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A ORDEM RELACIONAL DO CAPITALISMO
1. Introdução
1
Pode considerar‑se que, originariamente, o termo foi introduzido
por Antoine de Montchrétien, em 1615, ao publicar o Tratado de Eco-
nomia Política.
2
É a este propósito que se pode abrir uma discussão acerca dos
tópicos da objetividade, para saber se os valores são separáveis dos factos,
dos conceitos e das teorias e se, portanto, haverá factos puros que contêm
diretamente implicações (de) políticas ou se, pelo contrário, valores e
normatividade “permeiam inevitavelmente a ciência”. Quer dizer, os
problemas sociais são, mais do que factos redutíveis, problemas sociais”,
com resulta das convicções essenciais do pragmatismo clássico e especial-
mente de Dewey. Na verdade, os factos dependem dos valores (Caldas,
2012: 84‑85).
3
Usarei “Economia” para designar o ramos das ciências sociais
que estuda os problemas económicos e “economia” para me referir aos
sistema económico.
4
A ideia de Economia enquanto economics pode associar‑se à conso-
lidação de um pensamento positivista — que lida com factos e possibilidades,
separa ciência de valores e considera neutras as instituições ou os eventos da
história — de que Robbins é autor de referência (Neves, 2010: 39)
5
Em Reis (2010) falo, a propósito da Economia, de “ciência
indisciplinar”.
6
É Hirschman (1985: 148) quem nos relembra esta frase de
Marshall.
7
Passarei a citar A Grande Transformação, publicada neste ano,
recorrendo à edição portuguesa de 2012.
8
Assumirei aqui o termos “sociedade industrial”, traduzido lite-
ralmente do inglês. Mas bem se sabe que a palavra “industrial” não tem
um conteúdo equivalente nas duas línguas. Seria porventura adequado
falar, em português, “sociedade produtiva”.
9
Polanyi falava de “fraqueza congénita” e Hirschman, como
vimos, referia‑se a “fraquezas intrínsecas”.
11
Antes disso, intuições brilhantes, como a de H. Ford, compre-
enderam como um sólido processo de formação da procura, através de
salários diretos e indiretos que acompanhassem o potencial de crescimento
da economia, era uma condição essencial para realizar aquilo que as tec-
nologias e a organização permitiam mas não realizavam só por si, como
era o caso das grandes cadeias de montagem de automóveis, elemento
essencial dos modo de produção e de consumo em massa que estavam
em desenvolvimento. Foi com isto que se relacionaram evoluções insti-
tucionais importantíssimas nos domínios dos direitos sociais e do trabalho
e a consolidação de todo os sistema industrial.
6. Conclusão
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José Reis
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra