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22/04/2020 https://pjepg.tjro.jus.br/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/documentoHTML.seam?

ca=e065511244fd5977901ddaac31ca18ae6a…

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE RONDÔNIA


Tribunal de Justiça de Rondônia
Nova Brasilândia do Oeste - Vara Única
Rua Príncipe da Beira, nº 1500, Bairro Setor 13, CEP 76800-000, Nova Brasilândia D'Oeste

Processo n.: 7000618-73.2020.8.22.0020

Classe: Ação Civil Pública Cível

Assunto:Obrigação de Fazer / Não Fazer

AUTOR: MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE RONDONIA, RUA JAMARY 1555, RUA JAMARY 1555
OLARIA - 76801-917 - PORTO VELHO - RONDÔNIA

ADVOGADO DO AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIA

RÉUS: NOVA BRASILÂNDIA D'OESTE, RUA RIACHUELO 2552 SETOR 14 - 76958-000 - NOVA
BRASILÂNDIA D'OESTE - RONDÔNIA, HÉLIO DA SILVA, RUA URUGUAI 2456 SETOR 13 - 76958-000 -
NOVA BRASILÂNDIA D'OESTE - RONDÔNIA

ADVOGADO DOS RÉUS: PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO DE NOVA BRASILÂNDIA

Vistos

Vistos

O Ministério Público do Estado de Rondônia promove ação civil pública com pedidos de
obrigação de fazer e tutela de urgência em face do Município de Nova Brasilândia d´Oeste e do
Prefeito Municipal Helio da Silva.

Narra o Parquet que o Decreto n. 1.036, de 13 de abril de 2020 flexibilizou as regras do


Decreto n. 1.026/2020 ao permitir as seguintes atividades ( art.2º):

Art. 2º Ficam excetuados da proibição:

I - açougues, panificadoras, distribuidoras de água, gás e alimentos, supermercados ou qualquer


estabelecimento que desenvolva a referida atividade, de materiais de saúde e materiais de construção civil;

II - bancos, lotéricas, caixas eletrônicos e serviços de pagamentos, de credito e de saques e aporte


prestados pelas instituições supervisionadas pelo Banco Central do Brasil;

III - serviços funerários, clínicas de atendimento na área da saúde, laboratórios de análises clinicas,
farmácias, clínicas odontológicas e consultórios veterinários;

IV - comercio de produtos agropecuários, pet shops, postos de combustíveis, obras e serviços de


engenharia, oficinas mecânicas, autopeças e serviços de manutenção em geral;

V - hotéis e hospedarias;

VI - escritório de contabilidade, escritório de advocacia, cartórios, imobiliárias, entidades e empresas que


prestam serviços relacionados à tecnologia da informação e de processamento de dados;

VII - lavadores de veículos, para fins de higienização, autorizado somente o serviço de busca e entrega.

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VIII - restaurantes e lanchonetes, exceto self-service limitando-se ao distanciamento mínimo de 2 (dois)


metros entre uma mesa e outra;

IX - lojas de equipamentos de informática;

X - lojas de eletrodomésticos;

XI - lojas de confecções e calçados;

XII - livrarias, papelarias, atacados e armarinhos;

XIII - óticas e relojoarias;

XIV - estabelecimentos de vistoria de veículos;

XV - indústrias, fábricas, frigoríficos, laticínios, armazéns, lojas de máquinas e implementos agrícolas;


cafeeiras e secadores;

XVI - cabeleireiros e barbearias;

XVII - taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos e demais transportes

intermunicipais e intramunicipais de mobilidade urbana.

Ocorre que o ente Municipal não estaria preparado para receber pacientes de COVID-
19,pois faltam EPIs, controle de distância recomendada entre os usuários do sistema de saúde,
além do plano de contingência para enfrentamento à doença não ter efetividade. Não bastasse
isso, os estabelecimentos comerciais autorizados a funcionar por força dos Decretos anteriores
não estão cumprindo com as regras sanitárias básicas, como fornecimento de insumos e EPIS
para trabalhadores, distribuidores e demais participantes. Ademais, não controlam o fluxo de
pessoas e o uso de máscaras.

A despeito do ato ter sido editada com base no Decreto Estadual 24.919/2020, o
disposto em seu §1º não fora observado, é dizer, a flexibilização das normas de isolamento
somente poderia ser feita se não houvesse aumento significativo nos casos de COVID-19.

Desse modo, o Parquet postula a concessão de tutela de urgência para o fim de: “a.1)
mantenha a isolamento social, conforme previsão anterior e orientações da Organização Mundial
de Saúde e Ministério da Saúde, por mais 15 (quinze) dias, ouvindo-se, ainda, as autoridades
sanitárias, para apresentação de dados e estudos técnicos para respaldar eventual flexibilização
gradual; a.2) altere o decreto n. 1.036, de 13/04/2020, com o intuito de não haja a flexibilização da
proibição de funcionamento de certas atividades comerciais não essenciais, observando-se as
mesmas regras contidas no decreto anterior (Decreto n. 1.026/2020);a.3) adote providências no
sentido de disponibilização de kits para exames massificados de detecção do COVID-19,
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para as equipes de atendimento à população
(médicos, enfermeiros, bombeiros, policiais, dentre outros), organização e preparação de
quantidade de leitos clínicos, privativos e isolados dos demais pacientes, a aquisição de, no
mínimo, 2 (dois) respiradores portáteis e contratação e/ou capacitação de equipes para realizar a
entubação de pacientes graves, antes da referenciação, para atender a população e Estruturação
e Coordenação das Redes de Saúde Municipal, a fim de salvaguardar não apenas a Constituição,
mas as vidas e os sistemas de saúde.”

Ao final, pede a procedência dos pedidos. Juntou documentos, deu valor à causa e
protestou pela produção de provas.

Antes da análise do pedido de tutela de urgência, determinou-se a citação e notificação


dos requeridos para a prestação de informações no prazo de 48 horas.

O MPE aditou a inicial a fim de que os requeridos observem a decisão proferida nos
autos de n 7015132-88.2020.8.22.0001, a qual suspendeu parte dos efeitos do Decreto Estadual
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autorizador da flexibilização das atividades comerciais, qual seja:


a.2) altere o decreto n. 1.036, de 13/04/2020, com o intuito de que não haja a flexibilização da proibição de
funcionamento de atividades comerciais NÃO ESSENCIAIS, como ocorreu com as exceções especificadas no(s) art(s)
2º, do Decreto 1.036/2020, observando-se, rigidamente, as regras contidas no artigo 10, §1º, do Decreto Estadual nº
24.919/2020, com as suspensões proferidas nos autos da ACP nº 7015132-88.2020.8.22.0001. Ou seja, podendo o
Município dispor apenas sobre o funcionamento dos seguintes estabelecimentos: restaurantes e lanchonetes, exceto
self-service, lojas de equipamentos de informática; óticas e lojas de máquinas e implementos agrícolas.

