Você está na página 1de 20

BR98E1511

i num « i a in mu mm im mn um mil mi mi

RECENTES DESENVOLVIMENTOS DAS


LIGAS DO SISTEMA ÁLUMÍNIO-LÍTIO PARA
" \ FINS AERONÁUTICOS

Marcelo Gonçalves
Ronald Lesley Plaut

São Paulo, 1992

29-42
We regret that
some of the pages
in this report may
not be up to the
proper legibility
standards, even
though the best
possible copy was
used for scanning
Irfetituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Pauio S A - IPT
Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira - Butantã - CEP 05508-900 - São Pauto-SP
Caixa Postal 7141 - CEP 01064-970 - Endereço Telegráfico TECNINST - Telex (11) 80934 e
(11) 83144 INPT BR -Telefax (011) 869-3353 - Telefone (011) 268-2211

Divisão de Metalurgia
Coordenador: Cláudio Luiz Mariotto

Trabalho publicado e apresentado no curso Perspectivas da utilização de ligas, a base de alumínio no Brasil e no exterior,
São Paulo: ABM, 1986. p. 71-87.

A série "Comunicação Técnica" compreende trabalhos elaborados por técnicos do IPT, apresentados em eventos ou
publicados em revistas especializadas, sendo seu conteúdo de responsabilidade da respectiva área técnica.

Publicação IPT 1987


ft E S U M O

Uma breve revisão a respeito dos mais recentes d e s e n v o l -


v i m e n t o s na p r o d u ç ã o de l i g a s A l - L i , é f e i t a . A n e c e s s i d a d e de n£
v o s m a t e r i a i s n o c a m p o a e r o n á u t i c o t e m i m p r i m i d o u m r i t m o v e l o z na
p e s q u i s a de m a t e r i a i s m e t á l i c o s e n ã o - m e t á I icos. U l t i m a m e n t e , boa
p a r t e d a s p e s q u i s a s n o c a m p o d e c o m p o n e n t e s m e t á l i c o s d i r i g i u - s e pa
ra a s l i g a s A 1- L i . M a i s r e c e n t e m e n t e , c o m o d e s e n v o l v i m e n t o de li
gas q u a t e r n á r i a s A l - L i - X - X , o a n t i g o p r o b l e m a de b a i x a tenacidade
foicontornado.

E s t e t r a b a l h o tem a f i n a l i d a d e de a b o r d a r os d e s e n v o l v i -
mentos das ligas em foco, a b r a n g e n d o ainda os f u n d a m e n t o s d a m e tj^
lurgia física do c o m p l e x o sistema r e c e n t e m e n t e d e s e n v o l v i d o A l - L i -
-Cu-Mg.

A B S T R A C T

A b r i e f r e v i e w is m a d e o f t h e latest developments in the production


of A 1uminÍurn-Lithiurn a l l o y s .

The necessity for new materials in the field of aeronautics has


speeded up research on m e t a l l i c and non-metallic materials. Lately,
a good part of the research in the field of metallic components has
been directed at A1-LÍ alloys. More recently, with the development
of q u a t e r n a r y alloys Al-Li-X-X, the old problem of low toughness was
overcome.

The finality of this study Is to c o v e r the developments of the


mentioned alloys, including the fundamentals of physical metallurgy
of the complex system recently developed AI-Li-Cu-Mg.
1. In t r o d u ç ã o

A procura de materiais de baixa densidade e q u e pudessem

apresentar alta durabilidade existe desde o advento do primeiro

avião. A t éa descoberta do endurecimento p o rprecipitação (noq u e

resultou o desenvolvimento do DuralumTnio - 2017 - T*») o u s o d o a i j j

mfnio em componentes estruturais e r a inviável. 0 Ouraiumínio apre

senta umaalta relação entre resistência e peso, e já e r a emprega-

do c o m o m a t e r i a l estrutural e m 1916 (1).

