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Título
A gorda
Autor
Isabela Figueiredo
capa
“Acredito que os objetos têm uma aura, uma relação
a gorda
a gorda
isabela figueiredo
“Isabela é, sem dúvida, uma das mais originais e
poderosas vozes da nova literatura portuguesa.”
Mia Couto
gênero Romance
editora todavia
pnld 2018 Literário Manual do professor digital
arquivo da autora
2 Motivação A gorda é uma obra destinada a leitores fluentes, com suficiente auto-
para a leitura nomia. É apropriada para a leitura dos alunos que se encontram den-
tro da categoria 6. Sugere-se que seja trabalhada no 3º ano do ensino
2.1 aspectos formais médio, marcando a transição do leitor jovem para o leitor adulto.
Trata-se de um texto em prosa, uma narrativa extensa, dividida em
capítulos, com complexidade suficiente para justificar sua pertença
ao gênero literário romance. Cada capítulo, narrado em primeira pes-
soa, apresenta linguagem, reflexões e conflitos que podem favorecer
ao aluno um reconhecimento de si e partilhar, pela leitura, essa per-
cepção tida pela protagonista em dado momento: “O tempo foi pas-
sando sem que me apercebesse. Era adulta e tinha uma vida, nome que
se dava àquilo em que me tinha tornado” (p. 99) (DCN, 2013).1
O conteúdo do livro pode ser situado em mais de um tema, como
indicado na tabela anterior, sendo o do bullying bastante evidente e
explícito no título da obra e reiterado no decorrer dos capítulos, convi-
vendo com as constantes inquietações da juventude vividas pela prota-
gonista. Ambos se entrelaçam justificando a seleção temática anterior.
Comum ao que é vivido por muitos jovens atualmente, o frescor
desta produção literária faz referência à passagem da jovem à adulta, o
caminho entre o ensino secundário e a faculdade, a inserção no mundo
do trabalho, o primeiro amor, o conflito entre gerações, amizades, to-
mada de decisões que assinalam o futuro, o interesse por questões po-
líticas, científicas e artísticas e as polêmicas que elas engendram.
Quanto aos enfoques correspondentes às temáticas indicadas, se-
rão trabalhadas no decorrer da análise e estratégias de leitura, bem
como nas demais propostas apresentadas neste Manual.
O modo como foram desenvolvidas toma como referência as Diretri-
zes e Orientações Curriculares para o Ensino Médio, a Base Nacional Co-
mum Curricular (BNCC), e leva em conta o que propõe o documento
Dimensões e Desenvolvimento das Competências Gerais da BNCC.2
2.2 aspectos Não há muito tempo, numa conferência a que assisti num
temáticos liceu, senti que a conferencista escolhera um tema que lhe
era pouco familiar, de modo que não despertou tanto o meu
interesse quanto poderia. Falou de coisas que não estavam no
seu coração, nem perto dele, mas que se encontravam apenas
nas extremidades à superfície. [...] Teria preferido que ele
falasse das suas experiências mais pessoais, como faz o
poeta. (Henry David Thoreau, apud A Gorda, p.13)
Não parece ser gratuita a escolha desse excerto para compor uma das
páginas iniciais aos capítulos do romance A gorda, de Isabela Figuei-
redo. Sim. Ela preferiu o tom confessional assumido na voz da pro-
tagonista Maria Luísa que se despe diante das paredes que têm ouvi-
dos, personificadas para presenciar conversas e assistir à vida privada.
O lugar onde habita a personagem com os pais ganha contornos
de casa humanizada, pois o romance é estruturado a partir das partes
que compõem um casa, como quartos, sala e cozinha. Traduz a origi-
nalidade com que a autora transita entre palavra e forma, estruturando
os capítulos do romance em títulos localizadores de espaço, situando-
-os intencionalmente. Ela própria assume o papel de fornecer contex-
tos ao leitor e incluir-se discretamente na narrativa, às vezes textual-
mente, como quando apresenta, no pós-final, o período levado para
criar o romance e onde escreveu: “Cova da piedade, Almada, agosto
de 2011 a agosto de 2016” (p. 207).
É como se misturasse sua vida, ideias e experiências às da prota-
gonista Maria Luísa, a gorda, quando adverte, logo após o sumário,
dedicatórias e excertos da obra: “Todas as personagens geográficas
e situações descritas nesta narrativa são mera ficção e pura reali-
dade” (p. 17).
As conexões não acabam nesse entrelaçar de seres, a personagem
a escrever cartas-diário, a autora, o romance que as contém. O jogo
que parece embaralhar esses limites, quase uma provocação, pode (ou
não) estar nas referências sociais e políticas que circunscrevem es-
sas vidas, nas relações pais e filha, nos conflitos interiores da meni-
na-jovem-mulher e professora “que não tem medo das palavras”, no
intenso primeiro amor (talvez único, nos limites do romance, para
Maria Luísa).
As páginas da narrativa vão desvendar, solenemente, o que se sin-
tetiza a seguir:
3 Campo de leitura Este tópico do Manual se desdobra em títulos que estruturam três mo-
mentos: “Pré-leitura” (lugar onde se mobiliza para o interesse pela lei-
tura da obra), “Conexões literárias” (curso de leitura com orientações
para análise, atividades e subsídios) e “Pós-leitura” (retomada da obra
com proposta provocativa que encaminha a síntese do percurso ante-
rior e proposta de produção oral). Já os subtítulos organizam e iden-
tificam etapas necessárias ao desenvolvimento das sequências didá-
ticas e estão relacionados a objetivos, focos e finalidades de leitura.
Entre as capacidades de compreensão leitora estão a apreciação, a
réplica do leitor em relação ao texto e a recuperação do contexto de
produção que, de acordo com Rojo (2004), exige que a sua interpre-
tação seja situada:
Para além das aprendizagens que podem ser favorecidas pelo trabalho
de leitura na sequência didática, é preciso levar em conta que os sig-
nificados literários refletem um sujeito-leitor, suas experiências, per-
cepções, ideias, visões etc.
E por ser o ato de ler, essencialmente, a relação subjetiva entre lei-
tor e obra, não se pretende que as análises, conexões temáticas e até
mesmo as atividades aqui propostas venham a se sobrepor ao que, de
fato, será a experiência do deleite, do encantamento, da fruição.
3.1 pré leitura Um dos temas essenciais da obra A gorda gira em torno do conflito vi-
vido pela protagonista com relação ao próprio corpo. Para adentrar a
Mobilizadores esse aspecto importante da narrativa, seguem alguns itens mobiliza-
dores que, realizados por meio de atividades prévias, serão dispara-
dores de leitura:
A relação com
o próprio corpo
A relação O corpo:
com a comida como é visto
1 ROJO, Roxane. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: LAEL/
PUC-SP, 2004.
Sinto-me bem amada, mas nesse tempo já sei que não sou uma ra-
pariga que se ame, mas um trambolho acima do peso. A roupa deixa
de me servir de mês para mês e não tenho dinheiro para outra. O
corpo não para de crescer. As mamas não cabem no sutiã. Sobram
apertadas no peito e junto às axilas. Pesam. Preciso de outro, mas
não tenho como o adquirir. A anca, o rabo e as coxas alargam. As
cuecas demasiado pequenas apertam-me as virilhas, deixando mar-
cas fundas, arroxeadas. Tenho o corpo destravado e cheio de fome.
A roupa que trouxe de Moçambique torna-se pequena ou não é ade-
quada para o clima nem para o ambiente social. Vestir-me torna-se
uma dificuldade maior. Um drama diário. Como disfarçar a carne
que sai de mim por todo o lado? Como esconder o corpo? (p. 111).
Imagem 1 Imagem 2
Vênus de Willendorf, Renoir (1841-1919).
c.24.000 a 22.000 a.C. Depois do banho, 1888.
Pedra calcária, 12 cm de altura. Óleo sobre tela, 65 X54 cm.
Linguagem
O romance, ambientado em países como Portugal e Moçambique, me-
rece uma apreciação especial quanto à variedade linguística, já que o
português falado por Maria Luísa é o daquele país e o mais provável é
que esse falar chame a atenção dos alunos. Algumas expressões da lín-
gua portuguesa falada em Portugal podem gerar interesse e pesquisa;
no entanto, quanto à compreensão de seus significados, se a proposta
for a de realizar um levantamento exaustivo delas ou, ao contrário, se
forem simplesmente negligenciadas, podem se tornar um obstáculo
à leitura, dificultando a compreensão da fala das personagens, descri-
ções, imagens poéticas, jogos de palavras etc., e também da fruição.
Assim, sugerimos que chame a atenção para o fato de elas estarem pre-
sentes na obra, deixando que se possa depreender do contexto o seu
significado e, se for o caso, incentivando o desvendar delas conforme
o interesse e necessidade de leitura dos alunos. A seguir, apresenta-
mos alguns exemplos do português de Portugal presentes no romance.
As vozes da narrativa
Nos termos de Beth Brait, “Assim como não há cinema sem câmera,
não há narrativa sem narrador”. As ideias, impressões e sentimentos
de Maria Luísa são narrados em primeira pessoa. Se em algumas obras,
o narrador tudo sabe mas, por vezes, limita-se à transparência da pró-
pria opinião, em A gorda, a voz do narrador serve de canal, com razoá-
vel frequência, para a expressão de personagens como a mãe, o pai, o
diretor, Tony, David, entre outros. Além disso, vozes que represen-
tam as ideias de um determinado grupo social ou a opinião vigente/
exterior também se realizam na voz do narrador.
Aspectos temáticos Os itens a seguir podem servir de base para relacionar aspectos do ro-
e apreciação ética mance − depreendidos da narrativa − a conteúdos temáticos indica-
dos no quadro-síntese referente a categoria, gênero, tema e enfoque.
As sugestões de abordagem podem ser adaptadas à realidade escolar
da turma ou alteradas conforme os objetivos da análise e as propostas
de atividades desenvolvidas. O mesmo vale para os trechos selecio-
nados. Ao final da sequência, estão algumas possibilidades de ativida-
des relacionadas aos temas. Antes de partir para a análise, é desejável
combinar com os alunos datas para a abordagem dos temas e orientá-
-los para que tragam o livro para a sala de aula. Após a leitura dos tre-
chos, que pode ser feita pouco a pouco, em mais de uma aula, parta
das duplas de questões para problematizar o tema.
conexão temática:
bullying e respeito
às diferenças
fragmento 2 Vamos todas para as aulas de saltos altos, envergando a bata em algodão
de xadrez vermelho e branco, farda que todas odeiam, e a que chamam
Proposta de atividade
Amizade
fragmento 1 Tony era magra, bastante direita, e usava Levi’s muito justas, tor-
neando a perna fina, a barriga chata e o peito pequeno. Eu era gorda,
com alta miopia, barriga e mamas a sério. Eu era a subalterna. A boa e
inteligente serviçal feia. Tony dizia-se aparentada com a realeza do re-
torno angolano, manifestava grande relutância por todos os afazeres,
e rapidamente aceitou a minha oferta para me debruçar no tanque do
quintal, aos sábados à tarde, esfregando as suas meias, sutiãs e cuecas,
mesmo as manchadas pelo período, como se lavasse a roupa do meu
corpo, mas mais sagrado (p. 27).
fragmento 2 A minha amizade com a Tony não terminara com a saída do colégio. Vi-
sitava-me nas férias e em fins de semanas que combinávamos por carta.
Conversávamos muito, contando todas as novidades, íamos ao cinema,
passeávamos por lugares onde ela desejasse mostrar-se: a Feira Popu-
lar, o Jardim do Campo Grande, a rua Garrett. A Tony andava um ano
atrasada e permanecia ainda no colégio. E sem a escrava. Não lhe agra-
dava a minha progressiva independência desde que viera para Lisboa.
-> O primeiro trecho está situado na época em que Maria Luísa co-
nhece Tony, na adolescência, ainda no colégio. O segundo, quando já
não estudavam mais juntas.
Identifique aspectos positivos e negativos na relação de amizade
delas.
fragmento 2 A minha relação com o David acabou em 1990, no último ano da li-
cenciatura (p. 43).
-> Em que medida é comum ver esse estado emocional nos rompimen-
tos de relacionamentos dos jovens hoje em dia? Descreva oralmente,
com base na sua percepção, sentimentos e atitudes de jovens que vi-
venciaram algo semelhante. Cite alguns modos possíveis de lidar com
a dor que situações como essa costumam provocar.
fragmento 1 Quando afirmo que ao chegar de África nenhum deles era capaz de
me olhar como adulta, talvez queira dizer que nunca fui capaz de me
ver como adulta junto deles. Que não sabia ter, com eles, o poder de
uma pessoa crescida, ao seu lado, como igual.
Não andei nessa escola lenta de ir progredindo em companhia. Fui
criança e depois mulher, e o que ficou pelo meio perdemo-lo os três.
Saltamos dez anos no tempo e no espaço sem que as nossas mentes
tivessem conseguido ajustar-se a viver na ausência e depois na pre-
sença adulterada. Como é que se fazia para discordar dos papás? Para
fazer valer a minha opinião e lhes mostrar que, embora sendo deles,
era também senhora de mim? (p. 78).
fragmento 4 As pessoas morrem e depois já não podemos dizer-lhes de viva voz que
tinham razão, que aprendemos as suas lições, que compreendemos o
quanto nos amaram e as amámos, ainda amamos, não tendo culpa de
aqui andarmos tantos anos cegos, surdos e mudos (p. 51).
-> Comente o conteúdo dos trechos com a turma. O que eles têm em
comum com relação à relação pais e filhos?
-> Os conflitos entre Maria Luísa e sua mamã se aplicam à relação pais
e filhos nos dias atuais?
Identidade e pertencimento
fragmento 1 Maria Luísa, sobre o fato de a mãe manter muitas plantas na casa de
Portugal, resgatando traços da paisagem natural de Moçambique:
-> Maria Luísa nasceu em Moçambique, mas foi enviada para estu-
dar em Portugal na adolescência, passando dez anos separada dos
pais. De acordo com o fragmento 1, qual a razão que a impulsiona a
ter vergonha do tropicalismo da mãe, que faz referência ao passado
em Moçambique?
Proposta de atividade
apreciação estética A leitura de obras literárias é sempre momento oportuno para a apre-
ciação da inventividade presente na linguagem, metáforas e alegorias,
criação de imagens e a construção de sentido que se pode imprimir
pelo dito e se revelar pelo não dito. A seguir, estão algumas sugestões
de trechos que permitem a exploração desses aspectos no romance.
Proposta de atividade
3.3 pós-leitura A vida da protagonista dessa obra, marcada por conflitos de toda or-
dem, tem descanso e conforto em episódios de delírio e fantasia. Me-
Provocações rece destaque a visita de um anjo com a aparência de um ator de ci-
nema, em um paralelo com o a narrativa bíblica da anunciação. (Vale
reler com os alunos da p. 172, iniciando no trecho “Estamos a pou-
cos dias do Natal de 2004, e ele acaba de partir e de me negar pela se-
gunda vez. [...]” até o primeiro parágrafo da p. 175).
O fato é que justamente no final do romance, Maria Luísa recebe
a visita de um carteiro com aparência de outro ator: Jude Law. Se-
gue o trecho:
O fato é que Maria Luísa, por meio de carta entregue por uma per-
sonagem situada entre a ficção e a realidade, recebe a notícia de que
David, seu grande amor, havia decidido a voltar para os braços dela
para sempre. Contudo, o modo como essa realidade é sustentada até
o final das páginas não inclui cenas da volta de David, nem o desfrute
desse amor. O desfecho abre espaço para a pergunta: considerando
as costumeiras fantasias imaginativas da protagonista, seria esse mais
um delírio de Maria Luísa? Ou de fato o carteiro era real, apenas com
a aparência de Jude Law? Diante da dor de tantas perdas e sofrimen-
tos, somadas à solidão, poderia a personagem decidir viver de seus de-
lírios? Ou esse é um final triunfante para a mulher inteligente, racio-
nal, voluntariosa, perseverante e vitoriosa?
Fica como provocação para o debate, a frase do diretor do colégio
dirigida a Maria Luísa. Concorda o leitor com ela?
3 Reveja com os alunos as regras do gênero oral debate e, por fim, faça
uma avaliação da atividade com base nos conhecimentos relacionados
aos eixos de leitura, oralidade e nas habilidades relacionadas à cons-
trução das competências argumentativas.
4. Outras conexões:
propostas
interdisciplinares
Biologia -> A leitura da obra A gorda é fonte abundante para trabalhar concei-
tos relacionados às Ciências da Natureza. Por meio da leitura com
foco no drama vivido pela personagem com relação ao corpo, é pos-
sível enviesar a discussão para temas como: obesidade, qualidade de
vida, anorexia, etc. A interdisciplinaridade com Biologia pode ser feita
por meio de atividades relacionadas à saúde em sua concepção física,
mental, emocional.
arte -> Com base nas reflexões obtidas com a leitura do livro, proponha aos
alunos a preparação da exposição Corpos. Solicite a pesquisa de obje-
tos que tragam, de algum modo a representação do corpo: fotografias,
esculturas, reproduções de obra de arte, itens de decoração, vídeos
de dança, de ginástica etc. Peça que os alunos nomeiem os itens reco-
lhidos com uma frase provocativa que sinalize a reflexão feita por eles
a respeito da representação do corpo naquele objeto.
-> Com base nas informações sobre o que representou esse acidente,
estabeleça relações de leitura para que os alunos possam perceber: é
com menção ao acidente que se introduz a cena de decepção, dor e
morte interior vivida pela protagonista e o poder devastador da fala
de David no trecho subsequente. Ao ser pressionado por Maria Luísa,
David conta à namorada o que os colegas disseram a ele, referindo-se
a ela: “Você arranjou um peso pesado”. É como se a menção a Cherno-
bil anunciasse a tragédia que causaria a morte do namoro entre David
e Maria Luísa: “A nossa relação prolongou-se até finais de 1988, mas
este foi o dia da nossa morte”. O episódio narrado, a conversa tensa
que culminou em desfecho mortal para a vida afetiva e emocional da
protagonista, é evocado pela menção ao acidente nuclear, um fardo
pesadíssimo, difícil de ser carregado. Assim como o acidente, neste
episódio existe uma explosão, um disparador que não se restringe ao
momento, mas, mais do que isso, culmina em reflexos duradouros, no
-> Por fim, os alunos podem criar um clube de leitura para ler, apreciar
e trocar materiais produzidos por escritores africanos.
-> TV Moçambique
Disponível em: <http://noticias.tvm.co.mz/>. Acesso em:
24 abr. de 2018.
-> Vídeo Moçambique, uma África que fala português (Globo repórter).
todavia
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