O Município de Nova Brasilândia, em síntese, defende: a) ausência dos requisitos do


artigo 300 do CPC, porquanto não há casos confirmado no Município;b) há barreiras sanitárias
instaladas nos limites do Município; c) invasão do mérito administrativo; d) atendimento das
medidas impostas para flexibilização do comércio; e) existência de equipe de atendimento
especializado, inclusive aptos para eventual intubação; f) disponibilização de duas enfermarias
com quatro leitos, com separações por sexo, para possíveis pacientes de COVID-19; h) aquisição
de cinco caixas cada qual com 20 testes rápidos, além dos 45 kits já disponibilizados pelo Estado
de Rondônia; i) existência/aquisição de EPIs em número adequado para atendimento das
demandas. Ao final, pede a não concessão da tutela de urgência. Juntou documentos.

O Prefeito Hélio da Silva não se manifestou.

A Federação das Associações Comercias e Empresarias de Rondônia – FACER


promove pedido de atuação na qualidade de AMICUS CURIAE. No mérito, aponta a validade do
Decreto Municipal.

É a sinóptica explanação.

Decido

I – Defiro o pedido de intervenção na modalidade Amicus Curiae da Federação das


Associações Comerciis e Empresarias de Rondônia -FACER.

II - Para que o Judiciário possa exercer de forma adequada o seu papel, a atividade
jurisdicional, dentre outros, deve estar envolva na imparcialidade. O Magistrado ao julgar um feito
não pode fazê-lo com base em seus sentimentos ou ideias pessoais. E, quando a sua
imparcialidade está comprometida o julgador tem o dever de afastar-se do feito. Se não o fizer, a
lei prevê mecanismos processuais a disposição das partes para que outro julgue a causa. Todo
magistrado ao assumir sua função presta juramento solene de cumprir com as normas jurídicas,
aplicá-las ao caso concreto.

O Juiz, ainda, não julga conforme os anseios populares. Seu respeito deve ser as leis,
mesmo que para tanto tome posições muitas vezes contramajoritária. Poderia aqui trazer vários
argumentos em favor da tese invocada, entretanto, apenas sob o ponto de vista jurídico, avoco o
julgamento ocorrido há mais de dois mil anos, cujos vícios ao direito à ampla defesa foram tão
gritantes que vários juristas, dentre eles Rui Barbosa, se debruçaram sobre a questão. O mestre
concluiu: “Eis como procede a justiça, que se não compromete”(A imprensa, Rio, 31 de março de
1899, em Obras Seletas de Rui Barbosa, vol. VIII, Casa de Rui Barbosa, Rio, 1957, págs. 67-71)1

E, por fim, cito trecho da prece de um Juiz:

Não permitas, jamais, que eu lave as mãos como Pilatos diante do inocente, nem atire, como Herodes,
sobre os ombros do oprimido, a túnica do opróbrio. Que eu não tema César e nem, por temor dele, pergunte ao poviléu,
se ele prefere Barrabás ou Jesus.

A decisão proferida não reflete qualquer sentimento de amor ou ódio, apenas, limita-se,
a análise dos pedidos feitos com base no sistema jurídico brasileiro. O Juiz não é “ um fazedor de
leis”, apenas o aplicador.

Feitas as singelas considerações, a matéria sub judice.

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III - Prefacialmente, quanto às decisões judiciais e Decretos lançados após a


distribuição da presente, aplica-se a teoria da ciência inequívoca. Todos os referidos atos não
apenas publicados em meios oficiais, como também, largamente noticiados pelas mídias e objeto
de análises populares nas redes sociais. Impossível as partes alegarem desconhecimento. A
intimação, a que aduz o artigo 10 do Código de Processo Civil é necessária para evitar ofensa ao
preceito constitucional da ampla defesa e contraditório. . Logo, é desnecessária a intimação previa
das partes.

IV. Notório o Estado de Pandemia gerado pelo COVID-19. No atual cenário o velho
adágio “ o mundo é um lugar pequeno” ganha ares de realidade. Se outrora parecia um dizer
poético, ressuscitado em algumas épocas, como da globalização, hoje traduz a pandemia
experimentada pelo Planeta Terra.

São Paulo, a cidade que nunca dorme, passou a experimentar “sono constante”. O
Mickey tirou férias. Os canais de Veneza têm como visitantes golfinhos. A Grande Muralha da
China foi fechada. Nunca antes, nem nos tempos das Guerras que assolaram o Século XX,
medidas para o isolamento em massa foram tomadas. Tudo em função de um ser acelular,
constituído por ácido nucleico protegido por um capsídeo. Pequenino e avassalador!

O Decreto Municipal nº 1.036/GB/2020 trata sobre o funcionamento dos


estabelecimentos comerciais desta cidade e comarca, bem como sobre medidas de prevenção ao
contágio e enfrentamento da propagação decorrente da COVID-19.

Em seu indigitado artigo 2º permite o funcionamento das seguintes atividades


comerciais:

I - açougues, panificadoras, distribuidoras de água, gás e alimentos, supermercados ou qualquer


estabelecimento que desenvolva a referida atividade, de materiais de saúde e materiais de construção civil;

II - bancos, lotericas, caixas eletronicos e serviços de pagamentos, de credito e de saques e aporte


prestados pelas instituições supervisionadas pelo Banco Central do Brasil;

III - serviços funerários, clínicas de atendimento na área da saúde, laboratórios de análises clinicas,
farmácias, clínicas odontológicas e consultórios veterinários;

IV - comercio de produtos agropecuários, pet shops, postos de combustiveis, obras e serviços de


engenharia, oficinas mecânicas, autopeças e serviços de manutenção em geral;

V - hotéis e hospedarias;

VI - escritório de contabilidade, escritório de advocacia, cartórios, imobiliárias, entidades e empresas que


prestam serviços relacionados à tecnologia da informação e de processamento de dados;

VII - lavadores de veículos, para fins de higienização, autorizado somente o serviço de busca e entrega.

VIII - restaurantes e lanchonetes, exceto self-service limitando-se ao distanciamento mínimo de 2 (dois)


metros entre uma mesa e outra;

IX - lojas de equipamentos de informática;

X - lojas de eletrodomésticos;

XI - lojas de confecções e calçados;

XII - livrarias, papelarias, atacados e armarinhos;

XIII - óticas e relojoarias;

XIV - estabelecimentos de vistoria de veículos;

XV - indústrias, fábricas, frigoríficos, laticínios, armazéns, lojas de máquinas e implementos agrícolas;


cafeeiras e secadores;
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XVI - cabeleireiros e barbearias;

XVII - taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos e demais transportes intermunicipais e


intramunicipais de mobilidade urbana.

