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Diário Espírita
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domingo, 29 de abril de 2012

"Ver", "Perceber" e "Sentir" Seguidores Arquivo do


Seguidores (24) blog
 Em 24-04-2012 às 6hs e 45min.
Próxima
▼  2017 (1)
▼  Agosto (1)
A partir da palestra espírita ministrada pela Drª e irmã Anete DE MÃE
Guimarães, pude, enfim, compreender o que me ensinou meu PARA
MÃE:
amigo espiritual, Naziembique, sobre a necessidade de distinguir
Precisamo
o "perceber" do "sentir". Por acreditar poder ajudar alguém que s
ainda não tenha compreendido, pedi inspiração aos bons amigos Conversar!
para, a partir desta palestra, desenvolver o tema de hoje: ver,
perceber e sentir. Que Deus  nos ilumine. ►  2016 (3)
►  2015 (19)
Quando passei por uma cirurgia espiritual, fiquei desesperada.
►  2014 (19)
Fui até a espiritualidade e disse-lhe que pude "sentir" cortar meu
rosto. Saí da sala de cirurgia aos prantos, repetindo para mim ►  2013 (23)
mesma: "eles cortaram meu rosto!". Mesmo diante do espelho, vendo que não havia ►  2012 (45)
corte físico, sentia como se tivesse. Foi então, que Naziembique, com sua paciência Seguir ►  2011 (32)
e doçura, tentou me passar esses ensinamentos, eu não "senti", mas, "percebi", pois
que foi realizada no meu perispírito e não no meu corpo físico. No processo
obsessivo, também, costuma-se dizer "sentir" o que na verdade é a pura "percepção"
do espírito. Passamos a "sentir", quando "psicossomatizamos" àquilo que
"percebemos". Eis a possível causa de nossas doenças físicas e aflições.

É interessante notar como costumamos descrever não o que vemos mas como
percebemos tudo à nossa volta. Chegamos a causar, algumas vezes, prejuízo a
outro pela falta de fidelidade ao que supomos "ver". E como sofremos por não saber
separar o que "sentimos" do que "percebemos", somatizando, assim, as dores
alheias. Em outras palavras, somando ao nosso corpo o sofrimento e as dores do
outro. É importante, portanto, sabermos discernir o que é "meu", está em mim, e o
que é do "outro", está fora de mim, e, consequentemente, não somatizar. O que
"sinto" vem do "eu espírito", o que "percebo" vem do "outro", logo, me é dado. "Sentir"
pelas dores e sofrimentos do próximo, não significa "absorver" o seu sofrimento e,
com isso, passar a sofrer junto. "Sentir", neste caso, é comover-se e, colocar-se
pronto para ajudar.  Isso só é possível, mantendo-se o bem estar físico e psíquico,
através do equilíbrio emocional e mental. Em desequilíbrio a ajuda é nula, porque
"adoecemos" juntos.

Comumente, diz-se ter visto algo que está além do campo visual, ou seja, fora do
alcance da nossa visão física. Segundo estudiosos, até 180º - "de uma orelha a
outra". O que está além do campo visual,  não "vemos" e sim "percebemos". O
perceber transcede a nossa visão física. Quando alguém mostrá-nos uma "mesa",
por exemplo, e pede que a descrevamos, pautamo-nos no conceito "mesa", não
descrevemos, assim, o objeto visto, com suas características próprias: espessura,
dimensão, forma, etc., ao invés de descrever o objeto em si, dizemos: "estou vendo
uma "mesa"". Porém, "mesa" é um "conceito" que nos foi passado, é o que cremos
ser aquele objeto. Assim acontece quando dizemos de uma cadeira, de um livro ou,
de um caderno. "Cadeira", "livro" e "caderno" são conceitos e não o objeto em si que
enxergamos.

Não acontece de forma diferente quando tratamos das emoções e sentimentos,


como: raiva, dor, alegria, tristeza, ciúme, inveja, amor, etc.. Mais uma vez, diante
dessas expressões, não somos capazes de descrever o que a nossa visão física
permite-nos enxergar. Ainda porque, emoções e sentimentos não são visíveis,
concretos à nossa visão, e mesmo assim, acreditamos "ver". Sentimos as emoções,
ou as percebemos no outro, porém, não as vemos, também são conceitos nos
dados. Trazemos, desde que nascemos, registradas em nosso perispírito, todas
essas emoções, porque já as vivenciamos em algum momento de nossas
existências pretéritas, apenas, a desenvolvemos com maior ou menor grau de
intensidade, durante a nossa existência terrena.

Anete Guimarães, em sua palestra, deu um exemplo muito interessante sobre isso e
vou utilizá-lo à exemplo: "Uma pessoa entra correndo e gritando em casa, do outro
lado da rua, alguém observava e descreve: "eu vi um homem entrar correndo, estava
furioso, gritava com muita raiva, virou-se rapidamente, pegou a faca e esfaqueou a
mulher". Você viu isso? Responde: sim". Na verdade a pessoa não descreveu o que
"viu", mas o que "percebeu". Ele estava furioso? Gritava com muita raiva? Como "ver"
a raiva sendo a raiva uma emoção? O "gritar" é uma expressão do sentimento. "O
homem entrou correndo em casa porque estava com forte dor de barriga, ficou
desesperado pois havia alguém no banheiro, voltou, viu na mesa uma faca, pegou a
faca, virou-se e gritou quem a deixou ali. Neste momento, tropeçou com a faca na mão
e caiu sobre a mulher". O homem esfaqueou a mulher com raiva? Não. O que levou,
então, alguém acreditar que o homem estivesse furioso e por isso esfaqueado a
mulher? A visão? Não, mas sim a percepção.

A percepção é a faculdade de "formar perfeita  idéia de" ("perceber"). Logo, são


conceitos, são os significados dados ao que acreditamos ser. "O homem entrou
correndo, voltou, pegou a faca na mesa, virou-se, estava gritando, tropeçou e, caiu em
cima da mulher", foi tão somente o que se "viu" no cenário. A raiva e a fúria, foi uma
interpretação dada aos fatos. Logo, muitas vezes, fazemos interpretações não
perfeitas do que está fora de nossos sentidos. Distorcemos os fatos acreditando
que somos capazes de ver o que foge ao nosso campo visual. Daí a necessidade de
mudar os nossos "conceitos", as nossas "crenças", sobre o que nos é passado e,
consequentemente, tomado como verdade.

O prejuízo não está no que se percebe, mas, na interpretação que é dada ao que se
percebe, devido aos conceitos pré-existentes, que muitas vezes, nem nos damos
conta existirem. Dizer, por exemplo, cabelo "bom" e cabelo "ruím". "Bom" e "ruím" são
subjetivos, neste caso, "pré-conceito" que vem da suposta supremacia da "raça
ariana", denominda como "pura" (boa), sobre as demais raças denominadas "não
puras" (ruíns). Os brancos seriam "bons", os negros seriam "ruíns". Não existe,
portanto, cabelo "bom" ou cabelo "ruím". Existe sim, cabelo liso e cabelo crespo.
Bem como, "raça" também não existe, é uma construção social. Existem pessoas
distintas com características peculiar, que não lhes dá a qualidade de "boas" ou
"más".

O objeto "mesa" pode significar mesa (enquanto conceito) em uma determinada


cultura, em outra, o objeto referido pode constituir uma nova significação. Os
símbolos são "ressignificados" de tempo em tempo, de cultura em cultura. As
emoções e sentimentos, como símbolos, podem também se constituir em um novo
conceito numa outra civilização, ou, em um outro tempo. Observamos esses
"ressignificados" no próprio Evangelho. O que se conceituava "ódio", por exemplo,
naquele tempo, hoje, tomou um novo significado. Bem como: "gênios" (demônio),
"câmelo" (animal), entre outras expressões, adquirem novos significados nos dias
atuais, em culturas distintas. Por isso, o Mestre supremo, Jesus Cristo, alertá-nos de
olhar tudo no seu tempo.

O médium não "vê" e nem "sente" o sofrimento, nem as dores, nem a raiva do
espírito comunicante. O médium as "percebe". "Perceber" não é "sentir" muito menos
"ver". O "sentir" está no próprio médium ("eu espírito"). O "perceber" vem do "outro",
do espírito comunicante. O médium forma, pelo sentido, a idéia sobre o "outro". Para
"sentir", neste caso, é necessário "somatizar", então, o médium está absorvendo,
tomando para si a energia de "outro". O médium não deve, na medida do possível,
somatizar, tomar para seu corpo o que lhe é alheio, pois ira intensificar o que já está
registrado no seu períspirito, causando-lhe danos tanto físicos quanto psíquicos.

Assim sendo, o médium deve "perceber" a comunicação, separar o "eu" do "outro",


permitir ou não a comunicação, evitando "psicossomatizar". Em outras palavras,
evitar tomar para si, as dores e os sofrimentos percebidos no "outro". Lembrando
que médiuns somos todos, em maior ou menor grau, desde que temos a
"percepção" inata, apenas a desenvolvemos. A acuidade visual é adquirida. O "cego"
não pode ver, pois não tem a visão física, mas tem a percepção, muitas vezes, bem
mais desenvolvida do que àquele que enxerga. Dizem que "o "cego" enxerga com os
olhos da alma". Muitos há, que tendo visão não enxergam, olham mas não vêem, e
vendo não compreendem, porque a alma não lhes é desenolvida. Assim Seja!

Luz e Amor!

"E chegando-se a ele os discípulos lhe disseram: Por que razão lhes fala
por parábolas? Ele respondendo, lhes disse: Porque a vós outro vos é
dado saber os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não lhes é
concedido. Porque aos que tem, se lhe dará, e terá em abundância; mas
aos que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso é que eu lhes
falo em parábolas; porque eles vendo, não vêem, e ouvindo não ouvem,
nem entendem. De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías, que
diz: Vós ouvireis com os ouvidos, e não entendereis; e vereis com os
olhos, e não vereis. Porque o coração deste povo se fez pesado, e os
seus ouvidos se fizeram tardos, e eles fecharam os seus olhos; para não
suceder que vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e entendam
com o coração, e se convertam, e eu os sare" (Mateus, XIII; 10-15).

(Não Por a Candeia Debaixo do Alqueire, cap. XXIV; 3. O Evangelho Segundo o Espiritismo)

Postado por Lena Araujo às 22:58 Nenhum comentário:

sábado, 19 de maio de 2012

Simplesmente Amor

Em 01-05-2012, às 09hs e 35min.

O amor é a essência de todas as coisas que Deus criou, pois que, Deus é amor. O
bom desempenho de tudo a que se propuser fazer, depende do amor desprendido
em sua função. O amor é o combustível que move todas as boas ações.

É o amor que dá sentido à todas as coisas em todo o Universo. Em um


relacionamento afetivo, o amor não acontece a partir do ato sexual. O bom
desempenho sexual se dá a partir do amor nele envolvido. A essência de todos os
relacionamentos, seja de amizade, afetivo, profissional ou social, é o amor
desprovido de qualquer outro interesse - o amor incondicional. O sentimento
verdadeiro de amor se resume em uma única frase: "Amo-te apesar de...".

Gosta-se de várias coisas. Ama-se apesar de tudo. Gosta-se do jeito de ser, gosta-se
da forma que se veste, gosta-se do perfume, gosta-se dos bens materiais que se
possui, etc. Ama-se apesar de não se possuir bens materiais, apesar das faltas,
apesar dos erros, apesar do amor não correspondido. Ama-se, simplesmente, enfim.
Aconselha um provérbio chinês, muito sabiamente: "Ama-me quando menos eu
merecer pois é quando mais preciso". 

O amor é a chave que abre todas as portas. Por isso, ame muito! Ame
incondicionalmente, mas, não irracionalmente, pois que, o amor irracional constituí-
se em paixão. A paixão é fruto do amor próprio movido do orgulho, da vaidade e do
egoísmo inerentes a Alma e ao Espírito em evolução, por isso, não se converte em
amor. O amor irracional é o amor que adoeceu, que perdeu a razão, logo, deve ser
tratado como patológico. O amor é um sentimento, que livre de todas as paixões,
proporciona a paz interior.

O amor, segundo Anete Guimarães (psicóloga e parapsicóloga), "é um sentimento


dos Espíritos Evoluídos". A paixão não é um "sentimento" como se acredita ser, é uma
"emoção" registrada pela Alma,  através das "sensações" sentidas pelo corpo físico.
"Muitos a chama de amor, mas, raramente atravessa seu estágio embrionário" (...) "As
paixões acontecem quando usamos nossas emoções sem ligá-las aos nossos
sentidos mais profundos" (Espírito Hammed). O Espírito experimenta "sentimentos",
a Alma "emoções" e, o corpo físico "sensações". Assim sendo, o amor é do Espírito,
a paixão da Alma, o prazer do corpo físico.

O ato sexual, sensação percebida pelo corpo físico, em junção com o sentimento
amor, que nasce do Espírito, liberta, edifica, reflete-se em paz e felicidade. Somando:
(ato sexual + amor = paz interior). O ato sexual associado aos interesses próprios -
as paixões - e, não ao amor,  reflete-se em cíúme, em posse e, em vingança (Anete
Guimarães, palestra: Emoções). Assim, o ato sexual associado a vaidade resulta em
ciúme; associado ao egoísmo resulta em posse; associado ao orgulho resulta em
vingança. Toda atitude em junção com o amor, resulta em paz interior, o contrário,
resulta em sofrimento próprio e/ou, de outrem.

Há muitas uniões realizadas entre promessas socialmente disfarçadas, mas, não há


que se duvidar, foram negociações, comercializações ou aquisições econômicas.
Quando a paixão se desfaz trazendo a realidade, desfaz-se também a ilusão de
felicidade, causando sempre profundas mágoas, "produto amargo de nossa
infelicidade amorosa". Então, culpa-se à Deus pela desilusão amorosa, colocá-a
como sendo "débito do passado". "(...) é uma das infelicidades de que sois, a mais das
vezes, a causa principal". "(...) Julgas, por ventura, que Deus te constranja a
permanecer junto dos que te desagradam? Depois, nessas uniões, ordinariamente
bucais a satisfação do orgulho e da ambição, mais do que a ventura de uma afeição
mútua. Sofreis então as consequências dos vossos preconceitos" (Questão 940 - L.E.)

Do amor nasce a fé, "mãe da esperança e caridade". Das paixões nascem as


frustrações, o ódio, a mágoa, o desânimo, o pessimismo. O amor causa na Alma
uma emoção de paz e, no Espírito a felicidade. A paixão, quando satisfeita as
necessidades, causa-nos alegrias, o que consideramos "momentos felizes", mas que
cessam quando não satisfeitas, causando o sofrimento.

Quando perdemos um "grande amor", sofremos não pela perda do "ser amado", mas,
pelas expectativas nele depositadas que foram frustradas. O sofrimento nos é dado
pelo egoísmo da posse: "é meu!"; pela vaidade: "tem que ser assim" e; pelo orgulho:
"senão, eu mato ou, eu morro". Não sofremos pelo "amor" que acabou, porque o amor
não acaba. O que evolui, não regride. Sofremos pelo egoísmo, pelo orgulho e pela
vaidade das paixões, que são contrárias ao amor. Não existe amor "verdadeiro",
existe simplesmente amor. O que não é verdade é mentira, logo, não existe. O amor
existe, ou não existe.

Contudo, o amor pode ser desenvolvido através da caridade, do fazer o bem. O amor
se aprende na prática. Estamos na Terra, mundo de "provas" e "expiações",
resgatando o amor que não aprendemos em outras existências. "Prova", segundo
Samuel (Benfeitor Espiritual), "é sinônimo de oportunidade". Nós estamos neste
plano como oportunidade para aprender a amar. Toda Escritura se resume nessa
máxima de Jesus: "Amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo". Se tivéssemos aprendido a amar, não se faria necessário os outros
mandamentos, nem todos os esclarecimentos trazidos pelos Espíritos, que têm
fundamentos nesse único mandamento, o amor sobre todas as coisas, estaríamos
não mais no mundo de provas, mas, nos mundos celestiais.

Como nos ensina André Luiz, em Nosso Lar: "o amor é o alimento da Alma". O amor é
para os Anjos Puros dos Mundos Celestiais,  assim como, a felicidade, fruto do
amor, é para os Espíritos de Luz, aqueles que já passaram pelo mundo de
regeneração,"o mundo transitório onde os Espíritos descansam e ante-vêem as
alegrias que os esperam no mundo felizes" (Nazareno Feitosa).  O amor, assim, é a
chave para a felicidade. Assim Seja!

Luz e Amor!

  "Em algumas pessoas, os laços materiais são


ainda muito fortes, para que o espírito se
desprenda das coisas terrenas. O nevoeiro que
as envolve impede-lhes a visão do infinito. Eis
porque não conseguem romper facilmente com
os seus gostos e seus hábitos, não
compreendendo que possa haver nada melhor
do que aquilo que possuem. (...) Reconhece-se o
verdadeiro espírita pela sua transformação
moral, e pelos esforços que faz para dominar
suas más inclinações. Enquanto um se compraz
no seu horizonte limitado, o outro, que
compreende a existência de alguma coisa
melhor, esforça-se para se libertar e sempre o
consegue, quando dispõe de uma vontade firme."
(Sedes Perfeitos, cap. XVII; 4. OEvangelho Segundo o Espiritismo).

Postado por Lena Araujo às 00:29 Nenhum comentário: Links para esta postagem

sábado, 21 de abril de 2012

Despedida, Separação e Perda

"É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais
destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria
dos seres vivos" (O Livro dos Espíritos, questão 728).

Em 19-03-2012, às 9hs e 45mint.

É bastante compreensível as lágrimas pela separação. A separação pode


representar um estado momentâneo, que não significa, necessariamente, a quebra
de uma relação, a ruptura de um vínculo afetivo, mas, uma interrupção necessária
para seguirmos o nosso próprio trajeto. A perda também não existe, como bem
disse um grande filósofo: "na natureza nada se perde, tudo se transforma". A própria
destruição ocorrida pelos "tsunami" da vida é, na verdade, "transformação" e, a
transformação é necessária para o desenvolvimento da Humanidade, segundo os
ensinamentos espíritas. É preciso aprendermos a nos despedir do apego, aprender o
desapego das coisas, das pessoas, dos costumes. Desapego não é desprezo, e sim,
aceitar, de boa vontade, essas transformações em nossas vidas, designadas por
Deus.

As lágrimas de tristeza são inevitáveis, no entanto, sofrer é uma opção. A forma


como demonstramos os nossos sentimentos e emoções está de acordo com o grau
da nossa evolução. A separação, bem como a perda de entes queridos, despertam
na alma emoções que se condensam no corpo físico em lágrimas. As lágrimas são,
pois, como a materialização das nossas emoções mais profundas, as vindas da
alma. O sofrimento nasce da imaturidade do espírito em trabalhar com essas
sensações. É o grau de desenvolvimento espiritual que nos permite sentir sem
sofrer, ou seja, comover-se sem, com isso, absorver o sofrimento. O conhecimento
espiritual mostra-nos a necessidade do "fim", que, em si mesmo, não é o fim, mas o
recomeço, ou, um novo começo, a regeneração.

Morre-se o corpo físico para renascermos em Espírito. O corpo orgânico nasce,


desenvolve-se, definha e morre. Porém, a alma liberta-se e, torna-se Espírito, uma
metamorfose comparada à da borboleta e do casulo. Despe-se da roupagem
pesada (invólucro corpóreo), e voa-se livre. Morrer, assim, significa uma nova vida,
um renascimento, é o sinal de que já se cumpriu, neste tempo, o que foi determinado
por Deus, Senhor único de tudo o que há no Céu e na Terra. Vale lembrar que o
nosso tempo não é o de Deus. A nossa curta visão não nos permite enxergar além
de 180º à nossa volta, e, a nossa pouca evolução espiritual não nos permite
perceber, além do nosso campo visual, a grandeza em tudo o que há no Universo,
pois que, tudo parte do Princípio Inteligente Universal, que é Deus, assim sendo,
nada é por um "acaso". Não conseguimos, enfim, captar a essência de tudo o que
está envolto na perda, nas dores e nas calamidades. O não conhecimento das
causas leva-nos ao desajuste mental como forma de defesa: "(...) o que chamais
destruição não passa de uma transformação (...)" (KARDEC)

Quando "perdi" Puma, a minha cadelinha de estimação (ver "Homenagem aos


animais"), no seu primeiro ano de vida, não entendia nada sobre esse processo de
transformação, ainda sabendo que tudo tem início, desenvolvimento e fim, não
compreendia a existência de Deus sobre todas as coisas, sobre a "vida" e a "morte".
Deus não permite o sofrimento a nenhuma de suas criaturas, senão, para o seu
desenvolvimento moral, pois que, não seria bom e justo. Se ainda sofremos é por
não o conhecermos, por não confiarmos, verdadeiramente, na sua suprema
existência. Acreditássemos que está sobre todas as coisas, não lastimaríamos, ao
contrário, render-se ia-lhe glória em louvor. Deus está em nós. "Somos filhos de Deus,
dotados de força infinita". Aceitar a partida do ser que amamos, sem lastimar, é
prova de gratidão e humildade ao Pai, que tudo criou. Quem ama a Deus, não
lamenta devolver-lhe a vida, que nem mesmo nos pertence, pois que somos todos
depositários dos bens terrenos.

Se tivesse compreendido os ensinamentos do Evangelho, segundo Cristo,


entenderia que fiz o que tinha que ser feito naquele momento, para o meu bem, de
minha família e da própria Puma, que sofria de uma doença, no caso dela, incurável -
cinomose - pois que já havia atingido seu sistema nervoso central. Ela já não mais
se alimentava, não dormia e mordia a quem se mexesse próximo dela, incluindo-nos,
os seus donos... Lembro-me da minha filha chorando, dizendo: "o que mais me dói é
saber que ela jamais me mordeu antes dessa doença, sei que ela não queria me
morder". E como doeu, em mim, tê-la que sacrificar pelo bem de todos. Eu  não "a"
sacrifiquei, eu "me" sacrifiquei, morri um pouco no instante de assinar a sua
sentença de morte. As minhas mãos que só lhe deram carinho, abreviavam-lhe a
vida.

Ainda não estou completamente curada da dor, choro ao relatar. Sempre penso que
a dor já passou, mas não passou, apenas deixou de ser sofrimento. Mesmo sendo,
hoje, estudante do Espiritismo, ainda não me transformei internamente, esforço-me.
Mas, quem disse que seria fácil libertar-se? Ao menos, os meus olhos já não
disparam "piscadelas", num descontrole total, como se fosse apagar os reflexos de
culpa da minha consciência. Já não me sinto mais culpada. Aceito que foi como
precisava ser. O por quê, só a Deus pertence conhecer.

Resistimos às perdas por não compreendermos os ganhos. Com a dor da


"transformação", ganhei em força, em paciência e em autoconhecimento. Passei a
buscar essa "reforma íntima". Procurei conhecer em Kardec, no Livro dos Médiuns,
sobre os animais, sobre a sua existência em nossas vidas: "(...) Deus colocou os
animais ao vosso lado como auxiliares, para vos alimentarem, para vos vestirem, para
vos secundarem (...) Mas, em sua sabedoria, não quis que estivessem sujeitos à
mesma lei do progresso. Tais como foram criados se conservaram e se conservarão
até a extinção de suas raças" (O Livro dos Médiuns, cap. XXII). Aprendi, assim, a
amar sem excesso, sem apego, compreendendo que somos apenas depositários do
Senhor, usufrutuários dos bens terrenos, que nada nos pertence, para tudo há um
propósito Divino. "Tudo voltará à Deus".

Dei-me conta do amor sem apego quando da separação de minha filha. Ela seguiu
para morar em um outro Estado, no sentido de construir o seu próprio trajeto,
cumprir seu destino. Entendo que é uma separação apenas geográfica e temporal. A
distância não existe para almas que se afinam, amam-se, nem para os Espíritos.
Chorei a despedida pois que ainda necessito, devido a minha imperfeição, "tocar" o
amor, mas não é sofrimento, não é solidão. Estou sozinha sem me sentir só.
Compreendo que seguir cada qual o seu destino, faz parte da nossa caminhada
evolutiva. Antes de partir, pediu-me: "mãe, depois você vem morar comigo em São
Paulo". Respondi-lhe que esse é um projeto de vida dela, e não meu. Ela tem que
vivê-lo, é o seu processo de amadurecimento, de construção, e, o meu momento de
reconstrução. A separação, para ela, significa o começo do "caminhar com as
próprias pernas", para mim, o "reaprender a caminhar sozinha". Como todas as
coisas do mundo, os filhos também não nos pertencem.

Desejo que quando Deus perguntar-me do que foi feito da criança que me confiou,
possa responder-lhe: "tornou-se uma linda criatura Senhor. Ela cresceu dentro dos
princípios morais cristãs, evoluiu e seguiu o seu próprio caminho. Constituiu uma nova
família e, isto muito alegra-me, Senhor. Dela só tive do que me orgulhar, do que bem
dizer. E, isto é motivo de felicidade para uma mãe em processo de aprendizado. Creio
Senhor, que muito mais aprendi a partir dela. Obrigada, Senhor, por tê-la permitido na
minha existência. Saudades! Ah! são muitas! Mas saudade não é tristeza, só a
sentimos de quem verdadeiramente amamos". Que Assim Seja!

Luz e Amor!

"Meus amigos, agradeceis a Deus, que vos permitiu gozar a luz do


Espiritismo. Não porque somente os que a possuem possam salvar-se,
mas porque, ajudando-vos a melhor compreender os ensinamentos do
Cristo, ela vos torna melhores cristãos. Fazei, pois, que ao vos vendo, se
possa dizer que o verdadeiro espírita e o verdadeiro cristão são uma e a
mesma coisa, porque todos os que praticam a caridade são discípulos de
Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam" (Fora da Caridade não há
Salvação, cap. XV; 10, O Evangelho Segundo o Espiritismo).

Postado por Lena Araujo às 01:17 Nenhum comentário:

sexta-feira, 1 de maio de 2015

SEJA VOCÊ
Em 30/04/2015; às 19:00 hs e 00:30 min.

Pensava, até aqui, que escrever este blog seria desenvolver uma ferramenta para
ajudar aos outros que estivessem vivendo situações semelhantes a
compreenderem, sob uma outra ótica - a espiritualista, o seus conflitos existenciais.
Somente agora, pude me atentar de que o que escrevo é tão somente para mim
mesma, ainda que compartilhada a experiência, porque eu sou eu, na minha
plenitude, e o outro é o outro na sua vivência. E, ninguém é responsável pelo outro. A
nossa responsabilidade é para com a nossa própria vida.

A vida é responsabilidade de cada ser, individualmente. As trocas, elas existem e


são necessárias para a evolução, são mesmo maravilhosas, mas a vida é de cada
um, independente. Deus não fez cópia de ninguém, e nem a ciência foi capaz de
fazê-la. Não reencarnamos na Terra para ajudar a salvar ninguém, podemos até
orientar, mas não conduzir a vida do outro com a nossa vivência. Cada qual tem que
construir sua própria trajetória, dentro de suas necessidades evolutiva, e adquirir o
seu próprio aprendizado. O outro pode até nos fortalecer, mas as escolhas são
sempre nossas.

O mais importante da vida é o que está dentro de nós, e não o que está fora. O que
está dentro é o nosso Ser, o que está fora é tão somente ilusão. Se deseja ser feliz,
cultive a felicidade dentro de si mesmo, assim, por onde você caminhar, lá ela estará
a te acompanhar. A felicidade é possível sim, nós não a encontramos não porque ela
não exista, mas, porque ainda somos muito imperfeitos para buscá-la dentro de nós.
Ainda estamos no estágio das emoções e as emoções são traiçoeiras, são
despertas pelas paixões, e as paixões são vícios, é o amor adoecido. A felicidade
está no amor pleno, o amor que ainda não buscamos em nós, confiando-o aos
outros.

Comumente, são os outros que conduzem nossa vida. Nós damos nosso poder aos
outros sem perceber, e depois os acusamos da nossa infelicidade. Deus não criou
ninguém para a infelicidade ou sofrimento. Criou-nos à sua imagem e semelhança,
dando-nos o poder de criar sobre a nossa própria existência (livre-arbítrio). Somos
os seus herdeiros Universal. O Universo é nosso, com toda sua riqueza e esplendor,
nós é que não sabemos dispor deste poder. Todos temos o mesmo poder, como
filhos do Criador, ninguém precisa parar a sua própria vida para ajudar a ninguém,
podemos até fazê-lo, se assim o coração pedir, se alegrar, que é uma manifestação
do Espírito, mas não precisa se sentir culpado por não fazê-lo, se o seu Eu entender
que não necessita. Devemos buscar não contrariar o nosso Ser. 

