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Universidade Licungo

Faculdade de Ciências da Educação e Psicologia


Licenciatura em Administração e Gestão da Educação
Arménia Octávio Duarte Sagras
Resumo da Cadeira de Supervisão Escolar

Breve histórico da supervisão escolar


A idéia da Supervisão surgiu com a industrialização, no sentido de melhorar a
quantidade e qualidade da produção, sendo a supervisão uma forma de reprimir, vigiar,
controlar, monitorar manteve durante muito tempo nos séculos XVIII e início do século
XX.

Supervisão na antiguidade;
Na sociedade primitiva, a educação acontecia de modo espontâneo e integral.
Vida familiar, vida no clã, trabalhos ou jogos, ritos, cerimônias tudo constituía uma ocasião
para instruir-se: desde os cuidados maternais as lições do pai caçador, desde a observação das
estações do ano, dos relatos dos mais velhos. O processo educativo tinha como instrumento a
transmissão entre os membros do grupo.

Supervisão na idade média;


Pouco a pouco as culturas grega e romana foram se fundindo e a idéia de formação
humanística da Grécia foi se incorporando aos costumes e a educação romana,
valorizando as características próprias do homem. Foi então que no século II a.C. foram
criadas em Roma as primeiras escolas seguindo o modelo grego, sistematizadas em
graus e dirigidas pelos Ludi magister(professor primário) onde as crianças iam
acompanhadas de seus paedagogus(pedagogos-supervisores) até os locais onde
funcionavam a cultura e suas diversas formas, retórica e textos literários.

Os paedagogus (pedagogos-supervisores) tinham presença marcante e atuante nessas


escolas, pois auxiliavam nas atividades educativas bem como fiscalizavam a
metodologia empregada pelos magisteres, pois estes mesmo já tendo mais respaldo
ainda não poderiam ir contra os ideais da época.
Na Grécia clássica (século V a.C.) que a instituição-escola eram espaços que iam desde
os encontros para debates e orações aos colégios, ou seja, escolas propriamente ditas.
Nesses colégios surge o supervisor, claro, sem essa nomenclatura, era como um escravo,
mas com funções que o identificam como tal, uma espécie de acompanhante.
Assim, o pedagogo, que era uma espécie de  escravo subordinado ao rei na época,
conduzia o jovem até as assembléias, onde ocorriam as discussões que envolviam
pensamentos críticos, criativos, resgates de cultura, valorização da experiência dos mais
velhos.
Supervisão no Século XX

Com o desenvolvimento havido nos estudos didácticos pedagógicos e nos de divisão do


trabalho, e de administração, graças notadamente, aos trabalhos de Frederic Winlsow
Taylor (1856-1915), criador do Taylorismo, o inspector escolar passa, cada vez mais a
buscar eficiência no trabalho magisterial , assumindo, no entanto , mais carácter
tecnológico do que humano …e a supervisão passa a ser autoritária.

A partir de 1930, no entanto, por influência do desenvolvimento dos estudos sobre


relações humanas e do fortalecimento dos ideais democráticos da vida, a supervisão
escolar começa a humanizar-se buscando um desempenho do professor com base:

a) Na liderança democrática;
b) Na cooperação;
c) No melhor relacionamento humano;
d) Na visão de todos comprometidos no processo educativo como pessoas
notadamente os alunos;
e) No incentivo á criatividade e responsabilidade, ao invés de dependência e
conformismo;
f) Na visão do aluno, principalmente, que precisa ser compreendido e
adequadamente orientado, afim de poder realizar -se como pessoa
humana, em função de todas as suas possíveis potencialidades e
limitações;
g) No melhor conhecimento do processo ensino-aprendizagem.
Supervisão moderna

Na Idade Moderna: com a formação da sociedade capitalista e o aparecimento da


burguesia e da indústria, surge a necessidade da generalização da escola, de uma nova
sistematização, bem como sua institucionalização, com isso surge a idéia do
supervisor educacional.

A função do supervisor é tido como um organizador do espaço da escola, uma


organização baseada no sistema estatal e nacional, este era o orientador que persuadia os
alunos para se adequarem ao modelo exigido pela classe privilegiada e dominante.

Assim, nos dias actuais o supervisor pedagógico marcha decididamente para uma acção
mais científica e mais humana quanto ao processo educativo em outras palavras, procura e,
reconhecendo, estimulando, apoiando, assistindo, sugerindo, participando, inovando ets.ao
invés de pura e simplesmente exigir ou dirigir, em outras palavras, procura estimular a
criatividade e a responsabilidade, ao invés de dependência e conformismo por parte , como
já foi assinalado acima.
Para Eye e Netzer a supervisão escolar deve buscar:
a) Maturidade profissional;
b) Desenvolvimento do currículo;
c) Aperfeiçoamento do ensino;
d) Consolidação escola-comunidade;
e) Expectativas de emergência, isto é, tentativa de antecipação dos
acontecimentos, prevendo demandas e necessidades futuras;

Para Jesus M.Isaias a supervisao se expressa de estimulo ajuda e coodenacao combase em


elementos tecnicos e elementos humanos.

Conceitos de supervisão

Supervisão (literalmente, “visão superior”) é uma função de controlo cometida a certas


entidades, no seio de uma organização, e consiste em analisar, confirmar ou corrigir
actos praticados pelos agentes ao serviço dessa mesma organização. A supervisão
compreende diversas modalidades:
Supervisão, etimologicamente, significa: “visão sobre”. Logo, supervisão escolar
significa visão sobre todo o processo educativo para que a escola possa alcançar os
objectivos da educação e os objectivos específicos da própria escola.

Good, diz que a supervisão representa “todos os esforços de funcionários escolas


regulares cujo objectivo é favorecer a situação dos professores e outros trabalhadores no
melhoramento da educação, incluindo estímulo ao progresso profissional e ao
desenvolvimento de professores, selecção e revisão dos objectivos da educação, dos
materiais e métodos de ensino, bem como a avaliação da instrução”.

Vieira (1993: 28) define supervisão como "a actuação de monitorização sistemática da
prática pedagógica, sobretudo através de procedimentos de reflexão e de
experimentação", além de ser de” natureza prescritiva” (idem: 60).

Alarcão (1994: 28) clarifica o seu significado, contextualiza-o na prática pedagógica e


define-o como um "processo em que um professor, em princípio mais experiente e mais
informado, orienta um outro professor no seu desenvolvimento humano e pessoal" , isto é,
trata-se de um processo que tem como objectivo o desenvolvimento profissional do
professor e situa-se no âmbito da orientação da prática pedagógica. Ou seja, a
supervisão “deve ser entendida como acção facilitadora e mobilizadora do potencial de cada
um e do colectivo dos seus membros e simultaneamente, responsabilizadora pela manutenção
do percurso institucional, traçado pelo Projecto Educativo da Escola” (Alarcão, 2001: 7).

Princípios da supervisão
Os princípios da supervisão são: Sistematização, Democratização, Objectividade,
Respeito às diferenças individuais, Participação e liderança, Reconhecimento de méritos
e defeitos, Supervisão será contínua e progressiva, supervisão será individual e
colectiva.

Os princípios citados resumem ideias dos tratadistas da matéria em 14 directrizes


principais:

 A supervisão deverá: ser construtiva e criadora;


 ser democrática e basear-se mais nos esforços do grupo do que naqueles
individuais do supervisor;
 estruturar-se em bases profissionais e não pessoais;
 ter como fim último fazer com que o educando se aproxime o mais possível dos
objectivos geralmente assentados;
 promover o desenvolvimento dos professores;
 referir-se ao bem-estar pessoal dos professores e suas relações interpessoais;
partir das práticas e condições, tais como as encontram, para modificá-las
paulatinamente;
 ser gradativa e progressiva, mas persistente;
 adaptar-se às capacidades e atitudes dos professores;
 caracterizar-se pela simplicidade e naturalidade;
 usar métodos de acção simples e directos;
 ser cumulativa em seus resultados;
 ser objectiva, ter sentido de autocrítica, sendo capaz de, a cada momento, avaliar
seus próprios resultados.