Devido ao problema de baixa resistência ã corrosão apre_

sentado, o desenvolvimento do ALCLAO na forma de chapas forneceu o

material c o mníveis de resistência ã corrosão desejados pela indús

tria aeronáutica. Melhoramentos futuros levaram ao aparecimento do

Super Duralumínio (202^~T3)> mais resistente d o q u eo predecessor

Ourai umínio. P o rvolta de 1930, o ALCLAD 202^-T3 passou a s e r o rna_

terial padrão para partes estruturais de aeronaves. C o mo s descobri

mentos d o sefeitos d o trabalho a frio e do envelhecimento artificial

chegou-se à s condições T 3 6e T 8 para a liga 202'».

Durante a 2a.Guerra Mundial, a necessidade d e p r o d u ç ã o de

ligas c o mm e l h o r performance resultou no desenvolvimento da liga

7075-T6 na forma de chapas e extrudados finos. Esta foi a primeira

liga d o s i s t e m a 7 XXX resistente ã corrosão s o btensão na direção

longitudinal. Melhorias futuras levaram ao aparecimento das ligas

7079-T6 e 7176-T6.

No entanto, ã medida q u ep a s s o u o tempo, ficou evidente

que a s ligas 7 XXX na condição T 6 eram altamente sujeitas à corro

s ã o s o bt e n s ã o quando submetidas a esforços na direção ST (short-

transverse). Embora m e 1 h o r i .JÒ t e n h a m sido feitas, a s ligas do sij^

tema 7 XXX sempre apresentavam alguma restrição quanto ao seu uso


em aeronaves. Melhoramentos nos propriedades de corrosão eram sem

pre a c o m p a n h a d o s por decréscimos de r e s i s t ê n c i a mecânica.

Os a v i õ e s militares são construídos hoje, com materiais

desenvolvidos nas décadas de 60 ou 7 0 . N u m r e s t r o s p e c t o , as mel no

rias de p r o p r i e d a d e s de c o r r o s ã o e tenacidade feitas naquela época,

acarretaram a diminuição da r e s i s t ê n c i a mecânica das ligas, que na

melhor das hipóteses foram mantidas as mesmas da d o s m a t e r i a i s da

década d e kO. Conseqüentemente,os aviões n ã o se t o r n a r a m mais leves

(quando não mais pesados) do que aqueles que eram fabricados com

202*t-T3 e 7075-Tó.

Com a crise d o p e t r ó l e o da d é c a d a de 7 0 , ficou claro que

a necessidade de d e s e n v o l v i m e n t o de ligas alternativas que aprese£

tassem as m e s m a s propriedades m e c â n i c a s , com uma d i m i n u i ç ã o de den

sidade, era premente.

£ exatamente neste prisma em que se e n q u a d r a o sistema

Al-Liesuasligas.

2. H i s t ó r i c o das Ligas Al-Li •

Li t i o é o m e t a l de menor densidade encontrado na nature-

za. Para cada percentual em peso d e Li t i o a d i c i o n a d o ao Alumfnio,

há u m a d i m i n u i ç ã o correspondente d e 3% na d e n s i d a d e da liga. Conj^j

gado a i s t o , há o a u m e n t o do módulo de elasticidade do m a t e r i a l . Há

ainda uma sensível melhora no que tange à resistência mecânica, d£

vido a presença da fase metaestável Ô1 (Al,Li) na microestrutura.

Considera-se que a performance de uma a e r o n a v e pode ser

melhorada tanto no seu design ( - p r o p u l s ã o e e s t r u t u r a ) , q u o n t o p e l o me_

lhoramento dos materiais nela empregado. Na p r ã t i c a , c o n s i d e r a - se

quo o design tenha chegado a um ponto ó t i m o , recaindo portanto, s£

bre a melhoria dos materiais, a responsabilidade de a v a n ç o (2). E


neste quadro que se encontra a razão para o desenvolvimento das li

gas A 1 - L I . 0 motivo principal é a procura d e m e l h o r a m e n t o na eficiên

cia das a e r o n a v e s , num panorama de c r e s c e n t e aumento do custo dos

c o m b u s t Tve i s.

Considera-se que no início desta década, aproximadamente

7 5 % da e s t r u t u r a de aviões produzidos eram feitos com ligas de aijj

mínio de alta resistência. Estima-se que entre 1983 e 1995 serão

produzidos ^ .'i 0 0 a v i õ e s de p a s s a g e i r o s , resultando num consumo de

196.000 toneladas de a l u m f n i o . É neste mercado que se e n c o n t r a m as

ligas Al-Li.

