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Geografia 11_2fase 2017_ALVmat9 10/19/17 9:36 AM Page 1

Exame Nacional de 2017

Prova Escrita de Geografia A


11.o Ano de Escolaridade
Prova 719/2.a Fase/Versões 1 e 2

GRUPO I

Itens Versão 1 Versão 2


1. (D) (C)
2. (A) (A)
3. (D) (C)
4. (B) (A)
5. (C) (B)
6. (C) (D)

GRUPO II
Itens Versão 1 Versão 2
1. (C) (B)
2. (D) (C)
3. (D) (A)
4. (A) (D)
5. (B) (D)
6. (D) (B)

GRUPO III
Itens Versão 1 Versão 2
1. (D) (C)
2. (B) (D)
3. (C) (B)
4. (A) (B)
5. (A) (D)
6. (B) (A)

GRUPO IV

Itens Versão 1 Versão 2


1. (A) (C)
2. (C) (A)
3. (D) (A)
4. (A) (D)
5. (D) (B)
6. (C) (D)

 Texto
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GRUPO V

1. As afirmações I e II podem ser comprovadas pela análise da Figura 5.

2. Para a produção de energia a partir de biomassa, destaca-se como fator de localização a proximidade
de áreas de produção de resíduos agrícolas e as de resíduos florestais.
No caso da produção de energia geotérmica, será fator de localização a existência de atividade
tectónica, manifestada por vulcanismo ativo, presença de magma a fraca profundidade, falhas ativas
ou áreas com nascentes naturais de água quente.

3. As fontes de energias renováveis representadas na Figura 5 têm sido desenvolvidas no território de


Portugal continental, potencializando os recursos endógenos e evidenciando a influência do relevo, na
localização da produção de energia eólica, e da latitude, na produção de energia fotovoltaica.
A influência do relevo na localização das fontes de energia eólica deve-se ao facto de as áreas de
relevo mais acidentado, como as do Norte e do Centro, permitirem melhor aproveitamento dos ventos
para produção de energia eólica devido:
• ao efeito de funil que os vales proporcionam, aumentando a velocidade de deslocação do ar;
• à altitude, onde se dá a formação de ventos mais constantes e de maior intensidade, sobretudo nos
cumes das montanhas e serras, onde o efeito de atrito permite maior velocidade do vento;
• aos ventos constantes, de maior intensidade, a que muitas vertentes estão expostas, como as viradas
a oeste, noroeste e norte, onde o potencial de aproveitamento eólico é maior.
Por tudo isto, é natural que a distribuição dos parques de produção de energia eólica acompanhe a
distribuição do relevo, indicando as áreas onde é mais acidentado.
Por sua vez, a produção de energia fotovoltaica localiza-se preferencialmente nas regiões situadas a
sul ou com vertentes expostas a essa direção, uma vez que a latitude é, aqui, um fator decisivo, pois a
radiação solar global diminui de sul para norte, induzindo uma redução do potencial de aprovei-
tamento fotovoltaico também de sul para norte.
Esta influência da latitude deve-se ao facto de, pelo movimento de translação da Terra, os raios solares
incidirem mais diretamente na zona intertropical, uma vez que a radiação solar apenas incide na
perpendicular nessa região, atingindo a sua altura máxima sobre o equador, nos equinócios, e sobre
os trópicos, nos solstícios. Assim, à medida que aumenta a latitude, aumenta o ângulo que a radiação
solar faz com a superfície terrestre, diminuindo a sua intensidade.
No nosso país, a radiação solar global diminui de sul para norte, com o aumento do ângulo que os
raios solares fazem com a superfície terrestre, ao incidir nela. Além disso, as vertentes expostas a sul
são mais soalheiras e, como tal, recebem maior radiação solar, pela sua exposição e por terem maior
insolação (número de horas de céu descoberto com o sol acima do horizontes). Tal deve-se ao facto
de a radiação solar nos chegar sempre a partir de sul, uma vez que o trópico de câncer se situa a sul
de Portugal e corresponde à latitude máxima atingida pelo Sol no seu movimento anual aparente.
A radiação solar é influenciada pela insolação que, por sua vez, depende da latitude, porque:
• o sul do país é mais influenciado pelas massas de ar tropicais e, assim, pelos anticiclones
subtropicais, de que se destaca o dos Açores, o que origina maior número de dias de céu limpo por
ano, aumentando o potencial de aproveitamento da energia solar pelos sistemas fotovoltaicos;
• ao contrário, a norte do Tejo, são mais frequentes as situações de instabilidade atmosférica
desencadeadas pelas perturbações frontais, que geram maior nebulosidade e precipitação e, assim,
menor insolação, reduzindo o potencial de aproveitamento de energia fotovoltaica;
• o efeito do relevo, mais acidentado a norte do Tejo, faz aumentar a nebulosidade, sobretudo nas
vertentes expostas a oeste e a noroeste e, assim, reduzir a insolação e a radiação global.
Conclui-se que o maior número de unidades de produção de energia fotovoltaica a sul do Tejo se
deve à sua menor latitude. Verifica-se também uma grande incidência da produção fotovoltaica na
região de Lisboa, pela exposição dominante do relevo a sul.
Estas duas formas de energia produzidas a partir de fontes renováveis têm grande potencial de
crescimento no nosso país, pela sua posição geográfica e pela configuração do relevo, mas também
pela extensa linha de costa, com grande potencial eólico.
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GRUPO VI

1. A rede urbana nacional caracteriza-se por uma grande irregularidade espacial, numérica, dimensional
(número de habitantes) e funcional. No Centro, essa irregularidade também se verifica, evidenciada
pelo contraste litoral/interior. Há uma maior concentração de cidades no litoral, com maior dimensão e
acessibilidade, onde se destaca a cidade de Coimbra. Porém, verifica-se também uma tendência para
a redução dessa irregularidade, uma vez que se observa a organização de um eixo urbano bem
definido no interior, entre Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Gouveia e Guarda, que se prolonga de
Guarda para Viseu e Aveiro, com o tempo de deslocação entre cada uma dessas cidades a não
ultrapassar os 45 minutos.

2. A afirmação I é falsa, porque as cidades do Centro com mais de 50 000 habitantes, como Coimbra,
Aveiro, Leiria e Viseu, são servidas por vias que integram a rede fundamental e a rede complementar,
assim como pela rede de estradas nacionais e municipais.
A afirmação II é falsa, pois a rede fundamental apresenta um traçado mais regular, com infraestruturas
que permitem ultrapassar os condicionalismos do relevo e limites de velocidade mais altos, ao passo
que a rede de estradas nacionais tem um traçado mais sinuoso, que passa por muitas localidades e
obriga a limites de velocidade mais reduzidos.

3. As cidades médias afirmam-se como polos fundamentais nos processos de desenvolvimento urbano e
regional, uma vez que a sua média dimensão potencia economias de escala e de aglomeração que
geram o crescimento económico e social das cidades, levando à expansão dos subúrbios, com
habitação e atividades económicas, e ao alargamento das áreas de influência, pelo aumento das
relações de dependência e, em alguns casos, de interdependência, com a região em que se inserem.
Deste modo, os centros urbanos tornam-se cada vez mais influentes, passando a desempenhar um
papel de dinamização das áreas rurais envolventes, devido à:
• oferta de emprego, de bens e de serviços e à absorção e valorização dos produtos regionais;
• implantação de atividades económicas, que geram emprego e fixam população;
• melhoria das condições de vida, associada à maior possibilidade de acesso a uma grande
diversidade de bens e serviços, o que também contribui para fixar população.
Como tal, o desenvolvimento das cidades permite promover a construção e a melhoria dos equi-
pamentos sociais e económicos nas cidades, mas também nas áreas rurais que influencia.
A expansão das áreas de influência, conjuntamente com a melhoria das acessibilidades, leva à
formação de contínuos urbanos (que, no Centro, já começam a esboçar-se) e também ao desen-
volvimento de relações de complementaridade funcional entre as diversas cidades promotoras de
relações interurbanas de complementaridade, que se evidenciam pela especialização de cada centro
urbano, vocacionadas para as necessidades regionais no que respeita às redes de ensino superior,
muitas vezes associada à formação de clusters industriais e até agrícolas e de serviços, o que
desenvolve a região e a projeta a nível nacional e, até, internacional.
Por outro lado, o estabelecimento de relações interurbanas de cooperação e de gestão conjunta de
recursos, potencialidades e vocações, promove o desenvolvimento mais equilibrado do território,
contribuindo para reduzir as assimetrias regionais que a rede urbana nacional apresenta.
No caso da região Centro, a cooperação entre as cidades do eixo urbano interior, de Castelo Branco a
Guarda, e a sua ligação ao eixo transversal, de Guarda a Aveiro, permite o estabelecimento de
parcerias interurbanas, aumentando a competitividade da região.
Conclui-se que as cidades de média dimensão têm, geralmente, um papel dinamizador das regiões
em que se inserem, sendo um bom exemplo a dinâmica urbana, de crescimento demográfico e
económico que a região Centro apresenta, associada ao grande aumento da sua acessibilidade, com a
construção de diversas vias que integram a rede fundamental e a rede complementar. Este
desenvolvimento pode também contribuir para o descongestionamento das áreas urbanas do litoral e,
assim, para uma melhor redistribuição demográfica que reduza as assimetrias regionais que
caracterizam o nosso país.

FIM

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