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Introdução
Os termopares podem ser classificados em básicos (ou
convencionais) e nobres. Os termopares básicos possuem esta
denominação por serem os que usualmente são utilizados em
aplicações de uso industrial onde as mesmas admitem um limite maior
de erro, além de os fios constituintes dos termopares citados serem
relativamente baratos. Os tipos de termopares que se enquadram
nestas características são: T, J, E e K (algumas fontes incluem o tipo
N nesta classificação). Vamos fazer uma breve apresentação sobre os
tipos de termopares, bem como suas representações pela norma
ANSI MC 96.1 (observe que existem outras representações dos
mesmos em virtude de outras normas existentes nos diversos países,
esta que iremos utilizar como exemplo é a americana).
Termopar tipo T
Os termopares tipo T são formados por um fio de cobre como
elemento positivo, e por um fio de Constantan representando o
elemento negativo. Recomenda-se este termopar para uso contínuo
no vácuo ou em atmosferas oxidantes, redutoras ou inertes. Além
disso são indicados também para a medição de temperaturas abaixo
de zero (sob determinadas condições pode-se medir temperaturas de
até certa de -260°C) e seu limite superior de temperatura é de cerca
de 370°C (algumas literaturas apresentam uma certa variação deste
valor). Portanto, são geralmente utilizados em: Criometria (baixas
temperaturas), Indústrias de Refrigeração, Pesquisas Agronômicas e
Ambientais, Química e Petroquímica.
Termopar tipo J
Os termopares tipo J são formados por um fio de Ferro puro como
elemento positivo, e por um fio de Constantan, como elemento
negativo. Assim como o termopar tipo T, este pode ser utilizado no
vácuo ou em atmosferas oxidantes, redutoras ou inertes para medição
contínua desde 0ºC até cerca de 800°C. No entanto, em virtude da
elevada taxa de oxidação do ferro, recomenda-se que a bitola do
condutor seja maior ou que seja utilizado juntamente com uma
proteção a partir de 500ºC (em algumas referências este valor é dado
como 480ºC). Vale ressaltar que este não deve ser utilizado em
temperaturas abaixo de 0ºC devido à oxidação e fragilização do Ferro.
Algumas aplicações destes são por exemplo: Centrais de Energia e
indústrias em geral, como metalúrgica e petroquímica.
Termopar tipo E
Os termopares tipo E são formados por um fio de Cromel como
elemento positivo, e um fio de Constantan, como elemento negativo.
Assim como os termopares anteriores, este também pode ser utilizado
nas atmosferas já citadas, exceto a redutora. Estes são adequados
para realizar medições até cerca de 870 °C (algumas fontes sugerem
810°C), além de serem utilizados também para realizar medições em
temperaturas inferiores a 0°C em virtude de não sofrerem corrosão em
atmosferas úmidas. A grande vantagem deste tipo de termopar reside
no fato de que este apresenta a maior potência termoelétrica de todos
os tipos básicos, isto é, apresenta a maior relação que
expressa a quantidade de milivolts gerada e cada variação de
temperatura de um grau Celsius.
Termopar tipo K
Os termopares tipo K são formados por um fio de Cromel como
elemento positivo, e Alumel, como elemento negativo. Da mesma
maneira que o termopar tipo E, estes não devem ser utilizados em
atmosferas redutoras e além disso recomenda-se não utilizar estes em
atmosferas sulfurosas (a menos que seja utilizada a devida proteção)
contendo gases como S02 e H2S. Estes termopares podem estar
presentes em situações cuja temperatura pode chegar até cerca de
1250°C e possuem elevada resistência à oxidação fazendo com que
esses termopares sejam preferidos em aplicações com temperaturas
superiores a 540°C (deve-se ressaltar que estes podem ser utilizados
também ocasionalmente em temperaturas inferiores a 0°C).
Termopares tipo S e R
Os termopares tipos S e R são formados por um fio de uma liga
metálica constituída por Platina e uma certa quantidade de Ródio
(10% e 13% respectivamente) como elemento positivo, e por um fio
de Platina, como elemento negativo. Recomenda-se o uso destes em
atmosferas oxidantes ou inertes (não devem ser utilizados em
atmosferas redutoras, a menos que estejam devidamente protegidos),
e em ambientes onde a temperatura pode atingir até cerca de 1.480°C
(estes apresentam uma curva que varia irregularmente para
temperaturas abaixo de 0°C, portanto, não devem ser utilizados para
este propósito). No entanto, a utilização contínua dos tipos S e R em
ambientes de altas temperaturas causa um desgaste excessivo que
pode romper o termopar, pois nessas condições, a platina pura torna-
se quebradiça.
Termopares tipo B
Os termopares tipo B são formados por um fio de uma liga metálica
constituída por Platina e 30% de Ródio como elemento positivo, e por
um fio de uma liga metálica constituída por Platina e 6% de Ródio
como elemento negativo. Estes instrumentos são recomendados para
uso contínuo em atmosferas inertes ou oxidantes (assim como os
tipos S e R) e por curtos períodos de tempo no vácuo, até uma
temperatura máxima de cerca de 1.700°C. Os termopares tipo B
apresentam vantagens sobre os termopares tipos S e R, em relação à
não necessidade de utilização de cabos de compensação específicos,
além de apresentar uma maior estabilidade da tensão gerada, bem
como uma maior resistência mecânica quando inserido em elevadas
temperaturas.