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Avaliação de risco ecológico

Disciplina: Toxicologia Ambiental

Edgar M Cambaza

Índice
Avaliação de risco ecológico ....................................................................................................................... 1
Introdução ............................................................................................................................................... 1
Componentes básicos para a avaliação de risco ................................................................................... 1
O uso da avaliação de risco ecológico .................................................................................................... 2
Importância da avaliação de risco ecológico ........................................................................................ 3
Elementos para a avaliação do risco ecológico ..................................................................................... 4
Formulação do problema ................................................................................................................... 5
Análise .................................................................................................................................................. 5
Caracterização do risco ...................................................................................................................... 6
Utilidade das previsões da avaliação de risco ecológico ...................................................................... 8
Referências............................................................................................................................................... 8
Questões de revisão ................................................................................................................................. 9
Avaliação de risco ecológico
Introdução
Avaliação de risco ecológico é o processo de estimativa do potencial de efeitos adversos
que atividades humanas têm nas plantas e nos animais que constituem ecossistemas [1]. Avaliações
de risco ecológico também consideram mudanças que as atividades económicas causam que
alteram aspetos de sistemas ecológicos como lagos, riachos, florestas ou bacias hidrográficas.
Mudanças antropogénicas podem incluir, por exemplo, a introdução de uma nova substância
química, por exemplo, um pesticida, a um campo de trigo, ou a alteração de uma paisagem
resultando na drenagem de ou enchimento de um pântano.
Cientistas frequentemente avaliam o dano de certas ações humanas sobre plantas ou
animais da área em questão. O processo de avaliação do risco é uma forma de desenvolver,
organizar e apresentar informação científica de modo que seja relevante para a tomada de decisões
ambientais. Riscos ecológicos podem ser locais, como por exemplo um local de deposição de
resíduos; podem ser regionais, tais como as regiões Noroeste dos Estados Unidos, um uma certa
seção do rio Mississipi; ou podem ser globais, tais como a emissão de gases de estufa, o transporte
de partículas ou o aquecimento global.
Os inícios da década de 1980 testemunharam a emergência da avaliação de risco como um
paradigma legal e o primeiro uso generalizado de avaliações de impacto ecológico para influenciar
decisões legais e políticas. O uso de informação ecológica para a tomada de decisões expandiu-se
devagar durante a década de 1980, como mostra a regulamentação de diazinon baseada no seu
impacto em aves, e a ação tomada para controlar a deposição de ácidos em lagos [1]. De meados
ao fim da década de 1980, começou-se a padronizar as ferramentas e os métodos para a condução
de avaliações de risco ecológico, com a publicação de vários documentos por agências
governamentais dos Estados Unidos, tais como o Concelho Nacional de Pesquisa e a Agência de
Proteção Ambiental (EPA) [2,3]. Depois de quase duas décadas de esforço e experiência, a
avaliação de risco ecológico tornou-se muto conhecida e é uma ferramenta importante para muitos
oficiais governamentais e cientistas ambientais.
Componentes básicos para a avaliação de risco
É importante estar-se familiarizado com vários termos importantes comummente usados
na avaliação de risco. Eles estão apresentados abaixo, com breves definições:

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• Risco – a probabilidade de um evento adverso; uma combinação de exposição e
efeitos expresso como probabilidade;
• Stressor – qualquer entidade física, química ou biológica que induza a uma resposta
adversa a um sistema biológico (o mesmo que “agente”);
• Exposição – o contato ou a co-ocorrência de um stressor e um recetor;
• Perigo [hazard] – usado nos Estados Unidos e Canadá para referir a propriedades
tóxicas intrínsecas, enquanto internacionalmente refere-se à probabilidede de um
efeito adverso;
• Recetor – a entidade ecológica exposta ao stressor;
• Incerteza – falta de confiança na previsão que pode se dever à variabilidade
ambiental de processos ambientais, erros na condução da avaliação, ou
conhecimento incompleto sobre certos aspetos da exposição;
• Avaliador de risco – indivíduo ou grupo com a preparação adequada ou experiência
necessária para conduzir uma análise de risco;
• Gestor de risco – um indivíduo, grupo, ou uma organização, que pode tomar
decisões ou agir a respeito das alternativas para o manuseamento dos riscos (em
alguns casos, os gestores de risco podem incluir as partes interessadas).
O uso da avaliação de risco ecológico
O processo de avaliação de risco é usado para avaliar sistematicamente e organizar dados,
informação e assunções, e incertezas de modo a ajudar a compreender-se e prever as relações entre
stressores e efeitos ecológicos de modo útil para a tomada de decisão ambiental. A avaliação pode
envolver stressores físicos, químicos ou biológicos e pode incluir um ou muitos stressores.
Como já se observou, uma avaliação de risco ecológico avalia os efeitos adversos
potenciais que as atividades humanas têm sobre as plantas e animais que constituem certos
ecossistemas. O processo de avaliação de risco oferece uma forma de desenvolvimento,
organização e apresentação de informação científica de modo que seja relevante para decisões no
âmbito ambiental. Quando conduzidos para um lugar em particular, tal como um pântano, o
processo de avaliação de risco ambiental pode ser usado para identificar recursos vulneráveis e
valiosos, dar prioridade a atividades de coleta de dados, e ligar atividades humanas com os seus
efeitos potenciais. Avaliações de risco podem também dar um ponto focal para cooperação entre
as comunidades locais e agências governamentais do estado ou federais.

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A avaliação de risco ecológico é um contributo para decisões de gestão ambiental. Outros
contributos incluem as preocupações das partes interessadas, a disponibilidade de soluções
técnicas, os benefícios, a equidade, os custos, aspetos legais e políticos. Os resultados da avaliação
de risco dão uma base de comparação para várias opções de gestão, permitindo os decisores e o
público de tomarem decisões mais bem informadas sobre a gestão dos recursos ecológicos [1].
Avaliações de risco ecológico podem ser usadas para prever a possibilidade de efeitos
adversos futuros (prospetiva) ou avaliar a possibilidade de efeitos de exposição passada a
stressores (retrospetiva). Em muitos casos ambos métodos são incluídos numa única avaliação de
risco.
Importância da avaliação de risco ecológico
Muita pesquisa de campo destina-se à determinação do risco de introdução de novos
produtos ou da libertação de substâncias, tais como um pesticida ou um efluente industrial, para
ecossistemas. Como já foi mencionado, as avaliações do risco ecológico são ferramentas que
decisores podem usar para identificar e, se possível, reduzir a incerteza através do processo de
tomada de decisão.
Avaliações de ecossistemas seguem conceitos gerais, tal como mostra a Figura Erro! Não existe
nenhum texto com o estilo especificado no documento..1, mais não existe um grupo predeterminado de regras
para a condução de avaliações. Os conceitos gerais incluem o reconhecimento das partes
interessadas e as suas questões, o desenvolvimento de análise de situação, a identificação de limites
e compromissos, o desenvolvimento da compreensão de futuras condições de avaliação de risco
para aspetos a considerar. A razão primária para a condução de avaliações de ecossistemas é a
definição de um elemento para decisores e as partes interessadas para ajudá-los a entender e avaliar
as consequências de ações a respeito das leis ou alocação de recursos naturais dentro de um
contexto social e ecológico [1].
Os desfechos da avaliação de risco são muitas vezes estabelecidos por perceções e valores
sociais. Apesar de o processo científico poder ser usado para a coleta de informação na avaliação
de riscos, a menos que uma hipótese testável seja formulada, o método científico não está a ser
aplicado. Por exemplo, um curso de ação que tem menor risco ecológico pode ser muito caro ou
não fazível tecnologicamente. Deste modo, enquanto uma avaliação de risco ecológico fornece
informação crítica para gestores de risco, é apenas uma parte de todo o processo de tomada de
decisão de âmbito ambiental.

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A toxicologia ambiental e a avaliação de risco estão muito relacionadas. A toxicologia
ambiental, como acontece com qualquer ramo da ciência, tenta responder a questões específicas.
Neste caso, a questão pode estar primariamente focada em como um ou vários xenobióticos
interagem com as componentes de um sistema ecológico. O conhecimento de base obtido do
estudo da toxicologia ambiental pode servir como base importante para a contribuição significativa
no processo da avaliação de risco.

Figura Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no documento..1. A estrutura de uma avaliação de
risco. Fonte: U.S. Environmental Protection Agency [3].

Elementos para a avaliação do risco ecológico


O processo de avaliação de risco ecológico é baseado em dois principais elementos: a
caraterização dos efeitos e da exposição. Estes elementos foram propostos há mais de 10 anos, um
deles baseado no relatório da Academia Nacional de Ciências detalhando a avaliação de risco para
agências federais.

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Como mostrado na Figura Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no documento..1, a
estrutura é composta de três principais elementos ou fases: a formulação do problema, análise e
caraterização do risco. A formulação do problema envolve uma definição clara do problema
específico a considerar. Esta fase pode influenciar a validade científica e as políticas relacionadas
ao processo de avaliação do risco. A segunda fase no processo, análise, esta subdividida na
caraterização da exposição potencial ou existente aos stressores, e caraterização dos efeitos
ecológicos. A última etapa, a caraterização do risco, consiste na integração e avaliação da
informação sobre exposição e efeito.
Formulação do problema
Na formulação do problema, o propósito para a análise é declarado, o problema é definido
e o plano de análise e caraterização do risco é determinado. O processo é constituído de vários
elementos: discussão entre o avaliador e o gestor do risco, as caraterísticas do stessor, a
identificação do ecossistema potencialmente em risco, os efeitos ecológicos, a seleção do desfecho,
modelação conceptual, o contributo da aquisição dos dados, a verificação e monitoria. O trabalho
inicial na formulação do problema inclui a integração da informação disponível sobre as
caraterísticas das fontes, os stressores, ecossistemas e recetores. A informação obtida contribui
para a geração de dois produtos: o desfecho da avaliação e os modelos conceptuais. Cada produto
pode ser gerado primeiro (e a ordem depende do tipo de análise de risco), mas ambos são
necessários para completar um plano de análise, o produto final da formulação do problema.
O processo pode ser iniciado por várias causas. Por exemplo, um pedido para a introdução
de um novo material no ambiente, ou para a determinação de opções de limpeza e uso de terra para
um local contaminado.
Um aspeto crítico do processo de formulação de problema é a ênfase na importância das
discussões entre o avaliador e o gestor de risco, a importância da aquisição de dados novos, a
verificação da avaliação e monitoria do risco. A discussão entre o avaliador e o gestor de risco
sobre os objetivos sociais a realidade científica ajuda a estabelecer-se os limites para o escopo da
avaliação do risco. A interação entre estes indivíduos pode ajudar a consolidar os objetivos em
componentes definíveis de uma avaliação de risco.
Análise
A análise é direcionada pelo resultado da formulação do problema. Como já foi indicado,
a análise consiste de duas fases: caraterização da exposição e dos efeitos ecológicos (Figura Erro! Não

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existe nenhum texto com o estilo especificado no documento..1). Na caraterização da exposição os dados
resultantes da formulação do problema são avaliados para a determinação de como a exposição a
stressores pode provavelmente ocorrer. A força e as limitações dos dados em relação às
caraterísticas da exposição, dos efeitos, do ecossistema e do recetor são avaliadas. Como já foi
mencionado, exposição é a interação entre stressores e recetores. Numa avaliação de perigo devido
à exposição, avalia-se detalhes dos efeitos biológicos do stressor a ser examinado. As medidas de
exposição podem incluir as concentrações de contaminantes, tais como níveis de DDT nos tecidos
no habitat, ou alterações físicas tais como a massa corporal.
As caraterísticas do stressor formam um aspeto importante do processo do risco. Os
stressores podem ser de natureza física, química ou biológica. Os stressores biológicos podem ser
a introdução de uma nova espécie ou a aplicação de um fertilizante para a agricultura. Stressores
físicos podem incluir mudanças de temperatura ou processos geológicos. Exemplos de químicos
podem incluir materiais como pesticidas ou efluentes industriais. Stressores químicos podem
incluir a intensidade, tais como a dose ou as concentrações de agentes químicos, a duração, o
tempo ou frequência de ações.
A etapa acima é seguida pela caraterização dos efeitos ecológicos, isto é, a determinação
de efeitos potenciais e seus tipos, que possam ser antecipados. Várias interações ocorrem entre o
stressor e o sistema ecológico, e cada deve ser considerado. Exemplos de interações incluem a
toxicidade aguda e crónica, a bioacumulação, a biodegradação, a biotransformação, as interações
predador-presa, resiliência comunitária e impactos evolutivos. Os dados disponíveis são analisados
para caraterizar a natureza da exposição potencial ou real e as respostas ecológicas sob condições
definidas.
Os ecossistemas potencialmente em risco podem ser difíceis de se caraterizar. Os
ecossistemas consistem de um grande número de caraterísticas bióticas e abióticas que devem ser
consideradas no processo. Por exemplo, sedimentos têm componentes bióticas e abióticas que
podem afetar dramaticamente a disponibilidade do contaminante. A relação geográfica de sistemas
adjacentes é outra caraterística chave influenciando a migração de espécies, e deste modo as taxas
de recuperação da influência de stressores. Além disso, o tamanho do ecossistema é também uma
variável importante, afetando o número de espécies e a complexidade do próprio sistema.

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Caracterização do risco
A terceira e última fase do processo de avaliação de risco é a caraterização do risco (Figura
Erro! Não existe nenhum texto com o estilo especificado no documento..1). Esta etapa envolve a integração e
avaliação da informação sobre a exposição e os seus efeitos. O processo todo consiste na
combinação dos efeitos ecológicos com as concentrações ambientais, fornecendo informação
sobre a possibilidade dos efeitos da presença do stressor no sistema. É importante realçar-se que o
stressor não apresenta risco para um ambiente a menos que haja exposição. Virtualmente qualquer
material tem algum efeito biológico caraterístico; contudo, a menos que uma quantidade suficiente
do stressor interaja com um sistema biológico, não há efeito. Risco é uma combinação da
exposição e efeitos resultantes expressados como uma probabilidade. A integração da informação
sobre a exposição e os efeitos permite uma estimativa de risco, a possibilidade de que efeitos
adversos resultarão da exposição.
Métodos para a avaliação da exposição e dos efeitos incluem, por exemplo, a medição da
libertação de substâncias químicas, a previsão do destino ambiental e efeitos das substâncias
químicas (possivelmente mesmo antes de terem sido produzidos), e a testagem de efeitos destas
substâncias num laboratório. A exposição e os efeitos podem ser considerados conjuntamente
porque são ambos importantes para a avaliação do risco. Quando o potencial para a exposição e o
efeito são baixos, o risco é baixo. Quando ambos são altos, o risco será alto. Seja qual for o método,
o objetivo é usar toda a informação disponível para caraterizar a exposição e os efeitos e aplicá-
los na compreensão dos riscos ecológicos [4]. Este método é baseado na simples divisão da
concentração ambiental esperada pela concentração produzindo um efeito inaceitável, isto é, o
perigo:
Concentração ambiental esperada
Quociente =
Concentração produzindo um efeito inaceitável

O quociente resultante é geralmente julgado pelo critério mostrado abaixo:


Quociente Risco
>1 Risco potente ou alto
~1 Risco potencial
<1 Baixo risco

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Como foi indicado anteriormente, a avaliação do risco inclui um certo grau de incerteza
por causa da complexidade dos sistemas naturais. Apesar de ser possível de se reduzir algumas
componentes da incerteza através da coleção de dados adicionais, só pode ser possível estimar-se
outras componentes por causa da sua variabilidade inerente (por exemplo, variações climáticas).
Mesmo que seja importante para alguns gestores de risco entender o impacto da variabilidade e
incerteza naturais nas conclusões da avaliação do risco, a tomada de uma decisão de gestão de
risco não exige a ausência da incerteza. De fato, há normalmente tentativas de se quantificar e
comunicar a incerteza quando se faz e reporta uma avaliação de risco ecológico de modo que sejam
tomadas as melhores decisões considerando-se o conhecimento disponível [5].
Apesar de a caraterização da análise e do risco serem apresentados em diferentes fases,
alguns modelos podem combinar a análise da exposição e os dados do efeito com a integração de
todos estes dados que ocorre na caraterização do risco.
Utilidade das previsões da avaliação de risco ecológico
Apesar de existirem várias fontes de incerteza numa avaliação de risco ecológico, é
possível prever-se muitos efeitos com alguma segurança. Mesmo quando as incertezas são altas,
as avaliações de risco baseadas em revisão científica adequada e consenso oferecem um bom
resumo do estado de conhecimento.
Os resultados da avaliação de risco são mais úteis quando gestores de risco comunicam
claramente os riscos e as decisões ao público. Uma boa avaliação de risco ecológico deve:
• Sintetizar os resultados de modo que o público possa entender;
• Distinguir as conclusões científicas de julgamentos políticos;
• Descrever as principais diferenças de opinião sobre conclusões científicas que
leitores podem obter dos dados;
• Explicar a principais assunções e incertezas.
Por causa da complexidade e variabilidade da natureza, a fase inicial da definição do
escopo de uma avaliação de risco ecológico (formulação do problema) é crítica para que se haja
foco na avaliação. Contudo, as avaliações de risco ecológico não precisam de ser complexas ou
longas. Só precisam de definir os riscos com o grau de certeza necessário para apoiar a decisão de
gestão de risco [5].

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Referências
1. U.S. Environmental Protection Agency. National Center or Environmental
Assessment (NCEA); 2004.
2. U.S. Environmental Protection Agency. Guidelines for Ecological Risk
Assessment. In Risk Assessment Forum, U.S. Environmental Protection Agency:
Washington, D.C., 1998; Vol. EPA/630/R-95/002F.
3. U.S. Environmental Protection Agency. Framework for Ecological Risk
Assessment. U.S. Environmental Protection Agency: Washington, D.C., 1992.
4. Landis, W.G.; Yu, M.-H. Introduction to Environmental Toxicology, 3rd ed.; Lewis
Publishers: Boca Raton, FL, 2004; pp. 359.
5. Society of Environmental Toxicology and Chemistry. SETAC TIP, SETAC; Society
of Environmental Toxicology and Chemistry: Pensacola, FL, 1991; p 1.
Questões de revisão
1. O que são avaliações de risco ecológico?
2. Defina os termos “exposição”, “stressor” e “perigo”.
3. Defina a “formulação de um problema”.
4. O que é um desfecho?
5. A que se refere o método de quociente para se estimar o risco?
6. Quais são as formas de determinação de exposição?
7. Qual é o objetivo da análise de exposição?
8. Descreva a importância da comunicação entre o assessor e o gestor de risco.

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