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A ansiedade consiste numa resposta normal e adaptativa perante ameaças reais ou

imaginárias, preparando o indivíduo para reagir face ao perigo. Carateriza-se por um


sentimento difuso, vago, desagradável, de medo e apreensão acompanhado por um
conjunto de sintomas derivado da antecipação de um perigo, de algo desconhecido ou
estranho (Kaplan, Sadock & Grebb, 2003).

Para o diagnóstico de uma síndrome ansiosa é importante verificar a intensidade dos


sintomas e o seu impacto na vida do indivíduo. A ansiedade carateriza-se por emoções
negativas que são excessivas e persistentes. A ansiedade, apesar de ser uma patologia
muito comum, é subestimada, pouco tratada e pobremente estudada nos idosos
(Almeida, 2008). O autor afirma que um problema comum para os clínicos é a distinção
das diferentes causas da ansiedade nos idosos, sendo as mais comuns: (1) devida a uma
reação a um evento traumático; (2) associada a doença médica; (3) associada ao uso de
medicação; (4) associada a perturbações específicas da ansiedade; e (5) sintomas que
são desestabilizadores mas que não cumprem os critérios de diagnóstico de uma
perturbação da ansiedade particular.

Relativamente à prevenção, seguem abaixo algumas dicas que podem fazer diferença e
melhorar a qualidade de vida dos idosos.

Praticar atividade física 

O exercício físico faz bem ao corpo e à mente, e como não poderia deixar de ser, ajuda a
diminuir os níveis de stress e ansiedade. Melhora o funcionamento do organismo, sendo
que, eleva a produção de serotonina, substância neurotransmissora que atua no cérebro,
regulando o humor, o sono, o apetite, o ritmo cardíaco, entre outros.

Sugestões simples e práticas de oportunidades que os idosos podem aproveitar para


aumentar a atividade física:

 Caminhar (em vez de conduzir);


 Ir pelas escadas em vez de ir no elevador;
 Estacionar o carro um pouco mais longe do destino, e caminhar a pé o resto do
percurso;
 Passear o cão;
 Praticar atividades nos tempos livres que requeiram atividade física (ex:lavar o
carro, fazer jardinagem...);
 Participar em programas disponíveis para a 3ª idade (ex: hidroginástica).

Como se pode ver, incluir mais exercício no quotidiano não implica grandes alterações.

Alimentação

Para um completo bem-estar físico e mental, é importante realizar uma alimentação


saudável variada e equilibrada. Assim, tal como o corpo, também a mente precisa de ser
"alimentada" corretamente para que funcione de modo apropriado.
Ocupar o tempo livre

É comum pensar que chegar à 3ª idade, o idoso precise de mais tempo para descansar.
No entanto, manter uma ocupação é uma das formas de prevenir a ansiedade. É
fundamental preencher o dia-a-dia com atividades que proporcionem prazer e felicidade
ao idoso.

Socialização

As pessoas são, por natureza, seres sociais que vivem em interação com os outros. Ao
longo da vida, vamos pertencendo a vários grupos e é estando inseridos nesses grupos
que se vivência as melhores experiências de vida.

O isolamento social pode cooperar com a ansiedade. Recomenda-se a interação com


pessoas de diferentes ambientes. Se o envelhecimento for acompanhado por um
interesse nas relações com os outros, fomentar-se-á um sentimento de plenitude e de
preenchimento do dia-a-dia. A capacidade de interagir socialmente é fundamental para o
idoso conquistar e manter as redes de apoio social e garantir uma maior satisfação com
a sua vida.

Estimular a mente

Assim como o corpo, o cérebro tem de ser exercitado para continuar a funcionar e, tal
como na atividade física é desejável que o corpo se canse enquanto está a ser exercitado,
também é desejável que a mente se canse com o treino, pois a prática melhora o
desempenho cognitivo. A mente deve estar sempre ativa para evitar doenças como a
ansiedade.

Existem várias formas para manter a mente ativa, que vão desde pequenas alterações a
introduzir no dia-a-dia, até ao planeamento de sessões de estimulação, ou a participação
em programas de intervenção cognitiva.

Sono

Bons hábitos de sono são um aspeto fundamental para o bom funcionamento da mente.
As dificuldades de sono podem interferir nos processos mentais, nomeadamente na
memória e no raciocínio, além de terem consequências ao nível emocional e do humor.
Além disso, a privação do sono pode conduzir a maiores níveis de stress.

Referências Bibliográficas

Kaplan, I. H., Sadock, J. B. & Grebb, A. J. (2003). Compêndio de Psiquiatria (7ª ed.), Nova Iorque: Artmed Editora.

Oliveira, K.L., Santos, A.A., Cruvinel, M. & Néri, A.L. (2006). Ansiedade, depressão e desesperança em idosos. Psicologia em
Estudo, 11(2) , 351-359.

Almeida, A. (2008). A Pessoa Idosa Institucionalizada em Lares - Aspectos e contextos da Qualidade de Vida. Dissertação de
Mestrado. Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Universidade do Porto: Porto.

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