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Supremo Tribunal Federal

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.581 DISTRITO FEDERAL

RELATORA : MIN. CÁRMEN LÚCIA


REQTE.(S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DEFENSORES
PÚBLICOS - ANADEP
ADV.(A/S) : ILTON NORBERTO ROBL FILHO
INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA
ADV.(A/S) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
INTDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL
ADV.(A/S) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO

DECISÃO

AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE.
REQUERIMENTOS DE RETIRADA DO
FEITO DO AMBIENTE VIRTUAL E DE
ADITAMENTO À INICIAL.
INDEFERIMENTO.

Relatório

1. Ação direta de inconstitucionalidade cumulada com arguição de


descumprimento de preceito fundamental, com requerimento de medida
cautelar, ajuizada em 24.8.2016 pela Associação Nacional de Defensores
Públicos – Anadep.

Em 13.4.2020, determinei a inclusão deste feito na pauta de


julgamento virtual do Plenário do Supremo Tribunal Federal, agendado
para iniciar em 24.4.2020.

2. A autora requer, em petição de 18.4.2020, a retirada da ação da


pauta da sessão virtual alegando que “a relevância do julgamento de mérito
desta ação concentrada de constitucionalidade impõe a retirada do processo da
pauta de julgamento eletrônica com a posterior inclusão na pauta de julgamento
do plenário presencial (videoconferência) e com publicação de nova pauta, na

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001. O documento pode ser acessado pelo endereço
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ADI 5581 / DF

forma prevista pelo § 1º do artigo 4º da mencionada Resolução nº. 642 de 14 de


junho de 2019 do Supremo Tribunal Federal, que rege a matéria, com a redação
da Resolução nº. 669 de 19 de março de 2020”.

Assevera que, “em virtude da publicação recente da Lei Federal nº.


13.985, de 07 de abril de 2020, apresenta pedido de aditamento da inicial para
impugnar também esse diploma normativo”.

Examinados os elementos havidos no processo, DECIDO.

3. Razão jurídica não assiste à requerente.

A impugnação a normas da Lei n. 13.985, de 7.4.2020, efetuada após


a inclusão do feito na pauta de julgamentos do Plenário, escapa ao objeto
delimitado na presente ação.

4. No inc. II do art. 4º da Resolução n. 642/2019, dispõe-se que “não


serão julgados em ambiente virtual as listas ou os processos com pedido de: II –
destaque feito por qualquer das partes, desde que requerido até 48 (quarenta e
oito) horas antes do início da sessão e deferido pelo relator”.

Esse dispositivo legal submete o deferimento ou indeferimento do


pedido de destaque ao relator, que verificará, em cada caso, circunstância
apta a justificar o acolhimento do pleito. Assim, por exemplo:
“Verifica-se que, embora haja previsão para pedido de destaque
seu deferimento está condicionado ao exame do relator.
Registro, inicialmente, que o julgamento em ambiente virtual
não prejudica a análise da matéria, uma vez que a decisão recorrida, o
voto do relator, bem como as demais peças processuais podem ser
visualizadas por todos os Ministros, o que propicia uma ampla análise
do processo. Por esse motivo, só excepcionalmente se justifica a
concessão de pedido de destaque.
No caso, não vislumbro nenhuma especificidade no caso para
justificar o julgamento presencial, mormente se levarmos em conta a

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discussão em tela é objeto jurisprudência pacífica na Corte.


Ante o exposto, indefiro o pedido de destaque” (ACO n. 3.273-
AgR, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJe 12.8.2019).

O uso de ferramentas tecnológicas para o exercício da jurisdição é


adotado por este Supremo Tribunal como forma de se cumprir o
postulado constitucional da celeridade processual. Nele não há prejuízo
ao direito de defesa, não havendo limitação nem prejuízo na análise do
caso pelos Ministros.

No julgamento em ambiente virtual, o voto do relator e as demais


peças processuais podem ser visualizadas pelos Ministros, propiciando
ampla análise do processo. Assim, só excepcionalmente se justifica o
pedido de destaque, não se configurando, no caso em análise, a situação
autorizadora do deferimento do pleito.

5. Pelo art. 5º-A da Resolução n. 642/2019 do Supremo Tribunal


Federal, acrescido pela Resolução n. 669/2020, assegura-se aos
representantes das partes e dos demais habilitados nos autos a realização
de sustentação oral em ambiente virtual:
“Nas hipóteses de cabimento de sustentação oral previstas no
regimento interno do Tribunal, fica facultado à Procuradoria-Geral da
República, à Advocacia-Geral da União, à Defensoria Pública da
União, aos advogados e demais habilitados nos autos encaminhar as
respectivas sustentações por meio eletrônico após a publicação da
pauta e até 48 horas antes de iniciado o julgamento em ambiente
virtual”.

6. Pelo exposto, indefiro os requerimentos de retirada da presente


ação da pauta da sessão virtual e de aditamento à inicial.
Publique-se.
Brasília, 20 de abril de 2020.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

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