Seguimos quase sempre o que a nossa mente determina. A mente não governa, ela
é um mecanismo, quem governa os nossos atos é o Espírito, o nosso Ser interior. A
mente não é o Espírito. O Espírito é livre para decidir sobre o seu destino. A mente é
apenas um aparelho programado para seguir o que lhe é imposto, comporta-se
como foi educada, e, notadamente, foi muito mal educada apreendendo tudo o que é
negativo, o que é mal, e acaba por tolher o Espírito, retirando a sua soberania sobre o
material, o físico.

É o Espírito (Ser) quem tem poder de dirigir a vida, é ele a inteligência primária, a
consciência. A mente está cheia de sofismas, de falsas ilusões sobre a realidade, e
de experiências exteriores ao Espírito. Está tomada por preconceitos, normas e
regras quase sempre estabelecidas para atender a uma sociedade medíocre. A
mente precisa ser reeducada, receber novos estímulos e valores, e é o próprio Ser
que tem que fazer essas mudanças. É preciso tomar consciência do que
verdadeiramente somos para podermos agir sobre a mente e dominá-la, retomando
a soberania do nosso Eu.

Como bem coloca Gasparetto (2010), querer viver em função do outro é dar poder
ao outro. Dessa forma, as pessoas passam a ter poder sobre você, e você passa a
ser infeliz porque está sobre o domínio, a influência do outro. É necessário se
aceitar, ser você mesmo, para ser realmente feliz. Viver em função do que agrada
aos outros é pura vaidade, a pessoa faz isso para agradar e, isso é vaidade, é uma
ilusão, pois, quem quer agradar espera receber algo em troca. Espera elogios,
admiração, aceitação do outro, porém, "a aceitação do outro está dentro da
constituição do outro, e, ninguém pode viver na constituição do
outro" (GASPARETTO:2010). Seja você!
"Quem tem ouvidos para elogios tem ouvidos para críticas". Quase sempre nos
frustramos com a opinião do outro. Saímos, geralmente, ofendidos, magoados,
sentindo-nos desvalorizado e culpamos o outro por nossa infelicidade e sofrimento,
porque fizemos de tudo para agradar o outro, contrariando o nosso Ser, porque é a
cabeça que está cheia de ilusão, e não o Espírito. Nós não lhe damos a atenção
devida, e seguimos, quase que por instinto, a nossa cabeça (mente), e depois
saímos aturdidos, esquecendo de quem deu ouvidos para o outro fomos nós
mesmos. E ficamos guardando esse ressentimento do que a pessoa fez, sem nem
mesmo lembrar mais da pessoa, mas, levando para outras existências, sem
conseguir ser feliz.

É preciso aprender a dizer NÃO para o pensamento do outro e, a dizer SIM para o
que é seu. Afinal, é o seu destino, do qual você terá que prestar conta à Deus, e
somente à Deus. Ninguém é maior do que ninguém, nós, é que, geralmente, nos
abaixamos. Colocamo-nos pequenos frente aos outros por medo da rejeição:
rejeição das nossas idéias, do que sentimos, do que verdadeiramente somos, fruto
do nosso orgulho e vaidade. 

O medo é negativo, coloca-nos frequentemente para baixo, e não devemos nos


colocar para baixo. A evolução é para cima, é para o Alto, é somente à Deus que
devemos temer. Ele é o Senhor soberano, e está acima de todos no Céu e na Terra,
no mundo visível e invisível. Errar faz parte da nossa evolução, pois não há
aprendizado sem erros. É o erro que ensina, que nos fortalece e não os acertos. Por
outro lado, não há erros ou acertos, há o aprendizado. As decisões tomadas são
geralmente aquelas necessárias para o nosso aprimoramento Espiritual, e, somente
por isso, boas ou más, Deus as permite.

Não somos "coitados", somos humanos e dotados de poder pessoal: "Vós sois
deuses". Somos todos semideuses, acreditamos ser filhos do Criador, do todo-
poderoso, então, temos poder sobre a nossa vida, podemos mudar a nossa mente e
fazê-la sair do negativismo e afirmar todo o positivo que impera nosso Ser. Negar o
medo, o fracasso, a frustração, o sofrimento, negar o mal. Quando você se nega,
você se fecha, desvaloriza e, afirmar todo o bem. Não precisamos esperar que o
outro nos aponte o caminho a seguir, e nos diga o que fazer, dando o nosso poder de
decidir sobre a nossa vida a outrem, passando-lhe a responsabilidade que é tão
somente nossa, intransferível, a responsabilidade sobre a nossa própria vida. 

São os nossos sentidos, as nossas sensações que são os que, verdadeiramente,


mostram-nos o caminho a seguir. O Espírito não quer que desloquemos nossa
energia no sentido do outro, por isso, muitas vezes, ele que pode tudo, e não a
mente (cabeça), faz tudo parecer perdido, fracasso, sofrimento, dor, porque não
experimentamos o seu amor, que é o nosso amor, para que aprendamos com a dor a
confiar nos nossos sentidos. Este amor são eflúvios do amor de Deus, precisamos
reaprender a respeitar aos obras do criador, que são perfeitas na sua essência.
Somos maravilhas da criação Divina.

Nós já conhecíamos antes o nosso poder de ser, mas o perdemos, gradativamente,


lá na infância, quando a vida, aqui fora, nos impõem regras, padrões de beleza, de
comportamentos sociais, valores morais e religiosos rígidos, e, então, o nosso Ego, e
não o nosso Ser, passa a comandar a nossa existência, sabotando a nossa
evolução. 

Portanto, seja você!

Não se julgue mal por ser diferente. "As diferenças são a maior prova da sabedoria
Divina". Allan Kardec, na Revista Espírita, de 1861, p. 432, afirma o que se segue:

"[...] o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na Criação,


constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, faz com que
desapareçam, naturalmente, todas as distinções estabelecidas entre os homens,
conforme as vantagens corporais e mundanas, sobre as quais só o orgulho fundou as
castas e os estúpidos preconceitos de cor".

Não existem privilégios nem de raças, nem de cor, nem de castas sociais, ou de
qualquer outra natureza. Somos todos Espíritos, cada qual trajando as vestes que
lhe é necessária para seu aperfeiçoamento no mundo terreno. Este estado é
temporário, um estágio, pois, o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre,
capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher
(A Gênese, cap. I, item 36, p. 42-43).

Cada um faz o bem à sua maneira, de acordo com o seu estágio, com o seu
processo de evolução. Da forma que o seu Eu interior sente e alegra-se, porque está
dentro do seu próprio entendimento, de sua própria consciência. Algumas pessoas
cuidam de ajuda humanitária às grandes catástrofes naturais, outras protegem os
animais, outras cuidam dos velhinhos em asilos, outras de órfãos, há as que
estendem as mãos dando esmolas aos excluídos socialmente, por um ímpeto de
generosidade, e, há os que apenas rezam, porque é o que cada um necessita para si
mesmo. O importante é fazer bem o bem.  "O homem de bem é bom, humano e
benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em
todos os homens vê irmãos seus". (O E.S. E., cap. XVII; 3).

Conquanto, cada um é responsável pela sua própria vida, e deve buscar o melhor
dentro de si, para dar o melhor de si para si mesmo, este é o objetivo da
reencarnação. Não é com a vida do outro, mas com sua própria existência. O outro é
só mais um instrumento de que Deus se utiliza para revisarmos o nosso
comportamento. Cada um carrega dentro de si a sua própria vocação, e faz a sua
história. Como diz a letra da canção: "_ cada um carrega o dom de ser capaz, de ser
feliz". Que Assim Seja!

Luz e Amor!

"Tendes ouvido o que foi dito: Amarás ao teu


próximo e aborrecerás ao teu inimigo. Mas eu
vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem
ao que vos odeia, e orai pelos que vos
perseguem e caluniam, para serdes filhos de
vosso Pai, que está nos Céus, o qual faz
nascer o seu sol sobre bons e maus, e vir
chuva sobre justos e injustos. Porque se não
amardes senão aos que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não
fazem os publicanos também assim? E se saudares somente os vossos
irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também os gentios? Eu
vos digo que, se a vossa justiça não for maior e mais perfeita que a dos
escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. (Mateus, V:20, 43-
47). 

     (Amai os Vossos Inimigos, cap. XII; 1. O Evangelho Segundo o


Espiritismo)

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terça-feira, 21 de outubro de 2014

CHORAR FAZ BEM, SORRIR FAZ UM BEM MAIOR AINDA


                   

Em 20/10/2014; às 20 hs e 30 min.

A vida quase sempre nos mostra situações em que a emoção fala mais alto do que
qualquer palavra que possa expressar os nossos sentimentos. A lágrima e o sorriso
são as mais puras expressões da alma. Através delas podemos demonstrar nossas
mais profundas e incontestáveis emoções. A dor, a alegria, a saudade, a tristeza, a
raiva, a ingratidão, o chegar, o partir, o abandono. A emoção é o degrau que pode
fazer subir ao Céu ou descer ao Inferno da nossa existência. O Céu não está em
cima das nuvens, junto com as estrelas, como alguns supõem, nem o inferno se
coloca abaixo de nossos pés. O Céu e o Inferno coexistem em um mesmo espaço,
na consciência de cada ser. Cada um carrega o seu próprio inferno e paraíso astral
(L.E., questão 1011).

