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Doutorando do Programa de Pós-graduação Stricto-senso em Diversidade Cultural e Inclusão Social da
Universidade Feevale. Professor Assistente da Universidade Feevale. E-mail: luislek@feevale.br
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo evidenciar o objeto de pesquisa até o presente
momento construído no contexto do Doutorado em Diversidade Cultural e Inclusão
social e o percurso metodológico estruturado à luz das reflexões propostas na disciplina
de Seminários Interdisciplinares I.
Tomou-se como ponto de partida os dados provenientes dos estudos de Mestrado
em Diversidade Cultural e Inclusão social realizado pelo pesquisador no biênio 2014-
2015 na Universidade Feevale, no qual desenvolveu um levantamento quantitativo da
percepção de Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS)2 de 353 adolescentes de
ambos os sexos entre 14 e 16 anos matriculados na rede municipal de Ivoti no ano de
2015. Naquele momento também foi traçado o perfil socioeconômico, de histórico de
defasagem idade série e reprovação, de trabalho e renda, de estado nutricional
antropométrico (ENA) e de nível de atividade física (NAF) (KERBER, 2015).
Com base na análise univariada destes dados verificou-se associações
significativas entre as características de sexo, idade, histórico de reprovação e inserção
no mercado de trabalho com a variação da percepção de qualidade de vida enquanto
indicador de impacto das políticas públicas de proteção integral ao adolescente no
contexto investigado (KERBER, 2015).
Contudo, devido ao delineamento do estudo de natureza quantitativa e a
divergência de dados obtidos comparados a resultados de outros estudos sobre o tema,
foi sinalizada como uma limitação no estudo e a indicou a necessidade de aprofundar a
análise dos resultados obtidos. Foi sugerido na avaliação final do trabalho incorporar
recursos da pesquisa longitudinal de paradigma qualitativo envolvendo o público
identificado como em condição de vulnerabilidade levando-se em conta os dados
sociodemográficos, histórico de reprovação/ defasagem-escolar, inserção no mercado de
trabalho e que sinalizaram baixos níveis de percepção de QVRS.
Para dar conta desta abordagem pretende-se evidenciar quais os processos de
inclusão/exclusão envolvidos na construção de sentidos e valores atribuídos a escola e
ao trabalho pelos jovens entre 16 e 18 anos participantes e não participantes do
programa Jovem Aprendiz nos municípios de Novo Hamburgo e Ivoti, identificando o
impacto desta política na concepção e percepção de QVRS dos participantes tomando o
cotidiano e as trajetórias de vida destes jovens como objeto deste estudo.
METODOLOGIA
No presente artigo, adotou-se um delineamento de estudo qualitativo centrado
numa revisão bibliográfica exploratório inicial sobre o tema em questão e sobre
possíveis caminhos metodológicos aplicáveis ao objeto de pesquisa. Estes
encaminhamentos foram decorrentes de reflexões e discussões a partir das aulas
expositivas, seminários e apresentações de trabalhos realizados no decorrer do 2º
semestre de 2017 nas aulas de Seminários Interdisciplinares I do Programa de Pós-
Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão da Feevale. Como o pesquisador estava
no primeiro semestre do Doutorado, foi construída a delimitação do objeto de pesquisa e
esboço de caminho metodológico que será a seguir descrito.
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A definição de QVRS neste estudo caracteriza-se como sendo um constructo complexo,
multidimensional, que permite atribuição de valor positivo ou negativo às suas dimensões, bem como
decorre da subjetividade de cada sujeito investigado, por conceber que a realidade só adquire significado
pela percepção, portanto no processo de interpretação da realidade (FLECK et al, 1999a).