Objectivos da supervisão.

O objectivo da supervisão pedagógica é o desenvolvimento, “nos professores, (de)


competências metacognitivas que lhes permitam, conhecer, analisar, avaliar e questionar a sua
própria prática docente, assim como os substratos éticos e de valor a ela subjacentes” (Garcia,
1999: 153).

O professor deve ser capaz de reflectir com base nas suas experiências pessoais, nos seus
conhecimentos, nas realidades pessoais e contextuais dos seus alunos e das suas aulas, e no
constante questionamento das crenças subjacentes às suas atitudes

Supervisão como um processo

Como processo dinâmico, a supervisão implica uma “visão de qualidade, inteligente,


responsável, acolhedora, empática, serena e envolvente de quem vê, o que se passou antes, o
que se passa durante, e o que se passará depois, ou seja de quem entra no processo para o
compreender por dentro e por fora, o atravessa com o seu olhar e ver para além dele numa
visão prospectiva baseada num pensamento estratégico” (Alarcão & Tavares, 2003:45).

Ciclos da Supervisão escolar

Numa perspectiva colaborativa do papel do supervisor, podemos definir as suas


competências na área da supervisão, na área de observação e na área da didáctica.
Tendo por base as diferentes áreas de intervenção e respectivas competências, o
supervisor deve informar, questionar, sugerir, encorajar e avaliar, no quadro de um ciclo
de supervisão que são constituídos por várias fases:

Segundo Vieira (1993) os ciclos compreendem a 1ª fase Pré-observação, 2ª fase


Observação e 3ª fase de Pós-observação.
Para Alarcão & Tavares (2007) os ciclos compreendem 1ª fase Pré-observação, 2ª fase
Observação, 3ª fase Análise dos dados e 4ª fase de Pós-observação.
Já para Coelho & Rodrigues (2008) os ciclos compreendem 1ª fase Pré-observação, 2ª
fase Observação, 3ª fase Análise dos dados, 4ª fase de Pós-observação e 5ª Análise do
ciclo de supervisão.

FASES EVOLUTIVAS DA SUPERVISÃO


O conceito de supervisão escolar sofreu singular evolução até chegar a actual
conceituação, a supervisão escolar, assim, passou por três fases distintas que são:
fiscalização, construtiva e criadora.

1. Fase fiscalizadora
A fase fiscalizadora foi a primeira a se confundir com a inspecção escolar, interessada
mais no cumprimento das leis de ensino, condições de prédio, situação legal dos
professores, matriculas, ferias, documentação dos educandos, etc.
Esta modalidade de supervisão ou inspecção escolar seguia padrões rígidos, inflexíveis,
e eram os mesmos para todo o país, não havendo consideração para com as
peculiaridades e necessidades de cada região do país e muito menos para com as
diferenças individuais dos educandos.

2. Fase construtiva
A fase construtiva ou de supervisão orientada, a segunda na evolução do conceito de
supervisão escolar, é a que reconhece a necessidade de melhorar a actuação dos
professores os inspectores escolares, que passaram a promover cursos de
aperfeiçoamento e actualização dos professores assim, são examinadas falhas na
actuação dos professores e essas falhas são motivo para a realização de trabalhos
visando à remoção das mesmas.
3. Fase criadora
A fase criativa a actual é aquela em que a supervisão se separa da inspecção para montar
um serviço que tenha em mira o aperfeiçoamento de todo o processo ensino-
aprendizagem, envolvendo todas as pessoas nele implicadas em sentido de trabalho
cooperativo e democrático.
Como diz Miguel Angel Marquez “ a supervisão criadora estimula e orienta de maneira
democrática e cientifica os professores a fim de que se desenvolvam profissionalmente e
sejam cada vez mais capazes de obter o maior grau de eficiência no processo de ensino,
promover actividades de crescimento profissional e criar ambiente de estudo e de
estímulo que incita os professores a se superarem constantemente”

A supervisão escolar, no entanto, pode ser exercida de forma autocrática ou


democrática, dando origem mesmo a dois tipos de supervisão.