"Cada criatura constrói na própria mente e no próprio coração o paraíso que a erguerá
ao nível sublime da perfeita alegria, ou o inferno que a rebaixará aos mais escuros
antros de sofrimento" (Emmanuel). 

As dores, os sofrimentos são como as tempestades, passam. É preciso lembrar que


Jesus está no comando e pede-nos: "Não temas as coisas de meu Pai". A felicidade,
ainda que relativa, e o sofrimento são resultados das nossas escolhas atuais ou
pretéritas. Jesus também chorou, muitas vezes, de tristeza, vendo a humanidade se
desinteressar pela verdade, e recolheu-se em oração.

Chorar faz bem. A intensidade da lágrima é proporcional a emoção do momento e


lava-nos a alma. Não tem contra-indicação chorar, é necessário enfrentar a situação.
Há os que concordam que chorar é sinal de força, de ter coragem de viver aquela
emoção. O confronto com as próprias emoções ajuda na transformação. Chorar é a
"dor do crescimento". Não devemos, com isso, alimentar a tristeza, mas procurar
compreendê-la, e isso só é possível se a deixamos fluir em nosso ser para que dê
lugar a reflexão. Assim, a tristeza é percebida como algo saudável, pois que serve
para o despertar e a valorização da condição moral e espiritual. Essa inquietação já
representa emancipação da alma.

A lágrima não expressa somente tristeza ou dor. Chora-se de alegria diante do


nascimento de uma criança, do enlace conjugal, quando se conquista algo tão
almejado. Chora-se diante da beleza da natureza, quando observa-se a grandeza de
Deus em tudo o que existe, quando silenciamos e entramos em contato profundo
com o nosso Anjo Protetor, e, então, somos tomados de emoção. A lágrima, seja de
dor, de tristeza ou de alegria, serve para nos lembrar que somos todo emoção. A
emoção é um movimento que nos leva a uma reforma íntima. É o abalo moral que
nos faz pensar sobre o que verdadeiramente somos. A emoção é para que se mova,
e não para que se fique parado, contido nela.

Cientificamente, chorar faz bem para a saúde orgânica. Segundo pesquisadores, a


lágrima tem um componente químico que produz efeito analgésico, e um outro
componente que produz bem-estar e alívio semelhante a morfina, a leucina
encefalina, produzida pelo encéfalo. Quem chora tem menos propensão aos
problemas cardíacos, porque libera o ar que compromete a artéria do coração.
Estudos comprovam que chorar limpa os olhos (glândula lacrimal), ajudando a
melhorar a visão. Constatou-se, também, que chorar diminui o índice de Manganês
no organismo. A diminuição do Manganês no organismo trás sensação de alívio e
bem-estar. 
Se chorar faz bem, sorrir faz um bem maior ainda. Sorrir, e não gargalhar de tudo e
de todos, fazendo pouco caso das situações, como expressão de sarcasmo. Sorrir
como sinal de fé e esperança. A fé é o melhor remédio para as dores da alma
(E.S.O.). Sorrir é caridade, doando-se amor àqueles que sofrem e choram. Sorrir com
o coração aberto, transbordando a luz que é você. Sorrir é tão sublime, que para
descrever com maior precisão a beleza e os benefícios que trás o sorriso, transcrevo
de Meimei, Sorriso, psicografia de Francisco Cândido Xavier: 

SORRISO

"Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da
própria alma. 
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a
extensão das trevas. 
Com ele, apagarás a plantação o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da
crueldade. 
Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra,
para que retornem à luz. 
Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança. 
No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação. 
No mundo, é chamamento de simpatia. 
Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-à em socorro de tua vida. 
Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos
teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração. 
Não te roga o desesperado solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o
destino. Implora-te um sorriso de amor, que remove as forças, para que prossiga em
seu atormentado caminho. 
E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima
de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas. 
Não condenes as criaturas que se arrogaram aos precipícios da violência e do crime.
Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-
se-ão, renovadas, para o roteiro do bem. 
Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre. 
Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia
renascente no Céu é um sorriso de Deus".

Então, deixe a emoção fazer vibrar o seu coração. Sorria e chore de emoção, você
está vivo!
Que Assim Seja!

Luz e Amor!

"A dor é uma benção que Deus envia a seus eleitos. Não vos aflijais,
portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo-
poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no Céu.
Sede pacientes, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a
lei da caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que
consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma
bem mais penosa, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso
caminho, para serem instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem
à prova a nossa paciência". 
(Bem-Aventurados os Mansos e Pacíficos, cap. IX; 7. O Evangelho Segundo o
Espiritismo).

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terça-feira, 14 de outubro de 2014

A FELICIDADE ESTÁ EM DEUS

Em: 07/11/2014; às 20 h e 30 min.

Encontrar o "verdadeiro" amor e ser feliz é o que todos almejamos na vida. No


entanto, ao que parece, só sofrimentos encontramos. A Terra parece um lugar de
sofrimentos, enganos e dor. As pequenas alegrias que vivemos são passageiras.
Bem não saciamos um desejo, e este já não nos alegra mais. Estamos sempre
insatisfeitos com o que conquistamos e com vazio espiritual. Sempre em completo
estado de ansiedade por acontecimentos que nem sempre se concretizam. Estamos
sempre nos antecipando aos fatos, e desejosos que tudo se resolva em um único
tempo, o mais breve possível, de tão intensa a nossa necessidade de satisfação.
Somos extremamente imediatistas que desacreditamos do futuro que Deus nos
reserva e nos aguarda. Então, nos desesperamos.

O amor é a purificação dos sentimentos, o refinamento das emoções, a lapidação


dos instintos. Somente os Espíritos evoluídos possuem este sentimento. Esse amor
que acreditamos buscar e que nos faz sofrer de tal forma ao ponto de cometer
atrocidades, não é o "verdadeiro" amor. Paixão não é amor. Amor é o sentimento
puro, livre de qualquer imperfeição, o qual ainda não alcançamos na Terra.  Os
Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros: toda
mancha lhes impede a entrada nos mundos felizes (E.S.E., cap. V; 10).

Os Espíritos imperfeitos estão no estágio das emoções. Joanna de Ângelis coloca


"nós somos totalmente emoção", e a emoção sabota a razão. Paixão é uma emoção
e, emoção não é sentimento, emoção é um mover moral (abalo moral). Logo, está
ligada ao "Ego" e não ao "Eu". Quando desejamos matar ou morrer pela "perda" de
um grande amor, não é pela pessoa amada que o queremos, é pelo abalo moral. O
"Ego" é atingido pela frustração dos nossos inconfessáveis desejos. O Ego ferido
sofre em alvoroço (emoção), agita-se. Esse movimento está muito longe de ser um
sentimento sublime. O amor é sereno, nada o abala.

Quanto mais materialista o Espírito, mais contrário é seu movimento em direção ao


verdadeiro amor, ou seja, mais distante está do sentimento. No plano terreno, ainda
somos Espíritos muito ligados à matéria, somos apegados ao nosso corpo físico e a
tudo que a ele esteja ligado, por isso, ainda agimos mais pela emoção do que pela
razão. O verdadeiro amor é racional e não passional. A razão é do "Eu" (espírito), a
emoção é do "Ego". Logo, mata-se por orgulho, vaidade e egoísmo, e nunca por
amor. O verdadeiro amor vive e deixa viver.
Os Espíritos mais primitivos só têm instinto. O instinto está diretamente associado à
lei de conservação, segundo os Benfeitores Espirituais, daí a expressão "instinto de
sobrevivência" ou, "de conservação", e, a causa de todos os vícios: o orgulho, o
egoísmo e a vaidade. O Espírito primitivo ainda não reconhece sua existência fora
da matéria, por isso, luta para manter sua existência corpórea à todo custo,
precisando aniquilar o outro, ele aniquila. Não se vê como Espírito imortal. Porém,
todos, um dia, deverão alcançar a perfeição moral e conhecer o amor, o sentimento
mais sublime, próprio dos Espíritos Puros. 

A Terra, sendo um plano de provas e expiações é um lugar ainda onde permeiam o


sofrimento e a dor. A Terra é o lugar perfeito para trabalhar as nossas imperfeições.
Como "hospital-escola", a Terra é o reformatório das almas. É o espaço onde os
Espíritos reencarnam para tratar o amor doente (paixão) e se educar para a
felicidade eterna. Nós reencarnamos para aprender o amor. Se tivéssemos
aprendido a amar não mais precisaríamos encarnar. Deus não criou seus filhos para
o sofrimento, e sim, para a felicidade eterna. Somos nós quem criamos o nosso
sofrimento, por ainda não conseguir compreender os ensinamentos do Pai. E,
aqueles que não são causadores de seu próprio sofrimento, experimentam-o para
honra e glória do Senhor.

Jesus não precisava reencarnar entre os homens, pois, já era um Espírito Puro.
Encarnou no corpo de um homem para honra e glória do Pai. Assim, também, é nos
dado algum sofrimento ou dor, não por castigo, mas para que o nome do Pai seja
exaltado. "Aquele que quiser ser o maior, seja o que vos sirva. Porque todo o que se
exalta será humilhado; e todo o que se humilha será exaltado" (Lucas, XIV: 1, 7-11).
Jesus foi exemplo de humildade e mansidão, servindo ao Pai, para que todos
aqueles que seguissem os seus ensinamentos fossem salvos no amor de Deus.
"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele
que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele" ( João
14:21).

Sofremos porque buscamos o supérfluo. Almejar não é o mesmo que buscar.


