 2 x + 3 = 2 sec 2 x + 1
Triângulos Especiais
Solução: Vamos desenvolver o primeiro membro:

Como sec 2 x = 1 + tg 2 x, temos: tg 2 x = -1 + sec 2 x


 tg 2 x = sec 2 x - 1
Logo: 2tg 2 x + 3 = 2(sec 2 x - 1) + 3 = 2 sec 2 x - 2 + 3
= 2 sec 2 x + 1
tg x . cotg x
3) Simplificar a expressão:
sec 2 x  1
Triângulo Qualquer
2 Lei dos Senos:
Solução: rad
3

TRIGONOMETRIA DO TRIÂNGULO

Funções Trigonométricas de Ângulos Agudos


Lei dos Cossenos:
a2=b2+c2-2bc cosA

b2=a2+c2-2ac cosB
c2=a2+b2-2ab cosC

MANUAL DE ESTUDOS 61 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Exemplo:
MATRIZES
4 1 
2 : matriz de ordem 1x 3
1. DEFINIÇÃO:
As matrizes são tabelas de números reais utiliza- (1 linha e 3 colunas)
das em quase todos os ramos da ciência e da enge-
nharia. 2. REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICA
Várias operações executadas por cérebros eletrô- Utilizamos letras maiúsculas para indicar matrizes
nicos são computações por matrizes. São utilizadas genéricas e letras minúsculas correspondentes para
na Estatística, na Economia, na Física Atômica, etc. os elementos.
Vejamos um exemplo: Algebricamente, uma matriz A pode ser representa-
Considere a tabela ao lado, que indica o número da por:
de vendas efetuadas por uma agência de automóveis
durante o primeiro trimestre.
 a11 a12 a13 ... a1n 
 
Janeiro Fevereiro Março a a a ... a 
 21 22 23 2n 
Monza 20 18 25  a 31 a 32 a 33 ... a 3n 
 
Fiat 12 10 15 A  . . . .  com m e n  IN *
. . . . 
Gol 15 9 20  
. . . . 
Voyage 18 15 21  
 a m1 a m2 a m3 ... a mn 
Se quisermos saber a quantidade de carros Voyage  
vendidos em janeiro, iremos procurar o número que
está na quarta linha e na primeira coluna desta tabela. Como o quadro A é bastante extenso, a matriz m X n
No quadro indicado, os números colocados nas será representada abreviadamente por:
disposições horizontais formam o que denominamos A  (a ij ) m x n
linha e os colocados nas disposições verticais cha-
mamos de coluna. Os elementos da matriz A são indicados por aij, em
O conjunto ordenado dos números que formam a que:
tabela é denomado matriz e cada número é chamado i  1, 2, 3, ... , m e j  1, 2, 3, ... , n.
elemento da matriz. O elemento aij possui dois índices: o primeiro i,
representa a linha, e o segundo, j, indica a coluna.
20 18 25 Com essas duas informações (linha e coluna) pode-
12 10 15 mos localizar o elemento.
15 9 20 Assim, temos:
18 15 21 a11 (lê-se: a um um)  elemento localizado na 1ª
linha e 1ª coluna
Neste exemplo, temos uma matriz do tipo 4 x 3 (lê-
a32 (lê-se: a três dois)  elemento localizado na 3ª
se: quatro por três), isto é, uma matriz formada por 4
linha e 2ª coluna
linhas e três colunas.
Representa-se uma matriz colocando-se seus ele-
Exemplo: Achar os elementos da matriz A = (aij)3 x 2
mentos entre parênteses ou entre colchetes.
em que aij = 3i - j.
1ª coluna
Resolução: A representação genérica da matriz é:
2ª coluna
3ª coluna
 20 18 25  1ª linha 20 18 25
a ij  3i - j  a 11  3 .1 - 1  2
  12 
12 10 15  2ª linha 10 15
  a12  3 .1 - 2  1
15 9 20  3ª linha ou 15 9 20  a 11 a12  a 21  3 . 2 - 1  5
  4ª linha    
18 15 21  18 15 21  A  a 21 a 22  a 22  3 . 2 - 2  4
a 31 a 32  a 31  3 . 3 - 1  8
Uma matriz do tipo m x n (lê-se: m por n), com m,
a 32  3 . 3 - 2  7
n  1 , é uma tabela formada por m . n elementos dis-
postos em m linhas e n colunas.

Observação:
2 1
Para indicar a ordem de uma matriz, dizemos primeiro A  5 4
Resposta:
o número de linhas e, em seguida, o número de colunas. 8 7 

M ANUAL DE ESTUDOS 62 M ANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
3 - MATRIZ QUADRADA Indica-se a transposta de A por At.
Se o número de linhas de uma matriz for igual ao Exemplo:
número de colunas, a matriz é dita quadrada.
Quando nos referimos a uma matriz quadrada n x  1 2
  1 - 3 2 
n, podemos dizer que a sua ordem é n em vez de n x n. A  - 3 5   a sua transpost a é A t   
Exemplos:    2 5 0  2 x 3
 2 0 3 x 2
 3 4 Observe que:
A  é uma matriz de ordem 2
- 1 0  a 1ª linha de A é igual à 1ª coluna de At.
a 2ª linha de A é igual à 2ª coluna de At.
1 2 3  a 3ª linha de A é igual à 3ª coluna de At.
 
B  4 5 6 6 - IGUALDADE DE MATRIZES
é uma matriz de ordem 3.
7 8 9 Sejam as matrizes A e B de mesma ordem. Se cada
 
elemento de A for igual ao elemento correspondente
Observações: (elemento que ocupa a mesma posição) de B, as
1ª) Quando uma matriz tem todos os seus elemen- matrizes A e B são ditas iguais.
tos iguais a zero, dizemos que é uma matriz nula Assim, sendo A = (aij)m x n e B = (bij)m x n,
Assim, C é uma matriz nula de ordem 4.
2ª) Os elementos aij de uma matriz quadrada, em
que i = j, formam uma diagonal denominada diagonal A  B  a ij  b ij ,  i  1, 2, 3, ..., m
principal.  j  1, 2, 3, ..., n
A outra diagonal é chamada diagonal secundária.
Exemplo: Dadas as matrizes
diagonal diagonal
 2 5 xy 5
principal secundária A  eB , calcular x e y para que A  B.
10 1 3x - y 1 
a 11 a 12 ... a 1n 
   2 5  x  y 5
  Resolução: A  B    
a 21 a 22 ... a 2n  10 1 3x - y 1 
 
  x  y  2
a  3 + y = 2  y = -1
a 32 ... a 3n  
 31   3x  y  10
   4 x  12  x=3
.  
. .
  Resposta: x = 3 e y = -1
. . . 
  7 - OPERAÇÕES COM MATRIZES
. . . 
a m1 A adição ou a subtração de duas matrizes, A e B, do
a m2 ... a mn 
mesmo tipo é efetuada somndo-se ou subtraindo-se
os seus elementos correspondentes.
4 - MATRIZ UNIDADE OU MATRIZ IDENTIDADE Exemplo:
A matriz quadrada de ordem n, em que todos os  4 3 1 - 2 
elementos da diagonal principal são iguais a 1 (um) e Sendo A    e B   , temos :
os demais elementos são iguais a 0 (zero), é denomi- - 2 1  5 7
nada matriz unidade ou matriz identidade.
Representa-se a matriz unidade por In.  4 3  1 - 2   4  1 3 - 2   5 1 
A  B            
Exemplos:  - 2 1   5 7   - 2  5 1  7   3 8

1 0  4 3  1 - 2   4  1 3  2  3 5 
I2    é uma matriz de ordem 2. A  B            
0 1  - 2 1   5 7   - 2  5 1 7   - 7 - 6
De uma forma geral,
se A = (aij)m x n, B = (bij)m x n e C = (cij)m x n, temos:
1 0 0
I 3  0 1 0 é uma matriz unidade de ordem 3.
Adição C  A  B  c ij  a ij  b ij
0 0 1 com
Subtração C  A  B  c ij  a ij  b ij

5 MATRIZ COMPOSTA i  1, 2, 3, ..., m


Se A é uma matriz de ordem m x n, denominamos j  1, 2, 3, ..., n
transposta de A a matriz de ordem n x m obtida pela
troca ordenada das linhas pelas colunas.

M ANUAL DE ESTUDOS 63 M ANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Podemos, também, efetuar a subtração da seguin- D O CES
te forma:
C = A - B  C = A + (-b) A B
Isto é matriz C é igual à matriz A adicionada à opos-
X 5 8
ta da matriz B.
Y 3 2
Matriz oposta
Denomina-se matriz oposta de uma matriz A a ma- Z 4 7
triz -A cujos elementos são os simétricos dos elemen-
tos correspondentes de A. A tabela dada será representada pela matriz A:
Exemplo:
5 8 
 2 - 5
A 
- 2 5 
-A   A  3 2 
 
- 6 7   6 - 7 4 7
Observe que a oposta da matriz A é obtida trocan-
Suponha que sejam fabricados 50 doces do tipo A
do-se os sinais de todos os elementos de A.
e 20 dozes do tipo B, por dia. Essa quantidade de do-
Propriedades:
ces pode ser representada prla matriz coluna:
1ª) A + B = B + A (comutativa)
2ª) (A + B) + C = A + (B + C) (associativa) 50 
3ª) A + 0 + A (elemento neutro) B  .
4ª) A + (-A) = 0 ( elemento oposto) 20
Exemplo: Se quisermos determinar a quantidade de ingredi-
 3  -1  entes X, Y e Z utilizada por dia, devemos proceder da
   
A  - 2 e B   - 4  , calcular seguinte forma:
Dadas as matrizes Ingrediente X: 5 . 50 + 8 . 20 = 410
 5  2
    Ingrediente Y: 3 . 50 + 2 . 20 = 190
a matriz X tal que X - A + B = 0. Ingrediente Z: 4 . 50 + 7 . 20 = 340
Resolução: O 2º membro da equação é uma matriz Essas quantidades podem ser representadas pela
nula de ordem 3 x 1. matriz: 410

Se X - A  B  X  A - B C  190 
.
340 
 3  1   4
     
X  A  (-B)   - 2    4    2  Podemos obter a matriz C, denominada matriz pro-
 5 - 2  3  duto de A por B, da seguinte forma:
     
 4 5 8  410
  50  
X   2 A . B  C  3 2  .    190 
 
Resposta: 20
3  4 7   340 
 
Cada elemento da matriz C é a soma dos produtos
Multiplicação de um número real por uma matriz
ordenados de uma linha da matriz A pela coluna da
Para multiplicar uma matriz por um número real
matriz B, isto é:
basta multiplicar todos os seus elementos pelo nú-
410 = 5 . 50 + 8 . 20
mero, e o resultado é uma matriz de mesma ordem.
190 = 3 . 50 + 2 . 20
Dada uma matriz A = (aij) e um número real k, cha-
340 = 4 . 50 + 7 . 20
ma-se produto de K por A a matriz B = (bij), em que bij =
Observe que a multiplicação de matrizes só é pos-
k . aij.
i  1, 2, 3, ..., m sível quando o número de colunas da 1ª matriz é igual
 ao número de linhas da 2ª matriz.
B  k . A  b ij  k . a ij  Podemos definir:
 j  1, 2, 3, ..., n Dada uma matriz A = (a ij ) m x n e uma matriz B =

(b jk ) n x p , denomina-se produto de A por B a matriz C
= (c ik ) m x p, tal que o elemento cik é a soma dos produtos
 2 -1 0  da i-ésima linha de A pelos elementos corresponden-
Exemplo: Calcular: 5.  
- 4 3 6  tes da j-ésima coluna de B.
C  A . B  C ij  a il b lk  a i2 b 2k  ...  a in b nk
 2 - 1 0   10 - 5 0 
Resolução: 5.    Exemplo: Dadas as matrizes
- 4 3 6 - 20 15 30 a 11 a 12 
Multiplicação de matrizes   b b 
A  a 21 a 22  e B   11 12 
Exemplo prático: uma doceira produz dois tipos de ,
a 31 a 32  b 21 b 22 
doces, A e B. Para a produção desses doces são utiliza-
dos os ingredientes X, Y e Z, conforme indica a tabela.
determine a matriz C = A . B.

M ANUAL DE ESTUDOS 64 M ANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Resolução:  a 11 a 12  Vamos utilizar um raciocínio análogo para as matrizes.
 b 11 b 12 
C  A . B   a 21 a 22 
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Se existir
.
b b 22  2 x 2 uma matriz B tal que A . B - B . A = I, dizemos que a matriz
 a 31 a 32  3 x 2  21 B é a matriz inversa de A e indicamos por A-1.
Portanto:
 a 11 b 11  a 12 b 21 a 11 b 12  a 12 b 22  A . A-1 = A-1 . A = In
  a 21 b 11  a 22 b 21 a 21 b 12  a 22 b 22 
 a 31 b 11  a 32 b 21 a 31 b 12  a 32 b 22  3 x 2 Observações:
1ª) I é uma matriz identidade de mesma ordem que
as matrizes A e B.
Observe que a operação de multiplicação é efetua-
2ª) Se existir a inversa, dizemos que a matriz A é
da multiplicando-se linha por coluna, isto é, cada ele-
inversível e, em caso contrário, não inversível ou sin-
mento de uma linha é multiplicado pelo elemento cor-
gular.
respondente de uma coluna e, em seguida, os produ-
3ª) Se a matriz quadrada A é inversível, a sua inver-
tos são adicionados.
sa é única.
Portanto, o elemento c11 (1ª linha e 1ª coluna) da
Exemplo: Dterminar a inversa da matriz
matriz produto é encontrado multiplicando-se os ele-
mentos da 1ª linha de A pelos elementos da 1ª coluna  2 4 1 a b
de B e somando-se os produtos obtidos. A    Resolução: Fazemos A    .
Na multiplicação de duas matrizes A e B, o número 1 5  c d 
de colunas de A deve ser igual ao número de linhas de Sabemos que A . A -1  I 2
B; o produto AB terá o mesmo número de linhas de A e 2 4 a b  1 0 
o mesmo número de colunas de B.       
Am x n . Bn x p = (A . B)m x p 1 5   c d   0 1
 2a  4c 2b  4d   1 0 
  

    
Se A é de ordem 3 x 2 e B é de ordem 2 x 2,  a  5c b  5d   0 1 
então A . B é de ordem 3 x 2.
Se A é de ordem 5 x 3 e B é de ordem 3 x 1, Pela igualdade de matrizes, temos os sistemas:
então A . B é de ordem 5 x 1. 2a  4c  1 5 1
Se A é de ordem 3 x 4 e B é de ordem 2 x 5, (1)  a  ec-
 a  5c  0 6 6
então não existe A . B.
2b  4d  0 2 1
Propriedades: (2)  b ed-
 b  5d  1 3 3
A multiplicação de matrizes possui as seguintes
propriedades, se existirem os produtos envolvidos: 5 2 
1ª) A . (BC) = (AB) . C (associativa) 1
6 - 3 
2ª) A . (B + C) = AB + AC (distributiva à direita) A  
3ª) (B + C) . A = BA + CA (distributiva à esquerda)
Resposta:  1 1 
Observações:
 6 3 
1ª) A multiplicação de matrizes não é comutativa, Exercícios propostos: 1
 
isto é, existem matrizes A e B tais que AB  BA . 1
1) (Cescem-SP) O produto M . N da matriz M =  
2ª) Se ocorrer AB = BA, dizemos que as matrizes A e 1
B comutam. pela matriz N = ( 1 1 1):  
3ª) Na multiplicação de matrizes não vale a lei do a) não se define
anulamento do produto, isto é, podemos ter AB = 0, b) é uma matriz identidade de ordem 3
c) é uma matriz de cada linha e uma coluna
mesmo com A  0 e B  0 .
d) é uma matriz quadrada de ordem 3
4ª) Não vale também a lei do cancelamento, isto é,
e) não é uma matriz quadrada.
podemos ter AB = AC, mesmo com A  0 e B  C .
2  1 
 9 7  1 2 3  A  1  e B  2
 
Exemplo: Efetuar:   .   2)
0 8   4 5 6  x  1 
Resolução:
então a matriz Y = At . B será nula para:
 9 7  1 2 3   9 .1  7 . 4 9 . 2  7 . 5 9 . 3  7 . 6 
  .    a) x = 0 b) x = -1 c) x = -2 d) x = -3 e) x - 4.
0 8 4 5 6   0 .1  8 . 4 0 . 2  8 . 5 0 . 3  8 . 6 
 9  28 18  35 27  42   37 53 69  3) (FEI-SP) As matrizes abaixo comutam.
   
 0  32 0  40 0  48   32 40 48  a a  0 3
a 2 e 3 3  O valor de a é:
8 - MATRIZ INVERSA    
Sejam dois números reais, a e b, com a  0 e b  0. a) 1 b) 0 c) 2 d) -1 e) 3
Se a . b = b . a = 1, dizemos que a e b são inversos, ou,
ainda, que b é o inverso de a e vice-versa. Respostas: 01 - D 02 - E 03 - A

M ANUAL DE ESTUDOS 65 M ANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
DETERMINANTES x3 2
2) Resolver a equação: 0
x -1 5
1 - INTRODUÇÃO:
Resolução:
Determinante é um número real que se associa a
uma matriz quadrada. x3 2
 0  5(x  3) - 2(x - 1)  0
A teoria dos determinantes surgiu quase simulta- x -1 5
neamente na Alemanha e no Japão. Foi desenvolvida
5x  15 - 2x  2  0
por dois matemáticos, Leibniz (1646 - 1716) e Seki
Shinsuke Kowa (1642 - 1708) ao solucionarem um 17
problema de eliminações necessárias à resolução d 3x  - 17  x  -
3
eum sistema de m equações lineares com m incógni-
tas.
2 - DETERMINANTE DE UMA MATRIZ QUADRA- Resposta:  17 
S  - 
DA DE 2ª ORDEM  3
Dada a matriz quadrada de 2ª ordem
EXERCÍCIOS PROPOSTOS:
a a 
A   11 12  ,
 a 21 a 22  1) Achar o valor dos determinantes:
Chama-se determinante associado à matriz A (ou
determinante de 2ª ordem) o número real obtido pela -5 2
diferença entre o produto dos elementos da diagonal a)
principal e o produto dos elementos da diagonal se- 3 -1
cundária.
6 - 4
Então, determinante de A = a11 . a22 - a12 . a21 b)
2 3
 1  5 -1
produto dos c)
produto dos elementos 2 1 - 5
elementos da da diagonal
diagonal principal secundária d) 1

Indica-se:
2) Resolva as equações:
a11 a12
det A  A   a11 . a 22 . a 21 x x  2
a21 a 22 a)  0
5 7
x x
Observação: b) 0
Dada a matriz A = (aij), de ordem 1, define-se como 5 x
determinante de A o seu próprio elemento, isto é:
x 3 5
 0
det A  A  a 11 c)
1 x -1

Assim, na matriz A = (4), temos det A  4  4 .


3) Seja A = (aij) uma matriz quadrada de 2ª or-
Vejamos alguns exemplos:
dem tal que aij = j2 + i. j.
4 -3
1) Achar o valor do determinante 6 - 1 . Calcule det A.

4 -3 Respostas:
Resolução: 6 - 1  4 . (-1) - 6 . (-3)  - 4  18  14
1) a) -1 b) 26 c) -2 d) 5
2) a) 5 b) 0,5 c)  4,2
Resposta: 14 3) -2

M ANUAL DE ESTUDOS 66 M ANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Nos sécu lo s XVI,XVII e XVI II c ont in uaram
CONJUNTO DOS NÚMEROS COMPLEXOS
aparecendo raízes quadradas de números nega-
tivos, nã o só na s eq uações . Ess es núm eros ,
OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS quando manipulados de acordo com as regras
COM OS NÚMEROS COMPLEXOS usuais de álgebra, levevam os matemáticos a
resultados corretos que às vezes não podiam ser
Resolvendo a equação x2  4x  5  0 no
obtidos de outras maneiras, e por isso, eles eram

universo IR, temos: x 4   4


2
; e como
considerados números "imaginários", nome até
hoje em uso.
 4  IR , a equação x2  4x  5  0
não admite soluções em IR, pois estas exigem a Os números desse tipo podem ser escritos

raiz quadrada de um número negativo, o que é na forma a  b 1 , onde a e b são números


impossível para os reais. reais; assim, podemos escrever:
Já no início do século XVI era voz corrente entre
2   25  2  25.( 1)  2  5.  1
os matemáticos o pensamento: "não existe raiz
quadrada de número negativo porque um número  81  9  1
negativo não é quadrado de nenhum número". 5   15  5  15.  1
Porém, em 1545, o matemático Cardano
publicou um trabalho em que propunha o
Então até esse momento as operações eram
seguinte problema:
"Dividir o número 10 em duas partes, de modo um jogo com símbolos, pois 1 ,
que seu produto seja 40." evidentemente não é um número real.
Tra ta-se de um problema de 2º grau. Em 1831, Gauss publicou um trabalho dando
Ch ama ndo o s nú meros p ro curado s de x e y, uma interpletaēćo geométrica para os sķmbolos,
teremos:
chamando-os de "nśmeros complexos". Seu pen-
 x  y  10 samento consistia em olhar para nśmeros a e b,
 do sķmbolo a  b.  1 , e coordenadas
 x. y  40 cartesianas de ponto plano e associar a cada
símbolo um ponto P do eixo cartesiano e vice-
Resolvendo o sistema, encontramos uma
solução: versa.

5  15 e 5  15
Vamos verificar se realmente esses números y
são as soluções do problema, operando de
maneira usual com eles:

SOMA:
b P(a,b)
 5  15  .  5  15  
5.5  5.  15   15. 5   15.  15 
PRODUTO:
a x
 5  15  .  5  15  
5.5  5.  15   15.5   15.  15 

E st e pr oc es so a lg éb r ic o po de s er m el ho r
 25  5.  15  5.  15   15  25  15  40
operacionalizado quando se adota para o sím-
Assim, Cardano mostrou que bolo a convenção de chamá-lo "unidade

5   15 e 5   15 eram os números imaginária" e representá-lo por i. Com essa con-

procurados. venção, as operações ficam:

M ANUAL DE ESTUDOS 67 M ANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
1) (a+bi) + (c+di) = (a+c) + (b+d)i, com a,b,c,d, Definição:
IR O conjunto dos pares ordenados de números
2) (a+bi). (c+di) = ac + (ad+bc)i +bd(i) 2 . reais IR 2 munido das operações adição e multi-
e como (i) 2 = -1, vem: plicação definidas em I recebe o nome de con-
(a+bi),(c+di) = ac + (ad+bc)i + bd(-1) junto dos números complexos, e é indicado pela
(a+bi),(c+di) = (ac-bd) + (ad+bc)i. letra c .

Exemplos: Igualdade de complexos:


a) (3+2i) + (5-8i) = (3+5) + (2-8)i = 8 - 6i Dois nú meros complexos (a,b) e (c ,d) s ão
b) (3+2i) . (5-8i) = 3.5 - 24i + 10i - 16(i) 2 . iguais quando a somente se a=c e b=d, ou seja:
= 15 - 24i + 10i + 16 (a,b) = (c,d)  a=c e b=d.
= 31 - 14i
Representação Geométrica de um número
O significado correto, do que aqui colocamos complexo.
apenas como uma convenção, quando substitui O número complexo z = a + bi pode ser repre-
por i ou (i) 2 =-1 foi dado por Gauss, como sentado geometricamente no plano cartesiano
veremos a seguir. IR 2, uma vez que z é um par ordenado de núme-
Efetuando as operações de adição e multipli- ros reais.
cação com esses símbolos, usando as regras Ao complexo z = a + bi vamos associar, no sis-
atuais, obteremos: tema de coordenadas cartesianas, o ponto cujas
1) (a+b ) + (c+d ) = (a+c) + (b+d coordenadas são a e b.
)., com a,b,c,d IR O Ponto P(a,b) que representa o número com-
plexo a + bi chama-se "afixo" ou "imagem" do
2) (a+b ) + (c+d )= ac + (ad+bc) . complexo.
+ bd ( )2 =
y
= (ac-bd) + (ad+bc) . , com a,b,c,d IR.

b P(a.b)
Gauss, ao invés de escrever o símbolo a+b
escreveu somente (a,b): um par ordenado
de números reais. a x
Assim, a adição e a multiplicação são defini-
das de mod o qu e esses pares se com portem
como antigos símbolos.
Dados os pares (a,b) e (c,d) de números re- A cada número complexo corresponde um e
ais, define-se: somente um ponto no plano e, reciprocamente, a
cada ponto no plano corresponde um e somente
Adição: (a,b) + (c,d) = (a+c,b+d) um número complexo.
Existe, pois, uma correspondência biunívoca
Multiplicação: (a,b) . (c,d) = (ac-bd, ad-bc) entre os pontos do plano e o conjunto dos núme-
I ros complexos.

M ANUAL DE ESTUDOS 68 M ANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Limites Laterais
LIMITES Suponha que, quando x tende a a pela esquerda,
isto é, por valores menores que a, f(x) tende ao
número L1. Este fato é indicado por:
Diz-se que uma variável x tende a um número
real a se a diferença em módulo de x-a tende a zero.
( x a ). Escreve-se: x a ( x tende a a). lim f (x) = L1
xa
Exemplo : Se x = 1 / N = 1,2,3,4,... , quando N
aumenta, x diminui, tendendo a zero. Suponha que, quando x tende a a pela direita,
isto é, por valores maiores que a, f (x) tende ao
Definição:
número L2 . Este fato é indicado por:

{
lim f(x) é igual a L se e somente se, dado x  a
xa e  0, existe  0, lim f (x) = L2
tal que se 0  | x - a |  xa
então | f (x) -L |
Os números L 1 e L 2 são chamados,
Propriedades: respectivamente, de limite à esquerda de f em a e
limite à direita de f em a e referidos como limites
laterais de f em a.

Limites Infinitos

Ao investigarmos lim f(x) ou lim f(x)

xa- xa+

Pode ocorrer que, ao tender x para a, o valor f(x)


da função ou aumente sem limite, ou decresça sem
limites.

Por exemplo:
f (x) = 1 / (x - 2).

Quando x se aproxima de 2 pela direita, f (x)


aumenta sem limite:

x 2,1 2,01 2,001 2,0001 2,00001


f (x) 10 100 1.000 10.000 100.000

Quando x se aproxima de 2 pela esquerda, f (x)


diminui sem limite:

x 1,9 1,99 1,999 1,9999 1,99999


f (x) -10 -100 -1.000 -10.000 -100.000

Assim:

lim f(x) 1 / (x-2) =  e lim f(x) 1 / (x-2) = - 


+ -
x2 x2

São consideradas indeterminações:


Exemplos:
=> 0/0;

=> 0 . (+/- )
=> (+/-  ) / (+/-  )
=> (+/-  ) +/- (+/-  )
MANUAL DE ESTUDOS 69 MANUAL DE ESTUDOS
MATEMÁTICA
Observe que a razão inc remental é o
DERIVADAS
coeficiente angular ( tg) da reta secante s, que
passa por P e Q.
Derivada de uma Função
Derivada de uma função num ponto x:
Acréscimo da variável independente
Seja y = f(x) contínua. Calculamos a razão
Dados x0 e x1 denominam incremento da variável incremental  y /  x .
x, à diferença:
O limite da razão incremental para o acréscimo
 tendendo a zero é definido como a derivada da
x
 x x1 x0 função f(x).
Ela pode ser indicada como:
.yf(x) Lagrange
Dy = Df(x) Cauchy
dy / dx = df / dx Leibnitz
y Newton

Então:

Acréscimo de uma função


Seja y = f(x) contínua. Dados x0 e x1 podem-se obter
f(x0) e f(x1). À diferença  y = f(x1) - f(x0 ) chama-se
acréscimo ou variação da função f(x).

Como:
x1 = x0 +  x, então:  y = f(x0 +  x) - f(x0 )

Graficamente:  Y /  X = tg 

Quando  x 0 , a reta secante s tende para a


reta tangente t, tg β tg α e f(x) tg α.

Geometricamente f(x) mede a inclinação da reta


tangente à curva y = f(x) no ponto P(x, f(x)).

Propriedades

Razão Incremental 1. Propriedade f(x) = C f(x) 0 .


O quociente da variação da função y pelo 2. Propriedade f(x) xn f(x) n xn-1
incremento da variável independente x é chamado
razão incremental. 3. Propriedade (f g) (x) f(x) g(x)

4. Propriedade (f g) (x) f (x) g(x)

Trocando x0 por x (fixo momentaneamente), temos: 5. Propriedade (f.g) (x) f (x) . g(x) f(x) . g(x)

6. Propriedade

MANUAL DE ESTUDOS 70 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Observe que todos os pontos do eixo OX tem
GEOMETRIA ANALÍTICA ordenada nula e todos os pontos do eixo OY tem
abscissa nula. Assim, dizemos que a equação do eixo
A Geometria Analítica é uma parte da Matemática , OX é y = 0 e a equação do eixo OY é x = 0.
que através de processos particulares , estabelece Os pontos do plano onde a = b, definem uma reta
as relações existentes entre a Álgebra e a Geometria. denominada bissetriz do 1º quadrante, cuja equação
Desse modo , uma reta , uma circunferência ou uma evidentemente é y = x.
figura podem ter suas propriedades estudadas Já os pontos do plano onde a = -b (ou b = - a), ou
através de métodos algébricos . seja, de coordenadas simétricas, definem uma reta
Os estudos iniciais da Geometria Analítica se denominada bissetriz do 2º quadrante, cuja equação
deram no século XVII , e devem-se ao filósofo e evidentemente é y = - x.
matemático francês René Descartes (1596 - 1650), Os eixos OX e OY são denominados eixos
inventor das coordenadas cartesianas (assim coordenados.
chamadas em sua homenagem), que permitiram a
representação numérica de propriedades Exercícios Resolvidos
geométricas. No seu livro Discurso sobre o Método, 1) Se o ponto P(2m-8 , m) pertença ao eixo dos y ,
escrito em 1637, aparece a célebre frase em latim então :
“Cogito ergo sum” , ou seja: “Penso, logo existo”.
a) m é um número primo
b) m é primo
Coordenadas cartesianas na reta
c) m é um quadrado perfeito
Seja a reta r na Fig. abaixo e sobre ela tomemos
d) m = 0
um ponto O chamado origem. Adotemos uma unidade
e) m < 4
de medida e suponhamos que os comprimentos
medidos a partir de O, sejam positivos à direita e Solução:
negativos à esquerda. Se um ponto pertence ao eixo vertical (eixo y) , então
a sua abscissa é nula.
Logo, no caso teremos 2m - 8 = 0, de onde tiramos
m = 4 e portanto a alternativa correta é a letra C,
pois 4 é um quadrado perfeito (4 = 22).
O comprimento do segmento OA é igual a 1 u.c
(uma unidade de comprimento). É fácil concluir que 2) Se o ponto P(r - 12 , 4r - 6) pertença à primeira
existe uma correspondência um a um bissetriz , então podemos afirmar que :
(correspondência biunívoca) entre o conjunto dos a) r é um número natural
pontos da reta e o conjunto R dos números reais. Os b) r = - 3
números são chamados abscissas dos pontos. c) r é raiz da equação x3 - x2 + x + 14 = 0
Assim, a abscissa do ponto A’ é -1, a abscissa da d) r é um número inteiro menor do que - 3 .
origem O é 0, a abscissa do ponto A é 1, etc. e) não existe r nestas condições .
A reta r é chamada eixo das abscissas. Solução:
Os pontos da primeira bissetriz (reta y = x),
Coordenadas cartesianas no plano possuem abscissa e ordenada iguais entre si. Logo,
Com o modo simples de se representar números deveremos ter: r - 12 = 4r - 6 de onde conclui-se r = - 2.
numa reta, visto acima, podemos estender a idéia Das alternativas apresentadas, concluímos que a
para o plano, basta que para isto consideremos duas correta é a letra C, uma vez que -2 é raiz da equação
retas perpendiculares que se interceptem num ponto dada. Basta substituir x por -2 ou seja:
O, que será a origem do sistema. Veja a Fig. a seguir: (-2)3 - (-2)2 + (-2) + 14 = 0 o que confirma que -2 é
raiz da equação.

Fórmula da distância entre dois pontos do plano


cartesiano
Dados dois pontos do plano A(Xa,Ya) e B(Xb,Yb) ,
deduz-se facilmente usando o teorema de Pitágoras
a seguinte fórmula da distancia entre os pontos A e B:
Dizemos que a é a abscissa do ponto P e b é a
ordenada do ponto P.
O eixo OX é denominado eixo das abscissas e o
eixo OY é denominado eixo das ordenadas. Esta fórmula também pode ser escrita como: d2AB
O ponto O(0,0) é a origem do sistema de = (Xb - Xa)2 + (Yb - Ya)2 , obtida da anterior, elevando-se
coordenadas cartesianas. ao quadrado (quadrando-se) ambos os membros.
Os sinais algébricos de a e b definem regiões do
plano denominadas QUADRANTES. Exercício Resolvido
No 1º quadrante, a e b são positivos, no 2º O ponto A pertence ao semi-eixo positivo das
quadrante, a é negativo e b positivo, no 3º quadrante, ordenadas ; dados os pontos B(2 , 3) e C(-4 ,1) , sabe-
ambos são negativos e finalmente no 4º quadrante a se que do ponto A se vê o segmento BC sob um
é positivo e b negativo. ângulo reto .

MANUAL DE ESTUDOS 71 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Nestas condições podemos afirmar que o ponto A Baricentro de um triângulo
é: Sabemos da Geometria plana , que o baricentro de
a) (3,0) b) (0, -1) c) (0,4) um triângulo ABC é o ponto de encontro das 3 medianas
d) (0,5) e) (0, 3) . Sendo G o baricentro , temos que AG = 2 . GM onde M
Solução: é o ponto médio do lado oposto ao vértice A (AM é uma
Como do ponto A se vê BC sob um ângulo reto, das 3 medianas do triângulo). Nestas condições , as
podemos concluir que o triângulo ABC é retângulo coordenadas do baricentro G(xg , yg) do triângulo ABC
em A. Logo, vale o teorema de Pitágoras: o quadrado onde A(xa , ya) , B(xb , yb) e C(xc , yc) é dado por :
da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos
catetos. Portanto, podemos escrever: AB2 + AC2 = BC2
(BC é a hipotenusa porque é o lado que se opõe ao
ângulo reto A). Da fórmula de distância, podemos
então escrever, considerando que as coordenadas
do ponto A são (0,y) , já que é dado no problema que o
ponto A está no eixo dos y e portanto sua abscissa é
nula:
AB2 = ( 0 - 2 )2 + ( y - 3 )2 = 4 + ( y - 3 )2 Conclui-se pois que as coordenadas do baricentro
AC2 = ( 0 - (-4))2 + ( y - 1)2 = 16 + ( y - 1 )2 são iguais às médias aritméticas das coordenadas
BC2 = ( 2 - (-4))2 + ( 3 - 1 )2 = 40 dos pontos A , B e C .
Substituindo, vem: 4 + ( y - 3 )2 + 16 + ( y - 1 )2 = 40 Assim, por exemplo, o baricentro (também
\ ( y - 3 )2 + ( y - 1)2 = 40 - 4 - 16 = 20 conhecido como centro de gravidade) do triângulo ABC
Desenvolvendo, fica: y2 - 6y + 9 + y2 - 2y + 1 = 20 \ 2y2 onde A(3,5) , B(4, -1) e C(11, 8) será o ponto G(6, 4).
- 8y - 10 = 0 \ y2 - 4y - 5 = 0 , que resolvida, encontramos Verifique com o uso direto das fórmulas.
y = 5 ou y = -1. A raiz y = -1 não serve, pois foi dito no
problema que o ponto A está no semi-eixo positivo . Exercício resolvido
Portanto, o ponto procurado é A(0,5), o que nos leva a Conhecendo-se o baricentro B(3,5), do triângulo
concluir que a alternativa correta é a letra D. XYZ onde X(2,5) , Y(-4,6) , qual o comprimento do
segmento BZ?
Ponto médio de um segmento Solução:
Dado o segmento de reta AB , o ponto médio de AB Seja o ponto Z(a,b). Temos, pela fórmula do
é o ponto M Î AB tal que AM = BM . Nestas condições, baricentro:
dados os pontos A(x1 , y1) e B(x2 , y2) , as coordenadas 3 = (2 - 4 + a) / 3 e 5 = (5 + 6 + b) / 3
do ponto médio M(xm , ym) serão dadas por: Daí, vem que a = 11 e b = 4. O ponto Z será portanto
Z(11, 4).
Usando a fórmula da distância entre dois pontos,
lembrando que B(3,5) e Z(11,4),
encontraremos BZ = 651/2 u.c. (u.c. = unidades de
comprimento).
Agora resolva este:
Os pontos A(m, 7), B(0, n) e C(3, 1) são os vértices
de um triângulo cujo baricentro é o ponto
G(6, 11). Calcule o valor de m2 + n2.
Exercício Resolvido Resp: 850
Sendo W o comprimento da mediana relativa ao
lado BC do triângulo ABC onde A(0,0), B(4,6) e C(2,4) O uso do Determinante de terceira ordem na
, então W 2 é igual a: Geometria Analítica
a) 25 b) 32 c) 34 Área de um triângulo
d) 44 e) 16 Seja o triângulo ABC de vértices A(xa , ya) , B(xb , xc) e
Solução: C(xc , y c ) . A área S desse triângulo é dada por
Chama-se mediana de um triângulo relativa a um S = 1/2 . | D | onde | D | é o módulo do determinante
lado, ao segmento de reta que une um vértice ao ponto formado pelas coordenadas dos vértices A , B e C .
médio do lado oposto. Temos portanto:
Assim, a mediana relativa ao lado BC será o
segmento que une o ponto A ao ponto médio de BC.
Das fórmulas de ponto médio anteriores,
concluímos que o ponto médio de BC será o ponto M(
3, 5). Portanto, o comprimento da mediana procurado
será a distância entre os pontos A e M.
Usando a fórmula de distância encontramos AM =
Ö 34 ou seja raiz quadrada de 34. A área S é normalmente expressa em u.a.
Logo, W = Ö 34 e portanto W 2 = 34, o que nos (unidades de área)
leva a concluir que a resposta correta está na Para o cálculo do determinante de terceira ordem,
alternativa C. utilizamos a conhecida e prática regra de Sarrus.

MANUAL DE ESTUDOS 72 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Condição de alinhamento de três pontos Posição relativa de duas retas
Três pontos estão alinhados se são colineares , Sabemos da Geometria que duas retas r e s no
isto é , se pertencem a uma mesma reta . plano podem ser: Paralelas; Concorrentes ou
É óbvio que se os pontos A , B e C estão alinhados , Coincidentes.
então o triângulo ABC não existe , e podemos pois Dadas as retas r : ax + by + c = 0 e s : a’x + b’y + c’
considerar que sua área é nula ( S = 0 ) . = 0 , temos os seguintes casos :
Fazendo S = 0 na fórmula de área, concluímos
que a condição de alinhamento dos 3 pontos é que o
determinante D seja nulo , ou seja : D = 0 . as retas são coincidentes .

Exercício resolvido:
Se os pontos P(3 , 5) , Q(-3 , 8) e C(4 , y) são
colineares , então o valor de y é : as retas são paralelas .
a) 4 b) 3 c) 3,5
d) 4,5 e) 2
Solução:
Para que estes pontos estejam alinhados (pontos
as retas são concorrentes .
colineares), deveremos ter:

Exercícios resolvidos
1 - OSEC-SP - Qual a posição relativa das retas r :
x + 2y + 3 = 0 e s: 4x + 8y + 10 = 0?
Solução:
Temos que: 1 / 4 = 2 / 8 ¹ 3 / 10 (segundo caso
acima) e, portanto as retas são paralelas.
2 - Dadas as retas r : 3x + 2y - 15 = 0 ; s : 9x + 6y -
Desenvolvendo o determinante pela Regra de
45 = 0 e t : 12x + 8y - 60 = 0 , podemos afirmar:
Sarrus, obtemos:
a) elas são paralelas
- 32 - 3y + 15 + 24 - 3y + 20 = 0 \ y = 9/2 = 4,5.
b) elas são concorrentes
Portanto a alternativa correta é a letra D.
c) r // t // s = R
d) r // s // t = R2
Equação geral da reta.
e) as três equações representam uma mesma reta
Seja r a reta que passa pelos pontos A(xa , ya) e B(xb
.
, yb).
Solução:
Seja P(x , y) um ponto qualquer desta reta . Pela
Primeiro vamos verificar as retas r e s: 3 / 9 = 2 / 6
condição de alinhamento de 3 pontos , podemos
= -15 / -45 (primeiro caso acima) e portanto as retas r
escrever:
e s são coincidentes.
Comparando agora, por exemplo a reta r com a
reta t , teremos:
3 / 12 = 2 / 8 = -15 / -60 (primeiro caso acima);
Portanto as retas r, s e t são coincidentes, ou
seja, representam a mesma reta.
Logo a alternativa correta é a letra E.

Desenvolvendo o determinante acima obtemos: Equação segmentária da reta


(Ya - Yb) . x + (Xa - Xb) . y + (XaYb - XbYa) = 0 . Considere a reta representada na fig. a seguir:

Fazendo Ya - Yb = a , Xa - Xb = b e XaYb - XbYa = c,


decorre que todo ponto P(x,y) pertencente à reta, deve
verificar a equação: ax + by + c = 0 que é chamada
equação geral da reta r .

Exemplos:
2x + 5y - 4 = 0 (a = 2 , b = 5 , c = -4)
3x - 4y = 10 (a = 3 , b = -4 , c = -10);
observe que podemos escrever 3x - 4y - 10 = 0.
3y + 12 = 0 (a = 0 , b = 3 , c = 12)
7x + 14 = 0 (a = 7 , b = 0 , c = 14)
x = 0 (a = 1 , b = 0 , c = 0) Verificamos que a reta corta os eixos coordenados
y = 0 (a = 0 , b = 1 , c = 0) nos pontos (p,0) e (0,q). Sendo G(x,y) um ponto
Observações: genérico ou seja um ponto qualquer da reta, através
a) a = 0 => y = - c/b (reta paralela ao eixo dos x ) da condição de alinhamento de 3 pontos, chegamos
b) b = 0 => x = - c/a (reta paralela ao eixo dos y) facilmente à equação segmentária da reta:

MANUAL DE ESTUDOS 73 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
- 4x - 2y - 5 + 8 + y + 5x = 0 Þ x - y + 3 = 0 que é a
equação geral procurada. Observe que a equação da
reta também poderá ser escrita como y = x + 3. Esta
última forma, é conhecida como equação reduzida da
reta, como veremos a seguir.
Nota: se p ou q for igual a zero , não existe a
equação segmentária (Lembre-se: não existe divisão 10 - Outras formas de equação da reta
por zero); portanto , retas que passam na origem não Vimos na seção anterior a equação geral da reta
possuem equação segmentária . ou seja ax + by + c = 0 . Vamos apresentar em
seqüência , outras formas de expressar equações de
Exercício resolvido retas no plano cartesiano:
Ache a equação segmentária da reta de equação
geral 2x + 3y - 18 = 0.
10.1 - Equação reduzida da reta
Solução:
Podemos escrever: 2x + 3y = 18 ; dividindo ambos
os membros por 18 vem:
2x/18 + 3y/18 = 18/18 \ x / 9 + y / 6 = 1. Vemos
portanto que p = 9 e q = 6 e portanto a reta corta os
eixos coordenados nos pontos A(9,0) e B(0,6).

Equações paramétricas da reta


Quando um ponto qualquer P(x , y) de uma reta Seja a reta r de equação geral ax + by + c = 0 . Para
vem com suas coordenadas x e y expressas em achar a equação reduzida da reta , basta tirar o valor
função de uma terceira variável t (denominada de y ou seja :
parâmetro), nós temos nesse caso as equações y = (- a/b)x - c/b .
paramétricas da reta. Chamando - a/b = m e - c/b = n obtemos y = mx
x = f(t) onde f é uma função do 1o. grau + n que é a equação reduzida da reta de equação
y = g(t) onde g é uma função do 1o. grau
geral ax + by + c = 0 .
Nestas condições , para se encontrar a equação
O valor de m é o coeficiente angular e o valor de n
geral da reta , basta se tirar o valor de t em uma das
é o coeficiente linear da reta .
equações e substituir na outra .
Observe que na equação reduzida da reta , fazendo
Exercício resolvido x = 0 , obtemos y = n , ou seja, a reta r intercepta o eixo
Um móvel descreve uma trajetória retilínea e suas dos y no ponto (0 , n) de ordenada n .
coordenadas em função do tempo t , são: Quanto ao coeficiente angular m , considere a reta
x = 3t + 11 r passando nos pontos A(x1 , y1) e B(x2 , y2) .
y = -6t - 21 Sendo y = mx + n a sua equação reduzida
Qual a equação segmentária dessa trajetória? ,podemos escrever: y1 = mx1 + n e y2 = mx2 + n .
Solução: Subtraindo estas equações membro a membro ,
Multiplicando ambos os membros da 1ª equação obtemos y1 - y2 = m (x1 - x2) .
paramétrica por 2, vem: 2x = 6t + 22. Logo , a fórmula para o cálculo do coeficiente
Somando agora membro a membro com a 2ª angular da reta que passa pelos dois pontos (x1 , y1)
equação, obtemos: 2x + y = 32 (observe que a variável e (x2 , y2) é :
t é eliminada nessa operação pois 6t + ( -6t ) = 0 ).
Dividindo ambos os membros da equação obtida
por 32 fica:
2x / 32 + y / 32 = 32 / 32 => x / 16 + y / 32 = 1, que é
a equação segmentária procurada.
Retas perpendiculares
Determine a equação da reta que passa nos
Sabemos da Geometria Plana que duas retas são
pontos P(2,5) e Q(1,4).
perpendiculares quando são concorrentes e formam
Solução:
Sendo G(x,y) um ponto qualquer da reta cuja entre si um ângulo reto (90º) . Sejam as retas r: y = mr
equação é procurada, podemos escrever: x + nr e s: y = ms x + ns . Nestas condições podemos
escrever a seguinte relação entre os seus coeficientes
angulares: ms = - 1 / mr ou mr . ms = -1 .
Dizemos então que se duas retas são
perpendiculares, o produto dos seus coeficientes
angulares é igual a -1.
Deixaremos de demonstrar esta propriedade, não
obstante a sua simplicidade, mas se você se
Aplicando a regra de Sarrus para desenvolver o interessar em ver a demonstração, mande-me um e-
determinante de 3ª ordem acima, vem: mail solicitando.