E com base nessa normativa, o Parquet postula a concessão de tutela de urgência para
o fim de:

“a.1) mantenha a isolamento social, conforme previsão anterior e orientações da Organização Mundial de
Saúde e Ministério da Saúde, por mais 15 (quinze) dias, ouvindo-se, ainda, as autoridades sanitárias, para apresentação
de dados e estudos técnicos para respaldar eventual flexibilização gradual;

a.2)altere o decreto n. 1.036, de 13/04/2020, com o intuito de que não haja a flexibilização da proibição de
funcionamento de atividades comerciais NÃO ESSENCIAIS, como ocorreu com as exceções especificadas no(s) art(s)
2º, do Decreto 1.036/2020, observando-se, rigidamente, as regras contidas no artigo 10, §1º, do Decreto Estadual nº
24.919/2020, com as suspensões proferidas nos autos da ACP nº 7015132-88.2020.8.22.0001. Ou seja, podendo o
Município dispor apenas sobre o funcionamento dos seguintes estabelecimentos: restaurantes e lanchonetes, exceto
self-service, lojas de equipamentos de informática; óticas e lojas de máquinas e implementos agrícolas.;

a.3) adote providências no sentido de disponibilização de kits para exames massificados de detecção do
COVID-19, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para as equipes de atendimento à população (médicos,
enfermeiros, bombeiros, policiais, dentre outros), organização e preparação de quantidade de leitos clínicos, privativos e
isolados dos demais pacientes, a aquisição de, no mínimo, 2 (dois) respiradores portáteis e contratação e/ou capacitação
de equipes para realizar a entubação de pacientes graves, antes da referenciação, para atender a população e
Estruturação e Coordenação das Redes de Saúde Municipal, a fim de salvaguardar não apenas a Constituição, mas as
vidas e os sistemas de saúde.”

Ante a emenda a inicial com a alteração do pedido inserido na alínea a.2 com a
concordância do Parquet a respeito do funcionamento de restaurantes e lanchonetes, exceto self-
service, lojas de equipamentos de informática; óticas e lojas de máquinas e implementos
agrícolas, houve desistência do pedido no tocante a referidas atividades comerciais, as quais
podem funcionar regulamente, observando, por óbvio as disposições legais e sanitárias. Não
fosse isso, o mais recente Decreto Estadual nº 24.961, de 17 de abril de 2020 acrescentou a
alínea d, do Decreto Estadual nº 24.919 ( 05/04/2020) os itens 16,17,18 e 19, permitindo,
respectivamente, as atividades destacadas.

A Constituição Federal esquadrinha a partir do artigo 44 as atribuições dos Poderes


Legislativo, Executivo e Judiciário, cuja atuação deve ser feita dentro da margem de competência.
A atuação dentre dos limites constitucionais configura o exercício equilibrado, ou seja, cada esfera
deve ser exercida nos seus exatos desenhos institucionais. Cada Poder detém atribuição típica
perdominante: O Judiciário julga, o Legislativo elabora Leis e o Executivo as executa.

A divisão, por óbvio, não é totalmente engessada, posto que um Poder pode exercer de
forma excepcional atribuições típicas de outro,observado, nesse caso, as demarcações lançadas
pelo Constituinte. o Judiciário pode editar normas para regular seus serviços, o Executivo e
Legislativo realizam julgamentos, tudo dentro dos respectivos contornos de competência.

Os Poderes são independentes e harmônicos. Atuam de forma conjunta em prol da


efetivação do Estado Democrático de Direito. Nenhum exerce atribuição exclusiva, interpenetra-se
um no outro, através do sistema de freios e contrapesos.

Moraes leciona:

Os órgãos exercentes das funções estatais, para serem independentes, conseguindo frear uns aos outros,
com verdadeiros controles recíprocos, necessitavam de certas garantias e prerrogativas constitucionais. E tais garantias
são invioláveis e impostergáveis, sob pena de ocorrer desequilíbrio entre eles e desestabilização do governo. E, quando
o desequilíbrio agiganta o Executivo, instala-se o despotismo, a ditadura, desaguando no próprio arbítrio, como afirmava
Montesquieu ao analisar a necessidade da existência de imunidades e prerrogativas para o bom exercício das funções
do Estado” (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 21ª ed. São Paulo: Atlas, 2007. p. 385)

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Todos os poderes devem, sem que isso implique na superação das fronteiras e limites
de cada entidade, atuar na criação e interpretação dos sistemas de garantia em prol da maior
efetivação dos direitos fundamentais, respeitando-se, por óbvio, o sistema de separação de
poderes. Dito de outro modo, os poderes constituídos devem propiciar um campo fecundo para a
promoção e efetivação dos direitos fundamentais.

O Ministro Celso de Mello na ADPF45/2004 em seu voto, no tocante à separação dos


poderes, destaca que, em princípio, a interferência do Poder Judiciário na competência de outro
poder se dá por situações excepcionais que admitem essa intervenção.

A visão clássica da separação entre os poderes, com a missão do Poder Judiciário


relegada a simples subsunção do fato a norma, parecia a melhor forma de se evitar abusos
outrora cometidos pelos demais poderes. O viés restritivo buscava evitar usurpar de funções e
violação dos direitos fundamentais. Se era preciso um estado forte, isso significaria, para muitos, a
imposição rígida da separação dos poderes.

As vivências do período anterior à Constituição Federal fomentaram o anseio do


constituinte em trazer um texto amplo, pormenorizando direitos e garantias, fincados no anseio de
se evitar barreiras ao modelo visado, de modo a não deturpar de alguma forma a vontade do
povo. A nova estrutura acarretou em um maior chamamento do Poder Judiciário para resolução
das demandas, permitindo que questões políticas e sociais, tradicionalmente revolvidas nas
arenas do Executivo e Legislativo, passassem a ser deliberadas pelo Supremo Tribunal Federal
(CAMPOS, 2013, p. 700).

O Poder Judiciário tem o papel de interpretar e aplicar as leis, analisar a conformidade


ou não destas com o arcabouço normativo interno e se as ações/omissões perpetradas vão de
encontro aos permissivos normativos sendo capaz de repelir os atos dos demais poderes em
desarmonia com os arranjos institucionais e legais. Consignado ao Judiciário a possibilidade de
aplicar e interpretar o direito, este se consolida como “órgão capaz de dirimir controvérsias”
(SAMPAIO JÚNIOR, 2009, p. 18).

Delineada esta a possibilidade do Poder Judiciário em analisar a matéria, limitada a sua


observância com os ditames legais. A matéria a ser dirimida finca-se na legalidade ou não dos
atos questionados em cotejo com o arcabouço jurídico.