Almejar é ansiar, desejar ardentemente (dicionário da língua portuguesa).
Almejamos a felicidade e o amor, mas, não fazemos por encontrar a felicidade e o
amor,  mas, ir ter o supérfluo. Deus está sempre nos mostrando a vida que devemos
ter e fazer. No entanto, não prestamos atenção aos sinais deixados por causa da
nossa ânsia em ter. Temos a pseudo ilusão de que a felicidade consiste em "ter", e
não nos damos o trabalho de fazer como ensina o filósofo da Antiguidade e reforça
Santo Agostinho: "Conhece-te a ti mesmo". A felicidade não está no que não se tem.
O maior de tudo não é o que possuímos, o mais importante é o que somos e o que
fazemos de nós mesmos. Todos somos centelhas Divina, somos amor.

Preciso é amadurecer o nosso sentimento. Amadurecer não significa somente


tomar as decisões acertadas, mas, aprender a lidar com as decisões tomadas.
Muitas vezes, estamos carregados de desejos inúteis, que se tornaram um fardo,
fazendo-nos sentir pesados e cansados. Então, porque não se livrar desse fardo, que
só causa frustração e mata o Espírito? Porque não atender ao chamado do
Cristo: "Vinde a mim todos os que andais em sofrimento e, vos achais carregados, e eu
vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é
suave e o meu fardo é leve" (Mateus, XI; 28-33).

A macieira carregada de belos frutos é linda, mas, se não forem arrancados a tempo,
os galhos se quebram com o peso dos frutos, morre-se os frutos e a árvore também.
Bem assim, é o homem, é preciso a cada tempo arrancar o peso de si, ainda que lhe
pareça bonito, e libertar-se do fardo da ilusão para que não morra. Deus dará o
auxílio necessário para que ele se fortaleça e fique de pé.

É preciso colocar Deus em nossa vida para ser feliz. O homem não deve esquecer-se
jamais de que está no mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A
cada vicissitude, deve lembrar que, se estivesse num mundo mais avançado, não
teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe
para se melhorar (E.S.E., cap. V; 6). A verdadeira felicidade está em Deus. Deus é
amor. E por amor, enviou-nos o vosso Filho, para que não conhecêssemos as trevas.
Ninguém tem amor maior do que este. Assim, Jesus é a luz, o sinal que devemos
seguir. O seu mandamento: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Toda moral
de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes
contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Assim, Jesus coloca a caridade como condição
única da felicidade futura (E.S.E., cap. XV; 3).
Nós também somos fonte de amor porque somos feitos da emanação Divina. Logo,
a felicidade está em nós e não fora de nós. Não a encontramos porque não nos
colocamos onde ela verdadeiramente está. Disse Jesus: "Eu sou o caminho, e a
verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim,
também conheceríeis a meu Pai (...) quem me vê a mim vê o Pai (...)" (João 14: 6-7).
Quando aceitamos Jesus, estamos em Deus e o seu amor se manifesta em nós.
Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus
(Romano 8:15).

A verdadeira felicidade não é deste mundo, mas, da vida eterna. Jesus já ensinou
isso: "Meu Reino não é deste mundo. Tende bom ânimo, eu venci o mundo". A vida
material se extingue. Tudo material não existe, é ilusão, se findará com o corpo
físico que não mais terá necessidade alguma de ter. Não se pode alcançar o que
não existe. Fica-se atrás... atrás... mas tudo se transforma, por isso, não
conseguimos encontrar satisfação na Terra, a não ser ilusória. Somente o que não
se vê é o que verdadeiramente existe. A verdadeira felicidade, a que tanto
almejamos, só existe no mundo que não vemos, mas, que é o real, e, por isso,
podemos alcançar, o Mundo dos Espíritos Puros, onde a felicidade e o amor reinam
soberanos. Que Assim Seja!

Luz e Amor!

"Bem-Aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus" (Mateus, V:8).


(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VIII; 1)
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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

DE MÃE PARA MÃE: Precisamos Conversar!

Em: 02 de Julho de 2017, às 22:00 hs.


Estava sentindo-me triste. 
De repente, alguma coisa mudou na nossa relação. Eu parecia estar "sobrando". Não sei
porque, mas comecei a pensar na minha mãe. Tudo agora me remete ao passado. Estava
sentindo-me triste comigo. 
O que aconteceu? 

_ Mãe, a casa é sua!.


Abraços, sorrisos.... Minha filha virou mãe! 
Que lindo poema conseguiu extrair das minhas entranhas o meu pequeno netinho...
_ Mãe, publique sobre a sua vida. Arthur é decisão minha!
Nossa! Ela se quer leu o que dizia o "Poema para Arthur"! 
Minha pequena homenagem tomou uma proporção desastrosa diante da minha
inabilidade com a internet. Eu jamais pensei em expor um ser que ainda nem nasceu, ou,
desrespeitar uma decisão dela. Afinal, o respeito mútuo sempre foi a base da nossa
relação.
Não vou deprimir! 
Compras... cartão de crédito pra que te quero? 
Dei-me conta que não estou curada da minha compulsão (TOC). Agora é tarde! 
Respirar, meditar, controlar... 
Como controlar a dor de saber que perdi espaço em sua vida?
Agora ela é mãe! E eu? O que sou agora?
Vou cozinhar, ela ama a minha comida!
_ Mãe, corte assim, asse assim, lave assim... está sem sal... está doce! Você está
comendo açúcar demais!
Decididamente, o que estou fazendo aqui? 
E, percebo agora minha mãe afastando-se de mim. Por um instante pensei se havia lhe
causado esse afastamento. Será que lhe causei esta mesma dor?
Não, eu não volto mais aqui! Ela não precisa mais de mim!
_ Venha mãe, a casa é sua!
Tantas roupinhas para cuidar! E o quarto ainda para decorar...
_ Mãe, deixe que eu passo as roupinhas... Eu não quero esse enfeite aí..... Deixe, mãe!
Ao menos ainda ela me chama "mãe". Confesso que, por um minuto, pensei já não mais
fosse. Seria agora tão somente uma visita?
_ Mãe, aguarde na sala de espera. Como você entra assim?
Eu somente queria ver se estava tudo bem com ela e com o bebê, ouvir seu coração de
perto... Jamais pensei ser invasiva ou constrangê-la. Para mim, ela continuava sendo a
minha eterna menina.
Não, não vou deprimir! 
Vamos tomar um capuccino grande, com bastante chocolate e cereja... sem culpa!
Novamente pensei em minha mãe, e chorei. Com certeza causei-lhe esta mesma dor!
Desejei pedir-lhe perdão.
Se eu pudesse ter nascido mãe para não tê-la feito sofrer!
Mas, a gente aprende a ser mãe somente com os filhos. E, ser avó com a mãe de nossos
netos. Eu já começo a reconhecer o meu novo "status".
Na minha tristeza pude enxergar a tristeza da minha filha em ter que me mostrar esse
lugar. Ela não estava sendo ingrata comigo, como sei que muito dos que lerem este
ensaio irão julgar. Nós mães, às vezes, temos grande dificuldade em deixar os filhos
assumirem as rédias de suas vidas, acreditando que não são capazes de seguirem sem a
nossa aprovação. Os filhos deixam pistas todo o tempo, enquanto crescem, que até
desejam, ou não, a nossa presença e opinião, mas, que, não "precisam" disso para
decidirem suas próprias vidas.
_ Filha, precisamos conversar! Eu sei que por mais que você abra as portas e me acolha
com carinho, a casa é sua. 
Ela olhou-me surpresa e, com os olhos marejados de lágrimas desejou negar essa
realidade.
Compreendi, então, que a minha dor não era única. Ela também sentia ter que assumir
agora o seu clã sem a minha anuência. 
_ Filha, já concluí o meu papel de mãe, agora é a sua vez. 
Ser mãe é uma função. Não somos mães, estamos mães. A função sempre pode mudar.
Contudo, podemos continuar como família mantendo a nossa individualidade. Eu serei
para seu filho a avó, e vou recebê-lo como uma grande medalha de "honra ao mérito"
concedida por Deus, pelo trabalho realizado.
Eu lhe dei as bases, agora você irá educá-lo, cuidá-lo... É a sua família!
Eu vou apenas amá-lo! 
E, estarei aqui para ajudá-la, se preciso!
Confesso que tem sido muito difícil aceitar esta mudança. E, provavelmente, minha mãe
também sentiu a mesma dificuldade, e muitas outras mães também sentirão. É como
cortar o cordão umbilical outra vez. E, só damo-nos conta disso quando passamos a ser
avós.  Minha mãe, talvez, por não conseguir ter essa mesma visão sobre a saída dos
filhos de casa, sofreu com a "síndrome do ninho vazio" e, fez-nos sofrer, sentindo-nos
filhos ingratos. 
Eu agora a compreendo e a perdoo, e perdoo-me! 
Assim, filha, perdoo-lhe e agradeço o seu amor.
Perdoo-me e sigo lhe amando. Não precisamos manter esse ciclo de sofrimento e dor. 
Façamos diferente! 
Fechamos este ciclo, e juntas acolheremos essa nova vida em nossas vidas.
Sejamos felizes!
Ela me sorriu como se aliviada.  Desde a minha chegada, ela tem tentado conversar
comigo. E, sem conseguir deixar de ser filha, ensaiou por diversas vezes:
_ Mãe, precisamos conversar!
Mãe, não se sinta triste, ofendida, abandonada, ou impotente com essa nova situação.
Eles irão, sim, preferir buscar auxílio no Google porque suas lições já são ultrapassadas,
mas, no final, farão exatamente como você fez. 
A maternidade é universalmente instintiva, nenhum ser humano vem com manual de
instrução. Por isso, permita-os seguir seus próprios instintos.
Curta seus netos!
E, abençoe seus filhos, para que, quando mais tarde, no futuro, eles possam olhar o
passado e reconhecerem, então, através do exercício materno, o valor que se tem uma
mãe. Agradeça a vida que lhe permitiu exercer esta função tão sublime. 
Alegre-se! 
Você cumpriu o seu papel, já alimentou, cuidou, educou, já sorriu com seu sorriso, já
chorou com a sua dor. Perdeu noites de sono e ganhou dias de sonhos. Experienciou
todos os tipos de emoções, a do parto e a do partir...
Portanto, respeite esse aprendizado necessário para a ascensão do amor sublime.
Mostre que você aprendeu e agora pode ser promovida "vovó". Deixe a casa dos filhos
para os filhos cuidarem. Afinal, eles constituíram sua própria família. E, a família nada
mais é do que um grande laboratório onde se desenvolve o verdadeiro amor.
Que Assim Seja!

Luz e Amor!
"Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a
terra que o Senhor teu Deus te há de dar". (Decálogo, Exôdo,X:12)

Postado por Lena Araujo às 22:05 Nenhum comentário: Links para esta postagem

sábado, 10 de outubro de 2015

O MEU AMOR É PARA MIM!

Em 02/10/2015; às 16:00 hs.

Ontem, fui dormir em oração, com o meu coração aflito diante de mais um
diagnóstico, que caiu como uma bomba sobre o meu sonho de recomeçar uma nova
vida, nesta vida. Rogava a Deus que me mostrasse o que a vida deseja de mim. Qual
a minha função no mundo? Eu devo ser muito especial para Deus, para Ele confiar
mais um peso sobre mim. "Deus não dá um fardo maior do que se possa carregar". 

Após a felicidade de reconstruir minha face, desfigurada por um tumor benigno, mas
de alto poder de destruição, acreditando que voltaria a "sorrir com todos os dentes",
fui diagnosticada com um novo tumor na axila direita, desta vez, com forte suspeita
de um tumor maligno, devido as características apresentadas (forma irregular,
retração do tecido). Fui encaminhada diretamente para biópsia, no Hospital do
Câncer, e já agendada para cirurgia, tão logo receba o resultado do material. O
câncer é uma corrida contra o tempo, ainda que seja uma possibilidade.

Então, despertei durante o sono, meio a um conflito espiritual. Estávamos na casa


dela, em meio a uma discussão ferrenha. Ela entrava no quarto, batia a porta,
deixando-me de fora, como diversas vezes o fizera, não queria me ouvir. Eu insistia
aos prantos, quase afônica, dizia-lhe: 

"_ Você nunca me amou! Eu não te perdôo, não por tentar me abortar do seu ventre. Eu
compreendo o seu sofrimento, a sua falta de condição. O que eu não perdôo é por
você tentar me abortar, até hoje, da sua vida. Porque você não me deixou morrer?". 

Orei profundamente, era muito real aquele sentimento de rejeição e mágoa, não
senti medo de nada, nem senti que tivesse alguma presença espiritual malévola em
meu quarto. Apenas, senti um profundo aperto no peito e, parecia perceber a
angústia dela, sua agitação. Angústia de uma alma marcada por muito sofrimento,
mas que não consegue se libertar. Ela não consegue me amar, ou, como minha filha
me disse, não consegue se perdoar. Não foi a primeira vez que tenho este sonho. Eu
vou, muitas vezes, durante o sono, em busca desse entendimento com ela. Mas, ela
fecha-se no quarto. Ela não quer me ouvir.

Senti imensa dor no corpo ao despertar, um cansaço que me acompanhou durante


todo o dia. Evoquei a presença do meu Anjo Amigo, supliquei-lhe o auxílio espiritual.
Que relação pode haver entre meu estado de saúde e o amor dela? Então, uma voz
intuiu-me:

"_ Trata-se de um ajuste de conta. Você precisa perdoar!".

Eu a perdoei desde o momento em que compreendi a sua rejeição por mim, no


ventre, devido as dificuldades financeiras, uma gestação após outra, ainda
amamentando, sem tempo de recuperação emocional e orgânica, e a ausência
paterna, pois que, ele viajava a trabalho, ficando ela com toda a responsabilidade
sobre a prole, apesar de nada justificar ceifar uma vida. Talvez, então, a minha
mágoa seja decorrente de ter perdoado somente a "mãe", porém, não o indivíduo em
toda a sua essência. Ser mãe é uma função. Independente disso, ela é um Espírito
em evolução, com direito a erros e acertos, assim como eu sou, como somos todos
nós que aqui estamos.

O difícil é dissociá-la da função, proveniente da orientação religiosa que recebi


desde a infância, e em outras encarnações, que coloca a mãe em um pedestal,
como um ser sublime, irrepreensível, e, que, é pecado sentir raiva dela e, absolver-me
da culpa, por não ter atingido o seu coração. A maternidade é, sim, sublime, mas, o
Espírito que ocupa aquela função momentânea é um ser errante (em evolução) da
mesma forma aos que estão na função de filhos. É preciso compreender que os
nossos pais são antes nossos irmãos, em Cristo Jesus, e, que, não "são", mas,
"estão" aqui reencarnados com a função de pai, ou, de mãe. Em outro momento,
podem não mais sê-lo. A família é uma grande oportunidade para este resgate, por
isso, devemos abençoa-la.

Quando minha terapeuta, anos atrás, falou-me que não preciso do amor dela para
viver: "_ você não precisa mais de mãe", eu relutei muito em aceitar, e acredito que até
hoje reluto. Compreendo que sou adulta, e respondo por mim, no entanto, ficou um
vazio que nunca foi preenchido. Como a psicóloga colocou, eu tenho facilidade em
perceber ("insight"), mas, uma dificuldade enorme em aceitar. Quem tem dificuldade
de aceitação está sempre esforçando-se em mudar o que não pode ser mudado, e,
com isso, vai se culpando e se autoflagelando o tempo todo. É preciso aprender a
aceitar aquilo que não pode ser mudado, tornar a vida mais branda. A vida pede
menos esforço, menos rigidez, é preciso deixá-la fluir, seguindo o seu próprio curso.

Nós não precismos do amor de ninguém para viver e ser feliz, precisamos, apenas,
amarmo-nos. Não é orgulho, arrogância, ou presunção, como pode parecer à
princípio. E, nem significa que devo ignorar o outro. Aprendemos que precisamos do
outro, que ninguém vive sem o outro, mas, é um conceito equivocado, e acabamos
por esquecer do que somos. Nós somos importantes em nós. Nós "desejamos",
"queremos", ou, "gostaríamos" do outro em nossa vida. Conquanto, esperar ou
desejar não é precisar. O outro é importante para o nosso desenvolvimento, é o
outro quem nos mostra as nossas fraquezas. Porém, esse "precisar" é uma
dependência afetiva, de acordo com os Espíritos Benfeitores, que é parte da nossa
infância espiritual, que precisamos superar para progredir.

É muito difícil compreender que "eu sou eu", e que, "o outro é o outro", e fazer essa
secção, depois que aprendemos a associar com egoísmo esse distanciamento. Na
verdade, não é romper com o outro, mas compreender que existe uma
individualidade natural, que é uma lei da reencarnação, segundo o Livro dos
Espíritos, o Espírito é indivisível. O amor do outro está no outro, é dele. O amor que
sinto por ela, minha mãe, este é meu. O meu amor está em mim. Só eu posso senti-
lo, tê-lo, por mais que eu dedique meu carinho e atenção ao outro, só posso ser
responsável pelo que sinto, não posso cobrar responsabilidade do outro por aquilo
que somente me pertence. O sentimento que me pertence é parte minha.

Quando esse outro é a própria mãe, aí colocamos um peso ainda maior. Talvez,
maior do que ela própria, enquanto Espírito, possa carregar, e, a culpamos e
queremos fazer melhor do que ela nos fez com os nossos filhos, e, com isso,
transferimos a responsabilidade para os nossos filhos. Nós estamos acostumados
a jogar a responsabilidade sobre o outro: " _ se o outro me amar, eu vou ser feliz"; "_
se o outro me perdoar, eu o perdôo". Conquanto, evoluir nos próprios sentimentos é
responsabilidade do Espírito, é uma tarefa individual.

Se o outro não consegue me amar, ou me perdoar, seja, mãe, pai, filho, a


responsabilidade é somente dele. Ninguém dá o que não tem. Eu vou seguir meu
caminho em paz, não tenho poder sobre o sentimento do outro. Não posso mudá-lo
e não devo me sentir culpada por isso, e passar uma vida inteira, ou, até outras
encarnações, buscando mudar o outro, se ele assim não desejar. E, nem mesmo é
responsabilidade minha mudar ninguém. Cada um é responsável por sua própria
mudança. Eu posso até auxiliá-lo com a minha mudança de atitude, mas, não posso
lhe impor o meu sentimento. Não é porque o outro não consegue sentir como eu
sinto que vou deixar de amá-lo, ou, perdoá-lo. A evolução espiritual não é igual para
todos os Espíritos, cada um tem o seu próprio tempo e arbítrio. É preciso seguir em
frente, respeitando este limite. "A mágoa somente envenena a alma de quem a
carrega".

O meu amor é para mim!

Está faltando amor de nós para nós mesmos, o auto-perdão. Jesus mostra a
importância do perdão quando diz: "_ Porque muito amou, os seus pecados lhe foram
perdoados". Só existe perdão porque existe ofensa. Se tivéssemos a pureza de
coração, como nos fala Jesus, não nos melindraríamos com o mal do outro. Aquele
que ofende o outro está doente. Nós não somos "lixeira do universo", como falou
Chico Xavier, para guardar o lixo energético do outro. A mágoa nasce devido ao
nosso orgulho, que nos impede enxergar as nossas imperfeições. É preciso fazer o
autoconhecimento para saber porque sofremos. É através deste conhecimento que
vamos ter mais fé, e, também, mais saúde.

