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UNIJUÍ

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Jaqueline Siede

AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM ÁGUAS DE AÇUDES NO


MUNICÍPIO DE AJURICABA/RS

Ijuí, 2018
Jaqueline Siede

AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM ÁGUAS DE AÇUDES NO


MUNICÍPIO DE AJURICABA/RS

Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Biológicas da


Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul - UNIJUÍ, como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.

Orientador: Alessandro Hermann

Ijuí, 2018
Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado todos os momentos de aprendizado e


crescimento que vivi. Meu imenso agradecimento a minha querida família pelo incentivo e suporte
durante todo o período da graduação, da mesma forma ao meu namorado Guilherme por sempre
estar ao meu lado, pelo amor e apoio em todos os momentos. A amiga e colega Fernanda por ter
sido minha companheira e apoiadora nos estudos durante todo o curso. Agradeço também ao
professor Alessandro Hermann pela orientação e a todos os professores do curso por todos os
ensinamentos e auxílios oferecidos durante essa longa jornada.
O presente trabalho foi escrito seguindo as normas da revista Química Nova, as mesmas estão
disponíveis para consulta em anexo nesse trabalho.
GRAPHICAL ABSTRACT

AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM ÁGUAS DE AÇUDES NO


MUNICÍPIO DE AJURICABA/RS

Jaqueline Siede¹

1. Departamento de Ciências da Vida, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio


Grande do Sul, 98700-000, Ijuí- RS, Brasil.

*e-mail: jaquesiede@hotmail.com

6
EVALUATION OF AGROCHEMICAL WASTE IN AÇUDA WATERS IN THE
MUNICIPALITY OF AJURICABA / RS

ABSTRACT

Faced with the exacerbated use of pesticides and chemical fertilizers, one of the major
concerns of today is the contamination of water systems, due to the ease in which these
environments can be affected by these substances and the harmful effects that these products
can cause. Thus the main objective of this work was to evaluate the quality of the water used
for fish farming in the interior of the municipality of Ajuricaba, in which it confers to the
presence of agrochemical residues. Ten water samples were collected from dams located in
agricultural regions of the municipality near plantations. The determination of the pesticides
was carried out in the Laboratory of Analysis of Pesticide Residues (LARP) of the Federal
University of Santa Maria (UFSM), using analytical method of Solid Phase Extraction (SPE)
and gas chromatography coupled to mass spectrometry (LC-MS / MS). According to the data
obtained, the 10 surface water samples analyzed showed at least two pesticides in detectable
concentrations. Of the 70 agrochemicals analyzed, 6 different compounds were detected,
among them, 2,4-D, atrazine, azoxystrobin, clomazone, imidacloprid and simazine. The
presence of these compounds in all the monitored points can be directly related to the
characteristics of the environments analyzed and to the physical-chemical characteristics of
the detected compounds.

Keywords: Water Systems pesticides, SPE, water.

7
INTRODUÇÃO

O aumento contínuo das demandas de produção de alimentos torna indispensável a


utilização de inovações tecnológicas juntamente com uma grande variedade de agrotóxicos e
fertilizantes químicos. Entretanto, o uso intensivo e incorreto de agrotóxicos provoca o
acúmulo dessas substâncias nos alimentos, no solo, na água, e no ar, o que pode causar
diversos danos à saúde humana e ao meio ambiente.1,2
Denominados popularmente por pesticidas, defensivos agrícolas, agroquímicos, ou
praguicidas, os agrotóxicos são substâncias químicas, naturais ou sintéticas, destinadas ao
controle, prevenção ou redução de efeitos causados por pragas, doenças, ervas daninhas, entre
outros.3,2
Os Agrotóxicos são classificados de acordo com sua finalidade em: inseticidas
(controladores de insetos), acaricidas (controladores ácaros), fungicidas (controladores de
fungos) e herbicidas (controladores de plantas daninhas). A ação desses produtos ocorre
geralmente através do bloqueio de processos metabólicos nos organismos alvos. Conforme as
estruturas químicas são subdivididos principalmente em: organoclorados, piretróides,
organofosforados, carbamatos e triazinas, estas denominações estão relacionadas com a
natureza dos elementos químicos presentes em suas composições. Quanto ao potencial de
periculosidade são categorizados de I a IV (produtos altamente perigosos a pouco
perigosos).4-6
O Brasil é conhecido mundialmente por ser um dos maiores consumidores de
agrotóxicos do mundo, existindo cerca de 500 ingredientes ativos (i.a.) com uso autorizado no
país.7 Segundo relatórios do IBAMA, em 2017 foram comercializados no mercado interno
mais de 500 mil toneladas de ingredientes ativos e afins, entre os mais vendidos está o
glifosato (173.150,75 ton), o 2,4-D (57.389,75 ton) e o mancozebe (30.815,09 ton).8
De acordo com os mesmos relatórios do IBAMA, entre as regiões do Brasil que
apresentam maior comercialização de agrotóxicos está o Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país.
O Rio Grande do Sul encontra-se como segundo colocado no ranking entre os estados na
venda de agrotóxicos com 70.143,64 toneladas de ingredientes ativos, ficando atrás somente
de Mato Grosso que apresentou um consumo de 100.638,47 toneladas no ano de 2017.8
Diante dessa utilização exacerbada de agrotóxicos, o potencial tóxico que apresentam,
a fácil propagação e bioacumulação no meio ambiente, há uma preocupação cada vez maior
8
com os ecossistemas naturais e a saúde humana. Estudos relatam que quando introduzidos ao
meio ambiente, cerca de 50% do total de agrotóxicos aplicados não atingem o alvo,
dispersando-se para águas, solos e atmosfera.9
O destino dos agrotóxicos no ambiente é determinado por processos de retenção
(sorção e absorção), transformação (degradação química e biológica), transporte no meio, e
por interações desses mecanismos. Além disso, fatores como, propriedades químicas e físicas
dos produtos aplicados, temperatura, declividade do solo e formas de aplicações também
influenciam na dinâmica dessas substâncias no meio. 10,11
Entre os processos citados, os mecanismos de transporte são os principais responsáveis
pela dissipação dos agrotóxicos entre os diferentes compartimentos ambientais e ocorrem
principalmente através da volatização (deriva), lixiviação e escoamento superficial das
substâncias.12,9 Na volatização, os compostos são transportados por correntes aéreas
depositando-se em solos, vegetações e águas. Na lixiviação ocorre o transporte de moléculas
não voláteis e solúveis em água, as mesmas deslocam-se através do perfil do solo
acompanhando o fluxo da água, atingindo zonas superficiais do solo, e até mesmo o lençol
freático. Já o carreamento superficial favorece a contaminação de rios, lagos, açudes e outros
sistemas superficiais. Nesse caso, os agrotóxicos são levados adsorvidos às partículas do solo
erodido ou em solução na água de escoamento, oriundas principalmente do fluxo das águas da
chuva ou irrigações excessivas.10,2,13
As águas superficiais de rios, lagos e açudes, são facilmente atingidas através dos
processos de transporte, por isso há uma preocupação cada vez maior com a qualidade dos
sistemas hídricos e com os efeitos prejudiciais que podem ser causados aos seres vivos que
habitam esses ambientes. Dependendo das características físico-químicas, os resíduos de
agrotóxicos, quando presentes na água, podem ligar-se ao material particulado em suspensão,
no sedimento, ou ser absorvidos por organismos, podendo então ser detoxicados ou
acumulados.14
A capacidade presente em algumas espécies de acumular essas substâncias químicas
caracteriza o processo de bioacumulação, tal processo descreve a tomada de contaminantes do
ambiente pelos organismos através de todas as rotas possíveis (respiração, dieta, via dérmica,
etc). Os peixes, por exemplo, acumulam algumas substâncias químicas através da
alimentação, ou da ingestão de material particulado adsorvido nos sedimentos ou presentes
9
em suspensão na água. Em muitos casos, tais substâncias não são metabolizadas e acabam
acumulando-se nos tecidos adiposos, resultando no aumento da concentração ao longo do
tempo.5 A bioacumulação de agrotóxicos em peixes e outros animais aquáticos leva
consequentemente a transferência desses compostos ao longo da cadeia alimentar
(biomagnificação), representando riscos a várias espécies de animais e até mesmo a saúde
humana, uma vez que os mesmos são utilizados em nossa alimentação.15
O município de Ajuricaba-RS possui a economia voltada ao setor primário-
agropecuário, sendo a piscicultura uma importante atividade econômica. Os açudes utilizados
para essa atividade localizam-se em pequenas propriedades do município, e geralmente
encontram-se em bases próximas a lavouras em declive possibilitando a captação de grande
parte da água que escoa pela plantação e consequentemente podem ser contaminadas com
resíduos de agrotóxicos e outros produtos químicos empregados nas lavouras.
Diante do apresentado e das consequências conhecidas que os agrotóxicos podem
causar ao meio ambiente e à saúde humana, torna-se cada vez mais importante a realização de
estudos de monitoramento da qualidade de águas destinadas a diferentes fins, principalmente
aquelas destinadas ao consumo humano e ao cultivo de animais. Sendo assim, o objetivo
principal desse trabalho, é avaliar a qualidade das águas utilizadas para piscicultura no interior
do município de Ajuricaba, no que confere à presença de resíduos de agrotóxicos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Seleção dos pontos de amostragem e coleta

O presente estudo de monitoramento foi realizado no município de Ajuricaba que está


localizado na Região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Foram selecionados 10
açudes como pontos de amostragem, que se concentraram em propriedades do perímetro rural
do município conforme mostra a Figura 1. Os pontos foram selecionados de forma arbitrária
em regiões agrícolas próximas de plantações, sem delimitação de distância entre os mesmos
(Tabela 1).

10
Figura 1. Imagem de satélite destacando os pontos de coleta.

Tabela 1. Pontos de coletas, localidade, coordenadas e elevação dos açudes monitorados no


município de Ajuricaba-RS.

Pontos de Localidade Coordenadas Elevação


coletas
1 Linha 23 28°13’46.00"S 53°43’48.57"O 344m
2 Linha 23 28°16'21.26"S 53°43'02.65"O 323m
3 Linha 25 28°15'10.59"S 53°41'57.17"O 359m
4 Linha 25 28°14'40.86"S 53°42'00.16"O 384m
5 Linha 27 28°15'09.61"S 53°40'52.61"O 367m
6 Linha 28 28°13'28.09"S 53°40'19.89"O 377m
7 Linha 29 28°12'42.13"S 53°39'56.49"O 416m
8 Linha 26 28°13'31.41"S 53°41'53.13"O 417m
9 Linha 25 28°13'28.29"S 53°42'40.26"O 384m
10 Linha 25 28°15'04.12"S 53°42'21.27"O 387m

11
As coletas foram realizadas no mês de novembro de 2018, de forma manual, com
auxílio de um recipiente plástico para captação da água. Após a coleta, as amostras foram
armazenadas em frascos de vidro âmbar, com capacidade de 1L, foram previamente
identificadas e acondicionadas em caixas isotérmicas com gel congelado, protegidos da luz.
Em laboratório foram mantidas em temperatura entre 4 a 10 °C até a análise.
A fim de identificar possíveis padrões nos níveis de contaminação, foi observado nos
locais de coleta características como, distância entre lavouras e açudes, declividade do solo,
vegetações e tipos de cultivos.

Agrotóxicos analisados

Os agrotóxicos avaliados foram selecionados a partir do Sistema de Agrotóxicos


Fitossanitários (AGROFIT) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com
base nos principais agrotóxicos permitidos e não permitidos. No total foram avaliados 70
compostos, a lista completa encontra-se no Anexo I desse trabalho.

Extração e determinação dos analitos

A Determinação dos agrotóxicos foi desenvolvida no Laboratório de Análise de


Resíduos de Pesticidas – LARP da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, laboratório
referência acreditado ao INMETRO e conveniado junto ao Ministério Público para análise de
resíduos de agrotóxicos.
A determinação dos analitos foi realizada por extração em fase sólida (SPE, do inglês
solid phase extraction), a separação e detecção dos componentes por cromatografia líquida
acoplada a espectrometria de massas em série (LC-MS/MS).

RESULTADOS

De acordo com os dados obtidos, as 10 amostras de águas superficiais analisadas


apresentaram pelo menos dois agrotóxicos em concentrações detectáveis. Dos 70 agrotóxicos
avaliados, foram determinados seis compostos diferentes, entre eles, o 2,4-D, atrazina,
azoxistrobina, clomazone, imidacloprido e simazina. Os agrotóxicos atrazina e clomazone

12
foram os mais frequentes, sendo encontrados em todas as amostras analisadas. O 2,4-D e o
azoxistrobina foram detectados em apenas uma amostra cada (amostra 7 e 10
respectivamente). O amidacloprido foi encontrado nas amostras 1, 3 e 9 e o simazina nas
amostras 3 e 6 conforme mostra a Tabela 2.
Os compostos propoxur (amostra 1) e tebuconazol (amostra 1, 3 e 9) estiveram
presentes nas amostras, porém, em concentrações abaixo dos limites de quantificação (<LOQ)
do método analítico. A lista completa com os limites de quantificação (LOQ) e os limites de
detecção (LOD) para o método utilizado de cada agrotóxico encontra-se no Anexo I.
Entre os 10 pontos de amostragem avaliados, o ponto 3 foi o que apresentou a maior
variedade de agrotóxicos, sendo 4 do total de 6 compostos detectados em todas as amostras. O
ponto 8 foi o que apresentou maior nível de concentração para o clomazone, de 1,036 µg L-1
(Figura 2).
Entre os compostos detectados, o 2,4-D, atrazina, clomazone e o simazina pertencem a
classe agronômica dos herbicidas, o azoxistrobina a classe dos fungicidas e o composto
imidacloprido ao grupo dos inseticidas.

Tabela 2. Relação dos agrotóxicos encontrados em todos os pontos analisados e as suas


respectivas concentrações (µg L-1).

AMOSTRAS ANALISADAS
Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto
AGROTÓXICOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Concentração (µg L-1)
2,4-D - - - - - - 0,423 - - -
Atrazina 0,034 0,027 0,198 0,138 0,041 0,16 0,161 0,186 0,031 0,035
Azoxistrobina - - - - - - - - - 0,020
Clomazone 0,371 0,377 0,504 0,266 0,561 0,553 0,548 1,036 0,398 0,193
Imidacloprido 0,026 - 0,06 - - - - - 0,063 -
Simazina - - 0,138 - - 0,109 - - - -

13
Figura 2. Resultados de todas as amostradas de águas superficiais analisadas, com os
compostos detectados e suas respectivas concentrações.

1,2

1
Concentração (µg L-1)

0,8

0,6

0,4

0,2

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pontos de Amostragem
2,4D Atrazina Azoxistrobina Clomazone Imidacloprido Simazina

DISCUSSÕES

A presença de contaminantes em todos os pontos avaliados nesse estudo, pode ser


explicada a partir das características físico-químicas dos agrotóxicos e das características dos
locais de coleta. A proximidade de áreas agrícolas cultivadas e a declividade dos solos dessas
regiões acentuam a capacidade de escoamento superficial das águas e processos de deriva dos
agrotóxicos, o que contribui para o carreamento das substâncias empregadas nas lavouras,
favorecendo a contaminação dos corpos hídricos superficiais.11,16 A declividade dos solos
próximos das regiões de coleta foi observada em sete de dez pontos analisados (pontos
1,3,5,7,8,9 e 10), os pontos 2, 4 e 6 não continham áreas em declive, mas apresentavam
lavouras cultivadas nas proximidades. A pluviosidade acentuada no período de outubro e
novembro anteriormente as coletas também pode ter contribuído para os resultados
encontrados.
O transporte dos agrotóxicos com a água, através do carreamento superficial e da
lixiviação, está relacionado com a solubilidade dessas substâncias. Os compostos polares
possuem maior interação com a água, assim podem ser facilmente encontrados nos sistemas

14
hídricos (A lista com a solubilidade e as características físico-químicas dos compostos
determinados nas amostras está no anexo II).
Foi possível observar que não houve grandes diferenças nas concentrações dos
agrotóxicos encontrados entre os pontos com áreas em declive e os pontos que não possuíam
essa característica, sendo assim, um conjunto de processos pode ser responsável pelo
transporte destes agrotóxicos no ambiente, não somente o carreamento superficial, mas
frequentemente também processos de deriva, o qual pode ocorrer através da volatização
direta, covaporização com água ou associado ao material particulado carreado com o vento.17
A presença frequente de clomazone em todas as amostras analisas corrobora com
resultados de outros estudos de monitoramentos realizados em águas superficiais,18-20 o que
pode ser explicado devido sua ampla utilização nas culturas da região, como por exemplo, no
cultivo da soja. Estudos com o herbicida demonstraram persistência média de 39 dias no
solo19 e até 31 dias de detecção em corpos de água,19,21 o que contribui para sua permanência
no ambiente. Além da persistência, esse herbicida possui alta solubilidade e alto poder de
volatilização, fazendo com que seja facilmente transportado através do carreamento
superficial e processos de deriva.19
O pesticida atrazina, encontrado também em grande frequência nas amostras
analisadas, apresenta potencial de transporte dissolvido em água e associado ao sedimento,
além disso, possui capacidade de volatilização.22,23 Tais características evidenciam a
facilidade com que esse composto pode ser transportado a outros compartimentos ambientais,
como no caso das águas superficiais. A utilização em culturas de milho, também pode
explicar a alta frequência do herbicida nas amostras analisadas, uma vez que essa cultura é
amplamente produzida nessa região.
Segundo CARMO et al. (2013)24 os herbicidas atrazina e simazina, possuem baixo
fator de bioacumulação em peixes, porém, por apresentarem persistência ambiental, estudos já
demonstraram alterações morfológicas em exposições a longo prazo com a simazina e
mudanças comportamentais, fisiológicas e neurológicas nesses animais com exposição
prolongada ao herbicida atrazina, o que demostra o potencial tóxico desses produtos.
O agrotóxico 2,4-D, que pode ser empregado em todas as culturas da região (soja,
milho, trigo e aveia) possui alta solubilidade em água, baixa volatilidade e baixo poder de
lixiviação.23A presença do herbicida na amostra 7 também pode estar relacionada com as
15
características do ambiente, pois apresentava lavouras próximas ao ponto de coleta e certo
grau de declividade do solo. O inseticida imidacloprido determinado em três amostras
analisadas também apresenta alta solubilidade e persistência no solo.
Entre as normativas existentes, encontra-se a resolução do N° 357 de março de 2005
do CONAMA, esta estabelece limites de agrotóxicos para todas as classes de água. Porém,
contempla limites para poucos agrotóxicos se comparado com todos os compostos disponíveis
no Brasil, sendo assim, não foi possível comparar se os resultados obtidos estão dentro dos
limites vigentes.
Além disso, os valores permitidos para as substâncias descritas na normativa estão
muito acima dos limites permitidos fora do país, como exemplo na União Europeia. O
CONAMA estabelece limites para 2,4-D de 4,0 µgL-1 para águas de classe I e II e 30 µgL-1,
para águas de classe III,25 para a União Europeia, a concentração máxima para todos os
agrotóxicos é de 0,1µgL-1.19 Essa comparação mostra o quanto necessitamos aprimorar a
legislação brasileira a fim estabelecer leis mais rígidas para o uso desses produtos.
Estudo realizado por cientistas uruguaios em dois grandes rios da América do Sul (rios
Uruguai e Negro) determinou a presença de resíduos de agrotóxicos em tecidos musculares de
143 dos 149 peixes amostrados (96%), sendo encontrados trinta compostos diferentes em
concentrações variáveis entre <1 a 194 µg Kg-1. Embora as concentrações sejam subletais, a
combinação de pesticidas pode causar diversos danos nocivos a saúde dos peixes.26 Esse
estudo mostra a necessidade da realização de outros trabalhos de monitoramento com esses
animais, a fim de avaliar os impactos que os agrotóxicos podem causar sobre os ambientes
aquáticos e sua biota.

CONCLUSÕES

Através desse trabalho foi possível observar a facilidade com que os compostos
empregados nas lavouras conseguem se dissipar no ambiente, atingindo facilmente os
sistemas hídricos superficiais. As características ambientais e as propriedades dos compostos
aplicados estão diretamente associadas a essa dissipação.
O clomazone e a atrazina foram os agrotóxicos mais frequentes nesse estudo, sendo
encontrados em todos os pontos analisados. Entre eles, o clomazone foi o composto em maior
concentração em todas as amostras.
16
Cabe ressaltar a importância da realização de outros estudos de monitoramento para
avaliar os impactos que esses compostos podem causar sobre o ambiente, a biota local (como
no caso da bioacumulação em peixes) e também na saúde humana. Além disso, há falta de
uma legislação mais restritiva para o uso dos agrotóxicos e seus limites no meio ambiente.

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de lançamento de efluentes, e da outras providencias. Dário oficial da República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 18 de mar. 2005. Disponível em: <
http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35705.pdf>. Acesso: 16 de dez, 2018.

26- ERNEST, F. et al. Occurrence of pesticide residues in fish from south American rainfed
agroecosystems. Science of The Total Environment. v. 631-632, p.169-179, 2018.

19
ANEXOS

Anexo I: Lista completa dos agrotóxicos analisados nas amostras, os respectivos resultados em concentração

Cód. LARP 1512-01 1512-02 1512-03 1512-04 1512-05 1512-06 1512-07 1512-08 1512-09 1512-10
Amostra Amostra Amostra Amostra Amostra Amostra Amostra Amostra Amostra Amostra
Cód. Cliente 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
LOD LOQ -1
-1 -1 Concentração (µg L )
µg L µg L

Compostos Analisados
2,4-D 0,12 0,4 n.d. n.d. <LOQ n.d. n.d. n.d. 0,423 n.d. n.d. n.d.
Atrazina 0,006 0,02 0,034 0,027 0,198 0,138 0,041 0,16 0,161 0,186 0,031 0,035
Azinfós-etílico 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Azinfós-metílico 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Azoxistrobina 0,006 0,02 n.d. n.d. <LOQ n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 0,020
Bentazona 0,024 0,08 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Bitertanol 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Boscalida 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Bromoconazol 0,024 0,08 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Buprofenzina 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Carbaril 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Carbendazim 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Carbofurano-3-hidróxido 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Carbofurano 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Cianazina 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Clomazona 0,006 0,02 0,371 0,377 0,504 0,266 0,561 0,553 0,548 1,036 0,398 0,193
Clorpirifós-etílico 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Clorpirifós-metílico 0,012 0,04 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

20
Clorprofam 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Difenoconazol 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Dimetoato 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Epoxiconazol 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Fempropimorfe 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Fenarimol 0,012 0,04 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Fentiona 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Fluquinconazol 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Fluroxipir 0,024 0,08 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Flutolanil 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Imazalil 0,012 0,04 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Imidacloprido 0,006 0,02 0,026 n.d. 0,06 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 0,063 n.d.
Iprovalicarbe 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Linurom 0,012 0,04 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Malationa 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Mecarbam 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Mepronil 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Metalaxil 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Metconazol 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Metiocarbe-sulfona 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Metiocarbe-sulfóxido 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Metsulfurom-metílico 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Mevinfós 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

21
Miclobutanil 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Monocrotofós 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Monolinuron 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Oxamil 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Paraoxom-etílico 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Piraclostrobina 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Pirazofós 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Piridafentiona 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Pirimetanil 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Pirimicarbe 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Pirimifós-metílico 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Profenofós 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Propiconazol 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Propoxur 0,006 0,02 <LOQ n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Quincloraque 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Quinoxifeno 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Simazina 0,006 0,02 n.d. n.d. 0,138 n.d. n.d. 0,109 n.d. n.d. n.d. n.d.
Tebuconazol 0,012 0,04 <LOQ n.d. <LOQ n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. <LOQ n.d.
Terbutilazina 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Tetraconazol 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Tiacloprido 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Tiametoxam 0,024 0,08 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Tiodicarbe 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

22
Tolclofós-metílico 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Triadimefom 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Triadimenol 0,012 0,04 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Triazofós 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Trifloxistrobina 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.
Vamidotiona 0,006 0,02 n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d.