MANUAL DE ESTUDOS 74 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Exercício resolvido b) se as retas r e s fossem além de concorrentes,
Dadas as retas de equações (2w - 2)x + (w - 1)y + PERPENDICULARES, teríamos q = 90º . Neste caso
w = 0 e (w - 3)y + x - 2w = 0, podemos afirmar que: a tangente não existe ( não existe tg 90º , sabemos da
a) elas são perpendiculares para qualquer valor Trigonometria); mas se considerarmos uma situação
de w limite de um ângulo tão próximo de 90º quanto se
b) elas são perpendiculares se w = 1 queira, sem entretanto nunca se igualar a 90º , a
c) elas são perpendiculares se w = -1 tangente do ângulo será um número cada vez maior,
d) elas são perpendiculares se w = 0 tendendo ao infinito. Ora, para que o valor de uma
e) essas retas não podem ser perpendiculares fração seja um número cada vez maior, tendendo ao
Solução: infinito, o seu denominador deve ser um número
Podemos escrever para a 1ª reta: y = [-(2w-2) / (w- infinitamente pequeno, tendendo a zero. Nestas
1)].x - w /(w-1). condições, o denominador da fórmula anterior 1+mr .
Analogamente para a 2ª reta: y = [-1 / (w-3)].x + 2w m s seria um número tão próximo de zero quanto
/ (w-3). Ora, os coeficientes de x são os coeficientes quiséssemos e no limite teríamos 1 + mr . ms = 0.
angulares e, pelo que já sabemos, a condição de Ora, se 1 + mr . ms = 0, podemos escrever que mr .
perpendicularidade é que o produto desses
ms = -1, que é a condição necessária e suficiente para
coeficientes angulares seja igual a -1. Logo:
que as retas sejam perpendiculares, conforme já
vimos num texto anterior publicado nesta página.
Assim, é sempre bom lembrar: RETAS
PERPENDICULARES POSSUEM COEFICIENTES
ANGULARES QUE MULTIPLICADOS É IGUAL A
Efetuando os cálculos indicados e simplificando- MENOS UM.
se obtemos: w2 - 2w + 1 = 0, que é equivalente a
(w - 1)2 = 0, de onde conclui-se que w = 1. Exercício resolvido
Mas, cuidado! Observe que 1 anula o denominador Determine o ângulo agudo formado pelas retas r :
da expressão acima e, portanto é uma raiz estranha,
3x - y + 2 = 0 e s : 2x + y - 1 = 0.
já que não existe divisão por zero! Apesar das
Solução:
aparências, a raiz 1 não serve! Logo, a alternativa
Para a reta r : y = 3x + 2. Logo, mr = 3.
correta é a letra E e não a letra B como ficou aparente.
Para a reta s : y = - 2x + 1. Logo, ms = -2.
Substituindo os valores na fórmula anterior e
Ângulo formado por duas retas
efetuando os cálculos, obtemos tgq = 1, o que significa
Sendo mr e ms os coeficientes angulares das retas
que o ângulo entre as retas é igual a 45º, pois tg45º = 1.
r e s respectivamente , a tangente do ângulo agudo q
(Faça os cálculos para conferir).
formado pelas retas é dado por :
Estudo da circunferência
Considere a circunferência representada no plano
cartesiano , conforme abaixo , cujo centro é o ponto
C(xo , yo) e cujo raio é igual a R , sendo P(x , y) um ponto
qualquer pertencente à circunferência .

Podemos escrever: PC = R e pela fórmula de


Notas: distancia entre dois pontos, já vista em outro texto
1 - Ângulo agudo: ângulo cuja medida está entre 0 publicado nesta página, teremos: (x - x0)2 + (y - y0)2 = R2
e 90º. que é conhecida como equação reduzida da
2 - Observe dois casos particulares da fórmula circunferência de centro C(x0,y0) e raio R.
anterior, que merecem ser mencionados:
a) se as retas r e s, ao invés de serem concorrentes, Assim, por exemplo, a equação reduzida da
fossem paralelas, o ângulo q seria nulo e portanto circunferência de raio 5 e centro no ponto C(2,4) é
tg q = 0 (pois tg 0 = 0). dada por: (x - 2)2 + (y - 4)2 = 25.
Nestas condições, o denominador da fórmula teria
que ser nulo, o que resultaria em mr = ms , ou seja, os Caso particular: Se o centro da circunferência
coeficientes angulares teriam que ser iguais. coincidir com a origem do sistema de coordenadas
RETAS PARALELAS POSSUEM COEFICIENTES cartesianas ou seja o ponto O(0,0) , a equação
ANGULARES IGUAIS. reduzida da circunferência fica: x2 + y2 = R2

MANUAL DE ESTUDOS 75 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Para obter a Equação Geral da circunferência, Os pontos F1 e F 2 são denominados focos e a
basta desenvolver a equação reduzida . distancia F1F2 é conhecida com distancia focal da
elipse.
Temos: O quociente c/a é conhecido como excentricidade
x2 - 2x . xo + xo2 + y2 - 2y . yo + yo2 - R2 = 0 . da elipse. Como, por definição, a > c, podemos afirmar
que a excentricidade de uma elipse é um número
positivo menor que a unidade.
Fazendo -2xo = D , -2yo = E e xo2 + yo2 - R2 = F ,
podemos escrever a equação Equação reduzida da elipse
x 2 + y 2 + D x + E y + F = 0 (Equação geral da Seja P(x, y) um ponto qualquer de uma elipse e
circunferência). sejam F1(c,0) e F2(-c,0) os seus focos. Sendo 2.a o
Então , concluímos que quando os coeficientes de valor constante com c < a, como vimos acima,
x2 e y2 forem unitários , para determinar as coordenadas podemos escrever:
do centro da circunferência , basta achar a metade dos PF1 + PF2 = 2.a
coeficientes de x e de y , com os sinais trocados ou Usando a fórmula da distancia entre dois pontos,
seja : xo = - D / 2 e yo = - E / 2 . poderemos escrever:
Se os coeficientes de x2 e de y2 não forem unitários
, temos que dividir a equação pelo coeficiente de x2
que é sempre igual ao coeficiente de y2 , no caso da
circunferência.
Para o cálculo do raio R , observemos que F = xo2 +
y o2 - R 2 .
Mas, xo = - D / 2 e yo = - E /2 . Logo , podemos
escrever a seguinte equação para o cálculo do raio R
Observe que x – (-c) = x + c.
a partir da equação geral da circunferência: Quadrando a expressão acima, vem:

Cuidado! Para que a equação x2 + y2 + D x + E y + F


= 0 , possa representar uma circunferência, tem de
ser atendida a condição D2 + E2 - 4.F > 0 , pois não Com bastante paciência e aplicando as
existe raiz quadrada real de número negativo . propriedades corretas, a expressão acima depois de
Observe que se D2 + E2 - 4.F = 0 , a equação x2 + y2 desenvolvida e simplificada, chegará a:
+ D x + E y + F = 0 representa apenas um ponto do b2.x2 + a2.y2 = a2.b2, onde b2 = a2 – c2
plano cartesiano! Por exemplo : x2 + y2 + 6x - 8y + 25 = Dividindo agora, ambos os membros por a2b2 vem
0 é a equação de um ponto! Verifique. finalmente:
Qual a sua interpretação para o caso D2 + E2 - 4F
ser negativo? Ora, como não existe raiz quadrada real
de número negativo, conclui-se facilmente que a
circunferência não existe neste caso!

Exemplo: HIPÉRBOLE
Dada a equação x2 + y2 - 6x + 8y = 0, temos: D = - 6 Definição:
, E = 8 e F = 0. Dados dois pontos fixos F1 e F2 de um plano, tais
Logo, pelas igualdades anteriores, podemos que a distancia entre estes pontos seja igual a 2c > 0,
determinar as coordenadas do centro e o raio como denomina-se hipérbole, à curva plana cujo módulo
segue: da diferença das distancias de cada um de seus
xo = - (-6) / 2 = 3 ; yo = - 8 / 2 = -4 e R = 5 (faça as pontos P à estes pontos fixos F1 e F2 é igual a um valor
contas). constante 2a , onde a < c.
Portanto, o centro é o ponto C(3, -4) e o raio é igual Assim é que temos por definição:
a 5 u.c (u.c = unidade de comprimento).  PF1 - PF2  = 2 a

ELIPSE

Definição:
Dados dois pontos fixos F1 e F2 de um plano, tais
que a distancia entre estes pontos seja igual a 2c > 0,
denomina-se elipse, à curva plana cuja soma das
distancias de cada um de seus pontos P à estes
pontos fixos F1 e F2 é igual a um valor constante 2a ,
onde a > c.
Assim é que temos por definição:
PF1 + PF2 = 2 a

MANUAL DE ESTUDOS 76 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Os pontos F1 e F 2 são denominados focos e a PF = Pd onde:
distancia F1F2 é conhecida com distancia focal da PF = distância entre os pontos P e F
hipérbole. PP’ = distância entre o ponto P e a reta d (diretriz).
O quociente c/a é conhecido como excentricidade
da hipérbole. Como, por definição, a < c, concluímos
que a excentricidade de uma hipérbole é um número
positivo maior que a unidade.
A1A2 é denominado eixo real ou eixo transverso
da hipérbole, enquanto que B1B2 é denominado eixo
não transverso ou eixo conjugado da hipérbole.
Observe na figura acima que é válida a relação:
c2 = a2 + b2
O ponto (0,0) é o centro da hipérbole.

Equação reduzida da hipérbole


Seja P(x, y) um ponto qualquer de uma hipérbole e
sejam F1(c,0) e F2(-c,0) os seus focos. Sendo 2.a o
valor constante com c > a, como vimos acima,
podemos escrever:
½ PF1 - PF2 ½ = 2 a
Usando a fórmula da distancia entre dois pontos,
poderemos escrever:
Importante: Temos portanto, a seguinte relação
notável: VF = p/2

Equação reduzida da parábola de eixo horizontal


e vértice na origem
Observando a figura acima, consideremos os
pontos: F(p/2, 0) - foco da parábola, e P(x,y) - um ponto
Observe que x – (-c) = x + c. qualquer da parábola. Considerando-se a definição
Quadrando a expressão acima, vem: acima, deveremos ter: PF = PP’

Daí, vem, usando a fórmula da distancia entre


pontos do plano cartesiano:

Com bastante paciência e aplicando as


propriedades corretas, a expressão acima depois de Desenvolvendo convenientemente e simplificando
desenvolvida e simplificada, chegará a: a expressão acima, chegaremos à equação reduzida
b2.x2 - a2.y2 = a2.b2, onde b2 = c2 – a2 , conforme da parábola de eixo horizontal e vértice na origem, a
pode ser verificado na figura acima. saber:
y2 = 2px
Dividindo agora, ambos os membros por a2b2 vem onde p é a medida do parâmetro da parábola.
finalmente:
Parábola de eixo horizontal e vértice no ponto
(x0, y0)
Se o vértice da parábola não estiver na origem e,
sim, num ponto (x0, y0), a equação acima fica:
Obs: se o eixo transverso ou eixo real (A1A2) da
hipérbole estiver no eixo dos y e o eixo não (y - y0)2 = 2p(x-x0)
transverso ou eixo conjugado (B1B2) estiver no eixo
dos x, a equação da hipérbole passa a ser: Parábola de eixo vertical e vértice na origem
Não é difícil provar que, se a parábola tiver vértice
na origem e eixo vertical, a sua equação reduzida será:

x2 = 2py

PARÁBOLA Parábola de eixo vertical e vértice no ponto


Definição (x 0, y0)
Considere no plano cartesiano xOy, uma reta d Analogamente, se o vértice da parábola não estiver
(diretriz) e um ponto fixo F (foco) pertencente ao eixo na origem, e, sim, num ponto (x0, y0), a equação acima
das abcissas (eixo dos x), conforme figura abaixo:
fica:
Denominaremos PARÁBOLA, à curva plana
formada pelos pontos P(x,y) do plano cartesiano, tais
que (x - x0)2 = 2p(y - y0)

MANUAL DE ESTUDOS 77 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Pontos interiores: Os pontos interiores de um cír-
CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO: POSIÇÕES culo são os pontos do círculo que não estão na cir-
RELATIVAS ENTRE RETA E CIRCUNFERÊNCIA E cunferência.
ENTRE CIRCUNFERÊNCIAS, ÂNGULOS Pontos exteriores: Os pontos exteriores a um cír-
RELACIONADOS COM ARCOS, culo são os pontos localizados fora do círculo.
RELAÇÕES MÉTRICAS NO CÍRCULO
Raio, corda e diâmetro
A circunferência possui características não
comumente encontradas em outras figuras planas,
como o fato de ser a única figura plana que pode ser
rodada em torno de um ponto sem modificar sua posi-
ção aparente.
É também a única figura que é simétrica em rela-
ção a um número infinito de eixos de simetria.
A circunferência é importante em praticamente to-
das as áreas do conhecimento como nas Engenharias,
Matemática, Física, Quimica, Biologia, Arquitetura, As-
tronomia, Artes e também é muito utilizado na indústria
e bastante utilizada nas residências das pessoas.
Raio: Raio de uma circunferência (ou de um círcu-
Circunferência e Círculo lo) é um segmento de reta com uma extremidade no
Circunferência: A circunferência é o lugar geomé- centro da circunferência e a outra extremidade num
trico de todos os pontos de um plano que estão locali- ponto qualquer da circunferência. Na figura, os segmen-
zados a uma mesma distância r de um ponto fixo deno- tos de reta OA, OB e OC são raios.
minado o centro da circunferência.
Esta talvez seja a curva mais importante no contex- Corda: Corda de uma circunferência é um segmen-
to das aplicações. to de reta cujas extremidades pertencem à circunferên-
cia. Na figura, os segmentos de reta AC e DE são cor-
das.
Diâmetro: Diâmetro de uma circunferência (ou de
um círculo) é uma corda que passa pelo centro da cir-
cunferência. Observamos que o diâmetro é a maior
corda da circunferência. Na figura, o segmento de reta
AC é um diâmetro.

Posições relativas de uma reta e uma circunfe-


rência

Círculo: (ou disco) é o conjunto de todos os pon-


tos de um plano cuja distância a um ponto fixo O é
menor ou igual que uma distância r dada.
Quando a distância é nula, o círculo se reduz a um
ponto.
O círculo é a reunião da circunferência com o con-
junto de pontos localizados dentro da mesma.
No gráfico acima, a circunferência é a linha de cor
verde-escuro que envolve a região verde, enquanto o
círculo é toda a região pintada de verde reunida com a
circunferência. Reta secante:
Uma reta é secante a uma circunferência se essa
Pontos interiores de um círculo e exteriores a reta intercepta a circunferência em dois pontos quais-
um círculo quer, podemos dizer também que é a reta que con-
tém uma corda.

Reta tangente:
Uma reta tangente a uma circunferência é uma reta
que intercepta a circunferência em um único ponto P.
Este ponto é conhecido como ponto de tangência
ou ponto de contato.
Na figura ao lado, o ponto P é o ponto de tangência
e a reta que passa pelos pontos E e F é uma reta
tangente à circunferência.

MANUAL DE ESTUDOS 78 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Observações: 3. Seja OP um raio de uma circunferência, onde
O é o centro e P um ponto da circunferência. Toda reta
perpendicular ao raio OP é tangente à circunferência
no ponto de tangência P.

4. Toda reta tangente a uma circunferência é per-


pendicular ao raio no ponto de tangência.

Posições relativas de duas circunferências


Reta tangente comum: Uma reta que é tangente a
1. Raios e diâmetros são nomes de segmentos duas circunferências ao mesmo tempo é denominada
de retas mas às vezes são também usados como os uma tangente comum. Há duas possíveis retas tangen-
comprimentos desses segmentos. Por exemplo, po- tes comuns: a interna e a externa.
demos dizer que ON é o raio da circunferência, mas é Tangente comum interna
usual dizer que o raio ON da circunferência mede
10cm ou que o raio ON tem 10cm.
2. Tangentes e secantes são nomes de retas, mas
também são usados para denotar segmentos de retas
ou semi-retas. Por exemplo, "A tangente PQ" pode sig-
nificar a reta tangente à circunferência que passa pelos
pontos P e Q mas também pode ser o segmento de
reta tangente à circunferência que liga os pontos P e Q. Tangente comum externa
Do mesmo modo, a "secante AC" pode significar a reta
que contém a corda BC e também pode ser o segmen-
to de reta ligando o ponto A ao ponto C.

Propriedades das secantes e tangentes


1. Se uma reta s, secante a uma circunferência de
centro O, intercepta a circunferência em dois pontos
distintos A e B e se M é o ponto médio da corda AB, Ao traçar uma reta ligando os centros de duas cir-
então o segmento de reta OM é perpendicular à reta cunferências no plano, esta reta separa o plano em dois
secantes. semi-planos. Se os pontos de tangência, um em cada
circunferência, estão no mesmo semi-plano, temos uma
reta tangente comum externa. Se os pontos de tangência,
um em cada circunferência, estão em semi-planos dife-
rentes, temos uma reta tangente comum interna.

Circunferências internas: Uma circunferência C1


é interna a uma circunferência C2, se todos os pontos
do círculo C1 estão contidos no círculo C2. Uma cir-
cunferência é externa à outra se todos os seus pontos
2. Se uma reta s, secante a uma circunferência de
são pontos externos à outra.
centro O, intercepta a circunferência em dois pontos
distintos A e B, a perpendicular à reta s que passa pelo
centro O da circunferência, passa também pelo ponto
médio da corda AB.

Circunferências concêntricas: Duas ou mais cir-


cunferências com o mesmo centro mas com raios dife-
rentes são circunferências concêntricas.
Circunferências tangentes: Duas circunferências
que estão no mesmo plano, são tangentes uma à ou-
tra, se elas são tangentes à mesma reta no mesmo
ponto de tangência.

MANUAL DE ESTUDOS 79 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Circunf. tangentes externas Arco de circunferência e ângulo central
Seja a circunferência de centro O traçada ao lado.
Pela definição de circunferência temos que
OP=OQ=OR=... e isto indica que os raios de uma
circunferência são segmentos congruentes.

Circunf. tangentes internas

Circunferências congruentes: São circunferências


que possuem raios congruentes. Aqui a palavra raio
refere-se ao segmento de reta e não a um número.

Ângulo central: Em uma circunferência, o ângulo


central é aquele cujo vértice coincide com o centro da
circunferência. Na figura, o ângulo a é um ângulo central.
As circunferências são tangentes externas uma à Se numa circunferência de centro O, um ângulo central
outra se os seus centros estão em lados opostos da determina um arco AB, dizemos que AB é o arco
reta tangente comum e elas são tangentes internas uma correspondente ao ângulo AÔB.
à outra se os seus centros estão do mesmo lado da
reta tangente comum.

Circunferências secantes: são aquelas que pos-


suem somente dois pontos distintos em comum.

Arco menor: É um arco que reúne dois pontos da


circunferência que não são extremos de um diâmetro e
todos os pontos da circunferência que estão dentro do
ângulo central cujos lados contém os dois pontos. Na
figura, a linha vermelha indica o arco menor AB ou arco
menor ACB.