As diversas formas de supervisão (Sentido geral e particular)

Supervisão geral; (quando se identifica com a inspecção escolar, somente que com
outra atitude que não a de fiscalizar, mas sim, de ajudar a melhorar a actuação ao da
escola junto ao corpo discente e a comunidade a orientação dos trabalhos dos trabalhos
vem de fora da escola por intermédio de um inspector ou grupo de inspectores, ou,
ainda, de supervisão ou supervisores).

Supervisão particular; (quando se identifica com a orientação pedagógica exercida


pela própria escola, através do director ou do supervisor, como elemento integrante da
equipe administrativa da escola).

Supervisão administrativa;

Supervisão pedagógica

A supervisão, em contexto de formação, é entendida como um processo em que um


profissional, em princípio mais experiente, mais informado e conhecedor dos segredos
da profissão, orienta outro profissional, no seu desenvolvimento profissional e humano
(Alarcão & Tavares, 2010). Ainda segundo estes autores, a supervisão tem como
objectivo o desenvolvimento profissional, situando-se no âmbito da orientação de uma
acção profissional, que, no caso dos professores, poderemos dizer se trata da orientação
da prática pedagógica, intimamente ligada à sua formação profissional. Contudo, a
supervisão pedagógica pode globalmente ser, também, entendida como teoria e prática
da monitorização e regulação dos processos de ensino e aprendizagem, desenvolvida no
quadro de uma visão de educação, como espaço de transformação pessoal e social,
assente na reflexividade profissional e conducente à autonomia do aluno (Vieira, 1993,
2006, in Moreira, 2009).

Neste contexto, o supervisor trabalha com o professor no âmbito da aprendizagem de


conceitos, num clima de estimulação permanente onde se exige uma abertura ao
diálogo, numa lógica de partilha de ideias.

Segundo Alarcão (1999: 264) “ser supervisor é um modo especializado de ser professor:
professor de professores, pelo que o conhecimento profissional do professor constitui a
base do conhecimento profissional do professor”. Nesta dimensão, o supervisor deve
orientar e regular práticas pedagógicas e monitorizar a implementação de documentos
estruturantes de cada agrupamento de escolas.

A supervisão da prática pedagógica reside numa relação dialéctica entre a teoria e a


prática, sendo que a teoria ilumina a prática pedagógica que, por sua vez, elucida a
teoria, já que exige um aprofundamento cada vez maior e uma observação cada vez
mais criteriosa. O período de supervisão consiste, essencialmente, em três etapas: inicia-
se com a preparação da aula com o professor, para depois discuti-la e finalmente
conclui-se com a avaliação do ciclo de supervisão (Alarcão & Tavares, 2003).
As principais características a supervisão escolar, para que funcionem positivamente,
precisão ser, em complementação ao que foi visto:

a) Cooperativa – todos os implicados no processo educativo devem oferecer


sugestões e prestar serviços úteis a supervisão, o supervisor, os professores, o
pessoal administrativo, os pais e demais pessoais envolvidas no processo
precisam convencer-se de que são elementos úteis e indispensáveis para o
desenvolvimento da acção educativa da escola e que, isoladamente, por mais
bem-intencionadas que estejam, poucos resultados poderão obter;
b) Integrada - todos planos da escola devem seguir uma orientação unificada por
uma filosofia de educação, perseguindo, assim os mesmos objectivos, todos os
responsáveis pelo processo de ensino-aprendizagem devem sob o signo da
supervisão, realizar um trabalho de integração de seus trabalhos, para não haver
dispersão de esforços e de objectivos;
c) Científica – a supervisão deve ser estruturada reflexivamente e com base em
controlo do funcionamento do processo de ensino-aprendizagem, para que os
resultados ofereçam sugestões de reajustamento constante do mesmo, a fim de
torna-lo mais ajustado e eficiente;
d) Flexível - a supervisão escolar não deve ser regida e querer levantar adiante
planeamento que na prática não releve consequente. A supervisão escolar deve
estar aberta as mudanças a fim de ir-se adaptando a novas exigências quanto a
educação e sociedade.
e) Permanente - a acção da supervisão escolar deve ser permanente não
intermitente. Deve ser permanente também, no sentido de estimular todos os
compromissados com o processo de ensino-aprendizagem a um esforço de
constante actuação teórica e prática.

Funções da equipe de supervisores aos diferentes níveis de supervisão


Roles e as responsabilidades do supervisor.

Vieira “… confere ao supervisor o papel dominante, na tomada de decisões, sobre quem faz o
quê, para quê, como, onde e quando” (1993: 60). O supervisor reflexivo, numa perspectiva
colaborativa, deve desenvolver um conjunto de funções, tais como:

 Informar – deve ser uma pessoa informada e saber partilhar informações relevantes e
actualizadas ao seu público-alvo;
 Questionar – na medida em que deve problematizar o saber e as suas experiências já
adquiridas, através de interrogações que questionem a realidade observada, tentando
encorajar o professor e assumir com ele uma postura reflexiva;
 Sugerir – com base na informação e no questionamento, o supervisor pode partir para a
sugestão de ideias, práticas e soluções, motiva e promove a realização de projectos
pelos quais o supervisor se responsabiliza juntamente com o professor;
 Encorajar – o supervisor deve investir num relacionamento interpessoal baseado em
sugestões que motivem o professor a evoluir e a melhorar as suas práticas educativas,
sendo fundamental a afectividade pois influencia de modo significativo o equilíbrio
emocional do professor, assim como a sua postura global face ao processo de formação
profissional, pessoal e social;
 Avaliar – tendo em conta a importância da avaliação, avaliar a prática pedagógica dos
professores deve ser um factor de abertura e clarificação de um factor essencial e
imprescindível ao processo de formação profissional, a explicitação de procedimentos
de avaliação pelo supervisor e pelo professor constitui, por si só, um factor de abertura e
de clarificação de uma função que é imprescindível em qualquer processo de formação
profissional.

A autoridade dos supervisores.

Há duas visões sobre a Supervisão Escolar. A primeira é chamada de Supervisão


Escolar Autocrática e a segunda é denominada Supervisão Escolar Democrática.
Eis as suas caracteristicas

O Supervisor Autocrático - Nesse tipo de supervisão,  

 a ação autoritária do supervisor é priorizada.


 é ele quem determina ordens, sugestões e direções para o processo de ensino
aprendizagem.
 o supervisor se impõe pela autoridade e intimidação, ao invés de desenvolver um
espírito de participação e democracia com o professor.
 limita as possibilidades de desenvolvimento da instituição escolar como um
todo.

Supervisor Democrática - Esse tipo de supervisão se baseia:


 na liberdade de expressão,
 no respeito e na coletividade.
 o trabalho é realizado de forma democrática e não impositiva,
 as decisões envolvem todos os participantes do processo educativo.

O director da escola e o papel da supervisão

O director enquanto supervisor da sua própria instituição deve:

 observar com atenção o funcionamento da Secretaria nos aspectos escriturais


relativos à movimentação de alunos, prontuários de alunos e professores,
preenchimento correcto de documentos, vida funcional dos docentes que não
podem ter seus benefícios postergados, visto perceberem salários de fome. Sobre
esse aspecto, parece inexistir a acção supervisora pois, quantas vezes, são as
nossas escolas a ter de colocar em ordem a vida funcional de recém- egressos em
razão de a de origem nada ter feito nesse sentido;

 preocupar-se com o constante acompanhamento do Livro Ponto e do Diário de


Classe dos professores. Quanto ao primeiro, para que não se deixe de verificá-
los, apondo-se ao final do mês a assinatura a cada página, o que nos enseja a
oportunidade de observar a assiduidade de servidores e docentes. Em relação ao
diário dos professores, lembrando-lhes da importância do correto preenchimento
deles, uma vez que não atendido o preceito poderão advir, em determinados
momentos, sérias dificuldades, quando precisarmos retificar ou ratificar decisões
do Conselho de escola. Nesse aspecto, cabe à Supervisão lembrar a escola de
que não deverá sonegar quaisquer informações à comunidade quanto à
legislação que lhe afecta.

 participar das reuniões pedagógicas, trazendo sua contribuição e subsídios e,


fundamentalmente, acompanhar, ao lado da coordenação e da direção, o
aproveitamento escolar, responsabilizando-se também pelo produto final. Assim
agindo, a supervisão reforçará a ação dos diretores pela demonstração de que
existe interesse na integração escola- órgãos superiores, no que tange à
burocracia rotineira, mas, fundamentalmente, no aspecto pedagógico, razão
precípua da existência das Direccoes de Escolas e Supervisores. Acreditamos ser
essa participação importante, até mesmo para o aprimoramento da qualidade de
ensino, contando a escola com mais um profissional que pela sua formação e
atribuições deve estar equipado de saberes passíveis de se integrarem às
diretrizes e planejamentos de uma escola que se quer de boa qualidade. Esquecer
que a ação supervisora deve ser prioritariamente pedagógica e, secundariamente,
burocrática é o primeiro passo para manter as unidades no "status quo".

 Aliás, quaisquer diretores interessados no crescimento de suas unidades são


testemunhas do quanto uma supervisão atenciosa e preocupada com a eficiente
organização escolar e o processo pedagógico contribui para o bom andamento
do trabalho escolar.
Competências de um supervisor

Segundo Conlow (2001), diz-nos que é muito importante a colaboração entre o supervisor e os
supervisionados e o supervisor deverá possuir competências:
 Pessoais – ser honesto, educado, respeitador e competente;
 Interpessoais – compreender as dinâmicas do trabalho, apoiar e orientar os outros;
Comunicativas – manter uma comunicação eficaz;
 Desempenho – criar expectativas, definir objectivos claros, dar feedback e
supervisionar com flexibilidade.

Na perspectiva de Alarcão & Tavares (2003), as competências de um supervisor podem


agrupar-se em quatro tipos:

Competências de comunicação e relacionamento profissional – A capacidade de


prestar atenção e o saber escutar, a capacidade de compreender, de manifestar uma atitude de
resposta adequada, de integrar as perspectivas dos formandos, de buscar a clarificação de
sentidos e a construção de uma linguagem comum, de comunicar verbal e não verbalmente, de
parafrasear e interpretar, de cooperar, de interrogar, são características fundamentais do
supervisor (Alarcão & Tavares, 2003, 2007).

Competências interpretativas – As competências interpretativas são relativas à


“leitura da realidade humana, social, cultural, histórica, política, educativa e a capacidade
para, antecipadamente, detectar os desafios emergentes no que concerne à escola e à educação
e formação” (Alarcão & Tavares, 2003:151).

Competências de análise e avaliação – As competências de análise e avaliação de


“(…) situações, iniciativas, projectos e desempenhos individuais e institucionais” , constitui
outro grupo de competências fundamentais num supervisor, intimamente relacionadas
com as competências de índole interpretativo (Alarcão & Tavares, 2003: 151).

Competências de dinamização da formação – descrevem este tipo de competências


como “(…) indispensáveis ao apoio e estímulo às comunidades de aprendizagem colaborativa,
à mobilização e gestão de saberes e de estratégias, ao apoio na sistematização do
conhecimento produzido” (Alarcão & Tavares 2003: 151)

Métodos e técnicas de supervisão escolar


Os principais métodos da supervisão escolar são:

Método Clínico: consiste em duplo trabalho junto ao professor. 1º Orientá-lo a superar


as dificuldades demonstradas e 2º prevení-lo para que não incida em outros erros. É
aplicado a mais de um professor porque diminuías possíveis tensões que cada um possa
apresentar.

Método Directivo:

Não - directivo: oferece estímulos e amplas oportunidades para que cada participante do
PEA tome consciência do seu desempenho e, pró si, encontre caminhos necessários da
sua actuação. É desvantajoso porque torna difícil um trabalho de continuidade do
processo de aperfeiçoamento do trabalho do professor, uma vez que os planos de acção
passam a ser elaborados por ele mesmo; falta objectividade a muitos professores; requer
muita maturidade do professor de auto avaliar-se e de apresentar planos de
aperfeiçoamento objectivos à supervisão.

Método de Osmose: consiste em promover experiencia pedagógicas com a colaboração


de professores voluntários, na esperança de provocar contágio nos demais professores.

Objectivo

Os principais objectivos do método por osmose são:

 Promover aplicação de métodos e técnicas do ensino, ou outro qualquer


procedimento didáctico, consagrados, mas não posto em prática na escola;
 Promover aplicação de novos procedimentos didácticos e avaliar-lhes a
validade;
 Contagiar indirectamente, outros professores, para renovarem o seu
comportamento didáctico tendo em vista a melhoria do processo ensino-
aprendizagem.

Procedimentos

 O supervisor se aproxima de professores mal curiosos e dispostos a


experimentarem e de acordo com a formação década um planeia aplicação
de novos procedimentos didácticos;
 Durante a efectivação dos projectos de experiência, o supervisor
acompanhará os trabalhos, podendo funcionar como ajudante do professor;
 Após cada experiência, é feita adequada avaliação dos resultados em
trabalho conjunto entre supervisor e o professor;
 Desde que outro qualquer professor se interesse pela experiencia, o
supervisor procurará estimulá-lo à disposição do mesmo para ajudá-lo a
também fazer sua experiencia.

O supervisor, a fim de aplicar este método de supervisão, precisa de apresentar quatro


condições pessoais básicas, quais seja:

 Espírito científico;
 Curiosidade intelectual;
 Disposição para tantas inovações
 Disponibilidade para novos trabalhos

Método de ajuda múltipla: consiste em trabalho integrado entre supervisor e professor


num mesmo plano, visando a objectivos comuns, sendo que um tem no outro fonte de
estímulos e ajuda.

Método de faces múltiplas: consiste na planificação das mais variadas técnicas de


supervisão; é difícil estabelecer um procedimento para este método, uma vez que pode
variar de caso a caso. O em prego deste método da mais liberdade de acção ao
supervisor, tornando-lhe o serviço mais interessante e criativo.

Método científico: consiste em observar o professor em seu desempenho profissional


para depois, em trabalho individualizado, ser orientado para superar as suas dificuldades
e melhorar a sua acção educativa. Aplica-se quase que exclusivamente da observação e
da conferencia individual.

Técnicas de supervisão escolar

As principais técnicas de supervisão são: Directas e indirectas.

Técnicas directas: são aquelas que colhem dados directamente dos trabalhos que estão
sendo realizados, e são:
 Observação da acção do professor;
 Reuniões dos professores;
 Entrevistas individuais; Visitas; Excursões;
 Demonstrações, trabalhos em comissão;
 Leitura e redacção.

Técnicas indirectas: são aquelas que fornecem dados de estudo para a supervisão,
porem, não são dados colhidos directamente da observação do PEA, ou contacto com as
pessoas envolvidas no mesmo, e são:

 Estudo de planos de ensino;


 Estudo de curriculum vitae de cada professor;
 Estudo das possibilidades de integração de ensino;
 Estudo do currículo;
 Horário e material didáctico disponível;
 Observação do relacionamento na escola entre os diversos intervenientes do
PEA.

Etapas da supervisão escolar


As etapas da supervisão escolar são: Planificação (pensar - definir objectivos -
determinar procedimentos, programar); Execução, Monitoria/ Acompanhamento
(observar, regularizar, verificar) e Avaliação (sondar, julgar, avaliar).

Introdução a inspecção educacional


Conceito de inspecção educacional;
De acordo com a definição apresentada pelo Simpósio Europeu sobre Inspecção
Escolar, realizado em Madrid, Espanha, em Junho de 1985,
Inspecção é a “instituição mediante a qual o Estado, através de
um órgão técnico e profissionalizado, comprova como se realiza
o processo educativo em cada uma das instituições escolares”.

Inspecção é um órgão técnico e profissionalizado do Estado que comprova como se


realiza o processo educativo e contribui, com propostas fundamentadas, para a
melhoria do desempenho das instituições educativas.
Inspecção é a acção de olhar. É o exame; vistoria. Encargo de vigiar, superintender.
Cargo, emprego de inspector”
Para Augusto (2010), inspector é aquele que inspecciona, examina, verifica, exerce
vigilância, fiscaliza. As acções do inspector compreendem basicamente na verificação
das obrigações legais prescritas, das instituições e pessoas que as integram, assim como,
as restrições e proibições de acções, tendo em vista o funcionamento correcto e legal
dos serviços.

A inspecção é uma maneira de prevenir e corrigir desvios e disfunções no sistema. Ela


pode também colaborar na revisão crítica das normas e práticas institucionalizadas. A
inspecção é uma prática educativa que se reveste de forte cunho político e acentuado
carácter pedagógico. Segundo o parecer, a inspecção cuida da organização e
funcionamento das escolas em todos os seus aspectos. Assim, cabe à inspecção vigiar e
controlar, bem como, avaliar, orientar, corrigir, contribuindo para a melhoria da
qualidade do ensino.

Objectivos da inspecção.

Assim, cabe à inspecção vigiar e controlar, bem como, avaliar, orientar, corrigir as
normas e práticas educativas em todos os seus aspectos, contribuindo para a melhoria da
qualidade do ensino.

Diferenças entre a supervisão e inspecção

Supervisão Inspecção
Tem carácter orientador, estimulador; Tem carácter punitivo
Visa orientar o PEA de forma Visa vigiar e controlar normas educativas
democrática;
Visa desenvolver capacidades, habilidades Visa prevenir e corrigir desvios e
e atitude dos profissionais da educação. disfunções no sistema;
Ajudar na criação de métodos de gestão Reveste-se de forte cunho político, etc.
dos recursos educacionais.

Semelhanças entre a supervisão e inspecção

A supervisão e inspecção visam melhorar a qualidade do PEA e contribuem na


maturidade e desenvolvimento das capacidades de gestão das instituições educativas.

Planificação da acção da inspecção

Tipos de Inspecção
Inspecção pedagógica;
Inspecção Administrativa ou Sindicância
Tarefas, postura e deveres dos inspectores
Bibliografia
1. ALARCÃO, Tavares , j. Supervisão da Prática pedagógica – uma perspectiva
de Desenvolvimento e
aprendizagem ; Coimbra , Livraria Almedina
2. HOUSE , E.R: New Directions in educational Evoluation; London , Falmer,
Press, 1986

3. VIEIRA , ( F) : Supervisão Uma Prática reflexiva de formação de professores.


Porto ASA. 1993

4. EMÍDIO G. Nerici. Introdução à Supervisão Escolar, 4ª edição, editora Atlas.


São Paulo. 1981

5. ROSSI Alba Maria Ferreira et al. Administração e Supervisão Escolar, Questões


para o novo milénio. Editora
Thomson pioneira, São Paulo. 2000

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