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PROC. Nº
TST-RODC-XXX.XXX20.207/XXXX2005-XXX000-XX02-XX00.X2
A C Ó R D Ã O
SDC
IGM/pr/aalk/ca
IGM/pr/jrb
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
PROC. Nº
TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS E ANÁLISES CLÍNICAS DO ESTADO DE SÃO
PAULO.
DISSÍDIO COLETIVO - QUÓRUM DA ASSEMBLÉIA
DOS TRABALHADORES – CONVOCAÇÃO INDISTINTA
– ILEGITIMIDADE ATIVA DO SINDICATO
PROFISSIONAL.
1. Nos termos do art. 859 da CLT, a
legitimidade das entidades sindicais para
instaurar instância se subordina à
autorização da categoria através da
assembléia, da qual participem por
associados interessados na solução do
conflito.
2. No caso, verifica-se a ilegitimidade
ativa do Sindicato Profissional, uma vez
que o edital de convocação se dirigiu
expressamente a todos os trabalhadores
pertencentes à categoria profissional,
não delineando distinção entre associados
e não associados.
3. Todavia, embora haja nos autos o
registro da existência de 1.695
profissionais associados, as listas de
presença das assembléias realizadas
registra a participação de somente 66
trabalhadores, sem qualquer
possibili-dade de aferição da necessária
qualida-de de associados dos
subscritores, além de fragilizar a
representatividade dos interessados,
diante do número ínfimo de presentes.
4. Assim, cumpre ao Relator argüir, de
ofício, a extinção do processo, sem
resolução do mérito, conforme a
jurisprudência da SDC desta Corte, pois se
trata de condição da ação, a qual, nos
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extinção.docC:\DOCUME~1\Cliente\CONFIG~1\Temp\RODC_20207_16.08.2007.rtfC:\TEMP\APTIRVRH\TempMinu.docK:\JURIDICO\VOTOS\SDC\RODC\20207-2005-000-02-00-2.docK:\JURIDICO\VO
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fls.3fls.1
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termos do art. 267, VI e § 3º, do CPC, pode
e deve ser apreciada de ofício e em
qualquer tempo e grau de jurisdição.
Processo extinto sem resolução do mérito.
R E L A T Ó R I O
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
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não-conhecimento do apelo OU do não-provimento do apelo OU da extinção do
feito sem resolução do mérito (fls. xx379-382).
O TRT da 9ª Região acolheu a preliminar de ausência de
comum acordo, por inobservância do art. 114, § 2º, da CF, e julgou extinto
o processo sem resolução do mérito (fls. 341-350).
Inconformado, o Sindicato-Suscitante interpõe o
presente recurso ordinário, postulando a reforma do julgado (fls. 358-365).
Admitido o apelo (fl. 435), foram apresentadas razões de
contrariedade (fls. 438-442), tendo o Ministério Público do Trabalho, em
parecer da lavra do Dr. José Carlos Ferreira do Monte, opinado no sentido
do provimento do recurso (fls. 447-448).
É o relatório.
V O T O
I) CONHECIMENTO
II) MÉRITO
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
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TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
CLÁUSULA x – MATÉRIAILEGITIMIDADE ATIVA E IRREGULARIDADE
NA REPRESENTAÇÃO
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
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Aa(de ),
Nos termos do art. 859 da CLT, a legitimidade das
entidades sindicais para instaurar instância se subordina à autorização
da categoria por meio de assembléia, da qual participem os associados
interessados na solução do conflito.
Compulsando os autos, verifico que o Sindicato
Suscitante possui legitimidade “ad causam” para instauração da instância,
pois na lista de presença dos trabalhadores representados, encontra-se
expressamente a autorização para instauração do dissídio coletivo. (fls.
