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Culto Mensal de Agradecimento

Solo Sagrado de Guarapiranga


01 de maio de 2006
Reverendo Tetsuo Watanabe

Bom dia a todos!

Os senhores estão passando bem?

Em primeiro lugar, quero parabenizar todos os senhores pela dedicação


constante em favor da expansão da Obra de Deus e Meishu-Sama, aqui no
Brasil.

Retornei do Japão na semana passada e, desta vez, vou dedicar mais tempo
aos planos da segunda etapa da construção do Solo Sagrado, juntamente
com o professor Tsutomu Kasai, que vai chegar semana que vem. Isso
porque pretendemos concluir os trabalhos dentro de cinco anos, para
podermos merecer a presença de Kyoshu-Sama, aqui no Brasil, no dia da
inauguração.

Quando eu fiz o pedido para que o nosso Quarto Líder Espiritual viesse para
a inauguração, ele me perguntou: “Quando vai ficar pronto?“, e eu respondi:
“Isso vai depender dos membros brasileiros”.

Ao chegar ao Brasil, soube que está aumentando o número de messiânicos


que estão fazendo a “Prática do sonen” (pronuncia-se sônen) e recebendo
muitas graças. No Japão, também continuam chegando centenas de
experiências de fé, que estou encaminhando sempre para Kyoshu-Sama.

Ele está muito feliz porque está aumentando, a cada dia que passa, no
mundo inteiro, o número de messiânicos que estão fazendo essa prática.
Porque, como ele já nos orientou, se 100 mil messiânicos, no mundo inteiro,
conseguirem fazer essa prática de verdade, isso poderá mudar a atmosfera
espiritual do mundo inteiro!

Como eu disse na última vez que estive aqui, essa “Prática do sonen” está
revolucionando a prática da fé messiânica. Ela é simples e não demora mais
do que 3 minutos, talvez só 1 minuto. Mas, mesmo assim, ainda há membros
que não estão tentando aplicá-la no seu dia-a-dia, porque pensam: “Será que
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uma prática tão simples como essa é capaz de mudar alguma coisa?” Ou
então, “Eu já fiz o Sorei-Saishi (1), sempre ministro e recebo Johrei e rezo
todos os dias para Deus, Meishu-Sama e para meus antepassados. Não sei
por que agora tenho de começar a fazer essa prática...” Às vezes, surge o
seguinte comentário: “Hoje, todo mundo só fala nisso –Prática do Sonen...
Prática do Sonen... Mas, logo logo, ninguém vai mais se lembrar disso.
Então, é melhor nem começar...”

Infelizmente, tem gente que pensa assim e nem tenta praticar. Realmente eu
acho que é uma pena... Essas pessoas não acreditam que a “Prática do
sonen” possa mudar o seu presente, o seu passado e até o seu futuro.

SIGNIFICADO DA PALAVRA SONEN

Acho que os senhores devem ter percebido que, hoje, eu só estou falando
“Prática do sonen”, em vez de usar “Prática do pensamento”. Sabem por
que? É porque a palavra “sonen” não tem uma tradução direta para o
português. Apesar de estar sendo traduzida, nos Ensinamentos em
português, como “pensamento”, na verdade seu significado é muito mais
amplo e profundo.

SONEN = razão + sentimento + vontade

Assim, gostaria que incluíssem a palavra “sonen” no seu vocabulário


japonês. Um dia, quem sabe, ela poderá se tornar conhecida mundialmente,
como o Johrei. Por isso, quero mudar o nome da prática: em vez de chamar
de “Prática do pensamento”, vamos passar a chamá-la de “Prática do
sonen”.

Como o “sonen” é a trilogia formada pela razão,pelo sentimento e pela


vontade, é difícil imaginar a imensa força que ele tem. Sobre isso, Kyoshu-
Sama orientou o seguinte: “Precisamos reconhecer o verdadeiro valor do
“sonen” porque, apesar de invisível, ele alcança todos os homens vivos, os
antepassados e todas as criaturas, ultrapassando o tempo e o espaço,
através dos incontáveis elos espirituais que nos ligam a eles”. Por isso o
Ensinamento “O homem depende de seu pensamento” deve ser entendido
como “O homem depende de seu sonen”. Um outro ponto é que essa
“Prática do sonen” não pode ficar limitada somente à nossa felicidade. Ela
tem de se estender à salvação das outras pessoas também.
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Ouvi uma experiência muito interessante, de uma professora de Ikebana,


que teve um maravilhoso aprendizado. Uma de suas alunas acordou com
uma forte dor de cabeça e pensou em faltar à aula. Porém, sem saber bem
por que, resolveu participar, mesmo com aquela purificação. Quando a
encontrou, a professora logo percebeu que ela estava com problemas. Como
a aluna disse que não agüentava aquela dor de cabeça, resolveu ministrar-
lhe Johrei, antes do início da aula. Essa professora, que já estava fazendo a
“Prática do sonen”, resolveu aplicá-la também durante o Johrei, pedindo:
“Meishu-Sama, por favor receba, purifique e salve o antepassado que está
mostrando seus sofrimentos através desta aluna”. Com esse “sonen”, ela
ministrou Johrei. Quando terminou, a dor de cabeça da aluna havia passado
por completo e ela começou a chorar, dizendo: “Muito obrigada, professora!
Não só a dor sumiu, como também estou sentindo muita felicidade”. Ao ouvir
isso, a professora pensou: “Ah, isso deve ser um sinal de que o antepassado
dela está feliz por ter recebido a Luz”. A própria professora também ficou
muito feliz, por ver o resultado da “Prática do sonen”. Isso significa que não
são somente os sofrimentos de nossos antepassados que podemos entregar
a Meishu-Sama. Nós podemos também encaminhar os sofrimentos dos
antepassados de outras pessoas, no lugar delas.

Quando eu fazia difusão no Rio de Janeiro, ministrava Johrei de manhã até a


noite. Muitas vezes encontrei com pessoas que vinham receber Johrei com
uma foto na mão. Eu perguntava:

- De quem é essa foto?

- Ah...é o meu marido...

- Qual problema ele tem?

- Ele é alcoólatra, pinguço de verdade. Vive bebendo, bebendo, não sabe o


que faz. Por favor, transmita muita Luz para ele.

Outros traziam fotos de um filho, da irmã que estava internada num hospital,
e pediam que eu ministrasse Johrei para eles. Então, agora que os senhores
já estão se esforçando na “Prática do sonen”, já sabem como interpretar o
alcoolismo daquele marido, não é? Já sabem que algum antepassado – dele
ou dela – estava manifestando seu sofrimento daquela forma, pedindo para
ser salvo. Dá para pensar, sentir assim, não é? Então, não precisa ministrar
Johrei nas fotos, mas sim, ministrar fazendo a “Prática do sonen”, orando:
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“Por favor, antepassados que estão expressando seu sofrimento através do


marido desta senhora, recebam muita Luz. Eu vou encaminhar seu
sentimento a Meishu-Sama, nosso Salvador, para que vocês sejam
purificados e salvos, está bom? Recebam Luz. Meishu-Sama, por favor
receba esses sentimentos e purifique e salve esses antepassados”. Pronto.
Foram encaminhados, não é? Basta ministrar Johrei com esse sentimento,
dirigindo a Luz para aquele ou aqueles antepassados que estão com a
pessoa.

Muitos membros perguntam:

- Reverendo, então essa “Prática do sonen” é igual à prece? Se orar para


Meishu-Sama, não é mesma coisa?

- Não, não é mesma coisa – eu respondo

- Então, não é igual a ministrar Johrei tendo algum tipo de “sonen” com
relação à pessoa que está recebendo?

- Não, não é igual porque essa prece, esse “sonen” e o próprio Johrei estão
sendo dirigidos para a pessoa que está na nossa frente, não é? Nós
pensamos assim: “Por favor, Deus e Meishu-Sama, purifiquem essa criatura
que está sofrendo, conceda-lhe a salvação”. Não é assim? Mas, o mais
importante de tudo é, através da “Prática do sonen”, reconhecer que é um
antepassado que está expressando seu sofrimento através da purificação
daquela pessoa. Isso que é importante. Dá para entender?

