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Índice
Introdução ..................................................................................................................3
0.1.Proclamação ou explicação do tema ....................................................................3
0.2.Motivação e justificativa ......................................................................................3
0.3.Objectivos ............................................................................................................4
Objectivos Gerais ....................................................................................................4
Objectivos específicos ............................................................................................4
0.4.Problema ..............................................................................................................4
0.5.Hipóteses ..............................................................................................................4
0.6.Metodologia .........................................................................................................4
Capítulo I....................................................................................................................5
1.Breve caracterização geográfica, população e actividades económicas ..............5
a) Localização e coordenadas ............................................................................5
b) Clima .............................................................................................................5
c) Solos e Relevos .............................................................................................6
d) Hidrografia ....................................................................................................6
e) Actividades ....................................................................................................6
f) Economia .......................................................................................................7
Capítulo II ..................................................................................................................8
2. Significados das expressões usadas ....................................................................8
Capítulo III .................................................................................................................9
3. Descrição e tratamento do tema ..........................................................................9
3.1.Costume de Lovolo ...........................................................................................9
a) Breve historial..................................................................................................9
b) Significação inicial do “lovolo” e suas consequências .................................11
d) Desvantagens do costume do “lovolo” .............................................................12
Capítulo IV ...............................................................................................................15
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Introdução
O lobolo é costume cultural, do sul de Moçambique, que une duas pessoas de
sexos opostos pelo casamento regularizado a partir do pagamento de um dote à
família da noiva pela perda de um membro e a ida para a outra casa.
Desta forma, o presente trabalho vai fazer uma abordagem sobre o lobolo no
distrito de Magude, província de Maputo. O mesmo está estruturado em capítulos e
temas, apresenta, em primeiro lugar, a introdução precedida pela proclamação do
tema, motivação e justificativa, objectivos (gerais e específicos), problema,
hipóteses e a metodologia.
No que concerne aos capítulos, temos o primeiro que faz uma breve caracterização
do distrito de Magude. O seguinte faz o enquadramento teórico e apresenta os
significados das expressões usadas. O terceiro corresponde à descrição e
tratamento do tema, no qual constam todos os dados obtidos nas nossas
investigações e o quarto fala da importância do mesmo tema para o ensino básico.
0.2.Motivação e justificativa
O grupo escolheu este tema porque tem assistido situações em que o lobolo tem
sido vista como uma fonte de renda, o que não vai ao encontro daquilo é lobolo
tradicional. Mais ainda, muita gente tem defendido a ideia de que a esterilidade e
as más condições de vida são consequências de não cumprimento do costume do
lobolo.
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0.3.Objectivos
Objectivos Gerais
Conhecer a prática do lobolo no distrito de Magude, província de Maputo.
Objectivos específicos
Explicar os procedimentos dessa mesma prática;
Identificar as consequências de não cumprimento dessa prática;
Demonstrar a importância da prática do lobolo.
0.4.Problema
São muitos os casais, na província e cidade de Maputo, que vivem maritalmente
sem ter cumprido com o costume do lobolo.
0.5.Hipóteses
Incentivar a prática do lobolo.
0.6.Metodologia
A metodologia usada para a produção do trabalho foi a consulta bibliográfica e as
entrevistas feitas a nativos do Distrito de Magude, província de Maputo.
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Capítulo I
a) Localização e coordenadas
O distrito de Magude situa-se na parte norte da província de Maputo, em
Moçambique. Pois a sua sede é a vila de Magude.
Este distrito tem uma superfície de 6.960 km2 e uma população recenseada em
2007 de 54 252 habitantes, tendo como resultado uma densidade populacional de
7,8 habitantes/km2 e correspondendo a um aumento de 26,8 % em relação aos 42
788 habitantes registados no censo de 1997.
b) Clima
O clima do distrito de Magude é tropical seco, de acordo com a classificação
kopha, tendo uma temperatura média anual entre 22 a 24° C e pluviosidade média
anual de 630 mm. Pois predominam 2 estacões a saber, a quente e de pluviosidade
elevada de Outubro a Março (com 80% da precipitação anual); e a Fresca e seca de
Abril a Setembro.