63-72)
Por outro lado, a respeito da ilegitimidade “ad
processum”No caso, a cópia da certidão de registro sindical perante o
Ministério do Trabalho consigna o nome do “Sindicato dos Auxiliares de
Farmácias, Drogarias e Manipulações do Estado de São Paulo – SP” (grifo
nosso) (fl. 76), divergindo do nome do Sindicato Suscitante, conforme
petição inicial, apresentada em nome do “Sindicato dos Auxiliares e
Técnicos de Farmácias, Drogarias, Distribuidoras, Perfumarias, Similares,
Manipulações do Estado de São Paulo (SINDIFARMA)” (fl. 2), e o próprio
estatuto social (fls. 82-141), que menciona o “Sindicato dos Auxiliares
e Técnicos de Farmácias, Drogarias, Distribuidoras, Perfumarias, Similares
Manipulações de São Paulo/SP” (grifos nossos)
A referida de fato,disparidade entreo as denominações,
mais do que mero erro material, envolve referência divergente a
estabelecimentos comercias distintos e a regiões de abrangências
diferentes, razão pela qual não pode ser afastada.
Ressalte-se, por oportuno, que, nos termos da Orientação
Jurisprudencial 15 da SDC, “a comprovação da legitimidade ‘ad processum’
da entidade sindical se faz por seu registro no órgão competente do
Ministério do Trabalho, mesmo após a promulgação da Constituição Federal
de 1988”. Assim, bastaria ao Recorrente cuidar da correta instrução de sua
inicial, colacionando a devida certidão de registro sindical, que
consignasse a mesma denominação da petição e do estatuto social.
Não se pode, contudo, no presente recurso ordinário,
admitir a retificação tardia do equívoco da instrução processual, sendo
certo que, conforme o entendimento sedimentado na Súmula 383, II, do TST,
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
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em sede recursal é inaplicável a regularização do mandato prevista no art.
13 do CPC.
Ressalte-se, por oportuno, que nome constante no
estatuto social do Sindicato é diferente daquele registrado perante o
Ministério do Trabalho (fls. 76 e 82).
os documentos colacionados peloO Sindicato Suscitante
juntou nos autos documentos novos às fls. 385-393, comcom o intuito de
demonstrar se que tratarou-se apenas de erro material quanto à nomenclatura
sindical,, são cópias não autenticadas, que não constituem meio de prova,
nos termos do art. 830 da CLT.
Ainda que assim não fosse, a referida documentação atesta
tão-somente a atuação processual do Recorrente em outros feitos, razão pela
qual não se prestam a elidir a divergência de nomenclatura entre os
referidos documentos apontados pelo Regional. Nessa linha, a Súmula 422
do TST cristaliza o entendimento de que carece do requisito de
admissibilidade inscrito no art. 514, II, do CPC o recurso cujas razões
não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que fora
proposta alegando ainda que foi realizada sua atualização cadastral no
órgão responsável.
Entretanto, não conheço dos documentos novos, pois não
se trata dos casos admitidos por esta Corte, nos termos da Súmula 8 do TST,
vez que não resta comprovado o justo impedimento ou referir-se a fato
posterior à sentença.
Ademais, ao analisar o documento, verifico que a vigência
do mandato devidamente registrado tem início em 14/08/05 e término em
13/08/2010 (fl. 392), sendo a instauração do presente dissídio coletivo
protocolizado em 30/06/05 (fl. 02), ou seja, o Suscitante não detinha a
devida legitimidade “ad processum” para representar a categoria.
2) CLÁUSULA y – MATÉRIA
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
PROC. Nº
TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
PROC. Nº
TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
Assim, resta constatada a ilegitimidade ativa do
Sindicato Suscitante, diante do desrespeito ao teor do art. 859 da CLT,
por meio da convocação indistinta de todos os trabalhadores pertencentes
à categoria profissional.
Nesse sentido, colhem-se os seguintes julgados da SDC
desta Corte:
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
PROC. Nº
TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
(TST-RODC-47.001/2002-900-02-00.0, Rel. Min. Gelson de Azevedo, DJ de
16/02/07).
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
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TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
CPC, pode e deve ser apreciada de ofício e em qualquer tempo e grau de
jurisdição.
Ademais, conforme a Orientação Jurisprudencial 29 da SDC
do TST, o edital de convocação e a ata da Assembléia Geral dos Trabalhadores,
de que trata o art. 859 da CLT, constituem peças essenciais à instauração
de instância.