23
Anexo II. Compostos químico detectados nas amostras e informações quanto a solubilidade
em água mg L-1, Log P, potencial de solubilidade e estrutura química.

Log P
Solubilidade
ou Potencial de Estrutura química
AGROTÓXICOS em água
Log solubilidade
mg L-1
K

24300 - 0,82 Alto


2,4-D

Atrazina 35 2,7 Baixa

Azoxistrobina 6,7 2,5 Baixo

Clomazone 1102 2,54 Alto

Imidacloprido 610 0,57 Alto

Simazina 5 2,3 Baixo

Onde: Log P ou Log K OW: Coeficiente de partição octanol água.


Fonte: PPBD: Pesticide Properties DataBase.

24
ANEXO III: Normas de Submissão da revista Química Nova

Organização do manuscrito
Os manuscritos deverão apresentar clareza e concisão. A seção Introdução deverá
identificar de forma clara e breve, utilizando-se de referências relevantes, a natureza do
problema sob investigação e o conhecimento prévio a respeito dele. Revisões extensas da
literatura não serão aceitas.
A seção Parte Experimental pode preceder ou vir após a seção Resultados e
Discussão, mas devem ser necessariamente separadas. A seção Conclusões, que resumirá
brevemente as principais conclusões do trabalho, deverá ser disposta logo após a
seção Resultados e Discussão.
A parte experimental do manuscrito deve descrever os experimentos de maneira
suficientemente detalhada para que outros pesquisadores possam reproduzi-los. O grau de
pureza dos materiais utilizados deve ser fornecido, bem como todas as quantidades utilizadas.
A descrição de procedimentos já estabelecidos não é necessária. A instrumentação utilizada só
deve ser descrita caso não seja padrão. Deve-se referir a instrumentos disponíveis
comercialmente a partir de suas marcas e modelos.
Todos os compostos novos devem ser completamente caracterizados, incluindo dados
espectroscópicos e análises elementares. Espectros de massas de alta resolução poderão
substituir análises elementares caso sejam acompanhados de provas inquestionáveis da pureza
da amostra (pontos de fusão, cópias dos espectros RMN, etc.). Para compostos sintetizados
em formas enantiomericamente puras ou enantiomericamente enriquecidas, sua rotação
específica deverá ser fornecida. Nos casos em que o excesso enantiomérico for determinado
por técnicas cromatográficas e/ou espectroscópicas, as cópias dos cromatogramas e/ou
espectros devem ser inclusas no Material Suplementar (ver seção Material Suplementar).
Muitas publicações de Química Teórica e/ou Computacional utilizam rotinas baseadas
em métodos bem documentados, sejam semi-empíricos ou ab initio. Neste caso é suficiente
citar a variante utilizada, referindo-se a publicações importantes nas quais os métodos foram
desenvolvidos, e o programa de computador utilizado, indicando brevemente as modificações
realizadas pelo autor.
É de responsabilidade dos autores a obtenção de permissões para reprodução de
gráficos e imagens retiradas de outros periódicos. Essas permissões para reprodução devem
25
ser enviadas no momento da submissão, juntamente com os outros arquivos do manuscrito. A
reprodução deve também ser informada nas respectivas legendas.
Os Editores poderão solicitar a revisão do idioma do manuscrito em qualquer etapa do
processo de avaliação do manuscrito. Neste caso, os autores deverão apresentar um
certificado de revisão por empresa/profissional especializado, que deve ser submetido pela
plataforma ScholarOne no momento da submissão da versão revisada do manuscrito.

Preparo do manuscrito

Geral:
Deve-se utilizar a fonte Times New Roman, tamanho de 12 pt e cor preta. O
espaçamento entre linhas deve ser de 1,5×. As páginas devem ser numeradas
consecutivamente, no canto inferior direito. As linhas e os títulos e subtítulos das seções não
devem ser enumerados. Os títulos das seções devem ser escritos em negrito e caixa alta, os
subtítulos apenas em negrito e os subsubtítulos apenas em itálico.
O Material Suplementar deve ser o último elemento do manuscrito, e deve conter
informações relevantes e complementares àquelas já apresentadas no manuscrito.