As omissões deliberativas e desarrazoadas devem ser repelidas pelo Poder Judiciário,


uma vez que não cabe ao administrador público deixar de adotar medidas para respeito e
promoção dos direitos fundamentais. Por outro lado, mostra-se arriscado uma inserção vertiginosa
do Poder Judiciário nas outras esferas de governo, quando a despeito de estar configurada uma
omissão, esta não se fundamenta numa inércia deliberada e sem fundamento. A inércia
desacompanhada de justificativa é tão perniciosa para a manutenção da democracia quanto à
invasão desproporcional do Judiciário em arena típica dos demais poderes.

Sublinhado o permissivo constitucional para atuação do Poder Judiciário, passa a


análise do caso subjudice.

O artigo 300 do Código de Processo Civil aponta os elementos necessários para o


deferimento da tutela de urgência, qual seja, a verosimilhança do direito invocado e o perigo na
demora.

A verosimilhança pode ser traduzida como a aparente verdade jurídica a respeito do


narrado nos autos. É dizer, em juízo perfunctório, a narrativa e as provas trazidas demonstram a
aparência do bom direito, cujo bem da vida está sendo violado ou na iminência de sê-lo por
outrem.

O primeiro requisito – probabilidade - já foi muito bem analisado por Cândido Rangel
Dinamarco:

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"Probabilidade é a situação decorrente da preponderância dos motivos convergentes à aceitação de


determinada proposição, sobre os motivos divergentes. As afirmativas pesando mais sobre o espírito da pessoa, o fato é
provável; pesando mais as negativas.

O perigo na demora consiste no risco para o próprio bem da vida, caso a tutela for
deferida somente ao final. Por risco, entende-se a probabilidade de dano irreparável ou de difícil
reparação ou a inutilidade do provimento, acaso seja concedido somente ao final da marcha
processual. O risco de dano irreparável ou de difícil reparação e que enseja antecipação
assecuratória é o risco concreto (e não hipotético ou eventual), atual (ou seja, o que se apresenta
iminente no curso do processo) e grave (vale dizer, o potencialmente apto a fazer perecer ou a
prejudicar o direito afirmado pela parte). Se o risco, mesmo grave, não é iminente, não se justifica
a antecipação da tutela. (ZAVASCKI, 1997, PAG 77)

A tutela de urgência, cujo nascedouro deu-se na década de 90, é instrumento


processual com vistas a assegurar a efetividade do provimento jurisdicional. Não se trata de
medida voltada a sepultar o due process of law, mas sim de resguardar o bem da vida. É
mecanismo hábil a proteção do indivíduo contra atos oriundos de ilicitude, contrários a ordem
jurídica.

O primeiro pleito do MPE refere-se a manutenção do isolamento social pelo período


mínimo de 15 dias.

O Município de Nova Brasilândia d´Oeste na data de 20/03/2020 editou o Decreto n.


1026/2020, cujo artigo 2º determinou a suspensão pelo prazo de 15 dias das seguintes atividades:

“I-galerias e box similares

II – lojas do comércio varejistas e atacadista

III – lojas de conveniência

IV – teatros, cinemas, casas de espetáculo e demais locais de eventos

V – restaurantes, bares, pubs e lanchonetes

VI – casas noturas, louges, tabacarias, boates e similares

VII – clubes, associações recreativas e similares;

VIII – clínicas de estética, beleza, fisioterapia, consultórios, salões de cabeleireiro, barbearias e similares;

IX – pet shops, agropecuárias e similares;

X – instituições bancárias, cooperativas de crédito e casas lotéricas,

XI - serviços de taxi, mototaxi e de aplicativos

XII – qualquer outro tipo de estabelecimento de atendimento de ambiente fechado

Quanto ao pedido inserido na alínea a.1 não estão factíveis os elementos autorizados
da tutela de urgência. O Decreto em tela estabeleceu prazo de 15 dias para a suspensão das
atividades. Uma vez decorrido o termo consignado não há como autorizar a sua prorrogação, sob
pena de invasão na esfera de atribuições do Poder Executivo.

Pensar de modo contrário seria permitir que o Poder Judiciário passasse a reeditar atos
normativos das quais não detém competência constitucional para tanto. O Poder Judiciário cabe
analisar tão somente se o ato normativo ( Decreto) encontra respaldo na ordem jurídica.
Entretanto, a competência (poder) de editar(fazer) um ato normativo assiste ao Chefe do
Executivo ( Prefeito Municipal).
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Em sede de juízo perfunctório, o Parquet não traz elementos a apontar o atendimento


ao pleito formulado tem ressonância nos ditames legais. Consequentemente, a matéria necessita
de dilação probatória mais ampla a elucidar as arestas obscuras e delimitar se eventual
prorrogação configura Judicialização ou Ativismo, principalmente porque pedido funda-se na
observância de atos de autoridades sanitárias, as quais devem ser ouvidas para a solução mais
adequada
INVASÃO DE COMPETÊNCIA DO EXECUTIVO PELO JUDICIÁRIO. VEDAÇÃO. I- Ainda que se
reconheça, excepcionalmente, ao Poder Judiciário que determine a implementação de políticas públicas
definidas na Lei Fundamental, diante da omissão dos órgãos estatais competentes, tal possibilidade ocorre
em situações extremas, em que se mostra pública e notória a inércia do Administrador Público em
concretizar as metas delineadas pelo constituinte. [...]. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO
(TJGO.AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 02353958720168090000)

A Constituição Federal de 1988 é inaugurada com a assertiva de que “todo o poder


emana do povo”, cujo exercício pode ser feito diretamente ou pelos seus representantes. Na
sequência, aponta para a convivência pacífica entre os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo,
os quais são independentes, porém devem atuar em harmonia.

O constituinte desenhou as atribuições de cada um dos poderes, as margens de atuação e


de competência, assim como os contornos para o sistema de pesos e contrapesos, isto é, conferiu
a atuação e delineou os limites, sempre com vistas a fluência entre os poderes e limitação à
atuação dos representantes (ROCHA, 2017, p. 104).

O mesmo destino merece o pedido destacado na alínea a.3.

