CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS

CURSO: ENGENHARIA CIVIL

Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos apromoverem as

transformações futuras”

PROJETO DE ESTRUTURA DE AÇO

ALVARO MARI JUNIOR

LUCIAN ROQUE DA SILVA

FOZ DO IGUAÇU – PR

2018
 ALVARO MARI JUNIOR

LUCIAN ROQUE DA SILVA

PROJETO DE ESTRUTURA DE AÇO

Projeto apresentado à Faculdade Dinâmica das

Cataratas (UDC), como requisito parcial de avaliação
da disciplina de Estruturas de aço, do Curso de
Engenharia Civil.

Profº. Responsável: Dr. Everaldo Pletz

FOZ DO IGUAÇU – PR

2018

2
 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO_____________________________________________________4
2 CARACTERÍSTICAS DA EDIFICAÇÃO__________________________________5
2.1 Dados obtidos do programa de vento__________________________6
2.2 Telhas____________________________________________________9
2.3 Terças___________________________________________________10
2.4 Tesouras_________________________________________________16
2.5 Parafusos e soldas________________________________________19
3 CONCLUSÃO_____________________________________________________20

3
1 INTRODUÇÃO

As edificações ao decorrer da evolução sofreram alterações para suprir as

novas demandas da sociedade, características como layout, tamanho de vão, pé
direito e outras tiveram que ser adaptadas. Devido às características diferenciadas
entre os materiais de construção, algumas alterações são impossíveis para alguns
materiais, e facilmente executáveis com outros.
Neste contexto surgiu o aço como material de construção, que devido às
suas características possibilitou o avanço de técnicas construtivas em concreto, mas
não apenas. Sua resistência a tração e compressão permite, quando adotado em
estruturas metálicas, vencer grandes vãos, além de reduzido peso de estrutura.
Desta forma estruturas deste tipo tomaram espaço no mercado, e um uso comum
para ela é o uso em galpões.
Este trabalho consiste no dimensionamento de um galpão metálico em suas
diversas etapas de projeto, deste a etapa de decisão de perfís e telhas até a
verificação de resistência de projeto abordadas pelas NBRs 14762 e 6123, que
abordam sobre dimensionamento de estruturas metálicas e forças devidas ao vento
respectivamente

4
2 CARACTERÍSTICAS DA EDIFICAÇÃO

O presente projeto se faz necessário para dimensionar um galpão de uso

geral. As dimensões do mesmo podem ser observadas na Figura 1, o espaçamento
entre tesouras definido foi de 4,00 metros, por facilitar devido ao comprimento das
chapas ao mesmo tempo em que o espaçamento entre todas as tesouras serão
mantidas uniformemente, colaborando para a arquitetura do mesmo. Sendo assim,
serão adotadas 11 tesouras para suportar a cobertura do galpão.
Para melhorar a aeração e a iluminação, do galpão, ao mesmo passo que
não atrapalhe seu uso, foram adotadas uma janela por vão em cada lado do galpão,
com exceção das extremidades próximas às portas, já que a iluminação devido a
estas aberturas será o suficiente para iluminar estas áreas (totalizando 8 janelas em
cada lado) tratam-se de janelas com abertura parcial de 50%.
Cada lado do galpão contará com uma porta de 5,00 metros de altura por
6,00 de largura, sendo estas portas de rolar com capacidade de abertura total.

Figura 1. Dimensões em planta do galpão

5
2.1 Dados obtidos do programa de vento

Nas ilustrações seguintes são apresentados os dados obtidos do "Programa

de ventos" que serão requisitos para as etapas posteriores de calculo, sendo elas as
Figuras 2, 3 e 4 que ilustram respectivamente o coeficiente de pressão externa nas
paredes e telhado e a pressão interna:

Figura 2.
Pressão externa nas paredes

Figura 3. Pressão
externa
no telhado

6
 Figura 4. Coeficiente de pressão interna

Quanto às combinações obtidas com os índices de vento por região,

foram obtidos os valores apresentados na Figura 5:

Figura

No que se refere ao pior caso, as Figuras 6 e 7 mostram os resultados

obtidos pelo programa, sendo eles respectivamente a carga distribuída e a
resultante

7
 Figura 6. Esforços resultantes (kN/m)

Figura 7. Esforços resultantes (kN)

2.2 Telhas

As telhas adotadas devido aos espaçamentos do galpão foram as

apresentadas na Figura 8, que mostra as características desta telha trapezoidal que
será utilizada como cobertura.

8
Figura 8. Características da telha adotada

2.3 Terças

Os cálculos primeiramente foram realizados com perfil U (100x50x3) porém,

as terças utilizando tais perfis não suportariam a carga. Devido a isso, foram
adotados perfis U (150x50x3) que por sua vez, suportaram a carga de projeto.
Seguem as verificações:

9
 A terça suportaria: 65.961 Kgf.cm.
Devido à forma que o telhado será posicionado em relação ao perfil, existirá
uma mesa comprimida e outra tracionada uniformemente (Figura 9), portanto a alma
terá os dois tipos de esforços como segue na Figura 10.

