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Bom amigo é aquele que conduz ao ensinamento correto

Escrito: Três Mestres Tripitaka Oram por Chuva

Reunião de palestra de julho

Vamos nos unir e seguir juntos pelo caminho do desenvolvimento mútuo

Três Mestres Tripitaka Oram por Chuva


Gosho a ser estudado na reunião de palestra de julho - Com base na matéria publicada na revista
Terceira Civilização, ed. 567, nov. 2015

Frase 1 do escrito

“No entanto, não há nada mais difícil do que encontrar um bom amigo”1 (CEND, v. I, p. 625)

Cenário Histórico:

Acredita-se que Nichiren Daishonin escrevera esta carta em 1275 ou 1276, enquanto residia no Monte
Minobu. É endereçada ao sacerdote leigo Nishiyama, que morava na Vila de Nishiyama, província de
Suruga (atual Shizuoka) [e que era seguidor da escola Palavra Verdadeira antes de se converter ao
ensinamento de Nichiren Daishonin].
A região onde o sacerdote leigo Nishiyama morava era uma área com muitas propriedades ocupadas
por poderosos membros do governo militar. Acredita-se também que a família dele tinha estreitas
ligações com o sucessor de Nichiren Daishonin, Nikko Shonin, e que Nishiyama e outros membros de
sua família continuavam a se esforçar na fé e a enviar oferecimentos para apoiar Daishonin, apesar da
pressão das autoridades.
Esta carta foi escrita depois que ocorreu a invasão mongol de 1274, no momento em que o povo do
Japão estava preocupado com a possibilidade de um segundo ataque.
O governo militar e a corte imperial, alimentados por um sentimento de ameaça de iminente invasão,
ordenaram aos templos principais e santuários em todo o Japão que oferecessem orações pela derrota
das forças mongóis.
Durante a vida de Nichiren Daishonin o governo dependia fortemente de sacerdotes da Palavra
Verdadeira para oferecer orações e encantamentos para combater epidemias, desastres naturais e
outros eventos adversos.

A dificuldade de encontrar um “bom amigo”

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A primeira coisa que Daishonin ensina ao sacerdote leigo Nishiyama nesta carta é que ele deve
“encontrar um bom amigo” (CEND, v. I, p. 625).
“Bom amigo” é alguém que conduz os outros a uma direção positiva e para o caminho correto do
budismo. Daishonin diz que mesmo uma árvore recém-plantada será capaz de permanecer em pé
numa intensa tempestade se estiver firmemente escorada. Da mesma forma, quando se viaja ao longo
de uma estrada irregular e perigosa, não tropeçará e cairá se tiver um amigo forte para lhe apoiar (cf.
CEND, v. I, p. 625). Dessa maneira, “bons amigos”, no budismo, nos apoiam e nos ajudam a avançar
em nossa prática budista e a não cair nos maus caminhos.
O presidente Ikeda orienta sobre a importância de avançar ao lado de bons amigos descrevendo um
diálogo entre Shakyamuni e um de seus discípulos chamado Ananda, que perguntou ao Buda: “Tenho
a impressão de que possuir bons amigos e avançar ao lado deles é meio caminho andado para se
alcançar a iluminação. Esse raciocínio está correto?”.
A ideia de que ter bons amigos já é meio caminho andado na prática budista pode parecer exagerada,
e Ananda sem dúvida formulou a pergunta com hesitação.
Entretanto, Shakyamuni respondeu: “Ananda, esse raciocínio não está correto. Possuir bons amigos e
avançar ao lado deles não é meio caminho andado para a iluminação, mas o caminho todo”.
Existem ocasiões em que avançar ao lado dos outros parece ser frustrante e difícil. Agirmos sozinhos,
da maneira que nos agradar é, sem dúvida, muito mais fácil. Contudo, isso pode nos tornar
egocêntricos, o que nos impedirá de praticar o budismo da forma correta e sem perceber nos
desviamos do caminho correto. O desenvolvimento mútuo e a verdadeira prática budista consistem em
nos unirmos a tipos diferentes de pessoas e compartilharmos diversos desafios e esforços com elas,
encorajando-nos reciprocamente a avançar (BS, ed. 2.366, 8 abr. 2017, p. B2 ).

Frase 2 do escrito

“Por essa razão, o Buda comparou essa dificuldade à de uma tartaruga de um único olho2 que
precisa encontrar um tronco flutuante com uma cavidade do tamanho exato para se encaixar, ou
à de tentar descer uma linha do céu Brahma3 até a terra, e aí passá-la através do orifício de uma
agulha. Além disso, nesta última era maléfica [dos Últimos Dias da Lei],4 as más companhias
são mais numerosas do que as partículas de pó que formam a terra, ao passo que os bons
amigos são tão escassos quanto as partículas de pó que se pode juntar sobre uma unha.”
(CEND, v. I,p. 625)

Abraçar o Sutra do Lótus na atualidade é extraordinário

No capítulo 27 do Sutra do Lótus, “Rei Adorno Magnífico”, é apresentada a história da tartaruga de um


único olho que vive no fundo do mar e tenta subir à superfície e o Sutra do Nirvana fala sobre o ato de
lançar uma linha do céu Brahma mirando uma agulha na terra para ilustrar a dificuldade de se encontrar
o devoto do Sutra de Lótus nos Últimos Dias da Lei.
Essas analogias nos fazem entender quanto é extraordinário o fato de abraçar este Sutra do Lótus na