RESULTADOS
DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA
Sposito e Silva (2006) destacam a importância do uso da QVRS como indicador
na avaliação de políticas públicas de forma mais abrangente nos setores da saúde,
educação, assistência social, segurança, transporte, lazer, cultura e trabalho. Portanto a
QVRS pode ser utilizado para verificar se estas políticas estão sendo percebidas como
adequadas as necessidades humanas básicas garantindo a efetivação da proteção dos
direitos da criança e do adolescente (SILVA, 2011), alinhando-se a proposta da linha de
pesquisa do PPGDI em Inclusão social e políticas públicas que:
“Estuda as práticas sociais, enquanto espaços de exclusão/inclusão, tais como
aquelas mediadas pela educação, trabalho e políticas de desenvolvimento,
investigando a formulação, gestão e avaliação de projetos e políticas de
inclusão social. ”(FEEVALE, 2017, sp)
Na delimitação do escopo deste estudo faz-se necessário definir Adolescência e
juventude como categorias distintas de análise, considerando que o universo da pesquisa
envolverá jovens entre 16 e 18 anos de ambos os sexos participantes e não participantes
do programa Jovem Aprendiz Feevale do município de Ivoti e Novo Hamburgo. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) adota uma visão biomédica e
desenvolvimentista da adolescência, entendendo que se constitui num processo tanto
biológico como associado às vivências sociais, marcado pela aceleração do
desenvolvimento físico, cognitivo, social e a estruturação da personalidade, abrangendo
a pré-adolescência entre 10 e 14 anos e a adolescência dos 15 aos 19 anos (WHO,
1986).
Entretanto ao abordar políticas públicas numa perspectiva sociológica parece
mais apropriado o uso do conceito de Juventude ou Juventude“s” , entendido como uma
construção sócio-historica e cultural da modernidade vêm constituindo-se objeto de
análise socioantropológica (PAIS, 2006). Defende-se a necessidade de denominar essa
categoria pelo termo no plural em função das especificidades dos diversos grupos
juvenis fruto da crescente diversidade cultural existente nos grandes centros urbanos em
diferentes tempos históricos (KIRCHHEIN; SCHMIDT, 2014).
Portanto cabe investigar os espaços por onde os jovens circulam e das relações e
significados neles estabelecidos para melhor compreendê-los. Melluci (1997) concebe
Juventudes como uma metáfora do social, representando em si todos os dilemas,
angústias e ambivalência da sociedade atual, em especial tensionadas pelo desemprego,
fragilidade das relações entre capital e trabalho e pelo sentido e valor atribuído a escola
e a educação neste processo.
Nesta perspectiva, destaca-se o protagonismo das pessoas vistas como atores
sociais que compartilham decisões e criam instrumentos para expressarem seu direito a
ter direito (SPOSITO; SILVA; SOUZA, 2006), expressão da cidadania num estado de
direito e democrático, em particular do adolescente a ser visto como sujeito de direito
(RIFIOTIS, 2007) sobremaneira na relação com a escola e com o trabalho.
Outro olhar desta pesquisa buscará compreender as políticas públicas para
juventude particularmente quanto ao acesso ao mercado de trabalho pelo jovem que se
interessa e/ou necessita trabalhar. Verifica-se que somente na Constituição Federal de
1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), pela Lei da
aprendizagem (BRASIL, 2000.), e mais recentemente, no Estatuto da Juventude,
(BRASIL, 2013) passaram a existir políticas afirmativas voltadas ao direito à
profissionalização (GONÇALVES, 2014). Este direito é assegurado na modalidade de
contratos de trabalho especiais para jovens entre 14 e 16 anos na condição de menor
aprendiz, e de 16 a 24 anos em seu primeiro emprego que respeitem sua condição de
pessoa em desenvolvimento e garanta seus direitos trabalhistas e previdenciários, sem
deixar de estimulá-lo a continuar os estudos e o desenvolvimento profissional
(GONÇALVES, 2014; LUZ, 2015)
Contudo, Luz (2015) e Gonçalves (2014) afirmam que a nova configuração do
mundo do trabalho; com o aumento do grau de informalidade dos empregos no Brasil
em detrimento daqueles oferecidos pelo setor formal da economia, precarizou as
relações de trabalho dos jovens. Portanto, as relações do trabalho com o capital e os
modos de produção figuraram como centrais a compreensão da função da
institucionalização da escola na atualidade como elemento essencial a manutenção do
modelo de produção capitalista. Destaca-se que nas últimas décadas estas relações
foram duramente impactadas pelo regime de acumulação flexível e pedagogia da
aprendizagem flexível, suportada pelo crescimento tecnológico-comunicacional e da
microeletrônica que tem pautado a atual reforma do ensino médio e ampliação da
Educação a distância (KUENZER, 2016). Além disso, pode-se inferir que esta realidade
prejudica a implantação de propostas de integração do jovem num processo de
aprendizagem de ensino técnico associado ao cotidiano das demandas do trabalho
formal como evidenciado no contexto do programa Jovem Aprendiz.
Estes múltiplos fatores envolvidos na pesquisa exigem uma abordagem
interdisciplinar do objeto de pesquisa QVRS ao considerar ainda que o Kidscreen-52;
instrumento a ser utilizado, possui 10 dimensões da percepção de QVRS a saber: saúde
e atividade física, sentimentos, estado emocional, autopercepção, autonomia e tempo
livre, família/ambiente familiar, aspectos financeiros, amigos e apoio social, ambiente
escolar, bullying (GASPAR; MATOS, 2008).
Neste sentido, observou-se no estudo realizado por Kerber (2015) que na
descrição das atividades profissionais desempenhadas, apenas 3 jovens declararam-se
“Jovem Aprendiz”, correspondendo a apenas 5,2% dos jovens trabalhadores enquanto
45(77,58%) não possuíam qualquer vínculo e 10(17,24%) eram contratados no regime
da CLT por terem 16 anos completos, o que desperta e justifica a atenção para a
necessidade de entender este fenômeno no contexto investigado e suas relações com a
percepção de QVRS.
Na dimensão educacional do contexto investigado por Kerber (2015), um dado
importante foi a verificação da associação significativa (p=0,033) entre trabalho e
histórico de reprovação. Constatou-se que foram mais suscetíveis a eventos de
reprovação os indivíduos que estão no mercado de trabalho formal (53,8%) e os que
trabalham sem carteira assinada (42,2%). Entretanto, quem nunca trabalhou constitui
maior distribuição entre os que nunca reprovaram (71,5%). Com base neste indicador
foi assumido a necessidade de investigar com maior aprofundamento os determinantes
desta associação. Outrossim, percebeu-se escores superiores de QVRS nas dimensões
Aspectos financeiros, autopercepção para quem trabalhava com carteira assinada.
Com base nos pressupostos delimitadores do objeto de investigação, chegou-se
ao seguinte problema de pesquisa: Quais as implicações dos processos de
inclusão/exclusão associados a (des)articulação das políticas de educação escolar e
vinculadas a (in)efetividade da Lei da aprendizagem para o acesso e qualificação
ao trabalho considerando seu impacto na concepção e percepção de qualidade de
vida de jovens de 16 a 18 anos de dois municípios do Vale dos Sinos?
Operacionalizando o problema de pesquisa enuncia-se como objetivo geral
compreender as implicações dos processos de inclusão/exclusão associados a
(des)articulação das políticas de educação escolar e vinculadas a (in)efetividade da Lei
da aprendizagem para o acesso e qualificação ao trabalho considerando seu impacto na
percepção de qualidade de vida de jovens de 16 a 18 anos de dois municípios do Vale
dos Sinos.
Conduzindo ao objetivo geral enunciou-se os objetivos específicos a seguir listados:
• Mapear a oferta de cursos do Jovem Aprendiz desenvolvidos em Novo
Hamburgo(Feevale) e Ivoti.
• Mapear as empresas que aderiram e ao programa Jovem aprendiz, a forma de
adesão, bem como os potenciais de adesão na região de NH e Ivoti.
• Identificar os jovens entre 16 e 18 anos participantes do programa Jovem
Aprendiz em NH e Ivoti.
• Mensurar os indicadores de QVRS e traçar o perfil de idade, sexo, histórico de
reprovação e acesso ao mercado de trabalho de jovens 16 a 18 anos dos
municípios de NH e Ivoti participantes e não participantes do programa Jovem
Aprendiz.
• Identificar as concepções de qualidade de vida para os jovens envolvidos no
estudo.
• Identificar os significados e sentidos atribuídos ao trabalho e a escola
construídos pelos jovens participantes e não participantes do programa Jovem
aprendiz, pelos profissionais envolvidos com a execução do programa Jovem
aprendiz, pelos profissionais das empresas que aderiram a contratação pelo
programa Jovem aprendiz, pelas escolas de origem e pelos familiares dos jovens
participantes do estudo.
• Analisar os processos sócio-históricos de construção destes significados
atribuídos a escola e trabalho.
• Analisar as implicações destes sentidos e significados atribuídos no grau de
efetividade da aplicação da lei da aprendizagem e o impacto na concepção e
percepção de qualidade de vida.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PROPOSTOS PARA O ESTUDO
Para dar contar conta dos objetivos deste estudo adotar-se-á o delineamento de
uma pesquisa de paradigma qualitativo-quantitativo(misto) sequencial (CRESWELL,
2007) utilizando a pesquisa-ação como procedimento técnico (THIOLLENT, 1998).
Constituir-se-á como campo de pesquisa os jovens entre 16 e 18 anos de ambos
os sexos participantes e não participantes do Programa Jovem Aprendiz nos municípios
de Novo Hamburgo e Ivoti, estratificados por idade, sexo, participação da amostra do
estudo de mestrado do pesquisador, perfil de trabalho/renda e de histórico de
reprovação.
Além dos jovens, o processo investigativo buscará analisar a instituição escolar
com seus atores sociais e de políticas públicas envolvidos na qualificação e integração
ao mercado de trabalho dos jovens envolvidos na pesquisa, envolvendo gestores e
professores de entidades formadoras e das redes escolares e empregadores e
empregados que recebem e acompanham jovens aprendizes.
O desenvolvimento do estudo dar-se-á em três fases ou estágios. Numa primeira
fase designada como exploratória (THIOLLENT, 1998) será necessário realizar uma
revisão sistemática para definir o estado da arte quanto a temática do estudo buscando
publicações. Além disso, será realizado um levantamento das bases de dados existentes
no IBGE, Superintendência Regional do Trabalho e emprego, Entidades formadoras
Jovem aprendiz, Redes Escolares, Empresas empregadoras, identificando a população
composta por jovens entre 16 e 18 anos matriculados em Ivoti e Novo Hamburgo nas
escolas de origem dos participantes do programa Jovem Aprendiz da Feevale e
calculada a amostra necessária a primeira fase do estudo que seguirá o paradigma
quantitativo de um levantamento.
Em sequência haverá a negociação de acesso a amostra com os devidos cuidados
éticos previstos na Resolução 466/12 do CNS/MS (CONSELHO NACIONAL DE
SAÚDE, 2012) e na resolução 501/16 do CNS/MS (CONSELHO NACIONAL DE
SAÚDE, 2016). Será necessário a realização de reuniões e grupos focais para
negociação de acesso, identificação de apoios e resistências, elaboração de
diretrizes(hipóteses) e objetivos com a construção coletiva do plano de ações visando
(THIOLLENT, 1998)
Na segunda fase, de delineamento quantitativo da pesquisa serão utilizados
como instrumentos de coleta de dados o questionário para avaliar a qualidade de vida
relacionada à saúde de crianças e adolescentes, o questionário KIDSCREEN-52 (THE
KIDSCREEN GROUP EUROPE, 2006) na versão crianças e adolescentes validada para
o Brasil por Guedes e Guedes (2006). Além disso, será aplicado um Questionário de
variáveis sociodemográficas elaborado pelo pesquisador com ênfase nas temáticas
educação, trabalho. Com base nestes dados será possível identificar grupos
típicos(estratos) que servirão de base para a análise estatística multivariada verificando
a distribuição dos resultados dos Escores de QVRS, e variáveis sociodemográficas de
sexo, idade, perfil de trabalho, perfil escolar. Para os indivíduos participantes do estudo
de mestrado do pesquisador e que encontrarem-se no universo deste estudo será
realizada a comparação das variações de percepção de QVRS num acompanhamento
longitudinal.
Na segunda fase do estudo adotar-se-á o paradigma qualitativo com
delineamento de uma pesquisa-ação (THIOLLENT, 1998) na qual concebe-se como
pesquisa social de natureza empírica, realizada com ação conjunta, cooperativa e
colaborativa do pesquisador e participantes do estudo na direção da resolução de um
problema coletivo. Geralmente este tipo de pesquisa está associada a processos
emancipatórios com forte engajamento sócio-político com populações em situações de
vulnerabilidade (THIOLLENT, 1998). No seu desenvolvimento pressupõem-se o uso de
entrevistas e/ou grupos focais para investigar as características Político-pedagógicas da
escola, de perfil dos alunos, de perfil de professores na perspectiva do corpo docente e
discente com objetivo de identificar as concepções de escola para os atores envolvidos,
com particular atenção aos jovens e o sentido atribuído àquele espaço-tempo da vida
dos jovens e suas relações com universo do trabalho.
Numa terceira fase de natureza qualitativa interpretativa, voltar-se-á a atenção
para a compreensão do caminho do jovem em busca de seu lugar no mercado de
trabalho formal ou informal, mas destinando especial atenção a política pública centrada
na Lei da aprendizagem (Lei n.10.097 de 2000) conhecido como Programa Jovem
Aprendiz, fazendo a escuta dos atores sociais responsáveis pela sistematização destas
relações; empresas, jovens; poder público. Para tanto, adotar-se-á observações,
entrevista semiestruturada, grupos focais e seminários, além da análise documental
como instrumentos de coleta de dados, ações informativas e formativas (THIOLLENT,
1998; PRODANOV; FRIETAS, 2013).
Para análise destes dados adotar-se-á o paradigma sociológico na análise da vida
cotidiana defendendo uma postura da sociologia do cotidiano que defende “a
necessidade de explorar as relações dialéticas entre microanálise e macroanálise no
estudo articulado de comportamentos e estruturas sociais presentes neste cotidiano”
(PAIS, 2001, p.18). Associa-se a este repertório metodológico as contribuições de
FERREIRA (2017) sobre novos caminhos e desafios metodológicos na pesquisa com
jovens que reconhecem o papel do jovem enquanto ator social e interlocutor
privilegiado de narração sobre si próprios, sobre suas experiências e seus mundos.
Adota-se uma perspectiva participativa como indicada para atenuar as relações
assimétricas de poder entre o pesquisador e os sujeitos do estudo, ajudando a estabelecer
relações de confiança, colaboração e envolvimento dos jovens nos processos de
pesquisa.
A análise dos dados será realizada na dimensão quantitativa verificando-se
inicialmente a normalidade dos dados com o Teste de Kolmogorov-Smirnov, adotando-
se um nível de significância em p ≤ 0,05. A estatística descritiva apresentará o perfil da
amostra estratificada por idade, sexo, e caracterização das variáveis coletadas
expressando-se a frequência absoluta, relativa, média e desvio padrão das variáveis
coletadas. A classificação dos níveis de QVRS será expresso de forma absoluta e
classificados por quartis. Será utilizada a análise inferencial dos dados para comparar os
escores de QVRS entre os estratos amostrais: Jovem Aprendiz x emprego informal x
sem emprego antes e após a execução do plano de ação da pesquisa ação. Também será
verificada a associação entre sentidos atribuídos ao trabalho, escola e a classificação da
QVRS (LEVIN, 1987).
No que ser refere a análise dos dados qualitativos será utilizada a análise de
conteúdo (BARDIN, 2004) em três fases: Pré-análise, análise do material e
tratamento dos resultados. A fase de tratamento dos resultados implica na extração
das unidades de registro/significado e de contexto com a sua quantificação,
categorização semântica após classificação progressiva pós-coleta baseada na relação
dos dados com a teoria que sustenta a execução do projeto de pesquisa.
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