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Repita ao nascer da Lua. Prossiga durante os quarenta dias e quarenta noites. Garantimos sem
quaisquer reservas que, no mínimo, o leitor se sentirá mais contente e mais em casa neste canto da
galáxia (e compreenderá também melhor a atitude dos índios para com o nosso planeta); no máximo,
obterá recompensas muito para além das suas expectativas, convertendo-se ao uso deste mantra para o
resto da sua vida. (Se os resultados forem excepcionalmente bons, poderá mesmo começar a acreditar
nas antigas divindades egípcias.)
Uma seleção de técnicas mágicas incapazes de ofender a razão de qualquer materialista pode ser
encontrada em You Are Not the Target (que poderoso mantra é este título!) de Laura Archera Huxley,
Gestalt Therapy de Perls, Hefferline e Goodman, e Mind Games de Masters e Houston.
Sendo assim, o materialista afirmará então que todos os casos em que, nestas
condições, a magia parece resultar, não passam de ilusões, enganos, alucinações,
“coincidências,” má compreensão, “sorte,” acidente ou pura fraude.
Ao tomar esta atitude, o materialista não parece compreender que ela equivale a
afirmar que, afinal, a realidade é mesmo termo-plástica – pois está a admitir que
muitas pessoas vivem em realidades diferentes da sua. Mas em vez de o
deixarmos debatendo-se com esta auto-contradição, sugerimos-lhe que consulte
Psychic Discoveries Behind the Iron Curtain, de Óstrander e Schroeder – e
especialmente o capítulo 11, “Dos Animais à Cibernética: A Procura duma Teoria
da Psi.” Poderá então perceber que, quando a matéria acabar por ser totalmente
compreendida, não existe nada que um materialista precise de rejeitar na ação
mágica á distância, que está a ser amplamente explorada por cientistas afetos à
rígida causa do materialismo dialéctico.
Aqueles que têm mantido vivas as antigas tradições da magick, como a Ordo
Templi Orientalis, compreenderão que o segredo essencial é sexual, e que
podemos encontrar mais luz nos escritos do Dr. Wilhelm Reich do que nas atuais
pesquisas soviéticas. Mas o Dr. Reich foi encarcerado como tolinho pelo governo
americano e não nos passaria pela cabeça pedir aos nossos leitores que
considerem a hipótese do governo americano alguma vez se haver enganado.
Que qualidades serão então essas sobre as quais nos sentimos tão certos? Elas
não existiriam sem os nossos cérebros; não existiriam sem o queijo. São o
resultado da união, isto é, do Ioga, daquilo que vê e daqui-lo que é visto, do
sujeito e do objecto…
Um físico moderno não encontraria aqui motivo para discórdia; e esta é a teoria
mágica do universo. O mágico assume que a realidade sentida – o conjunto de
impressões filtradas pelos sentidos e processadas pelo cérebro – é radicalmente
diferente da chamada “realidade objectiva.” Como disse William Blake, “O louco
não vê a mesma árvore que o sábio vê.” Sobre a realidade supostamente
“objectiva” pouco mais podemos fazer do que especular ou elaborar teorias que,
se formos muito cuidadosos e subtis, não contradirão nem a lógica nem os relatos
dos sentidos. Esta falta de contradição é a lógica; existem sempre algumas
divergências entre a teoria e a lógica, ou entre a teoria e os dados dos sentidos.
Por vezes passam-se séculos sem essas divergências serem descobertas (por
exemplo, o afastamento de Mercúrio em relação ao cálculo newtoniano da sua
órbita). E, mesmo quando é alcançada, esta falta de contradição prova apenas
que a teoria não é totalmente falsa. Em caso algum prova que a teoria é
totalmente verdadeira – pois, a partir dos dados disponíveis em determinada
altura é possível construir um número indefinido de teorias. Por exemplo, as
teorias de Euclides, de Gauss e Riemann, de Lobachevski e de Fuller resultam
todas razoavelmente bem na superfície da Terra. Quanto ao espaço interestelar,
não se tem ainda a certeza se o sistema que resulta melhor é o de Gauss-
Riemann ou o de Fuller.
Ora, se dispomos assim de tanta liberdade para escolher as nossas teorias sobre
a “realidade objectiva,” seremos ainda mais livres no aspecto da decifração da
realidade sentida. A pessoa média vê como foi ensinada a ver – isto é, como foi
programada pela sociedade. O mágico é um auto-programador. Usando a
invocação e a evocação – que, como mostramos acima, são funcionalmente
idênticas ao auto-condicionamento, à auto-sugestão e à hipnose – ele seleciona
ou orquestra, como um artista, a realidade sentida. (É evidente que,
inconscientemente, todos procedemos assim; ver o parágrafo sobre o queijo. O
mágico, agindo conscientemente, controla esse processo.)
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Nota: