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Professora:
Me. Carla Regina Pires
DIREÇÃO
02 13| LIPÍDIOS
03 20| PROTEÍNAS
MACRONUTRIENTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Conhecer as funções dos carboidratos, fontes e como são utilizados pelo
organismo.
•• Conhecer as funções dos lipídios, fontes e como são utilizados pelo organismo.
•• Conhecer as funções das proteínas, fontes e como são utilizados pelo
organismo.
PLANO DE ESTUDO
Para o organismo manter e desempenhar suas funções vitais, ele retira dos ali-
mentos nutrientes que são indispensáveis: os macronutrientes, que têm função
energética, reguladora e construtora. Os alimentos fontes de carboidrato têm
como função fornecer energia. Já as proteínas fazem o processo de construção:
leite e derivados, carnes e feijões, por exemplo, fazem a reparação de tecidos. E
os alimentos reguladores presentes nas vitaminas e minerais auxiliam em todo
processo de equilíbrio do nosso corpo.
Uma alimentação correta tem que fornecer estes nutrientes em quantida-
des adequadas e de modo equilibrado, de maneira que haja uma relação de
quantidade entre eles.
Você deve estar pensando: “de que forma o organismo vai utilizar estes prin-
cípios nutritivos?”
O organismo irá utilizá-los para três princípios básicos: formar células e tecidos
e reparar as destruições que ocorrem ao longo da vida; fornecer energia para
as atividades físicas e intelectuais e para manter constante a temperatura do
corpo; obter reservas de energia (sob forma de gordura) e de alguns nutrien-
tes, para emergências e intervalos entre as refeições.
Após uma rápida explanação do que o organismo requer e de que maneira
ele utiliza estas propriedades, falaremos um pouco sobre cada princípio nutritivo.
introdução
6 Pós-Universo
Carboidratos
Os carboidratos são compostos extremamente abundantes na natureza, sendo supe-
rados apenas pela água. Dessa forma, são amplamente consumidos na dieta humana
e desempenham papel fundamental para a sobrevivência humana.
Atualmente, os efeitos do consumo de diferentes tipos de carboidratos sobre a
saúde humana vêm sendo exaustivamente discutidos. Tais reflexões têm subsidiado
a elaboração de novas recomendações diárias de ingestão para esse nutriente, com
o propósito de prevenir doenças e evitar as carências nutricionais.
O conhecimento sobre os carboidratos passou por uma evolução significativa
do ponto de vista científico, principalmente em função das pesquisas sobre as pro-
priedades físico-químicas e fisiológicas. Como são primordialmente substratos para
o metabolismo energético, podem afetar a saciedade, a glicemia, a insulinemia e o
metabolismo lipídico. Por meio da fermentação, exercem influência sobre o funciona-
mento intestinal. Podem também ter ação imunorreguladora e influenciar a absorção
de cálcio no intestino. Essas propriedades têm implicações sobre a saúde em geral e
contribuem para o controle do peso corporal, do envelhecimento, do diabetes, das
doenças cardiovasculares, da densidade mineral óssea, do câncer intestinal, da cons-
tipação e da resistência às infecções intestinais.
Pós-Universo 7
Definição
São substâncias que contém carbono, hidrogênio e oxigênio em sua fórmula, mas
alguns podem conter nitrogênio, fósforo ou enxofre.
Classificação
Há três grandes classes de carboidratos: monossacarídeos, dissacarídeos, oligossaca-
rídeos e polissacarídeos. Essa classificação se dá pela tipo e quantidade de açúcares
presentes.
Monossacarídeos são os carboidratos mais simples, que podem ter de 3 a 6 car-
bonos em sua molécula. Os principais monossacarídeos são a glicose, frutose e
galactose, e são nessas formas que eles serão absorvidas pelo nosso organismo.
Os dissacarídeos têm duas unidades de monossacarídeos e os principais dissaca-
rídeos são a sacarose, formada a partir de glicose e frutose; lactose, formada a partir
de galactose e glicose; e maltose, formada a partir de duas unidades de glicose. Os
dois monossacarídeos que compõem o dissacarídeo estão unidos por uma ligação
glicosídica, que é formada quando o grupo hidroxila de um monossacarídeo reage
com a hidroxila de outro monossacarídeo, pela exclusão de uma molécula de água.
A sacarose é o dissacarídeo que desempenha papel predominante.Geralmente
é chamada de “açúcar” e pode ser produzida a partir da cana de açúcar e da beterra-
ba. A lactose, açúcar do leite, representa a principal fonte de energia dos lactentes.
A maltose, açúcar do malte, não é tão significativa nos alimentos, mas é produzida
em grandes quantidades na digestão dos polímeros de carboidratos.
Os mono e dissacarídeos têm sabor adocicado e são frequentemente adiciona-
dos aos alimentos com o fim de proporcionar palatabilidade, viscosidade, textura e
até mesmo para participar do processo de conservação de produtos alimentícios.
Oligossacarídeos consistem em cadeias curtas de unidades de monossacarídeos
ou resíduos unidos por ligações glicosídicas. Nas células, a formação da maioria dos
oligossacarídeos de três ou mais unidades não ocorre de maneira livre, mas ligada a
lipídios ou proteínas. Podem ser divididos em malto-oligossacarídeo, produzidos prin-
cipalmente por hidrólise do amido, e oligossacarídeos não alfaglucanos, tais como
rafinose e estaquiose (alfagalactosídeos); fruto-oligossacarídeos, também conheci-
dos como FOS, e galacto-oligossacarídeos. A Rafinose é um açúcar encontrado na
beterraba, feijão branco e lentilha, sendo digerida até a glicose, frutose e galactose.
8 Pós-Universo
Fontes
O principal tipo de carboidrato encontrado nos alimentos é o amido (aproximada-
mente 60% dos carboidratos totais), seguido pelos dissacarídeos, sacarose e lactose.
Os principais alimentos fontes de amido são o arroz, inhame, mandioca, milho, trigo
e batata.
A cana de açúcar, a beterraba e o abacaxi são fontes de sacarose, e o leite é a
principal fonte de lactose. A maltose - dissacarídeo menos abundante, derivado do
amido - é encontrada em trigo e cevada germinados. A glicose e a frutose livres são
encontradas no mel e em frutas.
Pós-Universo 9
saiba mais
O xylitol é um adoçante natural com o mesmo poder adoçante do açúcar,
com quase metade das calorias e baixo índice glicêmico. Pode ser utilizado
para adoçar bebidas e preparar doces em geral, pois suas moléculas não se
quebram com o calor a exemplo do que ocorre com alguns outros adoçan-
tes. A proporção do xylitol pode ser usada na mesma proporção do açúcar: 1
para 1, sendo que não se deve ultrapassar o consumo diário de 60g por dia.
Digestão e absorção
Uma vez que só os monossacarídeos podem ser absorvidos, todo polímero de car-
boidrato tem que ser hidrolisado durante a digestão.
Ao abordar o processo digestivo dos carboidratos, costuma-se enfatizar a hidró-
lise do amido, uma vez que é o tipo de carboidrato mais abundante nos alimentos.
A digestão enzimática do amido começa na boca. O contato entre o alimento e a
mucosa que reveste a cavidade oral estimula a secreção da enzima alfa amilase salivar.
Em razão da permanência reduzida do alimento na boca, essa fase de digestão tem
pouca importância, sendo que o mais importante é a quebra mecânica do alimen-
to e a hidratação com a saliva; a enzima alfa amilase salivar é normalmente inativada
pelo pH estomacal ácido.
Quando o amido atinge o duodeno, por causa da ação de neutralização do bi-
carbonato, entra em contato com a amilase, liberada pelo pâncreas. A alfa amilase
pancreática hidrolisa as ligações glicosídicas e continua a quebra do amido.
Os dissacarídeos são digeridos em suas unidades de monossacarídeos, ao alcança-
rem a parede do intestino delgado, pelas enzimas especializadas da borda em escova,
nas microvilosidades dos enterócitos, as hidrolases: a maltase age sobre a maltose,
produzindo duas moléculas de glicose; a sacarase age sobre a sacarose para produ-
zir glicose e frutose; a lactase age sobre a lactose para produzir glicose e galactose.
10 Pós-Universo
Armazenamento
Depois da captação para o interior da célula, a glicose pode ser utilizada imediata-
mente para liberar energia ou pode ser armazenada sob a forma de glicogênio. Essa
conversão permite o armazenamento de grandes quantidades de carboidratos sem
alterar significativamente a pressão osmótica do meio intracelular.
Todas as células do organismo podem armazenar glicogênio, mas o fígado e os
músculos têm maior capacidade. O glicogênio muscular é utilizado principalmen-
te pelos próprios músculos, entretanto, o glicogênio hepático é direcionado para a
manutenção da glicemia, nos processos de armazenamento, hidrólise e exportação
na forma de glicose. O fígado tem capacidade para manter as reservas de glicogê-
nio por 12 a 18 horas de jejum, depois é iniciada a depleção desse polissacarídeo.
Lipídios
Constituem um grupo quimicamente diverso de compostos, que apresentam dife-
rentes propriedades e uma característica comum que é a insolubilidade em água.
Em geral, são referidos como óleo (líquido) ou gordura (sólido), e são as principais
formas de energia armazenada em muitos organismos.
As gorduras e óleos constituem aproximadamente 34% da energia na alimenta-
ção dos seres humanos. Como fornecem 9kcal/g, seres humanos são capazes de obter
as calorias necessárias com um consumo diário adequado de alimentos que conte-
nham gordura. Ao contrário de outros macronutrientes, a imiscibilidade dos lipídios
em água faz esses compostos receberem processamentos especializados durante a
digestão, a absorção, o transporte, o armazenamento e a utilização.
14 Pós-Universo
Definição
Do ponto de vista químico, lipídios são definidos como uma classe de compostos
insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos. Entretanto, esses compos-
tos variam acentuadamente em tamanho e polaridade em uma faixa que abrange
desde triacilgliceróis e ésteres de esteróis altamente hidrofóbicos, até fosfolipídios
mais hidrossolúveis.
Função
Os lipídios são moléculas fornecedoras de energia armazenadas na forma de triacil-
gliceróis. A gordura da alimentação é armazenada nas células adiposas localizadas na
estrutura do corpo humano. A capacidade de armazenar e acessar grandes quantida-
des de gordura permite que os seres humanos sejam capazes de ficar sem alimentos
por semanas.
São elementos de construção, sendo componentes importantes das membra-
nas biológicas, ligando e modificando muitas proteínas, direcionando-as para sítios
específicos da membrana. Além disso, alguns derivados de lipídios atuam como
hormônios.
Alguns depósitos de gordura não são acessados durante o jejum e são classi-
ficados como gordura estrutural. Esses mantêm os órgãos corpóreos e os nervos
em posição e os protegem contra lesões traumáticas e choques. Os seres humanos
também têm uma camada subcutânea de gordura que isola o corpo, preservando
o calor corpóreo e mantendo a temperatura. A gordura da alimentação também é
essencial para a digestão, a absorção e o transporte de vitaminas lipossolúveis, além
de inibir secreções gástricas, tornar mais lento o esvaziamento gástrico e estimular
o fluxo biliar e pancreático, o que facilita o processo digestivo.
Apresentam papel importante na qualidade dos alimentos, por contribuírem
com textura, sabor, aspectos nutricionais e densidade calórica.
Pós-Universo 15
Classificação
Os lipídios podem ser classificados em três grandes grupos:
Lipídios simples:
•• Ácidos graxos.
•• Ceras: ésteres de ácidos graxos com álcoois de alto peso molecular, que
podem ser ésteres de esterol (éster de colesterol) ou éster não esterol (pal-
mitato de retinol, que são ésteres de vitamina A).
Lipídios compostos:
Lipídios variados:
•• Carotenóides e vitaminas A, D, E e K.
Fontes
Os triacilgliceróis constituem a maior contribuição de energia dos lipídios alimentares.
Diferentes óleos e gorduras têm sido utilizados na alimentação humana, incluindo
os originados de frutos, como palma e oliva (azeite), ou de sementes, como milho
e soja. Também existem as gorduras do tecido adiposo e as gotículas intramuscula-
res de gordura de animais, como porco, gado e aves; bem como os laticínios (leite,
queijos, manteigas) e as fontes marinhas, como óleos de peixe, de foca e de baleia,
16 Pós-Universo
que são utilizados na alimentação humana. Essas gorduras têm, em geral, um perfil
de ácidos graxos complexo envolvendo uma variedade de ácidos graxos com dife-
rentes comprimentos de cadeia, graus de insaturação e isômeros..
Os óleos vegetais, como o de milho e o azeite de oliva, são compostos basica-
mente de triacilgliceróis com ácidos graxos insaturados e, portanto, são líquidos em
temperatura ambiente. Eles são convertidos industrialmente em gordura sólida por
hidrogenação catalítica. Uma exceção é o óleo de coco, que é uma fonte vegetal de
lipídios, porém contém altas quantidades de ácidos graxos saturados, incluindo ácidos
graxos de cadeia média. Triacilgliceróis contendo basicamente ácidos graxos satura-
dos são os principais componentes da gordura das carnes e sólidos em temperatura
ambiente. Os ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa, o eicosapentaenóico
(EPA) e o docosahexaenóico (DHA) são nutrientes importantes para o bom funciona-
mento do organismo e seu consumo por meio da alimentação é recomendado, uma
vez que o organismo sintetiza esses ácidos graxos em menos quantidade a partir do
ácido alfa linolênico. A principal fonte de EPA e DHA são os pescados, com destaque
para os peixes de água fria.
Os lipídios alimentares têm sido negativamente associados à saúde, uma vez que
a obesidade é muito correlacionada com outras doenças, como as cardiovasculares
e diabetes. Nesse sentido, o papel negativo dos lipídios é, com frequência, atribuído
a sua alta densidade calórica. Além disso, lipídios alimentares específicos, tais como
ácidos graxos saturados e trans, têm sido associado ao risco de doenças cardíacas
por sua habilidade em modular as concentrações de LDL-colesterol no sangue (co-
lesterol ruim). Entretanto, os lipídios alimentares e, particularmente, alguns ácidos
graxos específicos, como os essenciais, são substâncias de extrema importância para
diversas funções no organismo humano. As gorduras, quando consumidas com mo-
deração, são importantes para o crescimento, desenvolvimento e a manutenção
da saúde. Além disso, estudos experimentais demonstram que os lipídios bioativos
alimentares, tais como ácidos graxos poliinsaturados, ácido linoléico conjugado, tria-
cilglicerol de cadeia média (óleo de coco) e diacilglicerol, reduzem o acúmulo de
tecido adiposo abdominal e de lipídios no fígado e no soro, além de melhorarem os
níveis pressóricos e glicêmicos por meio da regulação, transcricional de genes en-
volvidos no metabolismo lipídico e de glicose.
Pós-Universo 17
reflita
Que tipo de gordura você tem escolhido para compor sua dieta?
Digestão e absorção
A maior parte dos lipídios é ingerida na forma de triacilgliceróis e tem de ser degra-
dada em ácidos graxos para absorção pelo epitélio intestinal.
Boca
A digestão se inicia na cavidade oral, com salivação e a mastigação. Pequenas quanti-
dades de gordura são hidrolisadas pela ação da lípase lingual, libertada pelas glândulas
serosas da língua, junto da saliva. Ela provoca a quebra dos ácidos graxos de cadeia
curta. A dispersão mecânica pela mastigação amplifica a área de superfície sobre a
qual a lípase lingual pode agir.
Estômago
A lipase gástrica é secretada pela língua. Entretanto, o pH extremamente ácido do es-
tômago não possibilita a ação desta lipase gástrica, diminuindo a velocidade de sua
ação enzimática, ocorrendo então apenas a quebra de algumas ligações de ésteres
de ácidos graxos de cadeia curta. A ação gástrica na digestão dos lipídios está relacio-
nada com os movimentos peristálticos do estômago, produzindo uma emulsificação
dos lipídios e dispersando-os de maneira equivalente pelo bolo alimentar.
18 Pós-Universo
Intestino
A chegada do bolo alimentar acidificado (presença de gordura e proteína) no duodeno
provoca a liberação hormônio digestivo colecistocinina CCK, que promove a contração
da vesícula biliar, liberando a bile para o duodeno e estimulando a secreção pancreá-
tica. Os ácidos biliares são derivados do colesterol e sintetizados no fígado, e quando
excretados no duodeno são convertidos em secundários (desoxicólico e litocólico)
pela ação das bactérias intestinais. A bile ainda excreta o colesterol sanguíneo em
excesso, juntamente com a bilirrubina (produto final da degradação da hemoglobina).
Os sais biliares fazem a emulsificação da gordura para que a enzima lipase pan-
creática possa agir quebrando as triglicérides em diglicerídeos e ácidos graxos livres.
Os diglicerídeos sofrem uma nova ação da lipase, originando a monoglicérides,
ácidos graxos e glicerol. Cerca de 70% dos diglicerídeos são absorvidos pela mucosa
intestinal o restante é convertido em monoglicérides, glicerol e ácidos graxos. A co-
lecistocinina tem, ainda, função de estímulo do pâncreas para a liberação do suco
pancreático, juntamente com outro hormônio liberado pelo duodeno, a secretina.
Esse suco pancreático tem várias enzimas digestivas responsáveis pela quebra das
ligações ésteres dos lipídios, liberando colesterol, ácidos graxos, glicerol e algumas
moléculas de monoacilgliceróis.
Os ácidos graxos livres e os monoglicerídeos produzidos pela digestão formam
complexos chamados micelas, que facilitam a passagem dos lipídeos por meio do
ambiente aquoso do lúmen intestinal para borda em escova. Os sais biliares são
então liberados de seus componentes lipídicos e devolvidos ao lúmen do intestino.
Na célula da mucosa, os ácidos graxos e os monoglicerídeos são reagrupados em
novos triglicerídeos - estes, juntamente com o colesterol e fosfolipídeos, são circun-
dados em forma de quilomícrons, que são transportados e esvaziados na corrente
sanguínea e então levados para o fígado, onde os triglicerídeos são reagrupados em
lipoproteínas e transportados especialmente para o tecido adiposo, para o metabo-
lismo e para o armazenamento.
Os lipídios livres são, então, emulsificados pelos sais biliares em micelas e absor-
vidos pela mucosa intestinal, que promove a liberação da porção polar hidrófila (sais
biliares) para a circulação porta hepática em um processo de ressíntese dos lipídios
absorvidos com a formação de novas moléculas de triacilgliceróis e ésteres de coles-
terol, que são adicionados de uma proteína e formam a lipoproteína quilomicron. O
Pós-Universo 19
Proteínas
A proteína é a mais importante das macromoléculas biológicas, compondo mais da
metade do peso seco de uma célula. Está presente em todo ser vivo e tem as mais
variadas funções.
Aproximadamente 17% do peso corporal humano é composto por proteínas,
que estão distribuídas nos tecidos, apresentando diferentes estruturas (colágeno,
queratina, albumina, actina, miosina), as quais exercem função estrutural, enzimáti-
ca, hormonal, de transporte, de imunidade e contrátil.
Ela é um polímero de aminoácidos que pode atuar como enzima, catalisando
reações químicas, podem transportar pequenas moléculas ou íons; podem ser motoras
para auxiliar no movimento em células e tecidos; participam na regulação gênica, ati-
vando ou inibindo; estão no sistema imunológico, entre outras centenas de funções.
Praticamente todas as funções celulares necessitam de proteínas para intermediá-las.
Dentre os 20 aminoácidos que constituem as proteínas, nove são essenciais, ou
seja, não podem ser sintetizados pelo organismo humano a partir de outros com-
postos, devendo ser ingeridos por meio da alimentação. A deficiência de ingestão
de aminoácidos essenciais provoca a redução da taxa de crescimento do organismo
e diminuição das funções não vitais como a reprodução, podendo, posteriormente,
resultar na falência de órgãos vitais como o cérebro e o coração.
Se uma proteína perde sua estrutura, ela perde também sua função, porque ambas
relacionadas: esse processo é chamado de desnaturação e ocorre em altas temperaturas.
Pós-Universo 21
Definição
A proteína é uma macromolécula composta basicamente por cadeias lineares de
aminoácidos. São polímeros complexos caracterizados pela presença de nitrogênio
em sua estrutura química.
PROTEÍNA DOS CEREAIS: cereais como trigo, aveia, cevada e arroz apresen-
tam cerca de 10 a 15% de proteínas. As proteínas do trigo são divididas em
proteínas de reserva (glúten) e proteínas solúveis em soluções salinas. O glúten
é um complexo formado por 75% de proteínas (gliadina e gluteninas), 15%
de carboidratos, 6% de lipídios e 0,8% de minerais. As proteínas do glúten, em
associação aos lipídios, são responsáveis pelas propriedades de coesividade
e elasticidade da massa.
saiba mais
A luteína e a zeaxantina são os dois únicos carotenóides encontrados na
mácula lútea, região central da retina, onde a acuidade visual é aguçada.
Estes elementos são encontrados na gema do ovo. Estudos comprovam que
o aumento da ingestão de luteína e zeaxantina está associado à redução do
risco de degeneração macular e catarata.
PASCHOAL (2007).
Digestão e absorção
O objetivo da digestão de proteína é liberar aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos
a partir da proteína fornecida pela alimentação. Diferentemente da digestão dos car-
boidratos e lipídeos, que começa na boca, a digestão das proteínas tem início no
estômago, onde o alimento é acidificado com o ácido clorídrico e desnatura as pro-
teínas. Com isso, as cadeias proteolíticas perdem a forma e ficam mais acessíveis para
sofrerem ação das enzimas. A enzima pepsina transforma as proteínas em molécu-
las menores, hidrolisando as ligações peptídicas. No intestino delgado, as proteínas
sofrem a ação de várias enzimas produzidas pelo pâncreas (tripsina, quimotripsina,
elastase e carboxipolipeptidase),e após a quebra dessas proteínas os aminoácidos são
absorvidos e transportados ao fígado por meio da veia porta. Esses aminoácidos par-
ticipam da construção e manutenção dos tecidos, formação de enzimas, hormônios,
anticorpos, do fornecimento de energia e da regulação de processos metabólicos
(anabolismo e catabolismo), sendo que apenas 1% é excretado nas fezes.
atividades de estudo
1. Sabemos que os alimentos podem ser classificados segundos suas funções. Com
isso, temos alimentos energéticos, construtores e reguladores. Leia atentamente
as afirmativas abaixo:
II. As proteínas também fornecem calorias, porém sua função específica é a de cons-
trução de tecido. Por isso são, conhecidas como alimentos construtores.
III. Os lipídios também fornecem calorias, porém são calorias extras, possuindo
também função energética.
a) a) 1, 3, 1, 2, 3.
b) b) 1, 2, 2, 2, 3.
c) c) 1, 2, 1, 2, 3.
d) d) 1, 2, 3, 1, 2.
e) e) 3, 2, 1, 3, 2.
atividades de estudo
3. Quando o assunto é alimento, a maioria das pessoas tende a pensar somente nas ca-
lorias que eles fornecem ao organismo, sem saber de onde esta energia vem. Uma
caloria é uma medida usada para expressar o calor ou valor energético do alimento
e da atividade física. É definida como o valor necessário para elevar a temperatura
de 1kg (1L) de água em graus centígrados de 14,5 a 15,5 graus. Sendo assim, uma
caloria é designada mais corretamente como quilocaloria (kcal). Assim, reflita sobre
os nutrientes (carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais) e assina-
le a alternativa correta:
Neste estudo, vimos que os carboidratos fazem parte de um grupo composto por unidades muito
heterogêneas. As diferentes fórmulas químicas, características físicas e propriedades fisiológi-
cas têm diversas implicações para o organismo humano. Os carboidratos são fonte de energia
e podem fornecê-la em velocidades variadas, de acordo com seu grau de digestão e absorção.
Paralelamente, são responsáveis por fornecer substrato para a fermentação colônica e insumo
para a formação do bolo fecal. Dessa forma, devem fazer parte de toda e qualquer alimentação
humana.
PASCHOAL, Valéria; NAVES Andréia; FONSECA, Ana Beatriz. Nutrição clínica funcional: dos prin-
cípios à prática clínica. 2. ed. São Paulo: Valéria Paschoal Editora LTDA, 2007.
REFERÊNCIA ON-LINE
2. a) 1, 3, 1, 2, 3.