Arco maior: É um arco que liga dois pontos da


Segmentos tangentes: Se AP e BP são segmen- circunferência que não são extremos de um diâmetro e
tos de reta tangentes à circunferência nos ponto A e B, todos os pontos da circunferência que estão fora do
então esses segmentos AP e BP são congruentes. ângulo central cujos lados contém os dois pontos. Na
figura a parte azul é o arco maior, o ponto D está no arco
Polígonos circunscritos maior ADB enquanto o ponto C não está no arco maior
Polígono circunscrito a uma circunferência é o que mas está no arco menor AB, assim é frequentemente
possui seus lados tangentes à circunferência. usado três letras para representar o arco maior.
Ao mesmo tempo, dizemos que esta circunferência
está inscrita no polígono.

Quadrilátero circunscrito

Semicircunferência: É um arco obtido pela reunião


dos pontos extremos de um diâmetro com todos os
pontos da circunferência que estão em um dos lados
do diâmetro. O arco RTS é uma semicircunferência da
circunferência de centro P e o arco RUS é outra.

Triângulo circunscrito

Propriedade dos quadriláteros circunscritos: Se um


quadrilátero é circunscrito a uma circunferência, a soma
de dois lados opostos é igual a soma dos outros dois
lados.

MANUAL DE ESTUDOS 80 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Observações: Em uma circunferência dada, temos que: Para obter a distância de um ponto O a uma reta r,
A medida do arco menor é a medida do ângulo traçamos uma reta perpendicular à reta dada
central correspondente a m(AÔB) e a medida do arco passando pelo ponto O.
maior é 360 graus menos a medida do arco menor O ponto T obtido pela interseção dessas duas retas é
m(AÔB). o ponto que determinará um extremo do segmento OT
cuja medida representa a distância entre o ponto e a reta.

A medida da semicircunferência é 180 graus ou Pi


radianos. Em uma mesma circunferência ou em
Em circunferências congruentes ou em uma simples circunferências congruentes, cordas congruentes
circunferência, arcos que possuem medidas iguais são possuem arcos congruentes e arcos congruentes
arcos congruentes. possuem cordas congruentes. (Situação 1).
Em uma circunferência, se um ponto E está entre Um diâmetro que é perpendicular a uma corda é bissetor
os pontos D e F, que são extremidades de um arco da corda e também de seus dois arcos. (Situação 2).
menor, então: m(DE)+m(EF)=m(DF). Em uma mesma circunferência ou em circunferências
congruentes, cordas que possuem a mesma distância
do centro são congruentes. (Situação 3).

Situação 1
Se o ponto E está entre os pontos D e F, extremidades
de um arco maior: m(DE)+m(EF)=m(DEF).

Apenas esta última relação faz sentido para as duas


últimas figuras apresentadas.
Situação 2
Propriedades de arcos e cordas
Uma corda de uma circunferência é um segmento
de reta que une dois pontos da circunferência. Se os
extremos de uma corda não são extremos de um
diâmetro eles são extremos de dois arcos de
circunferência sendo um deles um arco menor e o outro
um arco maior. Quando não for especificada, a Situação 3
expressão arco de uma corda se referirá ao arco menor
e quanto ao arco maior sempre teremos que especificar.

Polígonos inscritos na circunferência


Um polígono é inscrito em uma circunferência se
cada vértice do polígono é um ponto da circunferência
e neste caso dizemos que a circunferência é
circunscrita ao polígono.

Observações A
Se um ponto X está em um arco AB e o arco AX é
O
congruente ao arco XB, o ponto X é o ponto médio do
arco AB. Além disso, qualquer segmento de reta que
contém o ponto X é um segmento bissetor do arco AB.
O ponto médio do arco não é o centro do arco, o centro
do arco é o centro da circunferência que contém o arco. I E

MANUAL DE ESTUDOS 81 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Propriedade dos quadriláteros inscritos: Se um Este ângulo determina um arco (menor) sobre a
quadrilátero está inscrito em uma circunferência então circunferência.
os ângulos opostos são suplementares, isto é a soma No gráfico ao lado, a reta secante passa pelos pontos
dos ângulos opostos é 180 graus e a soma de todos os A e B e o arco correspondente ao ângulo semi-inscrito
quatro ângulos é 360 graus. BAC é o arco AXB onde X é um ponto sobre o arco.

 + Π= 180 graus

Ê + Ô = 180 graus

 + Ê + Î + Ô = 360 graus

O A

Observação:
A medida do ângulo semi-inscrito é a metade da
medida do arco interceptado.
I E
Na figura, a medida do ângulo BÂC é igual a metade
Ângulos inscritos da medida do arco AXB.
Ângulo inscrito: relativo a uma circunferência é
um ângulo com o vértice na circunferência e os lados Arco capaz:
secantes a ela. Dado um segmento AB e um ângulo k, pergunta-se:
Na figura à esquerda abaixo, o ângulo AVB é inscrito Qual é o lugar geométrico de todos os pontos do
e AB é o arco correspondente. plano que contém os vértices dos ângulos cujos lados
passam pelos pontos A e B sendo todos os ângulos
congruentes ao ângulo k? Este lugar geométrico é um
arco de circunferência denominado arco capaz.

Medida do ângulo inscrito: A medida de um ângulo


inscrito em uma circunferência é igual à metade da
respectiva medida do ângulo central, ou seja, a metade
de seu arco correspondente, isto é:
m = n/2 = (1/2) m(AB)
Observação:
Ângulo reto inscrito na circunferência: Todo ângulo inscrito no arco capaz AB, com lados
O arco correspondente a um ângulo reto inscrito em passando pelos pontos A e B são congruentes e isto
uma circunferência é a semi-circunferência. significa que, o segmento de reta AB é sempre visto
Se um triângulo inscrito numa semi-circunferência sob o mesmo ângulo de visão se o vértice deste ângulo
tem um lado igual ao diâmetro, então ele é um está localizado no arco capaz.
triângulo retângulo e esse diâmetro é a hipotenusa Na figura abaixo à esquerda, os ângulos que passam
do triângulo. por A e B e têm vértices em V1, V2, V3, ..., são todos
congruentes (a mesma medida).

Ângulo semi-inscrito e arco capaz


Ângulo semi-inscrito: Na figura acima à direita, o arco capaz relativo ao
Ângulo semi-inscrito ou ângulo de segmento é um ângulo semi-inscrito m de vértice em A é o arco AVB.
ângulo que possui um dos lados tangente à Se n é ângulo central então a medida de m é o dobro
circunferência, o outro lado secante à circunferência e da medida de n, isto é:
o vértice na circunferência. m(arco AB) = 2 medida(m) = medida(n)

MANUAL DE ESTUDOS 82 MANUAL DE ESTUDOS


MATEMÁTICA
Outras propriedades com cordas e segmentos Se uma das retas passa pelos pontos A e B e a
Agora apresentaremos alguns resultados que fazem outra reta passa pelos pontos C e D da circunferência,
a conexão entre segmentos e cordas, que não são então o produto da medida do segmento secante PA
evidentes à primeira vista. pela medida da sua parte exterior PB é igual ao produto
Se a reta AB é tangente à circunferência no ponto B da medida do segmento secante PC pela medida da
então o segmento AB é o segmento tangente de A até a sua parte exterior PD.
circunferência. (PA).(PB)=(PC).(PD)
Se a reta RT é uma reta secante que intercepta a
circunferência em S e T e R é um ponto exterior a Potência de ponto (2):
circunferência, então RT é um segmento secante e RS Se P é um ponto fixo fora da circunferência, o
é a parte externa do segmento secante. produto (PA).(PB) é constante qualquer que seja a reta
secante à circunferência passando por P.
Este produto (PA).(PB) é também denominado a
potência do ponto P em relação à circunferência.

Secante e tangente interceptando fora da


circunferência:
Se uma reta secante e uma reta tangente a uma
mesma circunferência se interceptam em um ponto P
fora da circunferência, a reta secante passando pelos
Na sequência, usaremos a notação (PZ) para
pontos A e B e a reta tangente passando pelo ponto T
representar a medida do segmento PZ, em função das
de tangência à circunferência, então o quadrado da
dificuldades que a linguagem HTML proporciona para
medida do segmento tangente PT é igual ao produto
a apresentação de materiais de Matemática.
da medida do segmento secante PA pela medida da
sua parte exterior PB.
Cordas interceptando dentro da circunferência:
Se duas cordas de uma mesma circunferência se
interceptam em um ponto P dentro da circunferência,
então o produto das medidas das duas partes de uma
corda é igual ao produto das medidas das duas partes
da outra corda.

(PT)2 = (PA).(PB)

Exemplo:
Consideremos a figura ao lado com as cordas AB e
CD tendo interseção no ponto P, com (AP) = 5cm, (PB)
= 8cm, (CD) = 14cm. Iremos obter a medida do
(AP).(PB) = (CP).(PD) segmento PD.
Tomaremos (PD)=x, para podermos escrever que
Potência de ponto (1): (CP) = 14-x e somente utilizaremos a unidade de medida
A partir de um ponto fixo P dentro de uma no final.
circunferência, tem-se que (PA).(PB) é constante Desse modo, (PD).(PC)=(PA).(PB) e podemos
qualquer que seja a corda AB passando por este ponto escrever que x(14-x)=5×8, de onde segue que x²-
P. Este produto (PA).(PB) é denominado a potência do 14x+40=0.
ponto P em relação a esta circunferência.

Secantes interceptando fora da circunferência:


Consideremos duas retas secantes a uma mesma
circunferência que se interceptam em um ponto P
localizado fora da circunferência.

Resolvendo esta equação do segundo grau,


obtemos: x=4 ou x=10, o que significa que se uma das
partes do segmento medir 4cm, a outra medirá 10cm.

Pela figura anexada, observamos que o segmento


PD é maior que o segmento PC e concluímos que
(PD)=10cm e (PC)=4cm.

MANUAL DE ESTUDOS 83 MANUAL DE ESTUDOS

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