Deus não criou a doença, ela é resultado de nossos atos. Segundo os Benfeitores
Espirituais, muitas delas vêm como forma de educar o Espírito, jamais de puni-lo.
Assim, as doenças são remédios para a nossa evolução. Muitos de nós já trazemos
em nossa programação reencarnatória determinadas deficiências, que
denominamos de expiação, para evitar, muitas vezes, uma queda ainda maior. A
Doutrina Espírita surge como uma doutrina de resignação, para que tendo
conhecimento das causas, possamos tratar dos seus efeitos. Ser gentil consigo
mesmo cura as feridas emocionais e, consequentemente, as doenças de ordem
físicas.

Nutrir ressentimentos é remoer sentimentos antigos. Muita de nossas mágoas são


frutos de vivências passadas, não se instalaram agora, por isso, muito de nossas
doenças físicas são reflexos das feridas latentes na alma. O instinto de
conservação, como nos mostra Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, é a causa de
todo nosso sofrimento. O orgulho, a vaidade, o egoísmo, o medo, a avareza, todos
estes vícios nascem do instinto de conservação, dos primórdios de nossas
existências. Allan Kardec, no livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. 5, vem
mostrar que muitos dos nossos problemas vêm de vidas passadas, mas, que a
maioria surge nesta vida mesmo, surge da nossa intemperança, dos maus
pensamentos, das nossas aflições.

Estudos científicos, hoje, comprovam o que a Espiritualidade há muito tempo vem


mostrando, que muitas doenças graves  como: o câncer, a depressão, a alergia, a
constipação intestinal, entre outras, são causadas por mágoas profundas. Willian
James, psicólogo, filósofo e médico, foi um dos pioneiros da parapsicologia, em
1902, já tratava da influência das emoções, dos pensamentos em nossa saúde.
Atualmente, temos pesquisas científicas de como a mente influencia em nossa
saúde também. A própria medicina, hoje, já tem em sua grade curricular, como
disciplina obrigatória, "Medicina e Espiritualidade". A medicina reconhece que
algumas doenças estão associadas as mágoas, perdas, stress, são as doenças
chamadas psicossomáticas, que relaciona as doenças físicas com a Espiritualidade.

A Doutrina Espírita esclarece sobre a necessidade das enfermidades físicas, para a


perfeição do Espírito. No Livro dos Espíritos, questão 196, Allan Kardec questiona
aos Espíritos Benfeitores: 

"_ Os Espíritos não podendo melhorar-se, senão suportando as tribulações da vida


corporal, seguir-se-ia que a vida material seria uma espécie de cadinho ou depurador,
pelo qual devem passar os seres do mundo para atingirem a perfeição?"

"_ Sim, é bem isso. Eles se melhoram nessas provas, evitando o mal e praticando o
bem. Porém, é só depois de várias encarnações ou depurações sucessivas, num
tempo mais ou menos longo, e sendo seus esforços, que eles atingem o objetivo para
o qual tendem".

André Luis, em sua obra "A vida no mundo Espiritual", psicografada por Chico Xavier,
vai abordar sobre esse tema. Em seu livro "Entre a terra e o céu", ele trás
informações que o corpo físico funciona como "carvão milagroso", como se fosse
um filtro que vai absorver as imperfeições do nosso perispírito, que é o nosso corpo
espiritual, ou "incorruptível". Dessa forma, o corpo físico serve como dreno
energético dessas desarmonias que estamos trazendo desta vida ou de vidas
pretéritas. (NAZARENO FEITOSA: 2012).

O amor é o sentimento puro por natureza, e somente através do amor pode-se obter
a cura. O Espírito Lázaro, no Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, vai
nos dizer que o amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por
excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso
realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos; mais avançado e
corrompido, só tem sensações, mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o
amor é o requinte do sentimento (E. S. E, cap. XI: 8). O amor é o sentimento próprio
dos Espíritos puros, que já se libertaram dos instintos. Nós, como coloca Joanna de
Ângelis, ainda somos todos emoção. Para evoluir é preciso lançar mão dos instintos
e aperfeiçoar os nossos sentimentos.

Jesus nos ensina que é preciso morrer para nascer de novo. "_ Em verdade, em
verdade te digo, que se um homem não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus"
(João: 3). Ninguém deseja morrer porque acredita que morrer significa "perder", e
esse medo de "perder" é nos dado pelo instinto de conservação. No entanto, morrer
não é perder. Morrer é renovar-se. É preciso deixar morrer o velho para nascer o
novo. É preciso matar o orgulho, o egoísmo, a vaidade e todos os velhos vícios para
deixar nascer o homem novo. O instinto de conservação não nos protege, ao
contrário, encarcerá-nos.

Quanto mais presos aos instintos, mais distantes estamos do amor. E, quanto mais
distantes do amor, mais adoecemos, precisando, em alguns casos, para o
aperfeiçoamento do Espírito que estacionou em sofrimento, como nos chama a
atenção o Espírito Calunga/por Luis Gasparetto, morrer o corpo para o Espírito
renascer em outro corpo e prosseguir em sua evolução. Como bem explicitou
Nazareno Feitosa (2012), em sua palestra, o corpo físico é apenas uma roupagem
do Espírito, e Deus, como Pai amoroso, permite a troca de uma roupagem velha por
uma nova, quantas vezes forem preciso, de acordo a necessidade do Espírito.

Agora, diante do diagnóstico, fica a pergunta: _ para que? Os meus compromissos


devem ser inúmeros para Deus me permitir outra enfermidade. Busquei auxílio da
Espiritualidade, no Centro Espírita, que me pediu para não sofrer por antecipação, e
aguardar sair o resultado da biópsia. "_ É preciso ter fé!". 

Devo alertar que além de ter fé, é preciso fazer o autoexame das mamas, nas
mulheres. Eu sempre realizei o preventivo e nenhum deles (mamografia e ultrassom
mamário) acusou qualquer nódulo. Somente descobri, porque, abraçando-me no
banho, percebi uma alteração junto ao escapular (omoplata), que, pela localização
irregular, deixou de início dúvidas entre os médicos. O mastologista do Hospital do
Câncer foi quem confirmou o diagnóstico, e alertou para um estudo neste sentido,
pois, os profissionais de saúde não costumam examinar essa área, que também não
é atingida pelo mamógrafo. Por isso, abracem-se!

Eu não me sinto doente. Neste momento, sinto-me forte, saudável, exaurindo


energia, lúcida de mim, em paz, cheia de projetos, como posso estar com câncer,
uma expiação? Talvez, esta sensação que trago de o Espírito está disposto ao
trabalho enquanto o corpo está doente, venha para confirmar o que a Doutrina
Espírita vem nos revelar, a existência do corpo e do Espírito. O corpo pode perecer,
mas o Espírito permanece ativo. Como afirmam os Espíritos Benfeitores, a doença
vem, muitas vezes, para libertar.

"_ Teu Espírito é tudo; teu corpo é uma veste que apodrece; eis tudo"  (L. E., questão
196).

Eu sinto-me feliz e grata por Deus ter me permitido chegar até aqui. Sei que a
felicidade terrena é relativa e efêmera, mas, estou em estado de graça. A felicidade é
uma opção, uma atitude diante das coisas. É preciso olhar o que se tem em volta, o
que se conquistou, e não o que lhe falta. Eu consegui atendimento de imediato.
Quantas pessoas existem, que nem mesmo foram diagnosticada para iniciar o
tratamento! Ser feliz é sentir-se bem e valorizar as próprias conquistas, foi o que se
pode ter. O que não tem valor, não tem gosto, é vazio. Ninguém nasce gostando,
aprende-se!

Eu acredito no Deus de amor, soberanamente bom e justo. Compreendo que Deus


não permite um mal que não seja para um bem maior, e, apesar de está doendo
muito, eu não me permito lamentar ou remoer, pois, a enfermidade anterior trouxe-
me um pouco mais de compreensão dos Ensinamentos do Cristo, e uma nova visão
sobre a vida, o que me fortaleceu na minha fé. E, a fé para ser proveitosa, como está
no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX: 11, deve ser ativa; não pode
adormecer. Fé é atitude. No mais, Deus revelou-me uma misericórdia tão imensa,
como duvidar do seu amor? A possibilidade de um câncer não deixa de doer, é
verdade, mas, confio e consolo-me nas palavras de Jesus, quando diz:

"_ Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque sou teu Deus; eu te
esforço e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça" (Isaías 40: 11). 

Eu me amo!

Eu estou em Deus e, Deus está em mim!

Que Assim Seja!

Luz e Amor!

"Ora há diversidade
de dons, mas o
Espírito é o mesmo. E
há diversidade de
ministérios, mas o
Senhor é o mesmo. E
há diversidade de
operações, mas é o
mesmo Deus que
opera tudo em todos.
Mas a manifestação
do Espírito é dada a
cada um para o que
for útil. Porque a um Espírito é dada a palavra da sabedoria; e
a outro pelo mesmo Espírito a palavra da ciência; E a outro,
pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro, a operação
de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de
discernir os Espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a
outro a interpretação das línguas. Mas, um só e o mesmo
Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente
a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é um, e
tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
são um só corpo, assim é Cristo também". (N. T. 1 Coríntios
12: 4-12).

"A presença de Jesus no barco não significa que não virá tempestade, e sim a certeza
de que o barco não irá afundar"

Postado por Lena Araujo às 12:17 Um comentário: Links para esta postagem

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