Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia – DEEL

Licenciatura em Engenharia Eletrónica

Ondas Electromagnéticas e Linhas de Transmissão

Propagação em Meios Diferentes

Docente:
Eng.º Adélio Francisco Tembe, MSc.
 Propagação em Meios
Diferentes
 Um capítulo importante a ser analisado é o que concerne a alguns casos
de ondas electromagnéticas planas, com diferentes polarizações,
propagando-se em meios diferentes.
 O caso de estudo mais simples é da incidência de ondas que se faz de
forma perpendicular as interfaces entre os meios.
 Porém a propagação de ondas é feita, em muitos casos, por de incidência
oblíqua .
 Parâmetros como coeficiente de reflexão, transmissão e onda
estacionaria são introduzidos para facilitar a determinação de amplitude
e fase das ondas reflectidas e transmitidas, numa transição entre meios
diferentes.
 Fenómenos como reflexão total, transmissão total e formação de ondas
de superfícies merecem muita atenção, pois a sua percepção facilita a
compreensão da propagação de ondas em meios diferentes.
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 Incidência Normal entre Dois
Meios
 A Figura mostra um espaço constituído de dois meios diferentes, separados pelo
plano z = 0. Uma onda plana linearmente polarizada, cuja fonte se encontra no
meio 1, incide normalmente sobre a interface de separação dos meios.

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 Incidência Normal entre Dois
Meios
 Nesta figura encontram-se representados os vectores dos campos
electromagnéticos das ondas incidente, reflectida e transmitida.
 Observa-se que o vector campo eléctrico esta alinhado na direcção x e o
magnético na direcção y. As ondas incidente e transmitida se propagam no
sentido z+, enquanto a reflectida faz o sentido inverso, isto é, z−.
 Sabe-se que, na interface entre os meios, os campos electromagnéticos
tangenciais têm que satisfazer as condições de fronteira:

 Se não houver corrente de condução na interface, então, a densidade de

corrente J é nula e:

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 Incidência Normal entre Dois
Meios
 No caso da incidência normal, todos os campos são tangenciais,
sendo que na fronteira z = 0, têm-se:

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 Transição entre Dieléctricos
 Nos meios dieléctricos, considerados meios não-magnéticos, a
permeabilidade pode ser considerada como μo. Portanto, as
impedâncias intrínsecas nos meios 1 e 2 são fornecidas,
respectivamente, por:

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 Transição entre Dieléctricos
 Os campos incidentes são fornecidos por:

 Os campos reflectidos são fornecidos por:

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 Transição entre Dieléctricos
 Os campos transmitidos são fornecidos por:

 Sendo assim, para a interface z = 0, tem-se:

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 Coeficiente de Transmissão
 Somando as equações seguintes:

 Somando obtêm-se
o coeficiente de
transmissão do meio
1 para o meio 2 no
plano z = 0:

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 Coeficiente de Transmissão
 Pode-se mostrar que, para onda incidindo na interface a partir do
meio 2, o coeficiente de transmissão será:

 O coeficiente de reflexão, que é definido como a razão entre o

campo reflectido e o campo incidente, pode ser obtido a partir da
expressão que se segue por Ei, isto é:

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 Coeficiente de Reflexão
 O coeficiente de reflexão visto a partir do meio 1 em direcção ao
meio 2 será:

 O coeficiente de reflexão visto a partir do meio 2 em direcção ao

meio 1 será:

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 Transição Dieléctrico-Condutor
 Considerando-se que o meio 2 é um condutor perfeito, então a impedância
intrínseca deste meio é zero, o coeficiente de transmissão é nulo e o de
reflexão igual a -1.
 Entretanto, se o condutor não for perfeito, a impedância é dada por :

 Enquanto os campos são expressos como:

 Uma vez que os valores tópicos de impedância para um condutor são próximos
de zero.
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 Transição Condutor-Dieléctrico
 Considerando-se agora que o meio 1 é condutor, têm-se:

 Pois η1 é aproximadamente igual a zero.

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 Exemplo
 Determine a percentagem de campo eléctrico reflectido na interface ar-água e
ar-cobre para uma onda de 10GHz.

Solução
 Para o caso da interface entre dieléctricos, ar-água, tem-se:

Ou seja, a amplitude do
campo eléctrico reflectido
equivale a 80% do valor
incidente.
Note que a onda sofre uma
inversão de fase de 180◦.

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 Exemplo
 Determine a percentagem de campo eléctrico reflectido na interface ar-água e
ar-cobre para uma onda de 10GHz.

Solução
 Para o caso da interface dieléctrico-condutor, a impedância do condutor e o
coeficiente de reflexão são fornecidos por:

Como se pode observar, a amplitude da onda reflectida é praticamente 100% do valor

incidente.
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 Coeficiente de Onda Estacionária
 Voltando ao caso de uma onda plana incidindo sobre a interface
dieléctrico-condutor, sendo o condutor perfeito, tem-se como
campo total no meio dieléctrico:

 Ou, para campos variando harmonicamente no tempo:

 Como ρ = −1, então:

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 Coeficiente de Onda Estacionária

 Observa-se da equação acima que não existe propagação, portanto, a onda se

encontra parada no espaço, variando sua amplitude no tempo e espaço de
acordo com senωt e senβz, respectivamente. Este tipo de onda é denominada
de onda estacionária.

 Se o meio 2 for um condutor qualquer, ou um outro dieletrico, então, o coeficiente de

reflexão é diferente de -1. Sendo assim, o campo total pode ser escrito como

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 Coeficiente de Onda Estacionária
 Definindo-se:

 Tem-se:

 Sendo:

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 Coeficiente de Onda Estacionária

 Este campo eléctrico tem amplitudes máxima e mínima dadas por:

 O coeficiente de onda estacionária é definido como sendo:

 O termo SWR (Standing Wave Ratio) é muito empregado na prática para

designar o coeficiente de onda estacionária. Como o módulo do coeficiente
de reflexão varia de 0 a 1, então, 1≤ COE < ∞.

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