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O conceito de Filosofia
1. A palavra Filosofia é a junção de dois termos gregos: filos ou philia, que significa amor
fraterno, amizade e Sofia ou Sophia, que significa sabedoria. Assim, o sentido etimológico
da palavra Filosofia seria amor à sabedoria ou amor pelo saber.
2. Filósofo não é aquele que detém o saber, e sim aquele que ama a busca da sabedoria, que
tem amizade e desejo pelo saber.
3. A Filosofia não é apenas um logos (palavra que vem do grego e, inicialmente, significava,
palavra, verbo. Com o surgimento da Filosofia, passou a representar o conceito filosófico
de razão.), ela é a procura da verdade.
4. A Filosofia vai além de um conjunto de conhecimentos. Ela nos conduz a um
posicionamento diante da vida e do mundo, a uma atitude filosófica, ou seja, a decisão de
não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, os fatos, as situações, os valores, os
comportamentos de nossa vida cotidiana; jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado
e compreendido.
5. A atitude filosófica leva a pessoa a questionar o senso comum (= opiniões informais,
aceitas como verdades e que constitui uma forma de conhecimento compartilhado pela
maioria das pessoas, mas sem embasamento teórico ou científico).
O nascimento da Filosofia
A dúvida filosófica
10. Questionar é uma atitude filosófica. É por meio do questionamento daquilo que se
estabelece como “verdade” que a pessoa reformula e adquire novos pensamentos em
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relação a essa “verdade”. Sócrates declarou “que uma vida sem questionamentos não
vale a pena ser vivida”.
11. Na Filosofia não existe o dogma (=verdade religiosa inquestionável); assim, tudo pode
ser questionado, inclusive, é claro, o pensamento dos filósofos.
12. Ter dúvida é essencial para distinguir o saber (episteme) da opinião (doxa).
13. O filósofo francês René Descartes (1596-1650) – lembra-se dos produtos cartesianos? –
defendeu a ideia de que todas as coisas deveriam passar sob o crivo da dúvida. Para
ele, para se alcançar a verdade era necessário utilizar o método da dúvida. É dele a
famosa frase: “penso, logo existo” (“Cogito,ergo sum”)
A admiração na filosofia
14. Ao nos defrontarmos com uma situação totalmente diferente, inesperada, normalmente
ficamos admirados, espantados com tal situação.
15. Essa admiração é o ponto de partida do ato de filosofar, pois nos leva à indagação
daquilo que ignoramos, conduzindo-nos a uma visão mais ampla da situação.
16. Aristóteles (384 – 322 a.C.) afirmava que “a atitude da admiração, quando nos desperta
para certas interrogações, é a manifestação do desejo de saber”
17. Para a Filosofia, esses questionamentos precisam levar o indivíduo ao conhecimento,
pois, ao se deparar com uma situação inusitada, se ele simplesmente se espantar e ficar
passivo diante dela, aceitando a situação tal como ela é, jamais estará filosofando;
estará, sim, numa atitude de alienação.
18. As ações de pensar e de questionar, propostas pela Filosofia, envolvem perigo, já que
essas indagações podem levar à instabilidade, à incerteza. Para muitos, então, é melhor
deixar as coisas do jeito que estão, sem perguntas complexas que aparentemente não
tem solução. A atitude de filosofar exige coragem.
A mitologia grega
19. Buscar respostas para as dúvidas, querer saber das coisas... é inerente ao ser
humano.(o homem é um “animal epistêmico”)
20. O conhecimento empírico (do latim empiricus, “experiência prática”) é decorrente das
experiências do dia a dia. Conhecimento imperfeito, particularizado, imaturo, não
baseado ou comprovado pela ciência.
21. Quando um conhecimento empírico é superado pelas informações já comprovadas pela
ciência, surge o conhecimento científico.
22. Há ainda o conhecimento mítico. O mito (do grego mythos e significa narrativa, conto,
relato fabuloso) é uma “verdade” instituída que não necessita de provas.