R e c e n t e m e n t e , tem sido publicado pela literatura trabalhos

que demonstram o "estado da a r t e " no q u e se refere ãs ligas em con

sideração.(3~8). Percebe-se que as ligas mais promissoras são as do

sistema Al-Li-Cu-Mg com adições de zircônio.

Ao se o l h a r o desenvolvimento das ligas A l - L i , vê-se que

o estudo destes materiais remonta ã década de 2 0 . Na tabela 1 pode-

-seobservar as diversas ligas desenvolvidas desde então. As ligas

mais recentes que aparecem como DTO XXXA e DTD X X X B , já foram honio

logadas segundo a designação AA 8090 e 809' , e do e s p e c t r o de I igas

hoje produzidas comercialmente, são as que apresentam o mais promi_s

so r h o r iz o n t e.

0 problema "histórico" que sempre acompanhou as ligas Al-

-Li f o i o de baixa tenacidade ã fratura e baixa dutilidade.

Como foi dito anteriormente, e será visto com mais deta-

lhe em item posterior, estas ligas são endurecíveis por precipita-

ção e o precipitado responsável pela alta resistência ê o 6 ' (Al L i ) .

Originalmente as ligas binarías foram neg1igeneiadas,pots os baj_

xíssímos valores de tenacidade impossibilitam o seu uso.

Os precipitados ú e 6' por serem coerentes com a matriz,

não representam obstáculo para o intenso escorregamento planar (pla_


nar slip) fazendo com que a fratura ocorra c o m . fácil idade. Estudos

mostraram que com a adíçlo de e l e m e n t o s de liga, havia a precipita

ção de fases s e m i-coe ren tes q u e faziam c o m q u e o e s c o r r e g a m e n t o plj^

nar fosse diminuído, melhorando a tenacidade e a dutí1idade. Destes

estudos surgiram os sistemas complexos que existem hoje, o Al-Li-Mg-

-Cu-Zr p r i n c i p a l m e n t e . As pesquisas ai n d a hoje prosseguem, pois embo

ra t e n h a m apresentado bons resultados práticos, esses materiais re

querem estudos profundos no que tange ã microestrutura , processame^

to e m e l h o r a m e n t o de p r o p r i e d a d e s , ainda.

3 • Desenvolvimento das Ligas Al-Li

A idéia original que direciona a pesquisa de ligas Al-Li

é simples: a liga deve apresentar uma redução de densidade da o_r

dem de 10-15% e maior rigidez que as ligas convencionais 7 XXX e

2 XXX, e não apresentar decréscimo nas outras propriedades.

Neste panorama, surgiram, por parte d a A l c a n , a s ligas 8 0 9 0

e 8091 do sistema A1 - L i - M g - C u - Z r e a liga 2090 do sistema Al-Li-Cu,

por parte da A l c o a , denominada comercialmente Alithalite.

Com a adição de e l e m e n t o s de liga ao sistema binário, o

problema de b a i x a tenacidade foi contornado, e hoje em d i a , na Gra-

-Bretanha, a Alcan vem produzindo em escala comercial produtos das

ligas 8090 e 8091- As composições químicas destas ligas são mostra_

das na tabela 2 e as propriedades m e c â n i c a s , na tabela 3«

A figura 1 ilustra como o desenvolvimento das ligas te£

narias e quaternárias propiciou a melhora do c r í t i c o problema de

tenacidade. V ê - s e q u e o uso de e l e m e n t o s como Cu e M g , e m quantída_

dé', b a l a n c e a d a s , p r o p i c i a uma sensível melhora na tenacidade. A

adição de Mg e Cu faz com que ocorra a precipitação das fases S


(Al2CuMg) e T (A^CuLl). Pela escolha de uma quantidade determina-

da de M g , c h e g a - s e a uma microestrutura e m q u e .a f a s e S predomina

em relação ã T. Este é um e f e i t o benéfico, pois a.fase S é mais

efetiva em d i m i n u i r o escorregamento planar, melhorando a tenacida

de â f r a t u r a da liga.