Quando eu falo que os antepassados manifestam seu sentimento através


dos descendentes, não estou falando que é incorporação, não. É no sentido
de que eles estão expressando o seu sofrimento, mostrando a sua
existência. Então, em primeiro lugar temos de reconhecer: “Ah, essa pessoa
está sofrendo mas, na verdade, é um antepassado dela que está se
mostrando, aparecendo. Agora eu vou encaminhar esse sentimento para
Meishu-Sama, para que esse antepassado receba muita Luz e seja salvo”. E,
em seguida, encaminhar para nosso Mestre: “Meishu-Sama, por favor,
receba este sofrimento desse antepassado”. Isso que é importante –
encaminhar um por um os antepassados dessa pessoa.

Quando os senhores fazem Sorei-Saishi, colocam o nome do pai, do vovô,


não é? Quando completa um ano do falecimento, é hora de fazer o Nensai
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(2). Isso é importante, deve ser feito. Porém, é preciso entender que,
normalmente, nós conseguimos identificar, no máximo, quem foram nossos
bisavós, nossos tataravós. E antes deles? Esses espíritos não estão
incluídos nos cultos que fazemos regularmente. E se a purificação for a
manifestação desses antepassados que nós desconhecemos, e que não
estamos cultuando? Por isso é importante reconhecer a existência desse
antepassado sofredor, mesmo que a gente não saiba quem é. Isso que é
“Prática do sonen”.

Esse reconhecimento é muito importante, não é mesmo? Como presidente,


eu recebo apoio dos senhores. Mas, se eu disser: “Reverendos, ministros e
membros, muito obrigado pelo apoio que tenho recebido”, alguém poderá
pensar: “Poxa, ele está generalizando, falando para todo mundo, e não
diretamente para mim, que dou tanto apoio para ele”. É diferente de dizer:
“Dona Maria, obrigado pelo espaguete que me mandou ontem. Estava
saboroso, viu?” Aí, ela vai pensar: “Ah, ele reconheceu. Reverendo, na
semana que vem eu vou mandar também”. E eu vou ganhar mais espaguete
gostoso.

Como muitos espíritos que estão no reino espiritual viveram como


materialistas, nem reconhecem que morreram. Então, ficam atrás de seus
descendentes, avisando: “Eu estou aqui, estou sofrendo assim”. Nem
sempre podemos identificar qual antepassado está se manifestando, mas
não podemos generalizar. Devemos pensar: “Você que está aqui, se
manifestando através de mim, eu não sei quem é mas vou encaminhar seu
sentimento para Meishu-Sama”.

Ninguém gosta de ser desprezado. Essa é a maior tristeza, não é mesmo?


Na vida cotidiana isso acontece sempre. Muitos maridos desprezam os
esforços de suas esposas. Elas ficam chateadas, pensando: “Puxa, ele não
reconhece o meu valor. Vou bater nele! Quem sabe assim ele reconhece
tudo o que eu faço?”. Aí, faz algumas mal criações também. Em uma família,
problemas entre pais e filhos também acontecem porque, muitas vezes, os
pais não reconhecem o sofrimento, o sentimento dos filhos, e menosprezam
a presença deles. Por isso, os filhos ficam malcriados porque querem
chamar a atenção, serem lembrados pelos pais.

Bom, vou dar mais um exemplo para os senhores entenderem melhor por
que é preciso fazer essa “Prática do sonen”. Vamos imaginar que aqui (Solo
Sagrado) é um mar, e que tem muita gente se afogando. Nós jogamos várias
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bóias, e dizemos para elas: “Peguem essas bóias, se esforcem. Vou rezar
para vocês serem salvos, viu?” Isso é a mesma coisa que fazer uma prece.
Mas, o mais importante é jogar uma bóia com corda, e apontar para quem
estamos jogando essa bóia. “Você aí, fulano de tal, que está levantando a
mão. Essa bóia é para você. Segure firme!” Sabem quem está na outra
ponta, segurando a corda? Meishu-Sama! Então, é só ir puxando e pedir:
“Meishu-Sama, por favor recolha, salve essa pessoa, esse antepassado”.

Os nossos antepassados nos passam suas mensagens de várias maneiras,


inclusive através das crianças. Quero contar uma experiência vivida lá no
Japão por uma jovem mãe, que tem um filho de dez anos. Certo dia, o
menino voltou da escola muito triste, dizendo: “Mamãe, hoje teve a merenda
que eu mais gosto. Comi tudo, mas depois passei mal “pra caramba” e botei
tudo para fora!” Depois desse dia, o menino começou a vomitar sempre e
passou a não se alimentar direito, mesmo em casa. Dias depois, a mãe,
preocupada, contou o problema do filho para seu marido. Após ouvir tudo,
ele disse: “Espera um pouco... ele acabou de completar dez anos, não é?
Que estranho! Justamente quando eu fiz dez anos, também passei pelo
mesmo problema com a merenda da escola. Levei dois anos para voltar a
comer normalmente. Até hoje não sei por que não conseguia comer a
merenda!” Então, a esposa pensou: “É isso! Deve ter algum antepassado
querendo que a gente perceba o seu sofrimento. Ele deu sua mensagem
quando meu marido tinha dez anos mas, na ocasião, ninguém percebeu. Por
isso está enviando novamente a sua mensagem através do meu filho, que
acabou de completar dez anos!”

Assim, no dia seguinte, enquanto o filho estava na escola, ela foi até o Johrei
Center para receber Johrei e fez a “Prática do sonen”. Como sabia que, uma
vez casada, os antepassados de seu marido se tornaram seus antepassados
também, ela reconheceu que o sofrimento do filho era também de seu
próprio antepassado, e encaminhou o sofrimento deste antepassado para
Meishu-Sama, pedindo que ele fosse perdoado, purificado e salvo. Mais
tarde, quando o garoto chegou da escola, estava todo sorridente, dizendo:
“Mamãe, hoje eu consegui comer toda a merenda e não vomitei!”. Depois
desse dia, o menino voltou a comer normalmente.

Esse é um bom exemplo de como é possível quebrar a seqüência de um


sofrimento que passa de uma geração para outra, que muitas pessoas têm e
não sabem como resolver.
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Se a mãe não tivesse feito a “Prática do sonen”, talvez o filho também iria
sofrer igual ao pai, até que um dia alguém reconhecesse a existência e a
mensagem deste antepassado. Felizmente, com essa prática, o sofrimento
da família cessou imediatamente.

Muitas pessoas acham que não têm como fugir das tendências que passam
de pai para filho, pois pensam que é um “karma” que é impossível mudar.
Por exemplo: se os avós se separaram e seus pais também, os filhos acham
que um dia também vão se separar. Se o avô morreu em acidente de carro e
o pai também morrer dessa forma, todos vão achar que isso é um “karma” da
família e que algum filho pode morrer assim também. Para quem não
conhece a “Prática do sonen”, essa situação se torna um “karma” de
verdade. Mas, quem conhece, pratica e sabe identificar a existência de seus
antepassados pode interromper a seqüência desse sofrimento. Por isso que
eu afirmo que a “Prática do sonen” pode mudar o nosso passado, o nosso
presente e até o nosso futuro, pois somos representantes dos nossos
antepassados. Assim, eu acredito que, além de ser o caminho para salvar
todos os nossos antepassados, ela conseguirá mudar a atmosfera espiritual
do mundo inteiro e concretizar o Reino dos Céus aqui na Terra.

Então, vamos fazer sempre a “Prática do sonen”. Assim o mundo será salvo!

Muito obrigado e boa missão a todos!

Notas:

(1) Sorei-Saishi – Ofício Religioso de Assentamento e Sagração dos Ancestrais

(2) Nensai – Ofício Religioso do Dia do Falecimento (a solicitação do culto deve dar
entrada na Divisão de Liturgia da Sede Central no máximo até o dia 15 do mês anterior
ao aniversário de um ano de falecimento do antepassado a ser cultuado)

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