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– Humildade. Relacionamento com Jesus. Jaculatórias. Recorrer a São José, mestre de vida
interior.
Maria está sempre em oração, porque faz tudo por referência ao seu Filho:
quando fala com Jesus, faz oração (a oração é isso: é “falar com Deus”); e faz
oração de cada vez que o olha (isso também é oração, como quando olhamos
com fé para Jesus Sacramentado, realmente presente no Sacrário), e quando
lhe pede alguma coisa ou lhe sorri (tantas vezes!), ou quando pensa n’Ele. A
sua vida esteve determinada por Jesus, e para Ele se orientavam
permanentemente os seus sentimentos.
O seu recolhimento interior foi constante. A sua oração fundia-se com a sua
própria vida, com o trabalho e a atenção aos outros. O seu silêncio interior era
riqueza, plenitude e contemplação.
Nós lhe pedimos hoje que nos dê esse recolhimento interior, necessário para
podermos ver e relacionar-nos com Deus, que também está muito próximo das
nossas vidas.
Entre muitas outras razões, “devemos orar também porque somos frágeis e
culpados. É preciso reconhecer real e humildemente que somos pobres
criaturas, cheios de ideias confusas [...], frágeis e débeis, continuamente
necessitados de força interior e de consolo. A oração dá forças para acometer
os grandes ideais, para manter a fé, a caridade, a pureza, a generosidade; dá
ânimos para sair da indiferença e da culpa, se por desgraça se cedeu à
tentação e à fraqueza; dá luz para ver e julgar os acontecimentos da própria
vida e da história a partir da perspectiva de Deus e da eternidade. Por isso, não
deixem de orar! Não passe nenhum dia sem que tenham orado um pouco! A
oração é um dever, mas é também uma alegria, porque é um diálogo com
Deus por meio de Jesus Cristo”5.
Na oração, temos que falar com o Senhor com toda a simplicidade. “Pensar
e entender o que falamos e com quem falamos, e quem somos os que
ousamos falar com tão grande Senhor, pensar isto e outras coisas semelhantes
sobre o pouco que o temos servido e o muito que estamos obrigados a servi-lo,
é oração mental; não penseis que é outra algaravia nem vos espante o nome”6.
O fariseu, por falta de humildade, foi-se embora do Templo sem ter feito
oração. Até nisso se pôs de manifesto a sua oculta soberba. O Senhor pede-
nos simplicidade, que reconheçamos as nossas faltas e lhe falemos dos
nossos assuntos e dos d’Ele. “Escreveste-me: «Orar é falar com Deus. Mas de
quê?» – De quê? D’Ele e de ti: alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições
nobres, preocupações diárias..., fraquezas!; e acções de graças e pedidos; e
Amor e desagravo. Em duas palavras: conhecê-Lo e conhecer-te – ganhar
intimidade!”8
“Por isso, quando não souberes ir mais longe, quando sentires que te
apagas, se não puderes lançar ao fogo troncos aromáticos, lança os ramos e a
folhagem de pequenas orações vocais, de jaculatórias, que continuem a
alimentar a fogueira. – E terás aproveitado o tempo”9.
Nenhuma pessoa deste mundo soube tratar Jesus como a sua Mãe e,
depois de sua Mãe, São José, que devia passar longas horas olhando-o,
falando com Ele, tratando-o com toda a simplicidade e veneração. Por isso,
“quem não encontrar mestre que lhe ensine oração, tome este glorioso Santo
por mestre e não errará de caminho”11.
(1) Lc 1, 78-79; Evangelho da Missa do dia 24 de Dezembro; (2) Lc 2, 19; (3) Lc 2, 51;
(4) Antífona do Invitatório do dia 24 de Dezembro; (5) João Paulo II, Audiência com os jovens,
14-III-1979; (6) Santa Teresa, Caminho de perfeição, 25, 3; (7) Lc 18, 9 e segs.; (8) São
Josemaría Escrivá, Caminho, n. 91; (9) ibid., n. 92; (10) Santa Teresa, Vida, 4, 7; (11) ibid., 6,
3.