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O Direito Económico vai ter uma trajectória mais ampla, de aproximação crescente
aos agentes económicos privados, mas começando de uma perspectiva superior,
procurando abarcar o modo em que se organiza, ao nível da instância jurídica, o
modelo económico português actual.
A organização privada da economia só acontece de acordo com a definição, ao nível
jurídico mais elevado, do regime perfilhado.
O Direito Económico apresenta, portanto, uma primeira fase de natureza
predominantemente pública, em que surge a sua vertente constitucional,
caracterizadora do sistema a partir da atitude do Estado face ao processo económico;
CONSTITUIÇÃO ECONÓMICA
6. Constituição de 1976
2ª Evolução:
É o mercado que surge em todo o mundo como modelo económico de referência, sem
prejuízo das diferenças locais ou regionais motivadas por entendimentos político-
sociais de natureza pontual (menor ou maior intervenção do Estado, preferência pela
regulação ou pela inserção em organizações supranacionais, etc.).
Assim, denotando um regime misto, a Constituição de 1976 possibilitou uma ampla
intervenção do Estado, em ambas as vertentes, situação esta que a 1ª Revisão (em
1982) não veio alterar de modo significativo.
Desde a 2ª Revisão Constitucional, veio a acentuar-se um novo enquadramento para
o Sector Público e uma nova moldura jurídica para as nacionalizações; por
consequência, o Estado tem podido, desde então, diminuir o peso da intervenção
directa, afastando-se de uma presença excessiva como agente económico, sem
prejuízo de, ao nível de intervenção indirecta, ter visto reforçada a sua autoridade na
Constituição em vigor; na verdade, não só o vasto elenco de alíneas do art. 81º exige
uma intervenção minuciosa e traduzida sobretudo na prática de actos legislativos,
como a matéria correspondente às Políticas Económicas deixa supor uma
programação interventiva de amplo alcance ao nível do enquadramento do processo
produtivo.
a) Direitos e deveres económicos:
9. A Constituição Económica
Artigo 2º:
- Estado de Direito Democrático;
- Soberania popular; pluralismo; organização política;
- Direitos Liberdades e Garantias dos cidadãos;
- Separação/interdependência de poderes;
- Democracia económica, social e cultural/democracia participativa.
É um artigo de caracterização geral do Estado. O voto tem de se reflectir na
organização pública. Órgãos de soberania diferenciados, mas são independentes em
relação aos poderes. O Estado vai ter intervenção na Economia directa e indirecta.
A noção de Estado de Direito Democrático é fundamental para caracterizar a
República Portuguesa, assim as ideias de primado da lei e da soberania popular
conjugam-se com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos os quais devem ser
promovidos e diferenciados pelo Estado. A democracia surge na qualidade de
objectivo, sendo destacadas as vertentes económica, social e cultural.
Artigo 9º: tarefas fundamentais o Estado – vinculativos para os órgãos de soberania.
- Independência nacional;
- Direitos, Liberdades e Garantias / respeito pelo princípios do art. 2º;
- Democracia política;
- Direitos económicos, sociais, culturais e ambientais;
- Património cultural;
- Língua portuguesa;
O Sector Privado, está sujeito a regras próprias, tanto no que respeita ao estatuto
dos investidores como no tocante às próprias actividade exercidas.
Segundo a Constituição, cabe ao Estado garantir o direito de propriedade privada e de
iniciativa privada, os quais pertencem aos direitos fundamentais análogos, arts. 61º e
62º da Constituição. Já no contexto da organização económica o Estado assume
várias incumbências quanto à actividade económica privada: em primeiro lugar cabe
ao Estado regular o próprio mercado, ou seja, garantir a livre concorrência, o
desenvolvimento económico e a protecção dos consumidores; quanto às empresas
privadas o Estado remete a sua actividade para o quadro jurídico resultante da
REGULAÇÃO DO MERCADO
Se, em regra, o acesso à generalidade das actividades é livre para qualquer agente
dentro do mercado, a verdade é que podem ser fixadas restrições, quer em função do
sujeito, quer em função da própria actividade em causa.
A Constituição tem deixado em aberto a existência de sectores vedados à iniciativa
privada (e “a outras entidades da mesma natureza”). Em termos da disciplina vigente,
na Lei n.º 88-A/97, de 25 de Junho.
É uma matéria controlada pelo Estado através da notificação prévia prevista no art.
7º/1 do DL 371/93, este mecanismo só é aplicável nas operações de concentração
que preencham uma das seguintes condições:
1. Criação ou reforço de uma quota nacional igual ou superior a 30% do mercado;
2. Volume de negócios envolvidos igual ou superior a 30 milhões de contos no
mercado nacional no exercício anterior. O art. 9º define concentração de empresas
tendo em conta três situações diferenciadas:
a) A fusão de duas ou mais empresas dotadas de personalidade jurídica
independentemente e que se transformam numa única empresa;
b) Quando duas ou mais pessoas adquirem o controlo de empresas concorrentes;
c) Quando é criada uma nova empresa que vai actuar na mesma área de negócio
das pessoas que presidem à sua criação.
A Defesa da Concorrência, instrumento fundamental da Política Económica, encontra-
se regulada, ao nível do ordenamento jurídico português, desde o DL 422/83 de 3 de
Dezembro.
Segundo o próprio legislador, este diploma, essencial para a organização económica,
prosseguia um duplo objectivo: por um lado, garantir aos consumidores uma escolha
diversificada de bens e serviços, nas melhores condições de qualidade e preço; por
outro, estimular os agentes económicos a racionalizar ao máximo a produção e
distribuição dos bens e serviços, adaptando-se à inovação tecnológica.
O diploma avançava ainda com o conceito de grupo de empresas, considerando como
o “conjunto de empresas que, embora juridicamente distintas, se comportam
concertadamente no mercado”, ou seja, com uma estratégia comum, criada sobretudo
por vínculos de carácter financeiro ou contratual.
Tem um enquadramento legal próprio desde 1981, a qual remete para a recentemente
criada Lei 24/96, para esta lei o consumidor é todo aquele que compre bens ou
serviços para seu uso privado, desde que a pessoa do vendedor seja alguém que
exerça profissionalmente essa actividade. A estrutura deste diploma compreende o
estacionamento claro dos Direitos dos Consumidores e o estatuto jurídico das
Associações de Defesa do Consumidor, e ainda a indicação dos órgãos públicos
intervenientes, nesta matéria dos quais se destaca o Instituto do Consumidor. Os
direitos enunciados no art. 3º, podem ser enquadrados na prática económica do
mercado na atitude do Estado face aos consumidores e na protecção jurídica destes
em especial por via de uma justiça acessível e pronta.
A defesa do consumidor, assenta numa vasta consagração constitucional contida,
essencialmente, no art. 60º, que insere os direitos dos consumidores no Plano dos
direitos e deveres fundamentais dos cidadãos em matéria económica, no art. 81º-h,
que faz recair sobre o Estado a obrigação de garantir a defesa dos interesses e dos
direitos dos consumidores e, por fim, ao nível das Políticas Económicas, em particular
enquanto objectivo da Política Comercial, no art. 99º-e, funcionando como linha de
orientação a preservar na sua elaboração.
O regime legal vigente encontra-se na Lei 24/96 de 31 de Julho. A definição de
consumidor mantém-se o enquadramento que exclui à partida todas as situações de
compra e venda entre os particulares, bem como as compras para revenda ou para
uso nas actividades agrícolas, comerciais ou industriais.
Quanto ao elenco de Direitos do Consumidor constante do art. 3º, há a dizer o
seguinte:
Os contratos económicos são pois, um meio utilizado pelo Estado para aplicar as suas
políticas, prescindindo de recorrer a actos administrativos unilaterais; os agentes
económicos, por seu lado, recebem uma contrapartida, resultante da sua colaboração.
Quanto à concertação propriamente dita, surge muitas vezes aliada aos actos de
planeamento da economia, abrangendo aspectos de foro económico e social.
Em Portugal, existe um órgão constitucional. O Conselho Económico e Social, no
âmbito do qual funciona a Comissão de Concertação; como é típico destas estruturas
consultivas, é amplamente participado, com natural relevo para as organizações
sindicais e patronais.
CONTRATOS DE FINANCIAMENTO
A classificação destes novos contratos deve, ser cautelosa, sem deixar de os ligar ao
seu “território de origem”: o Direito Económico, entendido como tecido normativo
inerente à relação entre Estado e os agentes económicos, tanto numa perspectiva de
exercício de autoridade, como de eventuais atitudes na qualidade de agente
económico.
36. Factoring
37. Franchaising