No caso, verifica-se que o Suscitante, ao instruir sua
inicial, utilizou-se de cópias não autenticadas dos referidos documentos
(fls. 90-97), as quais carecem de valor de prova, nos termos do art. 830 da
CLT, correspondendo à sua inexistência nos autos. Sublinhe-se que tal
irregularidade não pode ser relevada, tampouco sanada em sede de recurso
ordinário, por inaplicabilidade do art. 284 do CPC em fase recursal.
Nesse contexto, em face da ausência de peças essenciais,
cumpre ao Relator do recurso ordinário argüir, de ofício, a extinção do
processo, sem resolução do mérito, por falta de pressuposto de constituição
e desenvolvimento válido do feito, a teor do art. 267, IV e VI, do CPC,
por aplicação analógica da Orientação Jurisprudencial 84 da SBDI-2 desta
Corte.
Ressalte-se, por oportuno, que o edital de convocação e
a ata da AGT não se confundem com instrumento normativo, cuja cópia não
autenticada tem presumido o valor probante, a teor da Orientação
Jurisprudencial 36 da SBDI-1 do TST.
Nesse sentido, temos os seguintes julgados da SDC desta
Corte, em casos análogos:
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
PROC. Nº
TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
signatários da lista de presentes à assembléia geral em que se autorizou o
ajuizamento da ação coletiva. Falta de observância do quórum fixado no art. 859
da Consolidação das Leis do Trabalho. Extinção do processo sem resolução do
mérito que se decreta, nos termos do art. 267, incs. IV e VI, do Código de
Processo Civil”(TST-RODC-68.762/2002-900-02-00.6, Rel. Min. Gelson de
Azevedo, DJ de 23/02/07).
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
PROC. Nº
TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
ART - 24, PARÁGRAFO 1º, DO ESTATUTO SOCIAL DO
SINDICATO-SUSCITANTE - AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS DE
DESENVOLVIMENTO E DE CONSTITUIÇÃO VÁLIDO E REGULAR
DO PROCESSO - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO
DO MÉRITO - ANÁLISE DE OFÍCIO. Ausência de autenticação de
documentos indispensáveis para o ajuizamento da ação coletiva. Irregularidades
na cópia da lista de presenças e na ata da assembléia-geral extraordinária. Falta
de observância do estabelecido no art. 24, § 1º, do Estatuto Social do Suscitante
e na Orientação Jurisprudencial nº 28 da Seção de Dissídios Coletivos desta
Corte, no tocante à publicação do edital de convocação da categoria para a
assembléia-geral extraordinária. Inobservância de pressupostos essenciais à
constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. Extinção do
processo sem julgamento do mérito que se decreta, na forma do inc. IV do art.
267 do Código de Processo Civil”(TST-RODC-66.015/2002-900-02-00.3, Rel.
Min. Gelson de Azevedo, DJ de 12/05/06)
ISTO POSTO
ACORDAM os Ministros da Egrégia Seção Especializada em
Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho, por unanimidade,
extinguir o processo sem resolução do mérito, por ilegitimidade ativa do
Sindicato Profissional, nos termos dos arts. 859 da CLT e 267, VI e § 3º,
K:\JURIDICO\BANCO DE DADOS\SDC\Modelos\VOTO - quórum - provimento -
extinção.docC:\DOCUME~1\Cliente\CONFIG~1\Temp\RODC_20207_16.08.2007.rtfC:\TEMP\APTIRVRH\TempMinu.docK:\JURIDICO\VOTOS\SDC\RODC\20207-2005-000-02-00-2.docK:\JURIDICO\VO
TOS\SDC\RODC\20207-2005-000-02-00-2.docK:\JURIDICO\VOTOS\SDC\RODC\20207-2005-000-02-00.2.doc
fls.14fls.1
PROC. Nº TST-16.014/2005-909-09-00.0
PROC. Nº
TST-RODC-20.207/2005-000-02-00.2XXX.XXX/XXXX-XXX-XX-XX.X
do CPC, ressalvadas, no entanto, as situações fáticas já constituídas, nos
termos do art. 6º, § 3º, da Lei 4.725/65negar provimento ao recurso
ordinário.
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IVES GANDRA MARTINS FILHO
MINISTRO-RELATOR
Ciente:
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REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO