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BRASÍLI
A 2020
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BRASÍLI
A 2020
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RESENHA
O livro de Antônio Carlos da Ponte a qual tem por base esta Resenha é uma a
fruto da tese de doutorado do autor defendida na PUC/SP. Destina-se ao estudo da
inimputabilidade e da semi-imputabilidade, com suas consequentes implicações no campo do
Direito Penal e do Direito Processual Penal.
Este livro destina-se ao estudo da inimputabilidade e da semi-imputabilidade, com
suas conseqüentes implicações no campo do Direito Penal e do Direito Processual Penal.
Abordando conceitos de responsabilidade penal, imputabilidade e culpabilidade.
O estudo da inimputabilidade e da semi-imputabilidade na legislação penal brasileira.
Primeiro e necessário compreender o sentido de imputar significa atribuir a
alguém a responsabilidade de algum ato ou de alguma coisa. No campo do direito penal,
“imputabilidade é a capacidade de a pessoa entender que o fato é ilícito e de agir de acordo
com esse entendimento”(DELMANTO et al, 2000).
Hodiernamente tem-se visto a violência crescer em todos os níveis da sociedade,.
Em face desse fenômeno, cada vez que se noticia um ato infracional reabre-se o debate quanto
à necessidade de reformular a legislação e o código penal brasileiro que data de desde 1940 ,
para diminuir o sentimento de impunidade a qual os onsiderados Inimiputaveis a luz do direito
Penal Brasileiro a qual e relutado na presente obra com fim de submetê-los às sanções que
colocaria sob o alcance da lei penal ao impasse da consonância de uma sentimento de
inimputabilidade que assola a realidade brasileira.
A delinqüência juvenil sempre existiu e é inerente a qualquer sociedade, contudo,
constata-se uma recrudescência deste fenômeno todos os dias, sendo a responsabilidade penal
dos menores alvo de constantes discussões, gerando grande celeuma em nossa sociedade.
Diariamente são nos oferecidos inúmeros exemplos de infrações penais cometidas
por menores, observando serem eles cada vez mais jovens, o que faz com que muitos, diante
de fatos graves noticiados na TV, passem a acreditar na possibilidade de uma reforma
constitucional visando à redução da maioridade penal.
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contida no artigo 228 da Constituição Federal, por se tratar de texto constitucional somente é
admitida a reforma, alteração ou supressão mediante emenda constitucional.
Em relação à inimputabilidade pela idade o Código Penal adotou o critério
biológico. Assim, basta que a pessoa tenha menos de 18 anos na data da conduta para ser
inimputável, sendo irrelevante se tinha pleno discernimento para compreender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
No primeiro caso, há uma presunção legal de que os menores de 18 anos não
possuem capacidade de entendimento para que lhes seja possível imputar um crime, razão
pela qual são julgados conforme as normas do Estatuto da Criança e do Adolescente.
(GRECO, 2007).
Assim, direitos e garantias individuais são aqueles derivados da própria existência
humana e que se colocam acima de toda e qualquer norma, mesmo porque, para alguns
autores, baseiam-se em princípios supraconstitucionais, com o objetivo maior de proporcionar
e assegurar condições de liberdade individual, de sobrevivência e de valorização social.
As polêmicas em torno da definição do limite etário da inimputabilidade existem
em diferentes projetos no Congresso Nacional. Atualmente, busca-se no direito facultativo do
voto dos adolescentes a partir dos 16 anos, a base para a defesa dessa idade como limite penal.
Além desse argumento, os defensores dessa redução alegam que o limite em vigor
foi definido em um período no qual os adolescentes demoravam mais para atingir a
maturidade e não possuíam as condições de formação atuais.
Nesse sentido os adolescentes de hoje possuiriam suficiente discernimento de suas
ações, podendo responder penalmente pelos seus próprios atos a partir dos 16 anos. É óbvio
que vários segmentos colocam-se contra esses argumentos e defendem a não redução da
idade, sendo que parte da fundamentação dos defensores do atual limite etário está nas Regras
das Nações Unidas sobre essa questão.
Os argumentos acima estão sempre ligados a outros, de maior apelo popular.
Como a idéia de inimputabilidade não é de fácil assimilação, sem alguma noção sobre o
assunto, a divulgação de que os menores de 18 anos são inimputáveis sempre foi
acompanhada do discurso de que eles são impunes.
Da mesma forma, não é incomum nos depararmos com pessoas alegando que os
"menores" estão livres para cometerem qualquer tipo de ação sem precisarem se preocupar.
Conforme a regra do art. 26, caput, do Código Penal, verificando-se a
inimputabilidade do agente, deverá ser o mesmo absolvido por ausência de culpabilidade,
aplicando-se-lhe, contudo, sanção penal consistente em medida de segurança (absolvição
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É cediço que a lei penal sujeita seu infrator à penas previamente definidas, com
caráter preventivo e repressivo, variando conforme os tipos legais de crimes, de acordo com
as modalidades previstas na Carta Política, ou seja, privação ou restrição da liberdade, perda
de bens, multa, prestação social alternativa, suspensão ou interdição de direitos, diante disso,
constata-se que a lei penal atinge a esfera da liberdade individual da pessoa e todos os bens
juridicamente tutelados: liberdade, propriedade, privacidade, entre outros, com exceção á
vida, pois não é permitido a pena de morte.
Referências
CUNHA, Rogério S. Manual de Direito Penal: Parte Geral, arts. 1 ao 120. 4. ed. Salvador:
Juspodivm, 2016.
CURY, Munir; SILVA, Antônio Fernando do Amaral; MENDEZ, Emílio Garcia (Coord.).
Estatuto da criança e do adolescente comentado. Comentários Jurídicos e Sociais. 2. ed.
São Paulo: Malheiros Editores Ltda, 1992.
SILVA, Adriana Ferreira. Maioridade Penal aos dezesseis anos de idade: um estudo no
Projeto de lei nº 345/2004. Dissertação (Mestrado em Ciências Criminais) – Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2005.
SOUZA, Artur de Brito Gueiros; JAPIASSÚ, Carlos Eduardo Adriano. Curso de direito
penal: parte geral. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
2012, 200p.
ZAFFARONI, Eugênio Raúl. O inimigo no direito penal. 2ª edição Rio de Janeiro: Revan,
2007.