Você está na página 1de 37

Energia Solar

Parte 5 – Instalação de Sistemas Fotovoltaicos


Instalação do sistema de geração
Localização do gerador

Não existem restrições quanto ao local de instalação, pois os


módulos são equipamentos desenvolvidos para resistir ao tempo
(sol, chuva, geadas etc.) durante vários anos.
Recomenda-se apenas que o mesmo seja instalado em local
com boa incidência de radiação solar e o mais próximo possível das
baterias e cargas. Esta última recomendação tem o compromisso de
minimizar as perdas devido à queda de tensão nos cabos.
Localização do gerador

O gerador fotovoltaico deve ser colocado suficientemente distante


de objetos que possam encobrir a luz do sol, para que nenhuma sombra
ocorra especialmente nas horas de melhor irradiância, usualmente entre 9
e 15 horas.
A equação apresenta um método para estimar a distância mínima
que o gerador fotovoltaico deve ser colocado da fonte de sombreamento:
𝑑 = 𝐹𝑒 (ℎ𝑜𝑏 − ℎ𝑖 )
onde:
d - distância mínima a ser mantida entre o gerador fotovoltaico e o obstáculo (m);
Fe - fator de espaçamento obtido pela curva da figura a seguir;
hob - altura do obstáculo (m);
hi - altura de instalação do gerador fotovoltaico (m).
Localização do gerador

Fator de espaçamento
versus latitude do local da
instalação do gerador
fotovoltaico.
Orientação e inclinação do gerador
fotovoltaico

A. Orientação
Em geral, para uma operação adequada e eficiente, os
módulos devem estar orientados em direção à linha do equador.
Nas instalações localizadas no hemisfério Sul, a face dos
módulos fotovoltaicos deve estar orientada em direção ao Norte
Verdadeiro.
Por sua vez, caso o local de instalação esteja no hemisfério
Norte, os módulos fotovoltaicos devem estar orientados com sua
face voltada para o Sul Verdadeiro.
Orientação e inclinação do gerador
fotovoltaico

A. Orientação
Na maioria dos locais, a direção do Norte Verdadeiro (ou do
Sul Verdadeiro) não coincide com a do Norte Magnético (ou Sul
Magnético) indicado pela bússola (instrumento tipicamente usado
para determinar a orientação dos módulos fotovoltaicos),
necessitando ser feita, então, a correção do referencial magnético.
Para tal, usa-se a Declinação Magnética do local de
instalação, a qual pode ser obtida facilmente através de mapas e
programas computacionais disponibilizados por vários organismos.
Orientação e inclinação do gerador
fotovoltaico

B. Inclinação
Para geração máxima de energia ao longo do ano, o ângulo de
inclinação do gerador fotovoltaico deve ser igual à latitude do local onde o
sistema será instalado.
No entanto, pequenas variações na inclinação não resultam em
grandes mudanças na energia gerada anualmente e a inclinação do gerador
fotovoltaico pode estar dentro de 10º em torno da latitude do local.
Por exemplo, um sistema usado, ao longo de todo o ano, em uma
latitude de 35º pode ter um ângulo de inclinação de 25 a 45º, sem uma
redução significativa no seu desempenho anual.
Orientação e inclinação do gerador
fotovoltaico

B. Inclinação
Para áreas muito próximas ao equador, com latitudes
variando entre –10º e +10º, aconselha-se uma inclinação mínima de
10º, para favorecer a autolimpeza dos módulos pela ação da água da
chuva.
Dependendo da aplicação e das condições climáticas ao longo
do ano, pode-se utilizar outras inclinações que privilegiem a
geração em épocas específicas.
Orientação e inclinação do gerador
fotovoltaico
B. Inclinação
Geradores fotovoltaicos com sistemas de rastreamento do
movimento aparente do sol podem ser utilizados para melhorar ainda mais
a captação da radiação solar durante o ano.
Tais sistemas são manuais ou automáticos, com o seguimento
parcial do sol (variação somente da inclinação ou do ângulo azimutal) ou
com o seguimento total do sol (variação da inclinação e do ângulo
azimutal).
Os sistemas manuais são de simples implementação e menor custo,
necessitando, no entanto, de constante intervenção humana.
Os sistemas automáticos apresentam melhor desempenho, mas são
mais caros e podem apresentar falhas, devido à presença de peças móveis.
Montagem da estrutura de suporte dos
módulos

A estrutura de suporte dos módulos fotovoltaicos tem como


função posicioná-los de maneira estável. Além disso, ela deve
assegurar a ventilação adequada, permitindo dissipar o calor que
normalmente é produzido devido à ação dos raios solares e ao
processo de perdas na conversão de energia.
Isto é importante porque a eficiência dos módulos diminui
com a elevação da temperatura, podendo até comprometer seu
funcionamento normal.
Deve ainda possibilitar o distanciamento entre módulos,
conforme indicação do fabricante, para evitar danos mecânicos aos
mesmos conforme sua dilatação.
Montagem da estrutura de
suporte dos módulos
Instalação do sistema de armazenamento
Compartimento das baterias

As baterias devem ser instaladas em compartimentos (caixas,


containers ou salas) que permitam acesso fácil e seguro ao pessoal
autorizado para trocas e manutenção, ventilação adequada,
exposição reduzida a variações extremas de temperatura e outras
condições ambientais.
Entende-se por ventilação adequada aquela natural ou
artificial, considerada como suficiente para limitar o teor de gases
produzidos durante a carga das baterias, evitando o risco de
explosão
Compartimento das baterias

De acordo com o local de aplicação, a caixa de baterias tem


diferentes desenhos, podendo ser construída usando-se madeira
compensada e um isolante rígido, ou outros materiais adequados,
como o polipropileno.
Este invólucro, além de obedecer as propriedades já
mencionadas e garantir a segurança do usuário, deve também
proteger as próprias baterias contra golpes ou qualquer outra
atividade que possa danificá-las, acidental ou intencionalmente, e
permitir mínima corrente de fuga.
Compartimento das baterias

Os compartimentos de baterias devem ser lacrados para evitar o


contato casual por pessoas não autorizadas. Também devem ser utilizadas
telas ou gradis para evitar a entrada de insetos e outros animais.
Com relação à temperatura do local de instalação das baterias, é
recomendável que a temperatura média se situe entre 20 e 25oC. Essa
faixa é restrita em muitos locais no Brasil, assim no caso de temperaturas
mais elevadas, a ventilação e o sombreamento do compartimento das
baterias é ainda mais relevante.
Em baixas temperaturas a capacidade das baterias diminui; por
outro lado, com o aumento da temperatura, a vida útil das baterias é
abreviada.
Montagem do banco de baterias

As baterias não devem ser montadas diretamente sobre o solo


ou em locais úmidos para não elevar a taxa de autodescarga,
comprometendo sua eficiência.
Deve-se garantir um bom isolamento do solo, com as
unidades instaladas em uma bancada, prateleira ou estante de
madeira ou sobre material isolante e resistente ao ácido.
Uma técnica comum é a instalação sobre peças de madeira,
dispostas sobre o solo ou em forma de prateleiras.
Montagem do banco de baterias

A montagem de um banco de baterias com associação em


série e paralelo deve ser efetuada realizando-se primeiramente as
ligações em série e em seguida as ligações em paralelo.
De forma a equalizar os níveis de tensão e corrente a que são
submetidas as diferentes baterias, os cabos equivalentes devem ter
comprimentos iguais.
É recomendável, por motivos de segurança (evitar curto
circuito), realizar o que se denomina ligação cruzada: os pólos
positivo e negativo do banco de baterias devem ser conectados em
extremidades opostas.
Os terminais das baterias devem ser protegidos com algum
tipo de graxa anticorrosiva, de forma a evitar a sua oxidação.
Instalação dos Componentes de
Condicionamento de Potência
Instalação dos Componentes de
Condicionamento de Potência

Os controladores de carga, inversores e conversores podem


ser instalados diretamente nas paredes.
Para facilitar a instalação, pode-se fazer a pré-montagem dos
componentes de condicionamento e das proteções em painéis ou em
caixas específicas para este fim, que posteriormente são presos a
parede ou colocados sobre suportes na edificação.
Umidade e temperatura elevadas reduzem a vida útil dos
dispositivos eletrônicos. Por isso, os componentes de
condicionamento de potência devem ser instalados em local seco,
ventilado e sombreado, o mais próximo possível do gerador
fotovoltaico, e que permita acesso fácil para manutenção.
Instalação dos Componentes de
Condicionamento de Potência

Há regiões no Brasil com altas temperaturas ambientes e alta


umidade relativa do ar, e, neste caso, deve-se cuidar para que os
componentes selecionados sejam resistentes a temperaturas
elevadas e possuam baixa dissipação de calor.
A especificação dos componentes deve ser bem clara,
indicando qual a umidade e temperaturas máximas de operação dos
equipamentos. Há inversores onde o circuito eletrônico fica
encapsulado e a troca de calor se dá por parede metálica.
Em outros casos, há necessidade de se revestir o circuito
eletrônico com resina para evitar prejuízos pela umidade e pela
corrosão.
Instalação dos Componentes de
Condicionamento de Potência

Os componentes de condicionamento de potência não devem


ser instalados no mesmo compartimento que as baterias, pois estas
podem produzir um ambiente corrosivo (líquidos e gases).
Além disso, dispositivos elétricos e eletrônicos podem
produzir centelhas que podem causar explosões em contato com os
gases desprendidos pelas baterias.
No caso dos inversores, a instalação depende basicamente
das características do equipamento. Alguns são bem simples,
bastando realizar a conexão da alimentação c.c. e da carga c.a. em
seus respectivos terminais, e depois acionar uma chave liga/desliga.
Outros são mais complexos, necessitando executar uma série de
ajustes em sua configuração.
Instalação dos Componentes de Proteção
Instalação dos Componentes de
Condicionamento de Potência

Em SFVs, assim como em qualquer sistema elétrico, os


principais componentes utilizados para proteger pessoas e
equipamentos são as chaves, os fusíveis, os disjuntores e os
dispositivos de proteção contra surtos (DPS).
Algumas vezes, os projetistas de SFVs preferem substituir as
chaves e fusíveis por disjuntores, que evitam o desconforto da troca
de fusíveis.
Os componentes de proteção dos SFVs devem ser
selecionados em função dos valores máximos permitidos de tensão e
corrente em cada trecho do circuito.
Instalação dos Componentes de
Condicionamento de Potência

A corrente do gerador fotovoltaico é limitada pela corrente


de curto-circuito na condição de maior irradiância. No entanto,
para se especificar os componentes instalados entre o gerador e o
controlador de carga ou inversor, utiliza-se normalmente um fator
multiplicativo de segurança de 1,25.
Deve-se também observar a adequação do componente em
operar com o tipo de tensão (c.c. ou c.a.) do local de sua
instalação. Dispositivos c.a. podem, em princípio, operar
adequadamente do lado c.c., mas isso pode reduzir sua vida útil.
Instalação dos Componentes de
Condicionamento de Potência

A proteção elétrica dos SFVs é composta também pelo


sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).
Geradores fotovoltaicos são normalmente instalados em área
aberta, sujeita a descargas atmosféricas diretas ou indiretas. Para
instalação do SPDA, deve-se consultar a NBR 5419:2005.
Fusíveis fotovoltaicos ou diodos de bloqueio, quando
necessários, devem ser inseridos no sistema conforme necessário.
Eles são normalmente instalados em caixas intermediárias,
denominadas de caixas de junção, onde são feitas interconexões
entre os módulos fotovoltaicos.
Aterramento
Aterramento

Em SFCRs, é necessário fazer-se o aterramento de proteção


dos equipamentos (conexão da carcaça condutora ao terra) e o
aterramento funcional do sistema (conexão do circuito elétrico ao
terra, através do condutor neutro, no lado c.a.).
O aterramento do lado c.c. depende da tecnologia de módulo
ou de inversor utilizada. As tecnologias de filme fino devem ter uma
das polaridades aterradas, já as de silício cristalino, em geral, ficam
em flutuação; normalmente inversores sem transformadores não
podem ser aterrados.
Regra geral é que se deve sempre consultar o manual do
equipamento para verificar o procedimento recomendado pelo
fabricante.
Aterramento

Por razões de segurança, é importante que as caixas dos


equipamentos e as estruturas metálicas de suporte dos módulos
fotovoltaicos e das baterias estejam devidamente conectadas à
terra.
Todo metal exposto, que possa ser tocado, também deve ser
aterrado.
O aterramento deve ser feito de forma a permitir a
equipotencialização de todos os corpos condutores da instalação.
O aterramento dos SFCRs difere dos sistemas isolados pois o
aterramento de cada unidade, individualmente, é interconectado
com o aterramento das outras unidades consumidoras da
concessionária, aumentando a eficiência da malha de aterramento.
Aterramento

Uma grande distância entre os equipamentos do SFV pode


tornar necessária a utilização de sistemas de aterramento distintos.
Entretanto, eles devem ser interconectados,
preferencialmente por um cabo de cobre nu enterrado, formando
uma malha de terra.
Instalação dos Componentes de Supervisão e
Controle, e Aquisição e Armazenamento de
Dados
Instalação dos Componentes de Supervisão e
Controle, e Aquisição e Armazenamento de
Dados
É recomendável manter a instalação do SFV monitorada e sob
controle, a fim de garantir seu funcionamento correto, confiável e
eficiente.
Especialmente em sistemas de maior porte, é conveniente
instalar sensores e atuadores eletrônicos em pontos estratégicos do
sistema coordenados por uma unidade de gerenciamento capaz de
disponibilizar in loco e/ou remotamente informações em tempo real
da operação do sistema ao usuário/operador.
Instalação dos Componentes de Supervisão e
Controle, e Aquisição e Armazenamento de
Dados
A instalação dos sensores, atuadores e equipamentos da
unidade de gerenciamento deve seguir os respectivos manuais dos
fabricantes.
Com relação à unidade de gerenciamento, seus equipamentos
e acessórios, recomenda-se abrigá-los em caixa apropriada, sendo
esta alocada próximo dos pontos de monitoração e/ou controle.
Por medida de segurança, recomenda-se ainda fixar etiquetas
em todos os componentes de proteção e controle, de modo a
permitir sua identificação fácil e rápida por parte do usuário.
Instalação de Outros Componentes, Cabos,
Conexões e Acessórios
Instalação de Outros Componentes, Cabos,
Conexões e Acessórios
No que se refere à instalação dos medidores de energia dos
SFCRs, estes devem ser abrigados e instalados em caixas
apropriadas para tal fim, conforme recomendado pelas
concessionárias em suas normas técnicas específicas para a conexão
de geração própria à rede de baixa tensão.
Junto à caixa de medição dos sistemas fotovoltaicos
encontra-se ainda o dispositivo de seccionamento visível (DSV), que
deve ficar disponível para a concessionária e será acionado em
situações de manutenção na rede elétrica.
Instalação de Outros Componentes, Cabos,
Conexões e Acessórios
Todos os componentes de um SFV (módulos, baterias,
controladores de carga, inversores, cargas etc.) devem ser
interconectados por meio de condutores elétricos de bitola e tipo
adequados.
A bitola dos condutores depende principalmente do circuito
onde os mesmos são instalados. Seu comprimento depende do
posicionamento dos vários elementos do sistema, desde que não
sejam excedidos os limites permitidos para a queda de tensão.
O tipo de cabo, incluindo seu isolamento, depende do
ambiente a que está submetido e do tipo de instalação.
Instalação de Outros Componentes, Cabos,
Conexões e Acessórios
Usualmente, a instalação dos SFVs também requer terminais,
fita isolante, eletrodutos, parafusos, conectores para terminais de
bateria (bornes), abraçadeiras, buchas de fixação, pregos etc., para
fixar os diversos elementos do sistema à suas bases e suportes, e
para efetuar as conexões elétricas.
Esses acessórios devem ser adequados ao tipo de material
usado para as instalações. Deve-se evitar a utilização de estruturas,
caixas e parafusos metálicos que apresentem facilidade de
corrosão.

Você também pode gostar