23. Os mitos servem para explicar os fenômenos, o Universo, a criação de tudo, não de
forma racional, pois, geralmente, são alegóricos e fantasiosos.
24. Mitologia é o conjunto de mitos, lendas e entidades ou seres sobrenaturais criados e
transmitidos originalmente por tradição oral.
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25. Acredita-se que os primeiros registros sobre a mitologia grega são datados do século VIII
a. C., feitos nos textos épicos escritos por Homero, a Ilíada (Guerra de Tróia) e a
Odisseia (retorno de Ulisses após a Guerra)
26. Na religião grega imperava, além da mitologia, o politeísmo e o antropomorfismo.
27. O conjunto de mitos gregos fundiu-se com os mitos romanos quando a Grécia foi
conquistada pelo Império Romano. Desse modo, Afrodite, deusa do amor e da beleza, é
chamada de Vênus pelos romanos.
Mitologia e Filosofia.
28. Com o surgimento da filosofia grega, no século VI a.C. , a crença nos mitos passou a ser
questionada pelos filósofos, todavia,a mitologia grega não deixou de existir e os cultos
aos deuses gregos continuaram
29. Diferentemente do mito, a Filosofia tenta explicar o mundo por meio de um saber
racional, utilizando o raciocínio lógico.
A Filosofia pré-socrática
que tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos. A
tradução literal de dialética significa "caminho entre as idéias".
39. A Escola atomista recebe esse nome em decorrência da Teoria dos Átomos criada por
Leucipo e aperfeiçoada, posteriormente por seu discípulo Demócrito. Para os atomistas,
o arché ou arqué (elemento básico na constituição da natureza e princípio básico de
todas as coisas e seres) são os átomos, isto é, elementos invisíveis, indivisíveis (átomo,
em grego, significa “indivisível”) e ilimitados.
40. Demócrito viveu entre os anos 460 e 370 a.C. na cidade de Abdera. É considerado um
dos filósofos mais versáteis já conhecidos. Além de filósofo, tinha grandes
conhecimentos de astronomia, história, linguística, geometria, matemática e música.
Demócrito sistematizou a concepção atomista, defendendo que a existência do átomo
pressupõe o vazio e, nesse vazio, os átomos se movimentam.
Os sofistas.
O período socrático
46. Sócrates nasceu na cidade de Atenas em 369 a.C., era filho de um escultor e de uma
parteira. É dele a frase “Só sei que nada sei”
47. A frase “Conhece-te a ti mesmo” revela que Sócrates tinha como principal preocupação o
autoconhecimento.
48. Os ensinamentos de Sócrates baseavam-se em diálogos, que apresentavam dois
momentos básicos, denominados ironia e maiêutica. A ironia (de eiroeía = perguntar,
fingindo ignorar, para rir-se dos outros) consistia em questionar o interlocutor sobre algo,
“fingindo” não conhecer o assunto. Na segunda fase do diálogo, Sócrates ajudava o
discípulo a elaborar suas próprias idéias. Essa concepção era chamada de maiêutica (de
maieutikós = parto), ou a arte de trazer à luz.
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Helenismo
62. O período filosófico após a morte de Aristóteles e o início da Filosofia medieval é
conhecido como helenismo. Neste período, surgiram várias escolas. Quatro
correntes de pensamento se destacaram: os cínicos, os céticos, os estoicos e os
epicuristas.
63. O cinismo surgiu em Atenas, por volta de 400 a.C, tendo como figura mais
expressiva o filósofo Diógenes. O cinismo pregava o desapego aos bens
materiais. Mais tarde, a palavra cínico ganharia uma conotação depreciativa.
64. O fundador do ceticismo antigo foi o filósofo grego Pirro (360 – 275 a.C.) . O
ceticismo é uma doutrina filosófica que defende que não se pode conhecer a
verdade, pois ela não existia.
65. O ceticismo se opõe ao dogmatismo, pois essa perspectiva se estrutura em
dogmas que expressam verdades absolutas, não passíveis de críticas ou de
questionamentos.
66. Zenão de Cítio , cerca de 340 a.C e 264 a.C , (ver tópico 39) foi o fundador da
escola estoica, cujas raízes tinham base no pensamento de Aristóteles. Os
estoicos consideravam que a virtude é baseada no conhecimento e a razão é o
princípio que rege toda a natureza.
67. Epicuro ( 341-270 a.C.) fundou, em Atenas, a escola dos epicuristas ou
epicureus, cuja doutrina propunha o prazer como o único objetivo essencial na
vida. “Não se preocupe, seja feliz” era o lema dessa escola. Na escola de Epicuro
havia a seguinte frase: “O prazer maior é o bem”
68. Os epicuristas evitavam a dor, as inquietações, o estresse, a vida pública e
envolvimentos emocionais mais profundos. Para eles, o mandamento era: “viver o
momento”
69. Carpe Diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente
traduzida para colha o dia ou aproveite o momento. (citada no Filme “Sociedade
dos poetas mortos”)
76. A Filosofia grega é a base de toda Filosofia existente hoje. Ela perdurou por um
milênio e formulou questões ainda não respondidas pelos pensadores
contemporâneos.
77. Sócrates, Platão, Aristóteles e outros tantos filósofos continuam sendo estudados
atualmente e, ao longo do tempo, influenciaram todo pensamento Ocidental.
Filosofia Medieval
Cristianismo e Filosofia
83. Muitas são as discussões sobre a ligação entre cristianismo e Filosofia, ou seja,
sobre o cristianismo filosófico.
84. Para alguns especialistas, o cristianismo é uma Filosofia, enquanto outros
defendem a ideia contrária.
85. Na Filosofia, busca-se a “verdade” através da razão; já o cristianismo está
centrado na fé, definida como “o firme fundamento das coisas que se esperam, e
a prova das coisas que não se veem”
86. Apesar da aparente separação entre a Filosofia e o cristianismo, alguns líderes
religiosos basearam-se nas teorias dos filósofos para elaborar suas doutrinas
religiosas. São Tomás de Aquino, por exemplo, utilizava alguns conceitos
elaborados por Aristóteles.
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A Filosofia Patrística
87. A Idade Média já foi considerada a “Idade das Trevas”. Atualmente, essa visão é
contestada por muitos historiadores.
88. Foi nessa época que predominou a Filosofia patrística, que já havia surgido no
período de decadência do Império Romano, durante o século II.
89. As ideias vinculadas a essa Filosofia procuravam explicar a relação existente
entre a fé e a razão e a importância da moral na vida humana.
90. Aureliano Agostinho nasceu em Tagaste, Norte da África, em 354. Ainda na
juventude, foi fortemente influenciado pelo maniqueísmo.
91. O Maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e
propagada por Maniqueu que divide o mundo simplesmente entre Bem, ou Deus,
e Mal, ou o Diabo. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um
adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.
92. Mais tarde, já maduro, Agostinho abandonou o maniqueísmo e abraçou a filosofia
neoplatônica.
93. Os neoplatonistas pretendiam fortalecer o cristianismo associando o
pensamento de Platão a essa religião, misturando razão e fé, pois , para eles, ter
fé é, antes de mais nada, um ato de razão.
94. Em 397, Agostinho escreveu a obra Confissões. Inspirado em Platão, escreveu o
De Magistro, importante obra pedagógica, onde monta um diálogo entre ele e seu
filho Adeodato. Elaborou a Teoria da Iluminação: o homem recebe de Deus o
conhecimento das verdades eternas, utilizando também seu próprio intelecto.
Toda educação seria, portanto, uma autoeducação.
95. Agostinho faleceu em Hipona (onde foi bispo) em 430. Ele é considerado o maior
representante da Filosofia patrística e sua obra é tida como extremamente
importante para o cristianismo.
A Filosofia escolástica
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