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época atual. Assim, de um lado, Daishonin nos mostra como é raro e difícil abraçar o Gohonzon e
recitar o Nam-myoho-renge-kyo. Consequentemente, a boa sorte de praticarmos este budismo na
atualidade é algo realmente grandioso.
Em outro sutra, é descrito que, certa vez, Sakyamuni pegou um punhado de terra e colocou-o sobre a
unha. Salientando que a terra poderia cair com facilidade por causa de sua posição difícil, perguntou ao
seu discípulo Mahakashyapa se maior era a quantidade de terra que estava sobre a unha ou a
quantidade dos mundos das dez direções. Mahakashyapa respondeu-lhe que era claro que a
quantidade de terra dos mundos das dez direções é incomparavelmente maior do que a quantidade de
terra que estava sobre a unha. E Sakyamuni concordando afirma: “Apesar de as pessoas terem tido
bastante boa sorte de nascerem como seres humanos, aquelas que perseveram para seguir o caminho
correto e atingir o estado de buda são comparáveis às partículas de poeira que se encontram sobre a
unha. Ao passo que aqueles que se desviam do caminho correto e caem no caminho do mal
comparam-se às partículas de pó dos mundos das dez direções”.
Numa explanação do escrito Condolências pela Morte do Marido, o presidente Ikeda comenta o
seguinte em relação a esta parábola: “Há dois caminhos na vida: o ‘correto’ e o ‘errado’. Um caminho
desvia-se do estado de vida de eterna felicidade e cai na miséria. Essa é a vida das pessoas que caem
na categoria das ‘partículas de pó da terra’ — um estado de inexorável impulso para baixo, assim como
a gravidade puxa tudo para a Terra. O outro é o caminho daqueles que abraçam a Lei Mística por toda
a vida e ascendem a um ilimitado crescimento e avanço. É uma vida positiva de impulso para cima —
uma vida de luta contra a ‘força gravitacional’ do declínio e da derrota para elevar-se vibrantemente ao
céu azul da felicidade. Esse é o estado de vida das pessoas que têm lugar entre as ‘partículas de pó
sobre a unha’” (BS, ed. 1.407, 22 mar. 1997, p. 3).

Ter um bom amigo faz uma grande diferença na vida

Reflexões sobre o Gosho do mês | Texto do Departamento de Estudo do Budismo


(DEB) da BSGI

Na explanação do presidente Ikeda sobre o escrito que estamos estudando neste mês, é abordada a
importância de ter um bom amigo. No budismo, “bom amigo” é alguém que conduz os outros a uma
direção positiva e ao caminho correto.
Em uma orientação, Ikeda sensei diz que: “Faz uma grande diferença ter um amigo para conversar
quando nos acontece algo. Não precisamos nos preocupar com a pessoa que tem bons amigos, com
quem possa conversar aberta e francamente sobre qualquer problema que surgir. (...) Ao mesmo
tempo, espero que se tornem o tipo de pessoa confiada pelos outros, tanto dentro quanto fora da SGI;
pessoas que possam oferecer-lhes encorajamento quando necessitarem” (Terceira Civilização, ed. 467,
jul. 2007, p. 48).
Como praticantes do Budismo de Nichiren Daishonin, em nossa prática diária, aperfeiçoamos nosso
estado de vida criando uma rede inabalável de coragem e sabedoria para manifestar nosso ilimitado
potencial. O budismo ensina que devemos nos esforçar para viver o máximo possível, pois cada dia

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apresenta amplas oportunidades para prosseguirmos numa nobre forma de viver.
Em relação à amizade, nosso mestre nos incentiva: “A existência do ‘bom amigo’ é de suprema
importância para se trilhar um caminho correto na vida. Isso porque, no ato de avançar junto com os
bons amigos é que existem o aprimoramento e a satisfação. Para tanto, é fundamental que se tornem
um ‘bom amigo’ em relação ao outro.
Com a sinceridade sempre em primeiro lugar, peço que prezem cada amigo, zelem por ele e
estabeleçam novos elos de amizade de maneira prazerosa com duas, três, dez pessoas e muitas mais”
(BS, ed. 2.252, 22 nov. 2014, p. A2).
Vivemos em uma sociedade cada vez mais individualista, entretanto, como sinceros praticantes e
pertencentes a esta maravilhosa organização baseada no humanismo, devemos romper as correntes
da negatividade e avançarmos sem nenhuma dúvida.
Em um programa de televisão sobre viagem, o entrevistador que visitava Botsuana, país localizado na
África, encontrou-se com uma pessoa que lhe disse “Dumela”. Essa pequena palavra significa “perceba
a minha presença” e “não seja uma pessoa que apenas passou por outra, mas sim, admitir que ambas
compartilham o mesmo espaço e que podem ter uma conversa civilizada” ou ainda “faz acreditar que
ninguém é melhor que o outro”. Então, os dois iniciaram o diálogo baseados no respeito mútuo e na
valorização da pessoa.
Expandindo nossos laços de amizade e confiança com todos, descortinaremos uma nova era capaz de
iluminar as pessoas por meio de sinceridade, respeito e confiança. Josei Toda, segundo presidente da
Soka Gakkai, dizia: “Os jovens devem conclamar os jovens. Se fizerem isso, o kosen-rufu será
possível” (Ibidem).

Brasil Seikyo - Edição 2377


Retirado de http://extra2.bsgi.org.br/extranet/estudo/palestra/conteudo/?edicao=4322

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