Você está na página 1de 33

SAÚDE NO SISTEMA PRISIONAL

DISCENTES: VANIA QUEIROZ E DANIELA RODRIGUES


DOCENTE: MSc. Arianna Oliveira Santana Lopes
MARCOS LEGAIS
◦ Declaração Universal dos Direitos Humanos ;
◦ A Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, da qual o Brasil é
signatário.
◦ As Regras Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros da
ONU,
◦ O Protocolo de Istambul 1957;
◦ As Regras de Bangkok das Nações Unidas 2010;
◦ A Convenção Americana de Direitos Humanos 1969/1992.
MARCOS LEGAIS
Duas peças legislativas regulam o sistema prisional:
◦ O código penal (Aplicação de lei);
◦ Lei de execuções penais (LEP):
ØA garantia de bem-estar do condenado;
ØA necessidade de classificação do indivíduo e a
individualização da pena;
ØA assistência necessária dentro do cárcere – e os deveres de
disciplina – durante o cumprimento da pena.
LEP – LEI DE EXECUÇOES PENAIS
Dever do Estado a assistência ao preso, objetivando
prevenir a reincidência no crime e efetivar seu retorno à
sociedade. Com caráter preventivo e curativo, são
previstas especialidades nas áreas da saúde, funcionando
no próprio estabelecimento penal ou em outro
previamente autorizado, bem como a obrigatoriedade da
assistência à mulher, extensiva ao recém-nascido.
COMO FUNCIONAVA ANTES
◦Na maioria de suas prisões, não existiam farmácias nem
havia protocolo de procedimentos específicos em caso de
ocorrência de patologias infectocontagiosas;
◦Não havia atendimento médico emergencial quando
necessário, e não era prestado atendimento pré-natal às
gestantes;
◦Existia distribuição de preservativo apenas em metade
das unidades respondentes;
COMO FUNCIONAVA ANTES
◦ Saúde mental – uma das especialidades com maiores demandas no
sistema , –, a atenção é precária ou inexistente no interior das
unidades prisionais.
◦ o Plano Nacional de Saúde do Sistema Penitenciário – PNSSP
(BRASIL, 2003) :
ØBuscava responder aos seus problemas de saúde, fundamentada
nos princípios do SUS.
ØObjetivo era promover atenção integral à população confinada
em unidades prisionais masculinas e femininas, inclusive nas
psiquiátricas.
DIRETRIZES

• Prestar assistência integral resolutiva,


contínua e de boa qualidade às
necessidades de saúde da população
penitenciária;
• Contribuir para o controle e (ou) a
redução dos agravos mais frequentes que
acometem a população penitenciária;
• Definir e implementar ações e serviços
consoantes com os princípios e as
diretrizes do SUS;
DIRETRIZES

• Proporcionar o estabelecimento de
parcerias por meio do desenvolvimento de
ações intersetoriais;
• Contribuir para a democratização do
conhecimento do processo saúde/doença,
da organização dos serviços e da
produção social da saúde;
• Provocar o reconhecimento da saúde
como um direito da cidadania;
• Estimular o efetivo exercício do controle
social (GOIS et al, 2012, p. 1236).
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
DAS PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NO SISTEMA
PRISIONAL – PNAISP
Objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de
liberdade no sistema prisional ao cuidado integral do
Sistema Único de Saúde.
Instituída Lei EAP ( Equipe de Atenção Psicossocial)
vinculado à PNAISP, com o objetivo de redirecionar os
modelos de atenção à pessoa com transtorno mental em
conflito com a lei .
ATENÇÃO BÁSICA NO SISTEMA PRISIONAL
FUNDAMENTOS E DIRETRIZES

I – Promoção da cidadania e inclusão das pessoas privadas de


liberdade por meio da articulação com diversos setores de
desenvolvimento social, como educação, trabalho e segurança;
II – Atenção integral resolutiva, contínua e de qualidade às
necessidades de saúde da população privada de liberdade do
sistema prisional, com ênfase em atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistências;
III – Controle e/ou redução dos agravos mais frequentes que
acometem a população privada de liberdade do sistema prisional;
ATENÇÃO BÁSICA NO SISTEMA PRISIONAL
FUNDAMENTOS E DIRETRIZES

IV – Respeito a diversidade étnico-racial, às limitações e as


necessidades físicas e mentais especiais, as condições econômicas
sociais, às praticas e concepções culturais e religiosas, ao gênero,
à orientação sexual e a identidade de gênero; e
V – Intersetorialidade para a gestão integrada e racional e para
garantia do direito a saúde.
FINANCIAMENTO

Portaria Interministerial MS/MJ n.o 2.035, de 8 de novembro de 2001, com a


atribuição de formular propostas destinadas a viabilizar a atenção integral à
saúde dessa população, RESOLVEM:
◦ Art. 4.o Determinar que o financiamento das ações de saúde, no âmbito do
Sistema Penitenciário, deverá ser compartilhado entre os órgãos gestores
da saúde e da justiça das esferas de governo.
◦ Art. 5.o Criar o Incentivo para a Atenção à Saúde no Sistema Penitenciário,
cabendo ao Ministério da Saúde financiar o correspondente a 70% do
recurso e ao Ministério da Justiça o correspondente a 30% do recurso.
FUNÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAUDE
I – Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço com o
mais elevado grau de descentralização e capilaridade, cuja
participação no cuidado se faz sempre necessário;
II – Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de
saúde, utilizando diferentes tecnologias de cuidado individual e
coletivo, por meio de uma clinica ampliada, capaz de constituir
vinculo positivos e intervenções clinica e sanitariamente efetivas,
na perspectiva de ampliação na autonomia dos indivíduos e
grupos sociais;
FUNÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À SAUDE
III – Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos
terapêuticos singulares, bem como acompanhar e organizar o
fluxo dos usuários entre os pontos de atenção da RAS;
IV – Ordenar as Redes: reconhecer as necessidades de saúde da
população sob sua responsabilidade, organizando as
necessidades desta população em relação aos outros pontos de
atenção a saúde, contribuindo para que a programação dos
serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários.
REDE DE ATENÇÃO A SAUDE PRISIONAL
CLASSIFICAÇÃO DO SERVIÇO DE SAÚDE DE ACORDO
COM A CAPACIDADE PRISIONAL
EQUIPES DE ATENÇÃO BASICA PRISIONAL
ATRIBUIÇÕES COMUM A TODOS OS PROFISSIONAIS DA
EQUIPE

III - Realizar o cuidado a saúde adscrito, prioritariamente no âmbito da unidade de


saúde e quando necessário na cela e nos demais espaços prisionais;
IV – Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da
população local, bem como as previstas nas prioridades e protocolos locais;
XVII – Realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as
prioridades locais;
XVIII – Realizar ações e atividades de educação sobre o manejo ambientais,
incluindo ações de combates e vetores, especialmente em casos de surtos e
epidemias;
XIX - Orientar a população de maneira geral e a comunidade específico sobre
sintomas , riscos e agentes transmissor de doenças e medidas de prevenção
individual e coletiva;
ATRIBUIÇÕES COMUM A TODOS OS PROFISSIONAIS DA
EQUIPE

XX – Mobilizar a comunidade para desenvolver medias de manejo ambiental e


outras formas de intervenção no ambiente para o controle dos vetores;
XXI – Discutir e planejar de modo articulado e integrado com as equipes de
vigilância ações de controle vetorial;

XXIII – Realizar atendimento inicial utilizando do anexo I nos dez primeiros dias de
aprisionamento oferecendo exames de testagem rápida de HIV, Siflis, Hepatite C,
baciloscópia e exame de raio X para sintomáticos de tuberculose;

XIV - Utilizar Nota Técnica a qual orienta sobre conduta e procedimentos do setor
de saúde frente a casos de tuberculose no sistema prisional.
ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO
I - Realizar atenção à saúde aos indivíduos adultos presos na UBS
prisional ou de referência municipal, quando indicado ou necessário, na
cela e/ou nos demais espaços prisional;
II – Realizar consulta de porta de entrada utilizando o instrumento do
anexo I nos 10 primeiros dias de aprisionamento oferecendo os exames
de testagem rápida de HIV, Sífilis, Hepatite C, baciloscópia e exame de
RX para sintomáticos de tuberculose.
III – Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em
grupo e conforme protocolos ou outras normativas técnicas
estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito
Federal, observadas as disposições legais da profissão, solicitar exames
complementares, prescrever medicações e encaminhar quando
necessário, usuários a outros serviços
ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO
IV – Realizar atividades programadas e de atenção à demanda
espontânea;
V - Planejar, gerenciar e avaliar as ações desenvolvidas pelas pessoas
privadas de liberdade que atuam nos programas de promoção e
prevenção de saúde em conjunto com outros membros da equipe;
VI –Contribuir, participar e realizar atividades de educação permanente
da equipe de enfermagem e de outros membros da equipe;
VII – Participar do gerenciamento dos insumos necessário para o
adequado funcionamento da UBS.
DESAFIOS ATUAIS DA POLÍTICA NACIONAL
(PNAISP):
◦ Aumentar a cobertura assistencial.
◦ Qualificar as intervenções intersetoriais.
◦ Informatizar os serviços, por meio da implantação do novo sistema
de informação da Atenção Básica (estratégia e-SUS AB) para
monitoramento e avaliação permanente dos serviços prestados.
◦ Ofertar processos de educação permanente e continuada para todas
as equipes de atenção básica prisional.
◦ Qualificar a gestão das equipes em processos tripartite e
intersetoriais.
◦ Aprimorar a infraestrutura para o atendimento em saúde.
PRESIDIO NILTON GONÇALVES
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
3 Médicos, sendo: 1 Nutricionista (30 horas
1 Clinico Geral (24 semanais);
horas/semanais), 1 Psicóloga (30 horas semanais);
1 Ginecologista (12 1 Assistente Social (30 horas
horas/semanais), e semanais);
1 Psiquiatra (24 horas/semanais).
1 Farmacêutica (30 horas
2 Enfermeiros (30 horas semanais);
semanais);
1 Aux. Saúde Bucal (30 horas
2 Técnicos de enfermagem (30
semanais).
horas semanais);
PRESIDIO NILTON GONÇALVES
FUNCIONAMENTO DO UNIDADE
Atendimento é feito para a todos os usuários
Estrutura igual de Atenção Básica;
Insumos vem direto de Salvador;
Coord. de Saúde: Alessandra Falcão;
Atendimento ambulatorial e pequenos procedimentos;
Todos que chega faz acolhimento e triagem de doenças crônicas,
passam por todos os setores e assistência jurídica;
Passa pelo clinico e fornecido medicação mensal;
Não tem sala de vacina, nas campanhas é disponibilizado funcionário
para administrar em todos os usuários pela grade;
FUNCIONAMENTO DO UNIDADE
São atendidos algemados e no ginecológico o médico pede que retire;
Identificam os grupos de risco (tuberculose, hanseníase), encaminha
para o centro de tisiologia, não tem como fazer isolamento, mas faz
rastreamento dos comunicantes e todo o tratamento até a cura.
Monitoramento de medicações controladas (Uso de drogas – síndrome
de abstinência; HIV e TB);
Tem serviços de escoltas externas para atendimentos com a rede e
atendimento de urgências (Pronto Socorro ou UPA);
FUNCIONAMENTO DO UNIDADE
Suporte do SAMU;
Acompanhamento de Diabéticos, hipertensos, gestantes;
Projetos (Diabetes, Hipertensão, S. Mulher e Homem, Pré-natal,
Outubro Rosa, Novembro azul, Setembro amarelo):
Palestras;
Rodas de conversas;
Ações de Saúde.
PRESIDIO NILTON GONÇALVES
PRESIDIO NILTON GONÇALVES

Nove detentos do presídio Nilton Gonçalves


Detentos do presidio participam de revisão para
foram certificados pela conclusão do curso de
o ENEM PPI Presos e famílias comemoram Dia das Crianças no
Revestimento de Cerâmica
Presidio Nilton Gonçalves

Ação de combate às Presídio Nilton


Hepatites Virais do Gonçalves recebe
CAAV é realizada no ação social em
Presídio Nilton comemoração ao
Gonçalves mês da mulher
PRESIDIO NILTON GONÇALVES
REFERÊCIAS
Ministério da Saude. Legislação em Saúde no Sistema Prisional. Brasilia – DF, 2014. Disponível em:
http://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/saude-de-todos-nos/saude-no-sistema-prisional/legislacao-e-
documentos-oficiais-saude-no-sistema-prisional/ -
Acesso em 31/10/2019.

Ministério da Saude. Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitênciário. Brasilia – DF, 2005. Disponível em:
http://www.saude.ba.gov.br/atencao-a-saude/saude-de-todos-nos/saude-no-sistema-prisional/legislacao-e-
documentos-oficiais-saude-no-sistema-prisional/ - Acesso em: 31/10/2019

Santa Catarina, Secretaria de Estado da Saúde. Atribuições da Equipe de Saúde no Sistema Prisional. Santa
Catrarina, 2016. Disponível em: http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/atencao-basica/sistema-
prisional/10990-atribuicoes-da-equipe-de-saude-no-sistema-prisional/file - Acesso em: 03/11/2019.

Schimidt, Helen et al. Políticas Públicas e Atenção à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade. Florianópolis-SC
UFSC ,2014. Disponível em:
https://www.google.com/search?client=safari&rls=en&q=Pol%C3%ADticas+Públicas+e+Atenção+à+Saúde+das+
Pessoas+Privadas+de+Liberdade+2019&ie=UTF-8&oe=UTF-8 - Acesso em: 31/10/2019
REFERÊNCIAS

Você também pode gostar