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Heróis do antigo testamento

volume 1 – Adão e Eva

Gordon Lindsay

1. 1. L748a Lindsay, Gordon, 1906-1973. Adão e Eva/ Gordon Lindsay; traduzido por Josué
Ribeiro; Rio de Janeiro: Graça, 2001. 48 p.; 14x21 cm. - (Heróis do Antigo Testamento; vol.
1) ISBN 85-7343-430-9 Tradução de: Adam and Eve. 1. Adão (Personagem bíblico). 2. Eva
(Personagem bíblico). I. Título. II. Série. CDD-222.11
2. 2. va Série heróis do Antigo Testamento Retratos dos personagens notáveis Volume 1
GORDON LINDSAY Traduzido por Josué Ribeiro Editado pela Graça Artes Gráficas e
Editora Ltda. Graça Editorial Rio de Janeiro, 2001 Adão e Eva © Gordon Lindsay, 1983
ORIGINAL: "Adam and Eve" Gordon Lindsay Christ for the Nations, Inc. P. O. Box 769000
Dallas, Texas 75376- 9000 Tradução: Coordenação: Revisão: Original Prova Supervisão
Direção de Arte: Diagramação: Capa: Graça Editorial Design Josué Ribeiro Eber Cocareli
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Uma Martins de Souza Kleber Ribeiro Bruno Vieira Reservados todos os direitos de
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3. 3. SUMÁRIO Capítulo 1 A criação de Adão e Eva......................................................7 Capítulo
2 Tentação e queda de Adão e Eva......................................13 Capítulo 3 Os resultados da
queda......................................................23 Capítulo 4 A árvore da vida no meio do jardim do
Paraíso............31 Capítulo 5 Adão e Eva deixam o jardim do Paraíso.........................35
Capítulo 1 A CRIAÇÃO DE ADÃO E EVA E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e
soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. Génesis 2.7 Deus
insuflou seu próprio ar no homem, tornando-o alma vivente. Ao despertar para a vida, o
homem achou- se em um jardim de beleza indescritível que Deus criara para ele. Apesar de
não se ter a localização geográfica exata do jardim, os nomes dos rios adjacentes são
mencionados e indicam que a área ficava em algum ponto na Baixa Mesopotâmia, na região
onde é hoje o Iraque. É evidente que Deus não criou o homem para uma vida de inatividade,
mas deu-lhe, pelo menos, uma responsabilidade: E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs
no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. Génesis 2.15 O jardim tinha sido plantado por
Deus, mas alguém precisava cultivá-lo e dele cuidar. As árvores precisavam ser podadas e
exigiam outros cuidados, da mesma forma que um agricultor faria hoje, embora não se
mencione que tipo de ferramenta Adão usava. Certamente, não era necessário o uso de
inseticidas; também não havia espinhos nem qualquer espécie de erva daninha infestando o
jardim. Antes da queda e da subsequente maldição da terra, tais coisas não existiam. Cuidar
do Éden, em condições tão favoráveis, só poderia ser um prazer. As várias árvores
produziam seus frutos de acordo com as estações, proporcionando a Adão e Eva uma
alimentação variada e equilibrada durante todo o ano. 7 Adão e Eva O clima, sempre ameno
e refrescante, mudava brandamente a cada nova estação (Gn 1.14). Não havia tempestades.
Não havia chuva; um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra (Gn 2.6). O
anoitecer, referido como a viração do dia, contrastava com o calor da tarde como ainda hoje.
Naquele
4. 4. momento de frescor, Deus visitava Adão. Sem dúvida, era durante essas visitas de fim de
tarde que Deus fazia com que os animais passassem diante de Adão, para este ver como
lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda alma vivente, isso foi o seu nome (Gn
2.19). É interessante notar que, desde o princípio, Deus permitiu que Adão tivesse uma certa
iniciativa. O homem deveria possuir um alto nível de inteligência para ser capaz de dar
nomes apropriados a centenas, ou talvez até milhares de espécies. Esses nomes,
provavelmente, tinham uma certa relação com a natureza e as características de cada
criatura. Note que, quando Adão deu nome à sua noiva, apropriadamente, chamou-a de Eva,
ou doadora de vida, porquanto ela era a mãe de todos os viventes (Gn 3.20). O fato de existir
uma variedade grande de espécies de animais indica que Adão levou um tempo considerável
para terminar essa tarefa. Embora Adão estivesse tendo momentos interessantes e
agradáveis no jardim, ao longo das semanas e dos meses, ele começou a sentir necessidade
de companhia, alguém de sua própria espécie, pois, havia percebido que todos os animais
tinham sua companheira, mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como
diante dele (Gn 2.20). A criação de Eva Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado
sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu
lugar. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a
Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e A criação de Adão e Eva carne da
minha carne, esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o
varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E
ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam. Génesis 2.21-25
Deus disse: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como
diante dele (Gn 2.18). Certamente, Deus sabia que o homem era uma criatura social; viver
solitário é algo contrário à sua natureza. No coração humano há emoções intensas, as quais
só podem ser expressas na vida familiar. A mulher, do modo como Deus a criou,
corresponde à outra metade do homem e ambos completam um ao outro. Como foi
mencionado anteriormente, Adão percebeu que tinha necessidade de uma companheira.
Dentre todos os animais que havia visto e nomeado, não encontrou um sequer que fosse
igual a ele. Adão se certificou de que os animais não tinham o poder de falar (é verdade que
mais tarde a serpente falou com Eva - para o seu desgosto - só que, na verdade, não foi
propriamente o animal, mas Satanás). O homem percebeu também que todos os animais
andavam apoiados sobre quatro patas e não assumiam a posição ereta, a posição de
dignidade do ser humano. Chegou o tempo em que Deus daria uma ajudadora a Adão. O
Senhor poderia ter criado a mulher na mesma época em que criou o homem, mas Ele tinha
um propósito para tal demora: o homem precisava viver um tempo como solteiro, antes de
assumir a responsabilidade de ter uma esposa. Foi sábio esperar até que a necessidade de
uma companheira fosse sentida pelo homem. Quando essa necessidade foi despertada em
Adão, Deus o fez adormecer profundamente, em preparação para a delicada operação de
tirar uma noiva do lado do seu corpo. E bem provável que o sono de Adão tenha sido
ocasionado com o mesmo propósito da utilização dos anestésicos, os quais são usados nos
dias de hoje: o de evitar sofrimento e desconforto. Deus tirou uma costela (pelo original 9
Adão e Eva hebraico a melhor tradução é lado) de Adão, enquanto este estava inconsciente.
Quanto ou o que exatamente foi tirado dele não sabemos.
5. 5. Obviamente, Deus poderia ter criado Eva da mesma maneira que criara Adão; só que o
homem não poderia ter dito: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne (v.
23). Ela era uma varoa porque fora tirada de um varão. O fato de Eva ter sido criada a partir
do corpo de Adão nos faz traçar um paralelo entre Cristo e Sua Igreja. Assim como Eva fora
tirada de Adão, a Igreja de Cristo foi extraída do seu lado ferido. Da mesma maneira que a
carne foi posteriormente fechada, também a carne de Cristo foi curada, e Ele ressuscitou
para tornar-Se a Cabeça da Igreja. Em Efésios, Paulo menciona essa passagem de Génesis.
Ele cita Eva sendo tirada do corpo de Adão, como uma figura de Cristo e a Igreja, dizendo:
Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da Igreja (Ef 5.32). Génesis
2.24 mostra como o homem e a mulher tornam-se um no casamento. Tendo sido feitos um
para o outro, não atingiriam toda a plenitude do que Deus idealizou para eles, até que
estivessem juntos. O casamento é muito mais do que um contrato civil; é uma instituição
divina. Edith Dean, em seu livro AU the women of the Bible [Todas as mulheres da Bíblia],
diz: No relato de Génesis, Eva é elevada a uma beleza etérea e a uma dignidade elevada.
Como um grande escultor faz uma linda figura no mármore, [...] ela é geralmente retratada,
tanto pelo artista como pelo poeta, com cabelos dourados brilhantes, com uma face que
expressa amor celestial e uma forma forte e imortal. Todas as grandes épocas na vida de
uma mulher, seu casamento e maternidade, são apresentadas em toda sua plenitude no
relato sobre Eva em Génesis. Também a família, com todas as suas alegrias e pesares,
passa a existir com Eva no centro. Em Eva, todas as questões mais fundamentais da vida,
como 10 A criação de Adão e Eva nascimento, morte, mesmo o pecado e a tentação, são
mostradas nas dimensões humanas. Como veremos mais adiante, depois que Deus
apresentou a Adão sua noiva, o efeito sobre ele foi extraordinário. Seu amor por Eva foi tão
grande que - dizemos com tristeza - prejudicou sua lealdade a Deus. O domínio do homem
sobre a Terra Deus deu Sua bênção especial tanto para o homem quanto para a mulher.