Detalhes:
A primeira página deverá conter o graphical abstract (ver seção Graphical Abstract),
título do trabalho, em negrito e caixa alta, nome dos autores em negrito e endereço. Se o
endereço onde o trabalho foi conduzido é diferente do endereço atual de qualquer um dos
autores, uma nota de rodapé indicando a posição atual pode ser incluída. Havendo autores
com diferentes endereços, estes deverão ser listados em sequência e indicados utilizando-se
letras sequenciais.
O autor para correspondência deverá ser indicado com asterisco (*) e seu e-mail
colocado logo abaixo dos endereços. A menor unidade do endereço deve ser o departamento.
Em seguida devem ser indicados a faculdade/instituto, a universidade, o CEP, a cidade, o
estado e o país. Laboratórios, programas de pós-graduação e cursos não devem ser inclusos no
endereço. A segunda página deverá conter o título e o resumo do trabalho, ambos em inglês,
com no máximo 200 (duzentas) palavras, e a indicação de 3 a 5 palavras-chave (keywords),

26
também em inglês. O texto deve se inicial a partir da terceira página do manuscrito. Ao longo
do texto, o autor deve se atentar as seguintes regras:
- Palavras em língua estrangeira (inglês, francês, latim, etc.) deverão ser escritas em itálico.
- Nomes científicos de espécies devem ser escritos em itálico, com a primeira letra do nome
em caixa alta.
Atenção: Toda a nomenclatura utilizada deverá ser consistente, clara e de acordo com as
regras estabelecidas por entidades apropriadas, como IUPAC, International Union of
Biochemistry, Abstracts Service, Nomenclature Commitee of the American Chemical Society,
entre outras. Símbolos e unidades deverão seguir as recomendações da IUPAC. Os autores
devem evitar o uso de unidades que não fazem parte do SI.

Normas para elementos gráficos e tabelas

Gráficos e Figuras: Textos, nomes dos eixos e quaisquer outros elementos textuais que
acompanham os elementos gráficos devem ser consistentes ao longo de todo o trabalho em
relação à fonte, ao tamanho da fonte, ao espaçamento e à cor. Para elementos gerados por
computador, deve-se evitar planos de fundo ou sombreamento.
Fórmulas estruturais e equações químicas: Todas as estruturas químicas ou equações
devem ser escritas utilizando a mesma fonte ao longo do manuscrito.
Equações: As equações devem ser escritas utilizando-se um editor de equações (MathType,
Equation, entre outros) e devem ser numeradas sequencialmente ao longo do manuscrito.
Fotografias: As fotografias devem apresentar contraste e não devem ser montagens. Caso
haja necessidade de uma escala, ela deve ser desenhada sobre a figura e não abaixo. Não serão
aceitas fotografias de equipamentos comerciais.
Tabelas: As tabelas devem ser formatadas de modo a fornecer informações diretas ao leitor.
Sombreamentos e negritos devem ser evitados. Qualquer informação extra deve vir abaixo da
tabela, na forma de nota de rodapé, utilizando-se as letras a, b, c e assim por diante.
Graphical abstract (em inglês): O graphical abstract deve resumir o conteúdo do trabalho de
forma concisa e dedicada a capturar a atenção de um público amplo. O autor deve apresentar
uma figura nova, usando como parâmetro uma estrutura chave, uma reação, uma equação, um

27
conceito, um gráfico, um teorema, entre outras possibilidades. Recomenda-se que seja de
caráter artístico e possua cores diversas. Não serão aceitas fotos de equipamentos comerciais.
Atenção: a imagem deve possuir alta resolução (em formato .tiff, .jpg ou qualquer outro de
ampla utilização que possa ser editado) e tamanho de 4 cm de altura por 8 cm de largura [os
elementos textuais devem ser legíveis nessas dimensões]. Junto com o graphical abstract, o
autor deverá enviar um texto explicativo em inglês (em arquivo txt, rtf ou doc) de no máximo
3 linhas.

Normas para citações e lista de referências

Os elementos gráficos e as tabelas devem ser numeradas e citadas no texto, utilizando


a primeira letra em caixa alta. Não se deve abreviar as citações.
As citações de referências devem ser feitas de forma consecutiva, na forma numérica
sobrescrita (sem parênteses ou colchetes), sempre após a pontuação, quando houver. Citações
de duas ou mais referências devem ser separadas por vírgulas. Citações de três ou mais
referências consecutivas devem ser agrupadas, utilizando-se o hífen (-). Não utilizar espaços
entre as citações ou entre a citação e o caractere sobre o qual está posicionada.
A Química Nova não publica notas de rodapé. Quaisquer notas do autor devem ser
inclusas na lista de referências e, no texto, devem seguir o mesmo padrão das citações,
mantendo inclusive a sequência numérica.
Na seção Referências, as abreviações dos títulos de periódicos devem estar de acordo
com as definidas no Chemical Abstracts Service Source Index (ver http://cassi.cas.org). Caso
o periódico não esteja listado no CASSI, o título deve ser escrito por extenso.
As normas para o ano, o volume e as páginas seguem abaixo para diversos tipos de
literaturas. A pontuação, os espaçamentos, os negritos e os itálicos devem ser verificados com
atenção. Manuscritos com referências fora das normas da revista serão reenviados ao autor até
que os erros sejam verificados e corrigidos.
1. Varma, R. S.; Singh, A. P.; J. Indian Chem. Soc. 1990, 67, 518.
2. No caso especial da revista citada não ser de fácil acesso, é recomendado citar o seu
número de Chemical Abstract, como segue:

28
Provstyanoi, M. V.; Logachev, E. V.; Kochergin, P. M.; Beilis, Y. I.; Izv. Vyssh. Uchebn.
Zadev.; Khim. Khim. Tekhnol. 1976, 19, 708. (CA 85:78051s).
3. Caso o trabalho tenha doi, mas não a referência completa, citar DOI da seguinte maneira:
Vidotti, M.; Silva, M. R.; Salvador, R. P.; de Torresi, S. I. C.; Dall'Antonia, L.
H.; Electrochimica Acta (2007), doi:10.1016/j.electacta.2007.11.029.
4. É recomendado o uso de referências compostas na medida do possível, em lugar de uma
lista de referências individuais. O estilo das referências compostas é o seguinte:
Varela, H.; Torresi, R. M.; J. Electrochem. Soc. 2000, 147, 665; Lemos, T. L. G.; Andrade, C.
H. S.; Guimarães, A. M.; Wolter-Filho, W.; Braz-Filho, R.; J. Braz. Chem. Soc. 1996, 7, 123;
Ângelo, A. C. D.; de Souza, A.; Morgon, N. H.; Sambrano, J. R.; Quim. Nova 2001, 24, 473.
Patentes:
Devem ser identificadas da seguinte forma (na medida do possível o número do Chemical
Abstracts deve ser informado entre parênteses).
5. Hashiba, I.; Ando, Y.; Kawakami, I.; Sakota, R.; Nagano, K.; Mori, T.; Jpn. Kokai Tokkyo
Koho 79 73,771 1979.(CA 91:P193174v).
6. Kadin, S.B.; US pat. 4,730,004 1988. (CA 110:P23729y).
7. Eberlin, M. N.; Mendes, M. A.; Sparrapan, R.; Kotiaho, T.; Br PI 9.604.468-3, 1999.
Livros:
com editor(es):
8. Regitz, M. Em Multiple Bonds and Low Coordination in Phosphorus Chemistry; Regitz,
M.; Scherer, O. J., eds.; Georg Thieme Verlag: Stuttgart, 1990, cap. 2.
sem editor(es):
9. Cotton, F. A.; Wilkinson, G.; Advanced Inorganic Chemistry, 5th ed., Wiley: New York,
1988.
Programas de computação (Softwares):
10. Sheldrick, G. M.; SHELXL-93; Program for Crystal Structure Refinement; Universidade
de Göttingen, Alemanha, 1993.
Teses:
11. Velandia, J. R.; Tese de Doutorado, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil,
1997.
Material apresentado em Congressos:
29
12. Ferreira, A. B; Brito, S. L.; Resumos da 20a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Química, Poços de Caldas, Brasil, 1998.
Páginas Internet:
http://www.sbq.org.br/jbcs, acessada em Junho 2001.
Material não publicado:
Para material aceito para publicação: Magalhães, U. H.; J. Braz. Chem. Soc., no prelo.
Para material submetido mas ainda não aceito: Magalhães, U. H.; J. Braz. Chem.
Soc., submetido. Para trabalho não publicado ou comunicação pessoal: Magalhães, U. H.;
trabalho não publicado ou Magalhães, U. H., comunicação pessoal. Resultados não
publicados só poderão ser citados com a permissão explícita das pessoas envolvidas na sua
obtenção.
Manuscritos contendo RMN, IV, espectros de massas, etc.
Sempre que um composto é sintetizado ou identificado (novo ou conhecido previamente), é
obrigatório o envio de todos os dados espectrais (dados e espectros) como Material
Suplementar (ver seção Material Suplementar) no momento da submissão do manuscrito.
Material Suplementar
Esta modalidade foi criada para que o texto principal seja objetivo e contenha o número
estritamente necessário de Figuras e Tabelas.
O conteúdo do Material Suplementar (MS) deverá ser colocado no final do trabalho, após a
seção REFERÊNCIAS. Quando houver MS, deve ser criada uma seção MATERIAL
SUPLEMENTAR, logo após a seção CONCLUSÃO, com a descrição de seu conteúdo. O
texto deve também indicar o acesso livre ao MS a partir do website da revista Química Nova
(http://quimicanova.sbq.org.br/).
Elementos gráficos e Tabelas do Material Suplementar devem ser numeradas
sequencialmente, com a letra S após a numeração. Ex: Figura 1S, Tabela 4S, etc.
Apesar de complementar a informação do manuscrito, o MS deve ser um documento
completo. Caso sejam usadas referências, elas devem ser listadas ao final do próprio MS e
numeradas na forma 1S, 2S, ...
Os Editores poderão solicitar aos autores, em qualquer fase da tramitação, a separação de
Material Suplementar.

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