A Dra Inês Moreira da Costa, Juíza da 1ª Vara de Fazenda Pública, nos autos de n.
7015132-88.2020.8.22.0001 discorre a respeito das providências adotadas pelo Estado de
Rondônia para enfrentamento da Pandemia:
Quanto à estrutura de leitos de UTI para atendimento aos possíveis casos, o Secretário esclareceu que
Porto Velho e Cacoal serão os dois centros de referência para tratamento, para facilitar o atendimento
médico, que inclusive pode se dar por videoconferência, dado o número insuficiente de médicos
intensivistas para atender a toda a demanda. Como esclareceu, nenhum país do mundo tem médicos
intensivistas em número suficiente quando se trata de pandemia. Em razão disso, para possibilitar o
atendimento médico e de outros profissionais da área da saúde, foi aberto chamamento temporário desses
profissionais, alguns já contratados. E os profissionais que atendiam na Policlínica Oswaldo Cruz foram
lotados no Cemetron, para atender a nova demanda, ficando aquela unidade (POC) com as atividades
suspensas. No que tange ao número de leitos de UTI, há 19 leitos no Cemetron, que será o hospital de
referência para tratamento do Covid-19 em Porto Velho, com possibilidade de equipar a referida unidade
hospitalar com mais leitos clínicos, totalizando 45, em até duas semanas. No hospital AME há 35 leitos
disponíveis, 6 leitos no Hospital Cosme e Damião e 18 leitos no Hospital Regional de Cacoal, totalizado,
assim, 78 leitos preparados para o atendimento de pacientes com o corona vírus. Além disso, esclareceu
outras opções de aluguel ou compra, da rede hospitalar privada, para atender mais pacientes. Com relação
aos testes, falou da escassez de insumos para produzir o teste RTPCR, que é o realizado pelo LACEN, e
que exige uma gama de EPIs para fazer a coleta. Apesar do número pequeno desses testes, ontem havia
apenas 7 amostras para examinar. Relata que foram comprados 50.000 exames, mas a “compra caiu”, no
sentido de que a empresa desistiu de vender, mas que conseguiu comprar 6.000 exames de outra empresa
e que o avião do Corpo de Bombeiros irá trazer com rapidez para Porto Velho. Por outro lado, os testes
rápidos já estão sendo mais facilmente disponibilizados: 4.800 foram enviados pelo Ministério da Saúde na
semana que passou, e que serão encaminhados para os Municípios, e a prioridade é para serem utilizados
em profissionais da saúde, da segurança e de parentes destes, mas que o quantitativo também servirá para
a população em geral. Além disso, mais 100.000 testes rápidos foram adquiridos da China e chegarão a
São Paulo até quintafeira, dia 16 de abril, e o Ministério da Saúde irá enviar, semanalmente, mais 9.000
testes rápidos. O ideal, segundo recomendado pelas autoridades epidemiológicas, seria testar o maior
número possível de pessoas, até para que o cenário de combate à pandemia pudesse ser o mais real
possível. No entanto, é praticamente impossível a “testagem em massa” da população. Até mesmo países
ricos têm encontrado dificuldades nesse intento, e aqueles que o fizeram mais intensamente não tem a
dimensão continental e populacional como a do Brasil. E é com esse cenário que precisamos ver a
realidade do Estado de Rondônia. Com relação aos EPIs esclareceu que todos os profissionais da saúde do
Estado estão devidamente equipados, já tendo sido adquiridas 81.000 máscaras N95, algumas já
entregues, e que estão sendo utilizadas especificamente para profissionais que lidam diretamente com
pacientes infectados, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. Também foram compradas
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1.500.000 máscaras cirúrgicas, aventais e outros itens de segurança. Mencionou ainda que a AMBEV irá
disponibilizar 2.300 litros de álcool em gel e parte desse material já será trazido em breve pelo avião do
Corpo de Bombeiros. Pelo MP foi dito que os EPIs estão em falta no mercado, e os que estão sendo
encaminhados para os Municípios é muito pouco, de modo que um aumento na demanda certamente
deixaria os profissionais da saúde sem a proteção. No decorrer da audiência foi informado que já foi
assinado o acordo de cooperação com a UNOPs - Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos,
organismo operacional das Nações Unidas, para aquisição de EPIs para atender a demanda, o que
facilitará as aquisições também pelos Municípios.O Governador do Estado também participou da solenidade
e externou o compromisso de aumentar a fiscalização do cumprimento das normas de distanciamento e
higiene estabelecidas no Decreto, para possibilitar que as atividades possam ser desenvolvidas sem
comprometer a saúde dos cidadãos. Pelo que foi explanado na audiência, o Estado de Rondônia está
envidando todos os esforços possíveis para conter a pandemia e dar o atendimento sanitário necessário. É
claro que estamos lidando com um cenário de possibilidades, e apesar de alguns prognósticos negativos, a
situação, por enquanto, está sob controle, e nada impede que o próprio Executivo, se houver alteração
significativa do cenário, adote outras medidas mais restritivas

O Município de Nova Brasilândia d´Oeste, a seu turno, demonstrou a adoção de


medidas para contenção da pandemia. O Município pssui 45 testes rápidos para detecção do
COVID-19, além de ter comprado mais cem. Em 24/03/2020 iniciou procedimento para aquisição
de 100 aventais descartáveis e 500 mascaras; compras de alcool etíulicoem gel 70%; óculos de
proteção. Além disso, há um fluxograma com manejo, regulação e forma de atendimento dos
pacientes, estando a disposição o DISK CORONA(ID: 37556294). O hospital possui um respirador
modelo WATO EX-65 e dois respiradores portáteis para uso nas ambulâncias para transporte de
eventuais pacientes até Cacoal, local de referência para os atendimentos da região.

Como bem ressaltado bem Governador do Estado na audiência realizada nos autos de
n. 7015132-88.2020.8.22.0001 nenhum país no globo terrestre tem médicos intensivistas
suficiente para atendimento da pandemia, portanto, não há como exigir do Município a
contratação de mais profissionais da saúde se não há pessoas disponíveis no momento com a
expertise necessária.

No mesma senda, a despeito da recomendação quanto aos exames em massa na


população, impossível exigir a medida do Município em virtude de vários fatores,seja pela
escassez de recursos, a eficácia da medida apenas serviria para evitar a propagação nos limites
da cidade ( fato que não impediria o efetivo controle ante a circulação de pessoas de outras
cidades) e a indisponibilidade material dos insumos próprios. Estas demandas, apesar de eficazes
em um cenário ideal com recursos humanos, financeiras e materiais adequados, mostram-se
dessarrazoadas na realdiade fática. Mesmo países ricos sofrem com a escassez de materiais e
profissionais. O problema.

Lado outro, o Município demonstra, ao menos neste juízo raso, a adoção de medidas
suficientes e hábeis para o enfrentamento da pandemia, com a adoção de medidas com vistas a
reduzir a curva de contágio e o pronto atendimento de eventuais pacientes. Até o momento, as
medidas preventivas apontam coo exitosas, uma vez que não há qualquer caso confirmado na
cidade e a última suspeita foi descartada ( 21/04/2020).

Claro que todas essas assertivas são feitas a partir de um fotografia do momento. É
possível que novas medidas tenham que ser adotadas, caso haja piora na situação ou, talvez,
como é desejo de todas as pessoas no mundo, que a epidemia perca força.

Como bem pontuado pela Dra Inês Moreira:

Vale observar, ainda, que no cenário de pandemia, a colaboração da população também é essencial,
no que tange à adoção de medidas de higiene e distanciamento social, além de cumprirem as
normas que proíbem reuniões e aglomerações. Como já reconhecido pela OMS, as comunidades devem
estar completamente educadas, engajadas e empoderadas para se ajustarem à nova norma. Se toda crise
é transformadora, todos os cidadãos desempenham um papel importante no combate a essa pandemia, ao

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mesmo tempo em que os gestores públicos devem se esforçar para garantir todo o aparato necessário à
garantia da saúde da população (g.n)

Os esforços das autoridades não surtem os efeitos almejados sem o apoio da


população. Por apoio, compreende-se a efetivação observação das regras sanitárias: Uso de
Máscaras ao sair de Casa; Higienização, Manutenção da distância Mínima nos estabelecimentos
comerciais. Pequenos gestos podem transformar o mundo! Atitude esperada da população de
Nova Brasilândia d´Oeste.

Oportuno o relato publicitário da Hyundai chamado de “ THIS IS US”. Em tradução livre


“ISTO SOMOS NÓS”:
Se tem uma coisa que a COVID-19 tem nos lembrado, é de que somos inegavelmente humanos. De
repente, nas nossas vidas pré-pandemia, estávamos tão ocupados pensando e fazendo coisas, que
simplesmente nos esquecemos disso.[...]Ser humano nos foi dado, mas manter a nossa humanidade é uma
opção. Que tipo de mundo escolhemos criar a partir de agora? Esse é o nosso momento de mudança. O
momento perfeito para decidir quem queremos ser, para onde vamos e de que maneira desejamos
progredir. O vírus atingiu todos nós. Mas se todos fomos afetados, também significa que estamos todos
envolvidos. Isso aqui é um convite, não só para trabalharmos juntos, mas também para criar algo melhor
em conjunto. Temos visto como a nossa criatividade prevalece em momentos de crise. E não precisa parar
por aí. Este momento é a nossa tela em branco. Nosso momento de oportunidade. Nosso momento de
procurar novos jeitos de progredir. Pelo bem de toda a humanidade.

Do outro lado, cabe a Prefeitura Municipal demonstrar a capacidade de fiscalizar os


estabelecimentos comerciais e promover campanhas educativas. O memso agir deve ser o da
Associação Comercial e demais instituições envolvidas com o atendimento ao público.

Resta agora a análise do último pleito. O Ministério Público postula pela alteração do
Decreto n. 1.036 de 13/04/2020 com vistas à proibição do funcionamento de atividades não
essenciais, exceto restaurantes e lanchonetes, exceto self-service, lojas de equipamentos de
informática; óticas e lojas de máquinas e implementos agrícolas.

O ato guerreado dispôs a respeito do funcionamento das atividades abaixo destacadas:

I - açougues, panificadoras, distribuidoras de água, gás e alimentos, supermercados ou qualquer


estabelecimento que desenvolva a referida atividade, de materiais de saúde e materiais de construção civil;

II - bancos, lotericas, caixas eletronicos e serviços de pagamentos, de credito e de saques e aporte


prestados pelas instituições supervisionadas pelo Banco Central do Brasil;

III - serviços funerários, clínicas de atendimento na área da saúde, laboratórios de análises clinicas,
farmácias, clínicas odontológicas e consultórios veterinários;

IV - comercio de produtos agropecuários, pet shops, postos de combustiveis, obras e serviços de


engenharia, oficinas mecânicas, autopeças e serviços de manutenção em geral;

V - hotéis e hospedarias;

VI - escritório de contabilidade, escritório de advocacia, cartórios, imobiliárias, entidades e empresas que


prestam serviços relacionados à tecnologia da informação e de processamento de dados;

VII - lavadores de veículos, para fins de higienização, autorizado somente o serviço de busca e entrega.

VIII - restaurantes e lanchonetes, exceto self-service limitando-se ao distanciamento mínimo de 2 (dois)


metros entre uma mesa e outra;

IX - lojas de equipamentos de informática;

X - lojas de eletrodomésticos;

XI - lojas de confecções e calçados;


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XII - livrarias, papelarias, atacados e armarinhos;

XIII - óticas e relojoarias;

XIV - estabelecimentos de vistoria de veículos;

XV - indústrias, fábricas, frigoríficos, laticínios, armazéns, lojas de máquinas e implementos agrícolas;


cafeeiras e secadores;

XVI - cabeleireiros e barbearias;

XVII - taxistas, mototaxistas e motoristas de aplicativos e demais transportes intermunicipais e


intramunicipais de mobilidade urbana.

As atividades relacionadas nos incisos I, II, III,IV, VI,VII, VIII, XIII e XV são consideradas
essenciais, inclusive já vinham funcionando regularmente. Quanto ao inciso XVII, trago à baila a
decisão proferida no bojo do Agravo de Instrumento n.0802230-95.2020.8.22.0000:
[...]Sabe-se que a transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de gotículas expelidas pela pessoa
doente quando ela fala, tosse ou espirra, o que se mostra totalmente facilitado pela prestação de serviço de
mototáxi, uma vez que a aproximação entre o condutor e o passageiro não obedece o distanciamento
mínimo de segurança (2 M), porquanto quando a pessoa doente toca em objetos ou aperta a mão de outra
pessoa e esta coloca a mão a sua boca, nariz ou olhos, ocorre a infecção. Nessa passada, imperioso
considerar que o uso compartilhado do capacete pelos passageiros do novo serviço é grave fator de risco
para disseminação da Covid-19. Isso porque, é obrigatório o uso do capacete com a viseira fechada, de
acordo com o artigo 244 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Com isso, o compartilhamento do capacete
e a falta de ventilação podem ser complicadores na transmissão da nova doença.Além do mais, outros
Estados como Pernambuco e municípios do Rio de Janeiro e São Paulo, tomaram a iniciativa de proibir o
transporte por mototáxi, o que demonstra que tal posicionamento deste juízo não é isolado frente ao caos
que se vive. Não bastasse isso, o novo Decreto nº 24.961, de 17 de abril de 2020, verbera em seu §2º:
Todo cidadão rondoniense tem o dever de usar máscara ao sair de sua residência, cumprir e fiscalizar as
restrições e condições do presente Decreto, conscientizando-se da higienização necessária, do
cumprimento da quarentena, do distanciamento social, além de outras medidas que forem necessárias para
a contenção/erradicação do COVID-19. Impende anotar que, pela própria natureza do transporte por
mototáxi, é incompatível o uso simultâneo, de forma eficaz de máscara e capacete - ambos
obrigatórios. Assim, segundo a Organização Mundial de Saúde, o Ministério da Saúde e toda a
comunidade científica mundial, a prevenção, pelo isolamento social, hoje é a única medida a ser
adotada. Mais que uma obrigação, o Estado tem o dever de prestar os serviços necessários à devida
assistência à saúde do cidadão, de forma a preservar sua vida, com todos os requisitos indispensáveis a
uma existência digna.

A decisão aponta quanto à impossibilidade de exercício da atividade de mototaxista e


atendimento simultâneo das recomendações sanitárias. Nessa esteira, deve ser suspenso o inciso
XVII na parte que toca a atividade de mototaxista em virtude do risco para o motorista e
passageiro.

O fechamento de certas atividades comerciais deve ser mantido ou não, eis o contorne
do pedido inserido na alíena a.2., a flexibilização das atividades comerciais. Um hard case(caso
difícil)!

Em relação as demais atividades vislumbra-se na espécie possível conflito entre o


direito à saúde e o livre exercício da atividade econômico.

A despeito da roupagem constitucional dos direitos fundamentais, os quais funcionam


como normas balizares para a edificação do Estado Democrático de Direito, norteadores na
condução das políticas públicas e atuação dos poderes e da sociedade, como ensina a doutrina
mais moderna, não são absolutos.

O Constituinte não deixa dúvidas sobre a possibilidade de limitação dos direitos


fundamentais. No inciso VIII, do artigo 5º, o respeito à liberdade religiosa, política e filosófica
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obtempera que ninguém poderá ser privado de qualquer direito por motivo de crença, convicções
políticas ou religiosas, no entanto deverá cumprir prestação alternativa. Na mesma senda, no seu
inciso XVI (art. 5º), reafirma a liberdade de reunião desarmada e pacífica em qualquer local
público independente de autorização, exigindo-se apenas a comunicação prévia a autoridade e
que não coincida com outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local e horário.

Sarlet (2007, p. 327) leciona que “todo direito fundamental possui um âmbito de
proteção (um campo de incidência normativa ou suporte fático, como preferem outros) e todo
direito fundamental, ao menos em princípio, está sujeito a intervenções neste âmbito de proteção".

A essencialidade dos direitos fundamentais não pode ser tida como um dogma
intocável. Aliás, a própria Constituição Federal em seu artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV, caminha
para a possibilidade de restrição, eis que proíbe tão somente a edição de emenda constitucional
tendente a abolir os direitos e garantias fundamentais. A melhor exegese da norma é no sentido
de se proteger o núcleo essencial, pois de nada adiantaria destacar a importância dos direitos e
garantias fundamentais se pudessem ser modificadas ao bel-prazer do constituinte derivado a
ponto de tornarem-se inexpressivos. Quisera a assembleia constituinte de 1988 outorgar caráter
imodificável aos direitos e garantias fundamentais, por certo teria vedado qualquer restrição aos
citados direitos e garantias e não apenas sua abolição.

É possível a limitação dos direitos fundamentais, desde que esta restrição não esvazie
o espírito da norma ou a soterre de tal forma a se manter uma mera sobrevida despida de
qualquer relevância jurídica.

O direito a saúde, portanto, não é absoluto e pode sofrer limitações, desde que
observados os critérios expostos. No conflito de direitos fundamentais, a melhor exegese que se
abstraí do arcabouço jurídico é aquele que consegue a efetivação de um direito, pautando-se no
respeito ao equilíbrio sistêmico, conjugando o anseio coletivo e o individual.

No caso dos autos, neste juízo superficial, o Decreto Municipal mostra-se razoável e
adequado no que atine a flexibilização das atividades coemrciais.

Alias, a flexibilização foi feita no interior do Estado de São Paulo23, Campo


Grande/MS4, Estado de Santa Catarina5 e nos Estados de Goias, Paraná, Maranhão, Tocantis,
Espírito Santo, Paraíba, Sergipe e no Distrito Federal6

Nova Brasilândia d´Oeste não possui nenhum caso suspeito e até a presente data (
22/04/2020) não registra nenhum caso positivo. As cidades vizinhas, como São Miguel do
Guaporé, Alvorada d´Oeste, Rolim de Moura, mantém até o momento suas atividades regulares.
Sem contar, Ji-Paraná e Cacoal, dois grandes polos comerciais.

Se outrora o fechamento quase que total do comercio mostrou-se razoável e adequado,


hoje, ao menos na cidade de Nova Brasilândia d´Oeste a medida resbala na convivência pacífica
entre o direito ao trabalho e a saúde.

Como sublinhado por Martins no Editorial da revista Gazata Médica a situação :

Requer, como nunca, lideranças fortes e esclarecidas por parte de empresas, organizações sociais e
decisores políticos porque está em causa um difícil trade-off entre saúde e economia que precisa de ser
lidado com inteligência, coragem e perseverança; precisamos de sair destes estranhos e pesados dias com
a força e os meios que nos permitam reconstituir as estruturas econômicas e sociais abaladas por esta
pandemia.(Martins, J. (2020). Pandemia COVID-19. Gazeta Médica, 7(1).
https://doi.org/10.29315/gm.v7i1.312)

Não se afirma que a economia é mais importante que a vida, porém, a atividade
econômica gera recursos para o uso nas políticas públicas de saúde. Se medidas são necessárias
para a proteção da vida, estas medidas não podem ser feitas sem recursos. O Estado nada
produz, a fonte de recursos advém dos tributos. Sem recursos, o ente público entrará em colapso,

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uma vez que não terá meios para a manutenção dos serviços essenciais,como os relativos a
saúde.

Quando o legislador fala em serviços essenciais, destaca quais serviços não podem ser
suspensos em hipótese alguma, seja em caso de greve, lockdown, pandemia. Entretanto, tal não
significa que as demais atividades podem ser suspensas por um longo período, pois isso acarreta
na ofensa ao direito ao trabalho e a própria dignidade da pessoa humana. Lado outro, se tais
atividades não são essenciais para a manutenção do corpo social, são essenciais para o
trabalhador, pois dela retira seu sustento.

Lado outro, com a edição do Decreto 24.961/2020, ao menos neste juízo raso, o
Decreto do Município de Nova Brasilândia d´Oeste está em consonãncia com as normas legais.
Logo, dentro dos limites do Poder executivo local em deliberar pela matéria.

Colho da recente decisão proferida pelo Des. Oudivanil de Marins nos autos de Agravo
de Instrumento n. 0802220-51.2020.8.22.0000, entendendo como ausente os requisitos da tutela
de urgência em caso similar:

Ocorre que, neste ínterim, houve a publicação do Decreto 24.961, de 17 de abril de 2020 (sexta-feira),
alterando, acrescentando e revogando alguns dispositivos do Decreto 24.919/2020, no qual se baseou a
decisão agravada, passando o art. 10, que trata sobre a atuação legislativa dos municípios, a vigorar com o
seguinte teor:“Art. 10. prevista no inciso Os Municípios do Estado de Rondônia, no uso da prerrogativa
constitucional II do art. 23, inciso I do art. 30, inciso I do art. 198 e inciso II do art. 200 da Constituição
Federal de 1988, observada as recomendações do Ministério da Saúde, os protocolos clínicos do
Coronavírus – COVID-19 e as diretrizes estabelecidas no Plano Nacional de Contingência para Infecção
Humana do novo Coronavírus – COVID-19, compete regulamentar o funcionamento e a permanência das
atividades de âmbito local.” Essa alteração legislativa promoveu o alinhamento do decreto municipal não
apenas com a Constituição Federal, mas também com a norma estadual e a decisão do STF. Outrossim, o
Decreto Municipal não apenas estabelece as regras para o funcionamento das atividades, como também a
fiscalização e penalidade para aqueles que o descumprirem. É certo que, com base na solidariedade entre
os entes estatais no trato de questões de saúde pública prevista na Constituição Federal (artigos 6º, 196,
198 inciso II), também cabe ao município agravante a total responsabilidade pelos atos estabelecidos no
Decreto 16.629/2020 no que condiz com a fiscalização e atendimento à saúde, conforme disposto em sua
própria petição, quando atesta a sua competência e capacidade para tratar de assuntos de interesse local,
inclusive sobre a temática de saúde pública coletiva. Colaciono: Nota-se, de plano, que a decisão em tela
contraria a Constituição Federal, que nos arts. 23, inc. II e 30, inc. II, estabelece ser competência do
Município tratar de assuntos de interesse local, inclusive sobre a temática de saúde pública e coletiva.
[…]Não há dúvidas de que cabem ao Município de Porto Velho a competência para decidir tanto
concorrentemente no que concerne aos direitos fundamentais de segunda geração, nos quais se inclui a
saúde, quanto na competência legislar sobre assuntos de interesse local. Em que pese tal alinhamento
legislativo, conforme fundamentado, corroborado pela atuação do Poder Judiciário limitada ao controle de
legalidade dos atos, não podendo adentrar ao mérito administrativo do executivo, é importante frisar que
estamos vivenciando uma crise epidemiológica grave e, portanto, os munícipes não podem ignorar as regras
de cuidado estabelecidas pela União, Estados e Municípios, haja vista que o sistema público de saúde vive
em constante caos, não havendo,quotidianamente, leitos de UTI ou mesmo leitos comuns disponíveis para
internações corriqueiras, conforme se observa dos recorrentes mandados de segurança impetrados com a
finalidade de internações, realização de exames e fornecimento de medicamentos. Ante o exposto,
considerando a conformação do Decreto Municipal 16.629/2020 com superveniente edição/publicação do
Decreto Estadual 24.961/2020, de 17 de abril de 2020 (sexta-feira), entendo preenchidos os requisitos do
CPC e, via de consequência, efeito suspensivo DEFIRO à decisão agravada que suspendera parcialmente
legislação municipal em virtude de alegada extrapolação de competência, viabilizando o presente pleito
liminar

Na hipótese vertente, portanto, não há elementos nos autos que demonstrem os


elementos autorizadores da tutela de urgência, razão pela qual indefiro o pedido ministerial, com
exceção a atividade de mototaxista.

Ante o exposto, defiro parcialmente o pedido de tutela de urgência para suspender


apenas a atividade de mototaxista, em virtude de ser incompatível com as normas sanitárias
exigidas no momento.
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Acaso sobrevenham informações quanto ao descumprimento das normas sanitárias ou


ausência de efetiva fiscalização por parte a decisão poderá ser revista.

Considerando que a matéria merece maiores aprofundamentos e para fins de promover


o diálogo institucional com fincas a adoção das medidas mais adequadas para enfrentamento da
pandemia, preservando os direitos fundamentais, designo audiência de tentativa de conciliação
para o dia 27/04/2020 às 09:40 h

A audiência será realizada via videoconferência através do link abaixo consignado:

https://meet.google.com/fcg-adac-wvv

Intime-se as partes, a representante da associação comercial, Comitê de


Enfrentamento do Coronavírus, cujos membros estão relacionados no artigo 2º do Decreto
Municipal n. 1.025/2020:

ARTIGO 2º - O Comitê será composto pelos seguintes profissionais:

- Andrea Dos Santos Melquisedec. Médica- Representante do Hospital Municipal


Anselmo Bianchini;

- Marcia Pereira. Enfermeira- Representante do Hospital Municipal Anselmo Bianchini;

- Leidineia Aparecida Lopes. Enfermeira- Representante da Epidemiologia;

- Joseliza Ribeiro. Psicóloga;

-Luíza Fialho Guimarães. Médica- Representante da Estratégia da Saúde da Família;

- Jefferson Nicolino Volpe. Enfermeiro- Representante da Estratégia da Saúde da


Família.

Dhayane Caline Gorza Aquino. Enfermeira.

Intime-se as partes, preferencialmente, via e-mail ou whatsapp.

A presente serve como mandado/ofício.

Comunique o Conselho Nacional de Justiça, autos do Pedido de Providência - PP nº


0002314-45.2020.2.00.0000, observando as determinações contidas no art. 4º, da Portaria nº 57,
de 20 de março de 2020.

1Disponível em:. Acesso em 18 abr 2020

2https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/04/cidades-de-sp-reabrem-de-saloes-de-beleza-a-igrejas-
apesar-de-quarentena-contra-o-coronavirus-no-estado.shtml Acesso em 22 abr 2020

3https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/04/17/coronavirus-comercio-em-indaiatuba-inicia-
reabertura-gradual-e-governo-de-sp-avalia-como-inadmissivel.ghtml Acesso em 22 abr 2020

4https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/04/campo-grande-reabre-comercio-mas-impoe-restricoes-
diante-de-coronavirus.shtml Acesso em 22 abr 2020

5https://www.poder360.com.br/brasil/governador-de-santa-catarina-libera-comercio-de-rua-e-hoteis/ Acesso
em 22 abr 2020

6https://98fmnatal.com.br/dez-estados-ja-tomaram-medidas-para-flexibilizar-isolamento-social/ Acesso em
22 abr 2020
https://pjepg.tjro.jus.br/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/documentoHTML.seam?ca=e065511244fd5977901ddaac31ca18ae6a27e6a91f2d… 14/15
22/04/2020 https://pjepg.tjro.jus.br/Processo/ConsultaProcesso/Detalhe/documentoHTML.seam?ca=e065511244fd5977901ddaac31ca18ae6a…

Nova Brasilândia d´Oeste/RO, 22 de abril de 2020.

Denise Pipino Figueiredo

Juiz de Direito

Assinado eletronicamente por: DENISE PIPINO FIGUEIREDO


22/04/2020 15:42:00
http://pjepg.tjro.jus.br:80/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
ID do documento: 37686842

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