Notamos que o Senhor, depois de os haver criado, deu-lhes domínio sobre a Terra. E disse
Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre
os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre
todo réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem a sua imagem; a imagem de
Deus o criou; macho e fêmea os criou. Génesis 1.26,27 Com base nos versículos acima,
vemos que o plano divino visualizava um destino elevado para Adão, Eva e seus
descendentes. O homem, criado à imagem de Deus, tinha um maravilhoso papel diante de
si, envolvendo possibilidades quase ilimitadas. Ele deveria ter domínio sobre toda a Terra.
Isso significava que como vice-regente da criação, deveria "sujeitar" o mudo e colocá-lo sob
o seu domínio. Além disso, Deus ordenou ao homem e à mulher que frutificassem, se
multiplicassem e enchessem a Terra. No momento em que Adão pecou, ele não apenas
perdeu seu domínio, como também, aparentemente, transferiu-o para Satanás. Isso pode ser
visto no incidente em que Cristo foi tentado pelo diabo. Satanás chamou a atenção do
Senhor para o fato de que os reinos do mundo foram dados a ele. E o diabo, levando-o a um
alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos do mundo. E disse-lhe o
diabo: Dar-te-ei a ti 11
6. 6. Adão e Eva todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem
quero. Lucas 4.5, 6 Cristo, é claro, rejeitou a tentação por meio de Sua obediência à vontade
divina. No final, reconquistou esse domínio, do qual Adão fora despojado por sua
desobediência a Deus. Voltemos aos acontecimentos do jardim do Éden. Até aquele
momento, tudo transcorria bem. Eva, a ajudadora de Adão, linda, fascinante e adorável,
encheu seu cálice de alegria até transbordá-lo. Sua graça e charme peculiares eram uma
fragrância na vida de Adão, proporcionando-lhe um regozijo com o qual ele em tempo algum
havia sonhado. Ao anoitecer, na viração do dia, o Senhor Deus se encontrava com Adão e
Eva em um momento de comunhão. Havia muitas coisas misteriosas para eles que
suscitavam inúmeras perguntas a fazer. Cremos que Deus os ensinava, como um pai ensina
seu filho. Ele lhes falava sobre seu destino elevado e que tinham sido criados à Sua própria
imagem. Naquele momento, Adão e sua ajudadora eram os zeladores do jardim, do qual
deviam cuidar e se ocupar, visto que posteriormente, eles e seus filhos assumiriam o domínio
de toda a Terra. Então, Deus lhes falou algo de suma importância. Disse-lhes que lhes havia
concedido todos os frutos do jardim como alimento, exceto os frutos de uma árvore. Era a
árvore da ciência do bem e do mal, a qual Ele reservara para Si mesmo. Alertou-os
solenemente para não comerem daquele fruto. Caso o fizessem, teriam a morte como
castigo. Infelizmente, no auge de toda aquela alegria, a ordem de Deus seria desrespeitada.
Como consequência, os dois seriam expulsos do paraíso. A coisa mais trágica a respeito
disso tudo era que a culpa seria inteiramente deles. 12 Capítulo 2 TENTAÇÃO E QUEDA DE
ADÃO E EVA Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o
Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de
toda a árvore do jardim? Génesis 3.1 Já vimos que Adão deu nome a todos os animais do
campo - nomes que, sem dúvida, refletiam de alguma maneira a natureza e o caráter de
cada um. A um dos animais ele chamou serpente, devido à sua sagacidade e sutileza. Essas
características não devem ser consideradas negativas, porque depois que Deus criou os
animais, Ele olhou Sua obra e viu que era boa. E fez Deus as bestas-feras da terra [...] e viu
Deus que era bom (Gn 1.25). Logo, naquela época, a serpente não era a criatura repulsiva
que conhecemos em nossos dias. Consequentemente, concluímos que um outro espírito
havia entrado na serpente e agia por meio dela para enganar a mulher. Era Satanás. O fato
de que foi o diabo quem enganou Eva é confirmado e dado como certo em toda a Bíblia.
Jesus disse que o diabo é homicida e mentiroso desde o princípio. Vós tendes por pai ao
diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não
se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que
lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. João 8.44 O Apóstolo Paulo fala sobre a
serpente seduzindo Eva por meio da sutileza (2 Co 11.3). Depois declara que o próprio
Satanás se transfigura em anjo de luz (v. 14), evidentemente, referindo-se à tentação de Eva.
Apocalipse 20.1,2 identifica claramente a serpente como Satanás: a antiga serpente, que é o
13
7. 7. Adão e Eva diabo. Sabemos também que Satanás e os demónios subordinados a ele, em
algumas circunstâncias, têm o poder de apossar-se de corpos humanos ou mesmo de
animais. Temos um incidente na Bíblia, no qual uma legião de demónios foi expulsa de um
homem que vivia pelos sepulcros. Após serem expulsos, os demónios entraram em uma
manada de porcos (Mc 5.12,13). Sabemos que Satanás, também chamado Lúcifer, em certa
época, foi um ser perfeito e sem pecado. Lemos sobre sua queda em Isaías 14.12-14 e em
Ezequiel 28.11-19. Em tais passagens, vemos que o diabo se tornou orgulhoso e procurou
exaltar-se acima das estrelas de Deus. Aparentemente, Lúcifer cobiçou a posição que foi
dada a Cristo; quando viu que de modo algum isso seria possível, rebelou-se e arrastou a
terça parte dos anjos consigo (Ap 12.3,4). Como já afirmamos anteriormente, a serpente, na
qual o diabo entrou, não deve ser imaginada como o réptil rastejante que conhecemos hoje.
Isso aconteceu como resultado da maldição que a serpente recebeu de Deus (Gn 3.14).
Normalmente, os artistas ilustram a tentação de Eva por meio da figura de uma cobra
enrolada ao redor do tronco de uma árvore, olhando maliciosamente para a mulher. Essa,
certamente, não era a verdadeira forma da serpente na época da primeira tentação.
Provavelmente, ela possuía beleza incomum, antes de ser amaldiçoada e obrigada a mover-
se, arrastando-se sobre o próprio ventre. É estranho que a ONU (Organização das Nações
Unidas), logo depois de fundada, ao procurar um símbolo para sua organização oficial de
saúde, tenha escolhido justamente o emblema de Esculápio, o deus da cura, uma serpente
enrolada em uma vara! Esculápio era adorado pelo povo de Pérgamo, cidade onde Jesus
disse estar o trono de Satanás (Ap 2.12). A ONU (que imprime o emblema da serpente em
seus selos 14 Tentação e queda de Adão e Eva postais) se identifica, involuntariamente, com
esse personagem satânico. Estaríamos indo além da esfera do estudo de Adão e Eva, se
entrássemos na discussão sobre o porquê de Deus ter permitido que Satanás incorporasse
na serpente, ou o motivo pelo qual o inimigo foi autorizado a tentar a mulher. Certamente,
todas as criaturas que recebem livre-arbítrio devem ser testadas. Devemos supor também
que o diabo entrou no jardim do Éden sob a vontade permissiva de Deus. Satanás, em sua
malévola oposição ao Senhor, faz continuamente a acusação de que Suas criaturas somente
servem a Deus pelo que podem conseguir dEle (Jó 1.6-12; 2.1-7). Porventura, teme Jó a
Deus debalde? Porventura, não o cercaste tu de bens? (Jó 1.9b;10a). Para estabelecer um
reino eterno, seria necessário que Deus não incluísse nele elementos que se rebelassem
contra Sua autoridade e buscassem subvertê-lo, como fez Satanás. Isso só podia ser evitado
se o Senhor permitisse que cada homem fosse testado. Portanto, sem dúvida, Satanás
entrou no jardim do Éden como parte do conselho predeterminado e da presciência de Deus
(At 15.18). Seria necessário que o problema do mal fosse tratado no plano de Deus, em favor
da humanidade. A fé na bondade de Deus nos leva a crer que Ele escolheu o plano mais
sábio ao criar a humanidade e ao trazê-la a um relacionamento eterno e feliz com Ele. A
serpente fala com Eva Surge mais uma questão. Por quais meios a serpente falou com a
mulher? Não existe evidência alguma que nos leve a crer que a serpente, de modo geral,
tinha a capacidade de falar. Foi Satanás, incorporado na serpente, que falou com Eva.
Evidentemente, isso foi feito da mesma maneira que, atualmente, espíritos tomam posse de
médiuns e falam por meio deles. Eva não pareceu surpresa ao ouvir a serpente 15
8. 8. Adão e Eva falar. Por ter sido formada depois de Adão, ela não tinha a mesma experiência
que ele. Como uma criança, a cada dia experimentava novas maravilhas. Quando a serpente
começou a falar, sua graça e sutileza fizeram com que parecesse um anjo de luz aos olhos
de Eva (2 Co 11.3,14). O plano de Satanás para seduzir a mulher foi astutamente elaborado
e executado de forma refinada. Aquela era sua oportunidade suprema para macular a
criação de Deus, introduzindo o pecado e, assim, reforçando seu argumento de que não há
quem sirva a Deus sem querer algo em troca; se a recompensa for grande o suficiente, a
pessoa seguirá sempre os próprios interesses. A ideia de amor, devoção e gratidão como
base para servir a Deus é repelente ao coração maligno de Satanás. Como bom estrategista
que é, o diabo começou a colocar seu plano em execução. Em primeiro lugar, viu que não
seria sábio dirigir o ataque contra Adão, por este ser mais experiente. Também por esse
motivo, não poderia atacar a mulher enquanto ela estivesse na companhia do marido. Ele
teria de esperar uma ocasião oportuna, quando ela estivesse sozinha e próxima da árvore da
ciência do bem e do mal. Além disso, estava claro que ele não poderia falhar na primeira
tentativa, porque Adão e Eva estariam prevenidos e a oportunidade, quem sabe, perdida
para sempre. Assim, Satanás esperou pacientemente o momento adequado para agir. O
diabo não estava enganado em seus cálculos. Sem dúvida, Adão já havia mostrado a árvore
da ciência do bem e do mal para Eva. Adão já teria explicado a ela que podiam comer o fruto
de qualquer outra árvore do jardim, mas naquela árvore não deveriam mexer, senão
morreriam. Em 1 Timóteo 2.14, Paulo diz especificamente que Adão não foi enganado. Ele
entendia totalmente o perigo e o castigo, e certamente explicou isso a Eva. 16 Tentação e
queda de Adão e Eva Adão, entretanto, não percebeu o fascínio peculiar que a árvore
exercia sobre sua companheira. O perigo exerce uma misteriosa atração sobre certas
pessoas. Algumas, por exemplo, têm de evitar lugares altos, senão são atraídas por um
estranho magnetismo para a beira do precipício. Eva pode ter proposto em seu coração que,
quando tivesse oportunidade, visitaria secretamente o local onde a árvore se encontrava, no
meio do jardim, para tentar descobrir qual era o segredo ali contido. Por que o fruto não
poderia ser comido? Seria venenoso? Tudo o que Eva sabia era que tanto o seu marido
quanto o Senhor Deus haviam-lhe avisado que, se comessem daquele fruto, morreriam.
Talvez, se ela fosse visitar a árvore, pudesse descobrir por si mesma o segredo do seu poder
misterioso. Não sabemos quanto tempo Eva ficou contemplando a árvore. Subitamente,
contudo, sua divagação foi interrompida por um visitante que falou com ela em um tom de
voz agradável e bem-modulado. Passado o primeiro momento de surpresa, descobriu que
estava atraída por aquele que se dirigia a ela. A bela criatura parecia conhecer seus
pensamentos; ela abrira a conversa com essas palavras: É assim que Deus disse: Não
comereis de toda a árvore do jardim? (Gn 3.1b). Foi uma pergunta extremamente astuta. O
diabo tomou precauções para não alarmar, nem assustar Eva; assim, colocou a pergunta em
termos ambíguos. Ele a estava testando, reconhecendo o terreno. Era seu primeiro tiro, em
uma campanha de engano e falsidade, a qual, desde então, tem levado adiante contra a
humanidade. A pergunta de Satanás, elaborada de maneira esperta, poderia ser interpretada
de várias maneiras. O diabo queria saber como Eva teria interpretado aquela pergunta
capciosa. Fora isso exatamente o que Deus desejaria dizer: eles não deveriam comer de
árvore alguma? Isso, certamente, não seria atitude de alguém tão bom e amoroso. Talvez
Eva não tivesse compreendido corretamente a ordenança do Pai celestial, e Satanás, como
um anjo de
9. 9. luz, tentaria ajudá-la 17 Adão e Eva a entender a verdadeira interpretação (a serpente
ainda fala da mesma maneira para aqueles que nela acreditam: Deus é bom e generoso
demais para permitir que qualquer pessoa se perca). Talvez Eva fosse mais longe,
permitindo ao diabo lançar dúvidas sobre a bondade de Deus. Sua declaração, não comereis
de toda a árvore do jardim (Gn 3.1b) - se fora do contexto de toda a história da tentação do
homem -, pode significar que, na verdade, Deus não queria que eles comessem de árvore
alguma. A mulher, contudo, deu a resposta correta: eles podiam comer frutos de qualquer
árvore, exceto os de uma: E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim
comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis
dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Génesis 3.2,3 A atenção de Eva estava na
árvore da ciência do bem e do mal, a qual logo se tornou para ela e seu esposo a árvore da
morte. Alguns criticam Eva por ter dito que não deveria simplesmente tocar no fruto, pelo fato
de Deus não tê-los proibido disso. Tal ponto de vista, contudo, tem pouco a seu favor, pois,
se Eva não tivesse tocado no fruto, nunca o teria comido. A mulher não teria o que ganhar
tocando o fruto ou mesmo chegando perto da árvore. É sempre aconselhável deixar a
tentação o mais distante possível de nossa vida. De qualquer maneira, Satanás percebeu
que tinha semeado uma dúvida na mente de Eva e seguiu adiante com essa vantagem. Em
seguida, ele fez uma declaração ousada. Displicentemente, o diabo disse à mulher que
aquilo que Deus havia dito a respeito da árvore não era verdade, e acrescentou ainda que,
caso eles comessem do fruto, com certeza não iriam morrer. O inimigo exagerou nas
vantagens e minimizou as consequências: Então, a serpente disse à mulher: Certamente não
morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos,
e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. Génesis 3.4,5 18 Tentação e queda de Adão e
Eva A morte fora descartada. Será que a mulher cairia naquela grande mentira? O diabo
tinha enfatizado dois pontos em sua mentira: primeiro, assegurou a impunidade a Eva, se ela
comesse o fruto; segundo, apresentou uma razão plausível pela qual Deus não queria que
eles comessem o fruto - assim que eles comessem, teriam seus olhos abertos e seriam
como deuses. De fato, o argumento de Satanás era uma mistura curiosa de verdade e
mentira. Em um certo sentido, os olhos de Adão e Eva realmente lhes seriam abertos para o
bem e o mal, mas o diabo os fez entender que, provando do fruto, eles obteriam muito
conhecimento. Em outras palavras, eles teriam a sabedoria de um deus. Basil Atkinson, em
seu livro Pocket commentary of Génesis [Pequeno comentário de Génesis], afirma: A
serpente estava sugerindo para a mulher o mesmo pensamento perverso que tinha entrado
em seu próprio coração e que causara sua queda (Is 14.14): conhecer o bem e o mal; isso
também literalmente é verdade, mas o conhecimento significava algo bem diferente do que a
serpente sugerira. Deus conhece o mal apenas para abominá-lo. O homem inocente só
poderia conhecer o mal, participando dele e depois perecendo por causa dele.
Decididamente, o diabo acusou o Senhor de mentiroso. Disse que Deus não queria que
provassem do fruto, simplesmente porque dessa forma, Adão e Eva, tal como Ele, seriam
deuses. Segundo o pensamento de Satanás, não seria injusto da parte de Deus privá-los
desse conhecimento? O diabo havia feito a proposta, porém, aguardava o resultado.
10. 10. Note a situação em que Eva se encontrava: tinha diante de si seu arquiinimigo, fazendo
pose de bom amigo, mas na verdade, buscando sua destruição. Ela podia ter escolhido
rejeitar a sugestão, porém, infelizmente, Eva não lhe deu as costas. Mesmo assim, ainda
daria para ela voltar atrás, se Eva tivesse agido rapidamente, pois, os últimos segundos da
oportunidade de escapar da catástrofe estavam esgotando-se. 19 Adão e Eva Então
aconteceu: em vez de resistir à tentação, Eva olhou para trás, viu o fruto da árvore e, de
repente, aquela oferta tornara-se irresistível. Em 1 João 2.16 vemos as três fases da
tentação: Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. Esse fragmento do versículo nos
aponta a concupiscência da carne: Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer
(Gn 3.6a). O homem é um ser trino: corpo, alma e espírito; logo, poderá vir a ser tentado em
qualquer um desses três aspectos do seu ser. Poderá, assim como aconteceu com Eva, ser
tentado na esfera dos apetites do corpo. E fácil observarmos que muitas pessoas são
escravizadas dessa maneira. O alcoólatra, por exemplo, é escravizado pela bebida; o
fumante, pela nicotina; o viciado, pelas drogas, e o libertino, pela sensualidade. Todas essas
coisas são tentações do corpo. E agradável aos olhos (Gn 3.6). Essa é a concupiscência dos
olhos. Essa tentação afeta a alma do ser humano. O homem rico disse à própria alma: Alma,
tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga (Lc 12.19).
Essa perspectiva de abundância terrena era agradável para os pensamentos do rico, embora
tivesse apenas poucas horas de vida e não soubesse disso. E árvore desejável para dar
entendimento (Gn 3.6). Essa tentação corresponde à soberba da vida e atormenta o espírito,
fazendo-o sentir uma ambição mundana, e ainda um grande desejo por fama. E interessante
notarmos que Cristo, o segundo Adão, enquanto estava no monte, foi tentado de maneira
semelhante (Lc 4.1-13): Primeiro, o diabo tentou-O na esfera física. Se tu és o Filho de Deus,
dize a esta pedra que se transforme em pão (v. 3). Jesus rejeitou a tentação. Ele não
transformaria pedra em pão para o diabo. 20 Tentação e queda de Adão e Eva Depois, o
inimigo mostrou a Jesus todos os reinos do mundo e a glória deles. Tudo aquilo seria dEle,
se apenas o adorasse. Essa era a tentação do espírito - uma oferta fundamentada na
ambição humana. A seguir, o diabo disse para Jesus atirar-se do pináculo do templo,
provando assim ser o Filho de Deus. Esse era um apelo à alma. Realizar um ato heróico
diante do povo! Tal demonstração de poder receberia os aplausos e conquistaria a
admiração das pessoas! Isso provaria que Ele realmente era quem dizia ser - o Filho de
Deus. Jesus, é claro, rejeitou todas as tentações do diabo, e venceu em áreas, nas quais
Adão e Eva haviam sido derrotados: nas tentações do corpo, alma e espírito. A queda de
Adão e Eva O momento final da tentação chegara. Movida pelo trágico impulso, Eva
estendeu a mão, apanhou o fruto, experimentou-o e o ato irreversível estava feito.
Provavelmente, o diabo ainda a acalmava dizendo: "Está vendo? Nada aconteceu. O fruto é
bom. Você não morreu". Naquele momento, para Eva talvez tenha parecido que o fato de ter
comido daquele fruto, não surtira qualquer efeito maléfico em sua vida; tudo estava bem,
como a serpente havia
11. 11. garantido. A mulher, aliviada, voltou para junto do marido. Vamos reconstituir a cena que
se seguiu, quando Eva se encontrou com Adão. Que momento doloroso deve ter sido
descobrir o que a esposa tinha feito. Ele nem por um momento se enganou com respeito ao
significado do ato. Alguns não interpretam assim e dizem que, na verdade, Adão foi iludido,
tal como Eva; entretanto, tendo em vista a clara afirmação bíblica de que Adão não foi
enganado (1 Tm 2.14a), não cremos que tal interpretação seja aceitável. Adão amava
profundamente sua esposa. Eva, vindo dire-tamente das mãos do Criador, devia ser
extremamente bonita. 21 Adão e Eva Uma vez que ela era a única companhia humana que
Adão tinha, é compreensível que tivesse um lugar tão precioso em seu coração, a ponto de
ele julgar impossível desistir dela. Existem pessoas, hoje em dia, que ficam tão apaixonadas
que parece que nada mais importa. Alguns amantes têm até feito pacto de suicídio. O ato de
Eva era irreversível. Adão sabia que a perderia para sempre, a menos que também a
acompanhasse em seu ato. Ele chegou a uma trágica decisão. Não a deixaria.
Silenciosamente, tomou o fruto que ela lhe oferecia. Em um instante, ele também o tinha
comido e a queda do primeiro casal humano tornava-se história. Conforme havia falado a
serpente, os olhos deles foram abertos, não para exaltá-los, torná-los seres angelicais ou
deuses, como Eva imaginara; pelo contrário, tornaram-se conscientes de um sentimento de
culpa e vergonha. Quando a plena compreensão do terrível ato veio sobre eles, correram e
se esconderam entre as árvores do jardim. 22 Capítulo 3 OS RESULTADOS DA QUEDA £
ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam. Génesis 2.25
Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas
de figueira, e fizeram para si aventais. Génesis 3.7 Paulo disse que o corpo humano é o
templo do Espírito Santo (1 Co 6.19,20). Assim, Adão e Eva, nossos primeiros pais, foram
criados para serem esse templo. Muitos séculos mais tarde, Deus permitiu que Salomão
construísse um templo feito por mãos, dentro do qual a shekiná, a glória de Deus habitou.
Quando, entretanto, a obra redentora de Deus se completou, por meio de Cristo, o Espírito
Santo voltou a habitar no templo que não era feito por mãos. É interessante notar o ponto de
vista de muitos expositores da Bíblia que dizem que a shekiná (a glória de Deus) cobria os
corpos de Adão e Eva. Eles afirmam que todos os animais e aves têm uma cobertura
protetora. Daí, argumentam que Deus cobrira Adão e Eva com um véu de glória, até que
pecaram. Se realmente Adão e Eva haviam sido cobertos por um véu de glória, então,
certamente, o resultado inicial da desobediência deles foi o de tomarem consciência de que
estavam nus, e que essa nudez física era a expressão de um coração culpado, que agora
estava também nu diante de Deus. Adão e Eva, ao perceberem que estavam nus, fizeram
coberturas com folhas de figueira entrelaçadas. Essa tentativa de se vestirem com a própria
justiça é o que os pecadores têm feito desde os dias de Adão. Os judeus tentaram
providenciar essa cobertura com as obras da lei. Os gentios, com seus rituais religiosos
12. 12. 23 Adão e Eva de um ou outro tipo; buscaram todos, por meio dos esforços humanos,
aliviar uma consciência culpada; contudo, como o profeta Isaías disse, todos nós somos
como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia (Is 64.6a). Ao anoitecer
daquele dia fatídico, o impacto total das atitudes de Adão e Eva veio sobre eles. Chegou o
momento em que o Senhor se encontrava com eles para a comunhão diária. Adão e Eva,
que sempre recebiam Sua aproximação com alegria, na ocasião, esconderam-se dEle - de
fato, um esforço tolo. Isso representa a mobilização inútil do pecador para esconder-se de
Deus. A Bíblia dá uma visão dos pecadores, no grande Dia do Juízo, clamando às rochas e
montanhas para que caiam sobre eles e os escondam dAquele que está assentado no trono
(Ap 6.16). O Senhor chama Adão, dizendo: Onde estás? (Gn 3.9). Adão responde: Ouvi a tua
voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me (v. 10). Deus não chamou Adão
para fazer-lhe perguntas, pois Ele sabia onde Adão estava. Aquele foi um chamado de
compaixão e tem relação com a primeira pergunta que foi feita no Novo Testamento: Onde
está aquele que é nascido rei dos judeus? (Mt 2.2a). Esse é o reverso da questão - o homem
perguntando por Deus. A pergunta que Deus fez só poderia ser respondida com uma
confissão de culpa por parte de Adão e Eva. A resposta deles, contudo, não foi uma
confissão verdadeira, foi uma evasiva, uma tentativa de jogar a culpa em outra pessoa. Adão
confessa, dizendo: FM temi. Basil Atkinson faz uma sensível análise da situação de Adão e a
compara com a situação do pecador: O caso do pecador hoje é o mesmo. Ele fica cego
quanto à real natureza do próprio pecado e embora seja consciente de que algo está errado,
seu pecado lhe parece muito mais leve do que é na realidade e sua condição muito menos
grave. Além disso, a resposta de Adão, como a de todos os pecadores, 24 Os resultados da
queda evita o ponto central da questão. Ele aponta para os sintomas; em consequência,
evita mencionar sua atitude pecaminosa. Em seu coração, ele sabia que tinha comido do
fruto da árvore e insensatamente esperava conseguir manter esse fato fora do conhecimento
de Deus. Em resposta à explicação irrelevante de Adão, Deus o leva de volta ao ponto.
Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não
comesses? (Gn 3.11). Agora Adão mostra que, na realidade, é um covarde. É comum
àqueles que quebram a lei, quando se vêem acuados no canto, tentarem jogar a culpa em
outra pessoa. Adão não foi exceção. Primeiro, ele culpa o próprio Deus: A mulher que me
deste por companheira [...] (Gn 3.12). Em outras palavras: "Se Tu não me tivesses concedido
aquela mulher, eu não teria pecado". Depois, também culpa a esposa, dizendo: Ela me deu
da árvore, e comi (Gn 3.12). Essas foram desculpas muito fracas de Adão. Tão fracas que
Deus nem se dignou a dar uma resposta. Em vez disso, Ele Se voltou para Eva para ver o
que ela tinha a dizer. Pobre Eva! Que mulher diferente ela era naquele momento, depois
daquela tarde em que se deixou seduzir pela serpente e até mesmo participou da obra
maligna do diabo, seduzindo seu marido. Agora só podia encolher-se aterrorizada e passar a
culpa adiante, respondendo temerosa: A serpente me enganou, e eu comi (Gn 3.13b). O
Senhor Deus não fez pergunta alguma à serpente. Satanás, há muito tempo, já ultrapassara
o ponto da pos- sibilidade de redenção. Qualquer pergunta que tivesse de ser dirigida a ele,
já teria sido feita antes. Pelo contrário, Deus pronunciou a condenação da serpente.
13. 13. O pacto adâmico O tempo da inocência tinha acabado e a dispensação da consciência
estava começando! Deus, a partir de então, 25 Adão e Eva relacionou as condições, nas
quais o homem caído deveria viver - condições que continuam e continuarão adiante, até o
fim, até o momento em que a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a
liberdade da glória dos filhos de Deus (Rm 8.21b). Nos sete itens que se seguem,
analisaremos o que aconteceu com Adão e Eva, bem como com a serpente nos momentos
que sucederam a queda do homem. 1. Juízo sobre a serpente Então, o Senhor Deus disse à
serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os
animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida.
Génesis 3.14 Deus primeiramente pronunciou seu juízo sobre a serpente, instrumento de
Satanás, a qual se tornou um réptil venenoso, repulsivo e rastejante a partir daquele
momento. A serpente é uma ilustração dos efeitos da maldição. Primordialmente, a serpente
era uma criatura bonita e, por isso, captara a admiração de Eva. Era a criatura mais próxima
do homem no jardim. Logo após a queda do homem, ela foi degradada para ser o animal
mais insignificante da Terra: Sobre o teu ventre andarás (Gn 3.14b). Em um certo sentido,
uma maldição veio sobre toda a criação, pois a morte passou a ser a condenação para todos
os seres. Contudo, a serpente foi amaldiçoada mais do que todos os outros. Apesar disso, de
uma maneira estranha, a serpente tornou-se uma figura de Cristo, que tomou a maldição
sobre si e foi feito pecado por nós (Ap 21.5-9; Jo 3.14,15; 2 Co 5.21). 2. A promessa do
Redentor E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta
te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. Génesis 3.15 26 Os resultados da queda
Essas palavras foram dirigidas a Satanás, embora indubitavelmente na presença de Adão e
Eva. Notamos que, por meio dessas palavras, Deus ilustra o Seu grande amor e bondade em
favor da humanidade. Apesar de Adão e Eva serem culpados, Deus não os condena; pelo
contrário, começa a mostrar-lhes o Seu grande plano da redenção. Tendo pronunciado o
castigo sobre a serpente, a qual, corno já foi falado, tornar-se-ia um réptil rastejante, o
Senhor também declarou a condenação da criatura, que foi o verdadeiro responsável pela
sedução de Eva, isto é, o diabo. Satanás que, anteriormente, já era uma criatura caída,
tornou-se, naquele momento, totalmente um derrotado. A expressão a semente da mulher (v.
15) antecipa o nascimento virginal de Cristo que, em Seu dia, esmagaria completamente a
cabeça da serpente. Haveria inimizade entre a semente de Eva e a semente da serpente -
não a inimizade pessoal do justo pelo ímpio, mas uma incompatibilidade de pontos de vista e
de maneiras de viver. Por outro lado, Satanás iria ferir o calcanhar dAquele que o esmagaria.
O diabo teria permissão para afligir a humanidade de Cristo e promover a perseguição sobre
Seus seguidores. Génesis 3.15 retrata a primeira das grandes profecias messiânicas, a qual
foi um grande raio de esperança, concedido a Eva naquele dia negro. 3. A mudança no
estado de Eva
14. 14. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás
filhos; e o teu desejo será vara o teu marido, e ele te dominará. Génesis 3.16 Devido ao
pecado que cometeu, Eva iria experimentar mudanças em sua vida em três aspectos. O
primeiro estava relacionado às dores do parto, as quais seriam intensificadas, pois sua
maternidade estaria ligada à tristeza. O segundo diz respeito à angústia que sentiria durante
a 27 Adão e Eva gravidez. Tanto a gestação como o parto serviriam de testemunho da queda
do homem, um sinal de que nem tudo estava bera, e um chamado para o arrependimento e a
conversão. O terceiro aspecto relaciona-se à sujeição da mulher a seu marido. Como a Bíblia
ensina, o homem deve ser o cabeça do lar, não com intuito de governar a mulher de maneira
brutal, característica dos países pagãos, tampouco para tratá-la como se fosse gado, mas
para amá-la como Cristo amou a Igreja. De qualquer forma, o homem deveria ser o cabeça
da mulher. A revolta feminista que presenciamos nos dias de hoje é somente mais um
vestígio de que nossa civilização caminha para a destruição. 4. A terra é amaldiçoada
Maldita é a terra por causa de ti (Gn 3.17b). Agora, toda a terra estava debaixo da maldição.
No jardim do Éden, não cresceu mais grama. Agora, espinhos nocivos e ervas daninhas
cresciam por toda parte. A serpente foi amaldiçoada e, em um grau menor, os outros animais
adquiriram uma natureza malévola. Animais predadores rondariam pelas florestas, atacando
uns aos outros. Insetos herbívoros devorariam as plantações dos agricultores. Até mesmo o
clima seria afetado: tempestades, tornados, furacões, enchentes, terremotos e outros
desastres assolariam, periodicamente, a Terra. Em muitas áreas, o verão seria quente
demais e em outras, o inverno frio demais. O salmista diz: Todos os fundamentos da terra
vacilam (SI 82.5b). 5. A tristeza da vida Como resultado de todas essas transformações, a
humanidade enfrentaria tristezas inevitáveis. Haveria sofrimento pelas privações, pela morte
de entes queridos, por desapontamentos e mesmo pela traição daqueles nos quais
confiamos. Pense na tristeza que Adão e Eva experimentaram na perda do 28 Os resultados
da queda filho, Abel, morto pelo próprio irmão Caim. Que preço amargo eles pagaram pelo
seu ato de desobediência! Quão pouco entenderam sobre as consequências terríveis que o
pecado traria para sua vida. 6. Sobrevivência árdua Embora tenha sido Eva quem trouxe o
pecado ao mundo, Adão ouviu sua mulher e, por isso, tinha sua parcela de culpa. Do
momento de sua queda em diante, Adão teria de trabalhar duro a fim de adquirir seu pão
pelo suor do seu rosto. A partir daquele instante, ele deveria labutar para arrancar do solo
seu sustento e garantir sua sobrevivência! 7. Morte física Conforme Deus alertara, a morte
seria o castigo da desobediência. Não somente a morte física, mas também a morte
espiritual também ocorreria, tornando necessária a redenção do homem, a operação do novo
nascimento. Falaremos mais sobre esse assunto no próximo capítulo. A promessa de
Génesis 3.15, de uma certa forma, fala de redenção e, junto com a redenção, a esperança
da vitória final e da abolição da morte. O homem foi expulso do paraíso, mas antes de tomar
tal atitude, Deus precisou vesti-los.
15. 15. Efez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles e os vestiu. Génesis 3.21
Com base no versículo acima, vemos a primeira grande verdade da redenção - o homem, em
seu estado caído, está espiritualmente nu e precisa ser vestido. Sua cobertura shekiná se
fora. Adão e Eva fizeram uma tentativa de se cobrirem com aventais de folhas de figueira.
Descobrindo que seus esforços eram completamente inúteis, esconderam- se entre as
árvores do jardim. O esforço humano de cobrir-se com a própria justiça é sempre
insuficiente. Deus teve de fazer túnicas de peles 29 Adão e Eva para Adão e Eva. Foi preciso
a morte de um animal e o derramamento de sangue. E sem derramamento de sangue não há
remissão (Hb 9.22b). As túnicas, as quais Deus providenciou, representaram uma figura da
justiça de Cristo. Deus não só matou o animal, mas também apresentou as vestes para Adão
e Eva. Como diz Basil Atkinson: Ele providencia o Cordeiro, sacrifica-o à custa de um infinito
preço, confecciona as túnicas e veste Seu povo, não ficando satisfeito até que eles estejam
completos em Cristo, tendo perfeito acesso e plena aceitação. Sem dúvida, foi esse
acontecimento que marcou a origem do sacrifício. Praticado por Abel, prevaleceu através das
gerações até o advento de Cristo, de quem todos os sacrifícios eram apenas uma figura. 30
Capítulo 4 A ÁRVORE DA VIDA NO MEIO DO JARDIM DO PARAÍSO E o Senhor Deus fez
brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio
do jardim, e a árvore da ciência do bem edo mal. Génesis 2.9 Então, disse o Senhor Deus:
Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, pois, para que não
estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente, o Senhor
Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado. E,
havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada
inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida. Génesis 3.22-24
Foi permitido ao homem comer dos frutos de todas as árvores do jardim do Éden, com
exceção do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Isso significa que o fruto da árvore
da vida também estava à disposição! De fato, a árvore estava nas proximidades,
aparentemente não sendo nem notada (Gn 2.9), enquanto Eva conversava com a serpente.
Daí, concluímos que era intenção de Deus que o homem vivesse eternamente. Também nos
parece que Deus antecipou e previu a queda da humanidade e, portanto, fez uma provisão,
por meio da qual o homem pudesse ser salvo de seu pecado e da consequente morte. Deus
havia deixado muito claro a Adão e Eva que não deveriam comer do fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás
(Gn 2.17b). 31 Adão e Eva Alguns críticos têm tentado mostrar que o castigo incluído nesse
aviso, na verdade, não aconteceu. Adão e Eva, em vez de morrerem no dia em que
desobedeceram, ainda viveram por mais de 900 anos. Adão, conforme somos
16. 16. informados, só morreu com a idade de 930 anos (Gn 5.5). Na realidade, o aviso cumpriu-
se exatamente como Deus dissera. Existem dois tipos de dias nos registros bíblicos - o dia
do homem, de 24 horas, e o dia de Deus, de mil anos. Porque mil anos são aos teus olhos
como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite Salmo 90.4 Mas, amados, não
ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia. 2
Pedro 3.8 Na realidade, existem dois tipos principais de morte que o homem experimenta:
morte espiritual e morte física. A primeira é muito mais séria. O homem morre espiritualmente
em ofensas e pecados (Ef 2.1). A morte espiritual é o estado do homem natural, não-
regenerado. Dessa forma, o homem está alienado da vida de Deus. Após a morte do corpo
físico, a morte espiritual torna-se um estado de separação eterna de Deus. Ela atinge seu
clímax na segunda morte, depois do julgamento do grande trono branco (Ap 20.6,14). A
declaração de Deus para Adão e Eva cumpriu-se nos dois sentidos. No dia em que eles
desobedeceram, morreram espiritualmente; foram cortados, separados da vida de Deus e
precisavam de redenção. Na verdade, eles mesmos, conscientes da culpa e da sua condição
caída, correram e se esconderam de Deus. Isso aconteceu no mesmo dia em que
desobedeceram. O dia do homem tem duração de 24 horas, enquanto o dia de Deus tem mil
anos. Todos os homens que já viveram sobre a Terra, morreram dentro do limite de mil anos
(com exceção dos casos especiais de Elias e Enoque). Adão morreu com a idade de 930
anos. Metusalém, que teve a vida mais longa de 32 A árvore da vida no meio do jardim do
Paraíso que se tem registro, viveu 969 anos. Todos os homens, portanto, têm morrido
fisicamente dentro do limite do dia de Deus. Adão e Eva também morreram espiritualmente,
no mesmo dia de 24 horas em que pecaram. Deus havia recomendado a Adão e Eva que
eles provassem de todas as árvores do jardim, com exceção da árvore do conhecimento do
bem e do mal. Por isso, entendemos que o casal tinha livre acesso à árvore da vida. Embora
a Bíblia nos informe que a árvore da vida estava plantada no meio do jardim do Éden, não
diz se a localização era conhecida de Adão e Eva. Se Eva comeu o fruto proibido, comeria o
fruto da árvore da vida, caso soubesse onde esta se encontrava. No decorrer do tempo, se
Adão e Eva tivessem permanecido no Éden, eles descobririam a árvore da vida, comeriam o
seu fruto e receberiam a imortalidade. Esse, certamente, seria o plano de Deus para eles, se
não tivessem pecado. Entretanto, a mão que não pôde resistir de apanhar o fruto do
conhecimento do bem e do mal, teve de ser impedida de apropriar-se do fruto da árvore da
vida. Se o homem pudesse tê-lo feito, o castigo da morte seria anulado. O homem viveria
eternamente em seu corpo físico e mortal - uma perspectiva terrível! Setenta ou oitenta anos
de pecado normalmente satisfazem completamente o apetite do pecador, deixando-o
ansioso e apressado por receber o perdão. Para uma pessoa perversa, entregue às
emoções negativas do ódio, da impureza, ira, inveja e maldade, existir em um corpo físico no
qual tais emoções impuras permanecem para sempre, certamente seria um castigo maior do
que ele poderia suportar. É um ato de misericórdia que a morte faça descer a cortina e
coloque um fim nesse tipo de existência corrompida. O jardim do Éden não poderia mais ser
o lar de Adão e Eva. Eles foram obrigados a abandonar o jardim, onde crescia a árvore da
vida. Para guardar o caminho até a árvore, 33
17. 17. Adão e Eva Deus colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e uma espada
inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida (Gn 3.24b). Esses
seres angelicais, chamados querubins, também são mencionados no primeiro capítulo de
Ezequiel. A Bíblia indica que eles flanqueiam e sustentam o trono de Deus e, como alguém
disse, eles têm a ver com a defesa da santidade de Deus, contra o orgulho presunçoso do
homem pecador. Aquele, com certeza, foi um dia muito triste, quando Adão e Eva foram
obrigados a deixar o jardim do Éden. Eles tinham vivido em um paraíso preparado pelo
Senhor. Não havia enfermidade, tristeza, dor nem sofrimento! Subitamente, toda aquele
cenário mudou: por causa da desobediência, foram lançados fora do paraíso, para garantir a
existência por meio do suor do rosto. Adão e Eva teriam de extrair sua sobrevivência de uma
terra relutante, amaldiçoada, a qual, a partir do pecado do homem, produziria espinhos e
ervas daninhas. Os sofrimentos da gravidez e do parto aguardavam Eva. O casal teria o
coração partido por causa de um filho que se tornaria culpado de fratricídio. Ainda, no final da
vida, ficariam estirados sobre a terra e seus corpos voltariam para o pó de onde foram
tirados. Que castigo a ser pago por um ato de desobediência! 34 Capítulo 5 ADÃO E EVA
DEIXAM O JARDIM DO PARAÍSO Que momento trágico deve ter sido para Adão e Eva a
primeira noite fora do paraíso! Todo o impacto da sua grande perda recaía sobre o casal
cheio de culpa. Aquele dia tinha começado repleto de promessas e esperanças, como todos
os dias anteriores no jardim do Éden. O céu estava limpo, sem nuvem. Não havia coisa
alguma que lhes servisse de presságio dos trágicos acontecimentos que ocorreriam tão
rapidamente. Naquela circunstância, com tempo para refletir, toda a extensão da calamidade
abateu-se sobre eles com uma força paralisante. Que remorso terrível eles compartilharam
naquela noite, quando perceberam o tamanho do mal que lhes sobreveio, principalmente
porque tomaram consciência de que facilmente poderiam ter evitado todo aquele sofrimento.
Por que Eva não se afastou do inimigo, que lançava dúvidas sobre a veracidade da Palavra
de Deus? Como ela pôde parar para ouvir as perversas sugestões da serpente e ser atraída
para um ato cujas consequências já lhe tinham sido claramente explicadas? O que dizer do
seu marido, que a amava mais que a própria vida e tinha escolhido compartilhar seu destino
para não perdê-la, apesar de conhecer as tristes consequências? Tudo isso não seria um
pesadelo, do qual certamente eles acordariam? Nos assim chamados Livros esquecidos do
Éden, temos uma descrição de Adão e Eva deixando o paraíso. Não cremos que tais
registros sejam autênticos, nem que sejam inspirados; 35 Adão e Eva mas, como foram
escritos há milhares de anos, revela-nos uma ideia das tradições concernentes a esse
evento: Quando, porém, Adão e Eva saíram do jardim, pisaram em solo desconhecido.
Quando chegaram ao portão e viram a terra que se estendia a perder de vista diante deles,
coberta de pedras grandes, pequenas e areia, temeram e estremeceram, caindo com o rosto
em terra, por causa do medo que veio sobre eles; ficaram caídos como mortos. Até aquele
momento, tinham vivido em um jardim lindamente ornamentado com todos os tipos de
árvores, e agora se viam em uma terra estranha e desconhecida para eles, a qual jamais
tinham visto. Até aquele momento, gozavam da graça de uma natureza brilhante, e seus
corações não se tinham voltado para as coisas terrenas. Deus, entretanto, teve misericórdia
deles. Quando os viu prostrados diante do portão do jardim, enviou Sua Palavra a Adão e
Eva e os levantou do seu estado caído. Deus disse a Adão: "Tenho ordenado dias e anos na
Terra; você e sua semente habitarão e viverão nela até que os dias e
18. 18. anos sejam cumpridos; quando Eu enviar a Palavra que criou vocês, contra a qual
transgrediram, a Palavra que os fez sair do jardim e os levantou quando estavam caídos.
Sim, essa mesma Palavra os salvará novamente, quando os cinco dias e meio estiverem
cumpridos". Quando, entretanto, Adão ouviu essas Palavras de Deus e ouviu sobre os cinco
dias e meio, não entendeu o sentido delas. Porque Adão pensou que haveria apenas cinco
dias e meio de vida para ele até o fim do mundo. Adão chorou e orou, pedindo a Deus que
explicasse. Deus, então, em Sua misericórdia por Adão, criado à Sua imagem e semelhança,
explicou- lhe de que se tratava de 5.500 anos, e viria Aquele que salvaria tanto a ele como
sua descendência. Antes disso, porém, Deus já tinha feito esse pacto com nosso pai, nos
mesmos termos, antes de ele sair do jardim, quando estava perto da árvore da qual Eva
tomara o fruto e lhe dera para comer. Quando nosso pai deixou o jardim, passou pela árvore
e viu como Deus tinha mudado sua aparência e como ela tinha secado. E quando viu isso,
Adão temeu, tremeu e caiu por terra; mas Deus em Sua misericórdia o 36 Adão e Eva
deixam o jardim do Paraíso levantou e, então, fez esse pacto com ele. Novamente, quando
estavam no portão do jardim, viram o querubim com a espada flamejante na mão, o qual
lançou-lhes um olhar irado. Adão e Eva ficaram com medo, pensando que o querubim iria
matá-los. Assim, caíram sobre o rosto e tremeram de medo; porém, o querubim teve pena
deles e mostrou-lhes misericórdia; e vol-tando-se, retirou-se para o céu [Os livros esquecidos
do Éden, cap.2e3]. Havia apenas uma luz brilhando no meio de toda aquela escuridão. Era a
Palavra do Senhor com a promessa de que um dia a semente da mulher destruiria a
serpente. Aquela escura e longa noite passou, e um Sol sem alegria se levantou, lançando
seus raios sobre o casal, terminando assim a noite de agonia e insónia. Na direção oeste,
Adão e Eva podiam ver as árvores do Éden, seu antigo lar, movendo-se suavemente com a
brisa da manhã. A espada flamejante na entrada, contudo, lembrava-os duramente que
nunca mais poderiam voltar para lá. O paraíso estava perdido para sempre. Daquele instante
em diante, deveriam fazer o melhor que pudessem, ajustando-se da melhor maneira à nova
situação. Apesar de expulsos do paraíso, a providência de Deus não os abandonara
totalmente. Havia outras árvores fora do Éden. Deus não havia feito qualquer proibição com
relação àquelas árvores. Adão e Eva, de alguma maneira, deveriam prosseguir com a vida. A
história de Caim e Abel Não muito tempo depois de terem abandonado o Éden, Eva
descobriu que esperava um bebé. No tempo determinado, ela deu à luz um filho, no qual
colocou o nome de Caim. Em sua alegre expectativa quanto às possibilidades daquela nova
vida, ela exclamou: Alcancei do Senhor um varão (Gn 4.1b). O nascimento daquele bebé
deve ter sido uma experiência maravilhosa para o casal. Ele representava o primeiro sinal do
37 Adão e Eva cumprimento da promessa de que algum dia Deus enviaria o Redentor. Que
esperanças Eva não deve ter alimentado, enquanto olhava para o rosto do seu pequeno
filho, o qual era o primeiro bebé nascido no mundo! Como aquela mulher poderia imaginar
que, um dia, Caim iria assassinar o próprio irmão em uma explosão de raiva? Pouco tempo
depois, ela deu à luz outro filho, ao qual chamou Abel. Quando os garotos se tornaram
adultos, escolheram ocupações diferentes. Caim tornou-se agricultor; enquanto Abel cuidava
dos rebanhos de ovelhas. A pergunta é: o que aconteceu que resultou no fato do primogénito
desse mundo tornar-se um assassino? Seria possível reconstituirmos os acontecimentos
para darmos uma resposta lógica a essa pergunta? A história de Caim e Abel é o relato de
uma estranha rivalidade entre irmãos. Vemos em Caim, o mais velho, uma vontade forte e
determinada, e muito orgulho. A rivalidade entre os dois irmãos atingiu seu ponto máximo de
ebulição quando foram apresentar suas ofertas diante de Deus. Caim ignorou as instruções
claras e estava decidido a
19. 19. trazer as primícias das colheitas, em lugar das primícias do rebanho. Quando Deus não
aceitou sua oferta, ele foi ferido em seu orgulho. Uma admoestação por parte do seu irmão
Abel não ajudou e causou uma troca de palavras iradas. A contenda entre os dois tornou-se
tão aguda que Caim, descontrolado e com muita fúria, levantou-se e feriu o irmão com
tamanha violência que o matou. O primeiro homem a nascer no mundo tornou-se, dessa
maneira, o primeiro assassino. Ele também seria o pai de uma civilização ímpia - aquela a
qual seria destruída 1600 anos mais tarde nas águas do grande dilúvio. Vamos verificar as
informações que a Bíblia nos dá sobre esse filho obstinado de Adão, que foi a primeira
pessoa a nascer no mundo. 38 Adão e Eva deixam o jardim do Paraíso 1. A teimosia de
Caim Caim era religioso, mas queria estabelecer suas próprias regras. Estava disposto a
oferecer o sacrifício a Deus, se pudesse fazer isso à sua própria maneira. Assim, trouxe uma
oferta composta pelas primícias dos frutos. A terra, entretanto, tinha sido amaldiçoada (Gn
3.17) e, por essa razão, seus frutos não poderiam ser aceitos em oferta a Deus. Apesar
disso, Caim determinou fazer as coisas à sua própria maneira, desrespeitando esse fato.
Abel, por outro lado, trouxe uma oferta das primícias do rebanho. Pela fé, Abel ofereceu a
Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando
Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala. Hebreus 11.4 Foi
assim que a oferta de Caim foi rejeitada, enquanto que a de Abel foi aceita. 2. Caim ficou
irado com Deus Não sabemos como Deus demonstrou que a oferta de Abel fora aceita, mas
algum sinal ocorreu. Talvez tenha caído fogo do céu e consumido tal sacrifício. De qualquer
forma, a Bíblia diz: Mas para Caim e para a sua oferta não atentou (Gn 4.5a). O fato de Deus
não se ter agradado da oferta de Caim, deixou-o extremamente zangado. É interessante
lembrar-se da referência que o apóstolo João fez sobre Caim: Porque esta é a mensagem
que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era
do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram
más, easdeseu irmão, justas. 1 João 3.11,12 Apesar disso, Deus, em Sua misericórdia, ainda
tentou argumentar com Caim. Pelo fato de ser o primogénito sobre a Terra, parece-nos que
Deus tinha uma graça especial para com ele. Deus lhe assegurou que também seria aceito,
se procedesse corretamente. 39 Adão e Eva E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E
por que descaiu o teu semblante? Se bem fizeres, não hverá aceitação para ti? E, se não
fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás.
Génesis 4.6,7 Essa admoestação de Deus deveria ter feito com que Caim mudasse sua
atitude e seu humor; poderia tê-lo encorajado a preparar sua oferta de maneira aceitável aos
olhos de Deus. No entanto, não foi o que aconteceu. Caim dirigiu palavras duras a seu irmão
sobre o assunto e não demonstrou intenção de submeter-se. Aparentemente, Caim sentiu
que seria vergonhoso ceder naquele momento. Deus chamou a atenção de Caim, dizendo
que o pecado jaz a porta (v. 7). A palavra no hebraico para pecado é a mesma para oferta
pelo pecado, indicando a relação entre as duas coisas. A oferta de Caim tinha sido uma
rejeição ao plano divino. Mesmo assim, Deus deu-lhe outra chance e lhe disse para trazer a
oferta apropriada. Nada poderia ter
20. 20. privado Caim da bênção de Deus, exceto sua própria vontade e teimosia. Caim, contudo,
não se preocupou em agir de acordo com a vontade de Deus. Em sua rivalidade contra seu
irmão, não tinha intenção de sucumbir. Estava totalmente determinado. Na atitude de Caim,
percebemos a extrema maldade do pecado. O pecador está determinado a seguir por seu
próprio caminho, sem importar-se com as consequências vindouras. 3. Caim assassina Abel,
seu irmão E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se
levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. Génesis 4.8 Em vez de arrepender-se,
Caim procurou Abel, zangado, com o espírito endurecido e determinado. Seu irmão, referido
na Bíblia como o justo Abel (Mt 23.35), ficou firme e defendeu a concepção de Deus a
respeito de como deve ser o sacrifício. 40 Adão e Eva deixam o jardim do Paraíso O
temperamento de Caim, o qual já estava perturbado há um tempo, levou-o a perder
totalmente a noção de como deveria agir. João diz que Caim era do maligno. Tendo-se
entregado ao mal, Caim era um canal para a operação do poder de Satanás, como
igualmente acontecia com Saul: todas as vezes que o espírito maligno vinha sobre ele, este
tentava assassinar Davi (1 Sm 18.10,11). Em uma explosão de raiva, Caim atingiu seu irmão
com um golpe violento, deixando-o caído no chão, mortalmente ferido. 4. Caim mentiu para
Deus E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu
guardador do meu irmão? Génesis 4.9 Algumas vezes, quando um homem comete um
homicídio em um momento de ira, durante uma discussão, depois que percebe a gravidade
do crime que cometeu, sente-se totalmente oprimido. Fustigado pelo remorso, ele se entrega
à justiça, consciente de que deve pagar por seu crime. Mais frequentemente, porém, o
homicida começa imediatamente a planejar como cobrir e esconder as provas que o
incriminam. Ele tenta manter a polícia afastada e foge da cena do crime o mais rápido que
pode. Se for preso, começa a declarar que é inocente. Caim estava incluído nessa última
categoria. Deus lhe perguntara onde estava Abel. Em sua rebelião, Caim não demonstrou
qualquer respeito por Deus. Sua resposta foi desafiadora: "Eu não sei. Não sou babá do meu
irmão". A despeito de sua atitude, Deus interrompeu suas mentiras e o denunciou, dizendo-
lhe que o sangue de Abel clamava da terra. 5. Caim tornou-se um errante E agora maldito és
tu desde a terra, que abriu a sua boca para receber da tua mão o sangue do teu irmão.
Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra.
Génesis 4.11,12 41 Adão e Eva A seguir, Deus disse a Caim que ele seria fugitivo e
condenado a ficar vagando pela Terra. Finalmente, Caim despertou para as consequências
do seu crime. Ele não havia demonstrado piedade por Abel. Em vez do prazer e da alegria
por ter um irmão com o qual poderia compartilhar o mundo, considerou melhor ceder às suas
paixões e matar o único irmão. Caim não demonstrou remorso até o momento em que sua
vida começou a correr risco. Foi então, muito veemente em sua defesa:
21. 21. Então, disse Caim ao Senhor: E maior a minha maldade que a que possa ser perdoada.
Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e
errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará. Génesis 4.13,14 6. Caim
estabeleceu uma civilização ímpia Em resposta ao pedido de Caim por misericórdia, Deus
lhe põe uma marca, para que não o ferisse qualquer que o achasse (Gn 4.15b). E saiu Caim
de diante da face do Senhor (Gn 4.16a). Ao que parece, ele nunca deu muito valor para o
relacionamento e a comunhão com Deus. Infelizmente, em uma atitude atrevida e
desafiadora, mentiu para Deus e foi até mesmo rude nas respostas que Lhe deu. Depois de
sair da presença de Deus, Caim foi para a terra de Node. Naquela região, ele edificou uma
cidade e estabeleceu a primeira civilização. Tal civilização teve como base o materialismo. A
indústria floresceu com o uso do ferro e do cobre; as artes eram promovidas; e a harpa e o
órgão foram inventados por um dos descendentes de Caim (Gn 4.21,22). Lameque, o sexto
depois de Caim, introduziu a poligamia. Ele também foi um assassino. Como Caim, Lameque
tentou justificar seu crime. O fato de que sua vítima era um jovem é uma forte indicação de
que se tratou de um crime passional. Lameque declarou-se inocente, alegando legítima
defesa; 42 Adão e Eva deixam o jardim do Paraíso porém, sua bigamia pode muito bem
estar relacionada com esse crime (Gn 4.23,24). E quanto a Adão e Eva? Como Eva deve ter
ficado com o coração amargurado ao saber das coisas terríveis que haviam acontecido! Ela,
realmente, pode ter ficado com o coração partido. De que forma, contudo, poderia esperar
que as coisas melhorassem? Quando foi tentada, ela escolheu acreditar na serpente, em vez
de crer em Deus. Preferiu aceitar a versão da serpente de que Deus não era justo e não se
podia confiar na Sua integridade. Por meio de um ato deliberado, ela trouxera o pecado ao
mundo. Agora, seu primogénito tinha cometido assassinato. Abel estava morto. Caim, porém,
fugira da presença de Deus, para uma terra distante. Como Eva deve ter sofrido! Ainda
assim, em Sua graça, Deus deu-lhe outro filho chamado Sete. Ouvimos, então, as últimas
palavras registradas vindas dos lábios de Eva: Porque Deus me deu outra semente em lugar
de Abel; porquanto Caim o matou (Gn 4.25b). Assim, Eva foi confortada com o nascimento
de Sete. Por meio da sua linhagem, o Redentor - Aquele que esmagaria a cabeça da
serpente - levantar-se-ia. Adão viveu até os 930 anos de idade (Gn 5.5). Talvez Eva tenha
vivido mais ou menos até essa idade. Sendo assim, os dois teriam testemunhado o
desenvolvimento da civilização ímpia de Caim. Presenciaram a rápida degeneração de seus
descendentes. Como Caim, assim também seus descendentes eram inclinados à violência. A
imaginação dos seus corações era má, continuamente. E viu o Senhor que a maldade do
homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu
coração era só má continuamente. Génesis 6.5 Sem dúvida, Adão e sua esposa lembravam-
se, muitas vezes, dos seus dias no jardim do Éden. Lembravam-se com 43 Adão e Eva
grande tristeza de como se submeteram à serpente. Ano após ano, podiam ver o que o
mundo estava colhendo como consequência do ato deles. Infelizmente, porém, o ato uma
vez feito, não pôde mais ser desfeito. Adão e Eva viveram para ver Enoque
22. 22. Quando Adão tinha 622 anos de idade, um evento maravilhoso aconteceu. Nasceu uma
criança cujo nome era Enoque. Ele foi o sétimo depois de Adão. A princípio, até onde
sabemos, não havia nada de especial com aquele garoto. Com o passar do tempo, contudo,
ficou claro que a mão de Deus estava sobre Enoque, como não havia acontecido com outro
homem. E andou Enoque com Deus (Gn 5.24a). Deus outorgou a esse homem um poderoso
ministério profético. Ele alertou o mundo antediluviano que o juízo se aproximava: E destes
profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com
milhares de seus santos, para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os
ímpios, por todas as suas obras de impiedade que impiamente cometeram e por todas as
duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. Judas 1.14,15 Enoque
demonstrou ser um homem que não tinha medo de repreender a impiedade do seu tempo.
Ele pregou sobre o juízo do dilúvio que se aproximava e mesmo sobre o advento do grande
Redentor, a semente da mulher, prometida a Eva. Enoque deve ter ido muitas vezes à casa
de Adão e Eva, pois Adão continuava vivo durante quase toda a vida de Enoque, antes deste
ser transladado. Sem dúvida, Enoque ouviu Eva repetir muitas vezes o que o Senhor dissera
sobre a vinda do Redentor. E muito provável que esse "neto do neto do seu neto" tenha
confortado o coração de Eva na sua velhice. Ela e seu marido não viveram para testemunhar
como Deus tomou Enoque para Si, mas viveram o bastante para saber que Deus manteria
44 Adão e Eva deixam o jardim do Paraíso Sua promessa. Em alguma ocasião, eles e todos
os seus descendentes teriam uma outra chance de entrar no paraíso de Deus e ter acesso à
árvore da vida. Série Heróis do Antigo Testamento Gordon Lindsay Adão e Eva - vol. 1
Enoque e Noé: Patriarcas do dilúvio - vol. 2 Abraão: o amigo de Deus - vol. 3 Ló e sua
esposa - vol. 4 Isaque e Rebeca - vol. 5 Jacó, o enganador que se tornou um príncipe com
Deus - vol. 6 Jacó e seu filho José - vol. 7 José e seus irmãos - vol. 8 Moisés, o libertador -
vol. 9 Moisés, o legislador - vol. 10 Moisés: a igreja no deserto - vol. 11
23. 23. Moisés e seus contemporâneos - vol. 12 Josué: o conquistador de Canaã - vol. 13
Gideão e os primeiros juízes - vol. 14 Jefté e Sansão - vol. 15 Rute, a respigadeira e o
menino Samuel - vol.16 O profeta Samuel - vol. 17 Saul, primeiro rei de Israel - vol. 18 Saul e
Jônata - vol. 19 O jovem Davi - vol. 20 Davi alcança o reino - vol. 21 Davi: colhendo
tempestades - vol. 22 46 Os últimos dias de Davi - vol. 23 Salomão e Roboão - vol. 24 Os
primeiros reis de Judá - vol. 25 Os primeiros reis de Israel - vol. 26 Elias: o profeta do
turbilhão - vol. 27 Elias: o homem que não morreu - vol. 28 Eliseu: aquele que recebeu
porção dobrada - vol. 29 Eliseu: o profeta do sobrenatural - vol. 30 A revolução e suas
consequências - vol. 31 Declínio e queda de Israel e Judá - vol. 32 Esdras e Neemias: o
retorno da Babilónia - vol. 33 Isaías: o profeta messiânico - Jeremias: o profeta "chorão" - vol.
34 Os profetas menores: Oséias a Miquéias - vol. 35 Os profetas menores: Naum a
Malaquias - vol. 36 Os 400 anos do silêncio profético - vol. 37 Graça Editorial Adão e Eva
Impressão feita pela Graça Artes Gráficas e Editora Ltda. Miolo em papel off-set 70g/m2 .
Capa em papel cartão supremo 250g/m2 . Composição em PalmSprings.

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