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c) Solos e Relevos
O distrito tem fundamentalmente áreas planas, com cotas inferiores a 100 metros
ou oscilando entre 100 e 200 m. As formações de solos argilosos vermelhos e com
boa fertilidade são frequentes no distrito, sendo intercaladas com solos fraco-
argilosos-arenosos acastanhados de fertilidade boa a intermédia.
Os solos fluviais têm uma alta fertilidade, mas são de difícil lavoura, devido, em
parte, ao excesso de água e de salinidade. No centro do distrito surgem solos
arenosos de fertilidade muito baixa e com baixa capacidade de retenção de água.
d) Hidrografia
O distrito é atravessado, para além do rio Incomáti, pelos rios Mazimuchopes,
Massintonto e Uanétze, de regime periódico, alimentados pela chuva, e com
períodos de muito baixo caudal na época seca.
e) Actividades
No distrito de Magude há prática de agricultura como uma fonte de alimentação,
silvicultura, comércio e pecuária.
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f) Economia
Neste distrito pratica-se também o comércio com outros distritos vizinhos e
províncias do país. Embora a maior parte da produção local seja transaccionada
nos mercados locais e em Xinavane, são reportados casos de comerciantes que vêm
de Maputo e da África do sul para comprar alguns produtos.
Capítulo II
Mucume – é um lençol feito com a união de três capulanas por meio de uma renda;
Xilaulo – oferta dada à família do noivo pela família da noiva na hora do lobolo;
ximbuwa mbuwa – ritual em que se coloca uma garrafa de vinho nas costas;
Nkharharha – contas;
Ntlhambi – rebanho;
Xivongo – apelido;
Capítulo III
3.1.Costume de Lovolo
a) Breve historial
Para os indígenas, o lovolo foi um costume praticado sempre desde os tempos
remotos até a actualidade. Antes do aparecimento dos brancos, fazia-se o lovolo
nas esteiras e usando objectos de vime. Depois usaram os grandes anéis de metais,
especificamente ferro, obtidos, por troca, dos marinheiros que visitavam a costa.
Compravam-lhes contas (nkharharha), principalmente as grandes (mivatlwana).
Nesses tempos, um chefe tinha que pagar o lovolo com dez punhados de contas e
um súbito com cinco apenas e usavam-se grandes anéis de cobre. Ultimamente,
foram encontrados dois desses anéis em Maputo e cada um pesa cerca de 1 kg e
designavam litlatla e eram muito procurados porque só com um se comprava a
mulher.
de meus bois, é a que foi comprada com os bois dados por mim para obter uma
mulher.
Substituiram os bois por enxadas devido a guerra que houve com zulus que por sua
vez acabou com o gado. Estas enxadas começaram a ser usadas a partir dos anos
1840 a 1870. Pois dez enxadas era o preço do lovolo e passado algum tempo só
pais aumentaram o número para 20, 30, etc. Mas essas enxadas foram substituídas
pela poderosa libra esterlina e esta, em contrapartida, valia dez enxadas e o lovolo
valia 8 libras estipulados pelos chefes e o preço foi julgado insuficiente pelos pais.
2.° Os irmãos estão sempre prontos a ajudar um dos seus, mais pobre, ao lovolo.
3.° A mulher adquirida desta maneira é esposa presuntiva deles, embora lhes não
seja permitido ter relações sexuais com ela (matlulana). Vão recebe-la em herança
se o marido dela morrer.
4.° Os filhos pertencem ao pai, vivem com ele, usam o seu xivongo (nome de
família) e devem-lhe obediência: os rapazes fortificam o grupo e as raparigas são
vendidas em casamento para o benefício dele.
I. A mulher é reduzida a uma situação inferior pelo facto de ter sido paga;
II. Mais ainda, quando o casal se separa, o marido é quem ganha a guarda dos
filhos;
III. A mulher deve trabalhar para o marido, que lhe dá muito pouco em troca;
IV. A mulher é, quando viúva, entregue ao outro homem, irmão do marido
morto;
V. A herança do casal não culmina muitas vezes nas mãos da viúva quando é o
marido a morrer primeiro;
VI. Os grupos, tanto do marido como da mulher, não tem paz entre si caso o
pagamento do lovolo não se tenha concluído;
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A família do noivo faz a apresentação e pede a cotação do lobolo, que é feita numa
lista e entregue à mesma. Pois dessa lista constam as roupas da noiva, cordão anel,
relógio, sapatos e brincos da mesma, o facto para o pai, sapatos e as respectivas
meias ou peúgas, bengala e chapéu para o avô e, por fim, facto, capulana, sapatos e
mucume para a mãe.
Também fazem parte dessa lista, um garrafão de vinho, uma caixa de cerveja de
2M, uma caixa de refrescos pequenos, duas garrafas de vinho branco e o gado que
a família da noiva terá pedido consoante o tipo de situação em que ela e o noivo se
encontrarem. Mas há situações em que fora trazer gado, o noivo tira um valor
monetário equivalente o número de gado que devia tirar.
Chegados ao local, usam lista para conferir as compras. De seguida, o pai da noiva
faz kuphalha
Usando uma das garrafas de vinho e dá um cabrito à família do noivo para eles
cozinharem e comerem.
Por conseguinte, mata-se uma cabeça do gado que a família do noivo traz para a
festa e dão a família da noiva a parte correspondente a coluna vertebral para levar
para casa, isso também se chama xilaulo.
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A mãe da noiva neneca a outra garrafa de vinho usando ao capulana dada e coloca
o mucume por cima, a isto chama-se ximbuwa mbuwa. Uma das pessoas vinda para
lobolar fica do lado de fora da casa, isto é, não entra. Está zangada porque o irmão
perdeu o gado, então sai uma pessoa da família da noiva para lhe fazer cócegas e se
ela rir dão-lhe uma peneira de arroz, uma galinha e uma esteira, após isso
mostram-lhe as panelas para cozinhar e comer com a sua família, e ste processo
designa-se Kutsuvha.
Em outra parte, a noiva fica no quarto com as outras mulheres e para ela sair, deve
tirar-se dinheiro. Cada roupa que cada um deles veste e cada bebida aberta paga-se.
Quando o casal tem filhos antes da cerimónia de lobolo, a sua família, no momento
do acto, é submetida a multa correspondente a 100 MT por cada filho.
O não cumprimento das regras do lobolo pode criar danos nos filhos do casal. Em
alguns casos, quando a mulher é estéril volta para casa de seus pais e há devolução
do lobolo. Antigamente, quando a mulher lobolada morresse, a família dela dava
ao noivo a irmã mais nova da falecida de modo a substitui-la.
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Capítulo IV
Conclusão
O lobolo, como reza tradição no sul de Moçambique, é uma prática que visa o
reconhecimento matrimonial, garantindo a reprodução, estabilidade, compromisso,
direitos e deveres entre um homem e mulher, perante as famílias e a comunidade
onde estão inseridos. Esta cerimónia obedece a uma série de requisitos básicos que
ao longo do tempo vem sendo adaptados ao contexto e realidade social,
económica, política e religiosa de casa familiar.
Referências Bibliográficas
1.Orais
N° Nome completo Idade Origem Profissão
1 Rosa Daia Laloo 52 anos Magude(Chinyanguanine) Comerciante
2 Angélica Penicela 56 anos Magude(Mapulanguene) Doméstica
3 Cecília Mondlane 40 anos Magude(Bandoia) Vendedora
4 Fanuel Sitoe 70 anos Magude (Malengane) Pedreiro
5 Sérgio Ngomache 62 anos Magude (Mahel) Reformado
2.Escritas
Segundo https://pt.m.wikipedia.org/.../Magude... 03/11/16 21:50
Segundo Perfis Distritais, Perfil do distrito De Magude província de
Maputo, Ministério da Administração Estatal, edição 2005.
JUNOD, A. Henri, Usos e costumes dos Bantos (Tomo I: Vida Social),
Maputo, Arquivo Histórico de Moçambique, 1996.
GRANJO, Paulo, Lobolo em Maputo – Um velho idioma para novas
vivências conjugais, 1ª ed. Porto, Campos das Letras editores, 2005.