Como as fases T e S nucleam heterogeneahiente, é aconselha^

ve ! que haja uma estrutura de d i s c o r d á n c i a s no m e t a l . A s s i m sendo,

ha a n e c e s s i d a d e de se fazer uma deformação a frio (estiramento)

no p r o c e s s a m e n t o do m e t a l , o q u e . f a z aumentar a densidade de dis

cordãncias, favorecendo a precipitação das duas fases em consider^

çao. Detalhes sobre as fases presentes na m i c r o e s t r u t u r a são dadas

noítem seguinte.

Deve-se mencionar ainda, que a utilização d e Z r , u t i 1 i z_a_

do nas ligas 8090 e 8091, justifica-se da seguinte maneira: com a

adição de Zr na l i g a , há o a p a r e c i m e n t o " da fase coerente A l,Z r na

microestrutura, que faz com que a recristalizaçao do metal seja dJ_

ficultada. Com e f e i t o , as ligas com os teores de Zr empregados

a t u a 1 m e n t e ,d i f i c í 1 m e n te a p r e s e n t a m uma estrutura totalmente recris_

talizada após deformadas nas faixas de temperatura convencionais

para trabalho a quente (9 — l 2 ) . E n f a t i z a - s e que isto é função priji^

cípalmente do conhecido efeito do Zr ( 1 3 ) . mas secundariamente tatn

bem, pelo efeito da precipitação de outras fases (12, 1h). Esta

preocupação com o retardamento da recristalização do metal se ju^

ti f i c a , t e n d o em v i s t a o objetivo sempre presente de se o t i m i z a r a

tenacidade i fratura. Assim sendo, quanto mais no final do proces-

samento do material (após a conformação a quente) houver recrista-

l i z a ç a o , no que resultará uma e s t r u t u r a final mais refinada, me-

lhor para o aprimoramento das tenacidade e dutilidade.


^• Metalurgia, Física Básica

Os p r i m e i r o s estudos sistemáticos da m e t a l u r g i a física

das ligas Al-Li datam do final da década de 50 {'15-17). A identify

cação dos precipitados que aparecem na m i c r o e s t r u t u r a das várias

ligas é ate hoje motivo de p e s q u i s a (18-22). Deve-se fazer aqui o

comentário de q u e , em se tratando de ligas com Li, o uso de microa_

nálise fica prejudicado, constituindo tal limitação um g r a n d e p rjo

blema para a Id e n t i f i c a ç a ~ o dos precipitados, tendo-se que recorrer

aos m é t o d o s de d i f r a ç ã o de raios-X ou, d e e l é t r o n s , c o m o alternati-

vas .

Como se v ê na literatura (23> 2*0 há m u i t a s lacunas e Í£

certezas no c o n h e c i m e n t o da m e t a l u r g i a física das ligas Al-Li.

Na figura 2 é mostrada parte do diagrama binário Al-Li.

Vê-se que se trata de um s i s t e m a em que se pode proceder um trata-

mento de endurecimento por precipitação de s o l u ç õ e s sólidas super

saturadas, sendo a fase metaestável e coerente «5 ' a responsável pe_

Io endurecimento.

Em se tratando das 1 igas com Cu e Mg c o m o elementos de

liga, há a p r e s e n ç a de o u t r o s precipitados, principalmente S (A^Cu

Mg) e T (Al2CuLi ) .

P o r t a n t o , em r e s u m o , as fases presentes nas ligas Al-Li

com adições de Cu e M g , s ã o principalmente:'

a - fase matriz (rica em alumínio);

6'- Al,LI; coerente com a matriz;

ô - AI L i ; semi-coerente com a matriz;

S - Al~Cu Mg; semi-coerente com a matriz;

T - A1~Cu Li; semi-coerente com a matriz.

Como dito anteriormente, nas ligas comerciais a microes-


trutura é mais complexa, porém estas fases são aquelas que se apre_
sentam c o m o as mais importantes em termos d e p r o p r i e d a d e s mecânicas.