Figura 9: Mesa

Figura 10: Alma

Seguindo o raciocínio foi calculado o índice de esbeltez reduzido do

elemento (λp).
b
t
λ p=
k .E
0,95
√ Fy

Sendo,
b= Largura da peça [44 mm (50 - espessura - raio)];
t= Espessura da chapa (3 mm);
10
 k= Coeficiente de flambagem local do elemento [0,43 - (Figura Y)]
E= Módulo de elasticidade do Aço (200.000 MPa)
Fy= Tensão Normal [250 MPa (Tipo de aço)]

λp=0,832

Como este valor é inferior à 0,673 (oriundo da Norma), deve-se calcular a

largura efetiva da peça (bef), já que parte dela não resistirá ao esforço. Para isso:

b 0,22
bef =
λp(1−
λp )

Obtendo-se bef = 38,9 mm. Com o novo valor de largura efetiva, foi
encontrado uma nova linha neutra que se localizou a 1,6 mm acima da anterior, ou
seja, em uma altura de 7,66 cm. Após isso, foi calculado o psi (ψ) pela seguinte
equação:

σ1
ψ= =−0,955
σ2

Utilizando este valor e a norma calculou-se o valor de K:

K=4+ 2 ( 1−ψ )+2( 1−ψ )3 =22,854

Este valor foi aplicado à equação de verificação da ALMA:

b 138
t 3
λ p= → λ p= =0,358< 0,673
k .E 22,854 x 2.000.000
0,95
√
Fy
0,95
√ 2500

11
 Como o valor encontrado para λ pfoi menor que 0,673, o valor de b ef pode
ser considerado como sendo o b inteiro, logo, os valores para b ef1 e bef2 podem ser
obtidos pelas equações:

bef
bef 1= =3,49
(3−ψ )

bef
bef 2= =6,90
2

Portanto não houve flambagem local na alma.

Como aconteceu flambagem local apenas na mesa, a Carga

resistiva da peça sofreu redução apenas pela mesa comprimida. Então deve-se
calcular o novo Módulo de resistência elástica da sessão efetiva em relação à fibra
extrema que atinge o escoamento (Wcef):

I (da nova pe ç a)
Wcef =
Yc , max

I = Inércia da nova peça;

Yc,máx: distância do centro de torção ao centróide, na direção do eixo y

Para tanto, deve-se calcular o valor da Inércia da peça desconsiderando a

parte que não resistirá devido à flambagem da mesa:

I ( fig original )=230,76 ( tabela ) +7,20 ( á rea ) x 0,16 ² ( dist Y )=230,94 cm4

0,51 ( b ) x 0,33 (h)

I ( flambada ) = +(0,51 x 0,3) ( á rea ) x 7,5 ² ( dist Y )=8,63 cm4
12

12
I ( Tot )=230,94 ( I −Fig orig . )−8,63 ( I −flamb . )=222,31 cm4

Com o valor da inércia pode-se resolver a equação já apresentada:

222,31
Wcef = =29,02cm3
7,66

Com este resultado finalmente pode-se definir o momento resistivo da terça

pela equação:

Wcef x Fy 29,02 x 2500( material)

Mrd= = =65.961 Kgf . cm
γ 1,10(norma)

Para definir o Momento solicitado pela Terça, utiliza-se o método das

combinações utilizandoo demonstrado na Figura 11.

Figura 11. Modelo de cargas sobre terças

Foram utilizado para Gk (carga permanente) o peso próprio da estrutura,

para Qk (carga acidental) o peso da chuva, e para Wk a força do vento, que foi
adotada nos dois sentidos sucção e pressão. Observando que pela norma, existe

13
um valor de Qk mínimo de 25 Kgf, porém no projeto foi adotado um adicional
referente ao peso da chuva.
Foram realizadas 4 combinações para cada direção do vento nas condições
Normal, Especial e Excepicional, gerando os seguintes coeficientes:

Tabela 1. Combinações adotadas

Condição Combinação γg Gk γq Qk γw Wk

Normal 1 1,25 13,3 1,5 55,5 0 123

2 1,5 0,84
14
 3 0 1,4

4 1,05 1,4

1 1,5 0

2 1,5 0,84
-123
3 0 1,4

4 1,05 1,4

1 1,3 0

2 1,3 0,72
123
3 0 1,2
Especial 4 0,91 1,2
1,15
1 1,3 0

2 1,3 0,72
- 123
3 0 1,2

4 0,91 1,2

1 1 0

2 1 0,6
123
3 0 1

Excepciona 4 0,7 1
1,10
l 1 1 0

2 1 0,6
- 123
3 0 1

4 0,7 1

As combinações utilizadas foram:

1ª Comb. Fd= Gk+Qk

2 ª Comb. Fd= Gk+Qk+0,7Wk
3 ª Comb. Fd=Gk+Wk
4 ª Comb. Fd= Gk+Wk+0,7Qk
15
 Calculando todas as combinações foram encontrados os momentos
máximos e mínimos de respectivamente: 49420 Kgf.cm e -31115 kgf.cm, já que o
momento máximo em ambos os sentidos foi inferior ao limite de 65961 kgf.cm
anteriormente calculado, a terça suporta a carga projetada

2.4 Tesouras

As tesouras foram feitas com uso de perfil U de dimensões iguais ao

adotado para as terças. Porém para definir se esta estrutura suportará a requisição
de esforços algumas análises tiveram de ser feitas.
Nas figuras 12 e 13 a seguir são ilustradas as dimensões das tesouras além
de o momento em cada barra que as formam:

Figura 12. Dimensões das tesouras

Figura 13. Momento fletor em cada barra

16
 Com os dados observados nas figuras pode-se afirma que uma análise do
Banzo inferior torna-se necessária, para tal, as seguintes operações foram
realizadas:

π ² . E . Ix
Nex= =673,82 Kgf
KxLx ²

π ² . E . Iy
Ney= =9152,99 Kgf
KyLy ²

1 π ² . E . Cw
Ney=
ro²[ KzLz ² ]
+GJ =12768,37 Kgf

Sendo:
Nex - Força axial de flambagem global elástica em relação ao eixo X;
Ney - Força axial de flambagem global elástica em relação ao eixo Y;
Nez - Força axial de flambagem global elástica em relação ao eixo Z;
E - Módulo de elasticidade;
Ix,y,z - Momento de inércia em relação ao eixo dado;
K x,y,z L x,y,z – Comp. efetivo de flambagem global em relação ao eixo dado;
G - Módulo de elasticidade transversal;
J - Constante de torção;
ro - Raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de torção;
Cw - Constante de empenamento da seção transversal

Observando os três valores, adota-se o menor deles para seguir com os

cálculos, desta forma:

A . Fy
λ 0=
√ Ne
=5,16

Como λ 0 maior que 1,5, aplica-se o fator de redução da força axial de

compressão resistente associado a flambagem global (χ), este dado é obtido na
tabela 8 da NBR 14762, sendo assim:

17
 0,877
χ= =0,0329
λ0²

Também é necessário o calculo do λp, que para ser calculado depende da

definição da força axial de flambagem local elástica (Nl) que se dá pela seguinte
equação:

π ². E
Nl=Kl . . A=2058,29
2 bw
12. ( 1−V ) .( )²
t

Com esse valor foi possível acurar:

χ . A . Fy 0,0329.7,2 .2500
λp=
√ Nl √=
2058,29
=0,5363

Como o valor encontrado foi inferior a 0,776, pode-se utilizar a área total
como área efetiva (A=Aef).
Com estes valores calculados foi possível verificar a força axial de
compressão resistente de cálculo (Ncrd):

χ . Aef . E 0,0329.7,2.2500
Ncrd= = =493,50 Kgf
γ 1,2

2.5 Parafusos e soldas

Devido as dimensões do galpão as tesouras tiveram de ser parafusadas, já

que cada uma delas teve de ser transportada em duas metades devido às limitações
de transporte. As treliças foram feitas com o mesmo perfil das terças, e estas foram
soldadas para garantir resistência. As telhas tiveram de ser parafusadas nas terças,
e as tesouras nos pilares de concreto pré-moldados adotados para o projeto.

18
 O esquema das tesouras pode ser observado na figura 14, que ilustra o
encaixe para solda dos perfis formadores da tesoura.

Figura 14. Esquema das tesouras

Os cálculos para estas junções podem ser observados a seguir, começando

pela tração ou compressão normal na seção efetiva, que pode ser dada por:
A . Fy 7,2.2500
NTSD= = =16363,63 Kgf
γ 1,1

Ct . An . Fu 7,2. 0,76. 4000

NTRD= = =13265,45 Kgf
1,65 1,65

Logo, a solda resiste

Quanto aos parafusos, nos locais onde serão adotados, o método utilizado
de fixação será o de parafusos em Zig-Zag,, que garantem alta resistência em
relação às demais técnicas sem solda.

3 CONCLUSÃO

19
 Analisando todos os dados calculados, o galpão passou por todas as
verificações de soldas, parafusos, resistência de banzos inferiores, terças e
tesouras. Pode-se salientar contudo que a complexidade para elaboração deste tipo
de projeto é de grande impacto tanto para as pesquisas quanto para a vida
profissional do engenheiro no que se refere à projetos com estruturas de aço o que
evidencia a importância da execução e estudo deste projeto.

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