Deve-se lembrar a i n d a que p e l o m o d o c o m o as ligas são processadas,

dificilmente há o a p a r e c i m e n t o da fase 6 nas e s t r u t u r a s das ligas

c o m e r c ia i s .

A p r e s e n ç a >da f a s e m e t a e s t á v e l 61, que confere a alta rj3

slstência mecânica às ligas,ê amplamente reconhecida como fruto de

nucleaçao homogênea. A seqüência de reações sugerida é:

sol. sólida supersaturada -»• 5 ' (A 1 . L i ) -> ô (Al L i ) .

Especula-se, alternativamente, que a formação d e 6' p o s s a

ser f r u t o de d e c o m p o s i ç ã o espinodal. 0 crescimento do precipitado

obedece a teoria clássica Lifshitz-Wagner para crescimento de par-

tículas (18) .

Os p r e c i p i t a d o s ô ' , q u a n d o a liga ê exposta à temperatura

de e n v e l h e c i m e n t o por longo t e m p o , t e n d e m a se t r a n s f o r m a r em 6,

mas, c o m o d i t o a n t e r i o r m e n t e , c o m e r c i a l m e n t e os tempos de envelhecj_

mento não chegam àqueles necessários para a formação d e <S .

Quanto aos precipitados semi-coerentes T e S, que ocor-

rem p r e f e r e n c i a l m e n t e em d i s c o r d â n c i a s ou em c o n t o r n o s de sub-grão

(nucleaçao h e t e r o g ê n e a ) , os m e c a n i s m o s de reação são os seguintes*.

sol. sólida supersaturada-»* zonas G . P . •* 9 -*• 8 -»• 0 (Al_Cu)->

-> T (Al 2 Cu Li)

sol. sólida supersaturada ozonas G.P.-*-S"-*S'**-S (Al 2 CuMg)

G e r a l m e n t e , ao se o b s e r v a r os precipitados em folhas f\_

nas em M . E . T . , a m o r f o l o g i a de Ô1 é esférica e sabe-se que s u a ej^

trutura é uma super célula do tipo L 12. Quanto aos precipitados

S e T, apresentam-se na f o r m a de b a s t o n e t e s e plaquetas, respecti-

vamente. Quanto i e s t r u t u r o , a fase T é hexagonal e a S, o r to r rombj_

ca (2*0.
Sabe-se que, quanto ã contribuição a oe n d u r e c i m e n to, a s pa£
tfculas d e6 ' s ã o a sp r i n c i p a i s responsáveis pelo aumento da resis-
t ê n c i a , a op a s s o q u e a sp a r t í c u l a s d eS e T d ã o u m a p e q u e n a contri-
buição.

No que tange ã melhoria d etenacidade c dutilidade n o en

tanto, a sp a r t í c u l a s coerentes d e5 ' s ã o f a c i l m e n t e "cortadas" por

discordâncias e mm o v i m e n t o , f a z e n d o aumentar a ocorrência de escor

regamento planar. Contrariamente, a sp a r t í c u l a s semi-coerentes S

e T operam como barreiras para a ocorrência d ee s c o r r e g a m e n t o p i a

nar, sendo a sresponsáveis pela melhora r.a t e n a c i d a d e e n adutili-

dade das ligas Al-Li-Mg-Cu.

De uma maneira geral, o quadro abaixo representa a contrj_

buiçao d ec a d a u md o s 3 p r e c i p i t a d o s nas -propriedades d o material:

^ ^ - ^ ^ Fjse
J' (Al3L r) .S(Al 2 CuMg) T(Al2CuLi)
Propr iedade^~"\^^

Endurec imento Grande efei to be Pequeno e f e i t o be- Pequeno e f e i t o be


néfico. néfico. néfi co.

Tenacidade e Ou t i Efeito prejudicial. Efeito benéfico. Efei to benéfi co.

1i dade. (+Escorregamento (4-Es cor regamen to (4-Escor regamen to


planar). planar). planar).

5 • Comentários Finais

0 nível d e d e s e n v o 1-v i m e n to a t i n g i u u m ponto e m que pelo

menos 3 ligas apresentam propriedades capazes dese tornarem vi£

vels n ouso estrutural em aeronaves.


As ligas recentemente homologadas 2090, 8090 e 8 0 9 J apre_

sentam propriedades suficientes para substituírem as ligas conven-

cionais. No e n t a n t o , é fato conhecido (25) que muitas áreas necessi

tam uma mais profunda Investigação e maior conhecimento.

Um dos problemas que se e s t u d a com interesse hoje em dia

no R e i n o U n i d o , é o de textura de laminação nas ligas 8090 e 8091 .

Há t a m b é m uma grande necessidade de se c o n h e c e r em p r o f u n d i d a d e os

fenômenos de recristalizaçao e de se fazer a comparação deproprie

dades finais entre produtos que apresentam estrutura r e c r l s t a l iza-

da e n ã o recrista1 izada .

Tudo indica que, t e c n i c a m e n t e , a aprovação para o uso

tas ligas está garantida, fruto da intensa pesquisa a que o assim

to t e m sido alvo nos últimos anos. Entretanto, há uma preocupação

justificada no que t a n g e ao custo do m a t e r i a l em foco. Há grande

interesse em se d e t e r m i n a r a diferença de c u s t o s entre produtos de

Al-Li e produtos de conjugados de fibra de c a r b o n o , que se constj_

tuem nos grandes concorrentes das ligas Al-Li.

0 custo relativo do m a t e r i a l , em relação ao custo total,


em c o m p o n e n t e s de Al-Li e maior do que para componentes de l i g a s de
alumínio convencionais e o de c o n j u g a d o s de fibra de carbono (26).

Isto e v i d e n c i a a necessidade de se reduzir o custo do Li,

que ê o fator d e e n c a r e c i m e n to da c o m p o n e n t e material.

As perspectivas neste sentido são favoráveis, porque há

reservas de Li em a b u n d â n c i a no m u n d o ocidental ( 2 7 ) , p r i n c i p a I meji

te n o s EUA e no C h i l e . T o d a v i a , poucas das reserva.s podem ser ej<

pioradas porque a demanda atual de Li no mundo ocidental (5-000 t/

ano) não as torna economicamente competitivas. Com a perspectiva de

um c o n s u m o cada vez maior (contribuindo para isso o uso comercial

de ligas Al-Li) há a perspectiva de uma maior exploração das resej^


vas (estimadas atualmente em 36,7 m i l h õ e s de toneladas n o m u n d o ocí

dental), o que. poderá diminuir o . e u s to do Li metálico.

6• Referências Bibliográficas

(1) S a n d e r s Jr., T.H. e Staley,J.T., "High Strength Aliminium


Alloys", apresentado na A m e r i c a n Society for Engineering
Education, Atlanta, GA, junho de 1985-

(2) G r i m e s , R., et a i . , " A ? u m i n i u m - L i t h i u m based alloys for


aerospace a p p l i c a t i o n s " , a ser publicado em Metals and Ma_
te r i a 1 s .

(3) P e e l , C . J . , et a l . , " C u r r e n t Status of UK Lightweight Lj_


thium-containing Aluminium Alloys"; Aluminium-Lithium Alloys
III (Proc. Conf.), Oxford, 1985.

(*<) Meyer, P., e Dubort, B., "Production of Ali m i n i u m - L i t h i u m


Alloy with High Specific Properties", Aluminium Lithium
Alloys III (Proc. Conf.), Oxford, 1985-

(5) Bretz, P.E. e Sawtell, R.R., "Alithalite Alloys: Progress,


Products and P r o p e r t i e s " ; A 1u m i n i u m - L i t h i u r n Alloys III (Proc.
Conf.), Oxford, 1985.

(6) Reynolds, M.A. et a l . , " P r o c e s s i n g and Properties of Alcan


Medium and High Strenght A 1-Li-Cu (Mg)A 1 1oys in Various
Product Forms"; A 1uminium-Lithiurn Alloys 111 (Proc. Conf.),
Oxford, 1985.

(7) A s h t o n , R.F., et al., "Processing A 1 - L i - C u - (Mg) A l l o y s " ; Alu,


m l n i u m - l i t h i u r n A l t o y s ' I I I (P r o c . C o n f . ) , Oxford, 1985-

(8) Kim, N.J., et a l . , " D e v e l o p m e n t of Low density A1 urniniurn-Lj_


thlum Alloys Using Rap.id S o l i d i f i c a t i o n Technology", Alumj_
n i u m - L I t h i u m Al l o y s III (Proc. Conf.), O x f c r<!, 1 9 8 5 .
(9) P a l m e r , I . G . , et a i . , " T h e E f f e c t o f G r a i n S t r u c t u r e and
T e x t u r e on the M e c h a n i c a l P r o p e r t i e s of A l - L i B a s e Alloy",
Aluminium-Lithium Alloys M l , (Proc.Conf.) , Oxford, 1985.

(10) G o n ç a l v e s , M., Trabalho de P h . D . , U n i v e r s i d a d e de Shef-


field, 1986.

(11) L i n , F . S . , et a i . , " M i c r o s t r u c t u r e Property Relationships


o f T w o A l - L i - C u - 0 , 2 . 7R-'XCd A l l o y s " ; M e t a l l u r g i c a l Transactions,
vol. T3A, m a r ç o de 1 9 8 2 , P. ^ 0 1-A l"0 .

( 1 2 ) N i i k u r a , M . e t a l . , " H o t - d e f o r m a t i o n B e h a v i o u r in A i - L i - C u -
- M g - Z r A l l o y s " ; A l u m i n i u m - L i t h i u m A l l o y s III ( P r o c . C o n f . ) ,
Oxford, 1985.

(13) M a k i n , P.L. e Stobbs, W.M., "Comparison of Recrystal 1 ization


B e h a v i o u r of an A l - L i - Z r A l l o y w i t h Related Binary System";
A 1uminiurn-Lithium Alloys III (Proc.Conf.), Oxford, 19 8 5 .

(IA) S r i v a t s a n , T . S . , "The Influence of Processing on the Mj_


crostructure o f a n A l u m Í n i u m - L i t h i u m A I I o y " ; M a t e r ials L e t t e r s ,
vol.*», j u n h o de I 9 8 6 , p .2 0 1- 2 Q 6 .

(15) J o n e s , W . R . D . e D a s , P.D., "The Solubility of Lithium in


Aluminium"; Journal of the Institute of M e t a l s , vol.87,
1958-1959, p.338-3^0.

(16) S i l c o c k , J.M., "The Structural Ageing Characteristics of


Aluminium-Lithium Alloys"; Journal of the Institute of Met
a l s ; , v o l . 8 8 , 1 9 5 9 - 1 9 6 0 , p. 357-36Í».

(17) J o n e s , W . R . D . e D a s , P.D., "The Mechanical Properties of


Aluminium-Lithium Alloys"; Journal of the I n s t i t u t e o f M-et
#ls,, v o l . 8 8 , 1 9 5 9 - 1 9 ^ 0 , p. ^35-^3.

(18) N o b l e , B. e Thompson', G . E . , " P r e c i p i t a t i o n Characteristics


of Aluminium-Lithium A l l o y s " ; Metal Science Journal, vol.5,
' 1971 , p. I 1 4 - 1 2 0 .
(19) B a l l , H.D. e Lagace, H ., "Characterization of Coarse Pre
cipitates in a n O v e r a g e d Al-Li-Cu-Mg Alloy"; Aluminium-Li
thium Alloys 111 (Proc.Conf.), Oxford, I985.

(20) A h m a d , H. e E r i c s s o n , T . , " C o a r s e n i n g of 6 , T, S phases


and mechanical properties of two A l - L i - C u - M g alloys"; Alu
minium-Lithium Alloys Ml (Proc.Conf.). Oxford, 1985.

(21) S m i t h , A . F . , " H i c r o s t r u c t u r e of Cast Aluminium-LithÍum~Co£


p e r A l l o y " ; A 1 u m i n i u m - L i th i urn A l l o y s III (Proc.Conf.)» 0.x
ford, 1985.

(22) G a y l e , F.W. e Vandersande, J.B., "Al (Li, Zr) or Phase in


Al-Li~Zr S y s t e m " ; A 1 u m L n i u m - L i t h i urn A l l o y s III (Proc.Conf.),
Oxford, 1985.

(23) W i l l i a m s , D.B., " H i c r o s t r u c t u r a l Characteristics o f A1 -Li


Alloys"; Aluminium-Lithium A l l o y s , T.H. Sanders Jr. e E.A.
Starke Jr. (editors), Met. Soe. AIME, I98I, p. 89-IOO.

(2*0 Sanders J r . , T.H. e Starke Jr., E.A., "Overview of the Phy$_


ical Metallurgy in the A l - L i - X System"; Aluminium-Lithium
Alloys II, E.A. Starke Jr. e T.H. Sanders Jr. (editors),
Met. S o c . A I M E , 198*», p . 1 ~ 1 5 .

(25) B a k e r , C., "Third International A l u m i n i u m - L i thiurn Confer-


ence"; H e t a l s and M a t e r i a l s , vol.l> novembro de 1985» p.682.

(26) L i t t l e , D., "Overview"; Aluminium-Lithium Alloys III (Proc.


Conf .) , Oxford, I 985.

(27) E v a n , R.K., "Western World Lithium Reserves and Resources";


Aluminium-Lithium Alloys III (Proc. C o n f . ) , Oxford, 1985-
T a b e la 1 - História Resumida do D e s e n v o l v i m e n t o das Ligas Al-L!

Ano Informação

1921 A L Mond - M e t a ] 1 g e s e l i s c h a f t - "Structural alloy".

1926 P Assmann - Ludwigshafen - AJ-Lf-Zn and Al-Li-Cu,

1931 NIsimura - Furukawa Denki KK - " C o r r o s i o n resistant alloy A l - U " (0,01 - 5%) - Cu (0,1

- Cd (0,1 - 3%) -

1942 Le B a r o n - A l c o a - Al-Cu-Li-Cd.

1957 Alcoa - "Technical-commercial publicity for 2020".

1968 .Fridlyander, Ambartsumyan, Shiryaeva and Gabidullin - USSR Alloy 0H20.

Royal A i r c r a f t E s t a b l i s h m e n t : Patent Al-Li-Cu-Mg 0T0 Draft S p e c i f i c a t i o n XXXA

I983 Alcan' P a t e n t DTD D r a f t S p e c i f i c a t i o n XXXB.


Tabela 2 - Composição ( p e s o %) p a r a a s l i g a s "8090" e "8091"

8090 8O9I
Elemento
Min. Max.- Min. Max.

Lítio 2,3 2,6 2,1* 2.8


Cobre 1,0 1,6 1,6 2,2
Magnés i 0 0,5 • 1,0 0,5 1,2
Z1rcôn i 0 0,08 0 ,16 0 ,08 0,16
Fer ro 0,3 0,3
Si 1 íc í 0 0,2 0,2
Zinco 0,25 0,25
Out r o s : Cada 0,1 0,1
Total 0,2 0,2

Tabela 3 ~ Tenacidade ã fratura (KQ) para a s ligas 8090 e 8 0 9


na f o r m a d e p l a c a s .

Especi f i 0,2% LE LR Al KQ
Di reção
cação (MPa) ( MPa) (%) (MPa/m)

T í p i co A50 500 5,5 36


L
Mi n . E s p . ÍJIO í»60 5,0 30

T í p i co í»25 ^85 6,5 36


8090 LT
Min. Esp. 390 *«50 5,0 25

Típico 350 íi25 1,5 16


ST
Min. Esp. 360 *420 2,5 18

L Típico 520 560 í»,0 28


Min. Esp. í»55 525 6,0

Típico 465 530 *»,0 18


8091 LT Min. Esp. A55 525 6,0

Típico A20 ^90 . 1,0 7


ST Min. Esp.
o
GL


ro
E
<u
+J

d VI

«n

V)
O

d)
•o

ro

(D

• ro

-o
ro
-o
o
ro
c

ro
3

v
600

10 20 3O

CONCENTRAÇÃO (APOMOS POR CENTO Li)

Figura 2 - Diagrama de fase para a 1Jga A 1 —L i com a linha de

s>o 1 v u s .

Você também pode gostar