Você está na página 1de 2

As Grandes Navegações

No período conhecido como Baixa Idade Média (séculos XI a XV), a Europa já estava abandonando a
organização feudal. A falta de unidade nas moedas, nos pesos e medidas atrapalhava o desenvolvimento comercial.
Os burgueses, pessoas que se dedicavam ao comércio, aproximaram-se de alguns reis, com o objetivo de ter um
único comandante capaz de ajudar no desenvolvimento comercial.

A expansão marítima portuguesa

Portugal foi o primeiro país que reuniu as características de monarquia nacional:


a) poder centralizado nas mãos do monarca (rei);
b) fronteiras definidas em relação a outras regiões;
c) obediência dos senhores feudais ao rei.
Após centralizar o poder, os portugueses voltaram a atenção para a ampliação do comércio com o exterior,
principalmente com o Oriente. E por que?
O contato comercial entre os europeus e as Índias já era grande desde o período medieval. Do Oriente
vinham o cravo, canela, jóias, seda, pimenta, perfumes, etc. Todos esses produtos, conhecidos como especiarias,
tinham ótima aceitação na Europa, sendo vendidos principalmente por comerciantes de duas cidades italianas –
Gênova e Veneza.
Os preços cobrados pelos italianos eram bastante altos porque eles controlavam a principal rota marítima da
época, que era o Mar Mediterrâneo. Isso quer dizer que apenas os italianos poderiam navegar utilizando esse
caminho.
Os portugueses, como quaisquer outros europeus, eram consumidores de especiarias orientais e estavam
interessados em ter acesso aos mercados produtores dessas mercadorias. E por que Portugal foi o primeiro país a se
lançar nas Grandes Navegações?
Primeiro pela posição geográfica favorável do país, que é banhado quase todo pelo Oceano Atlântico; depois
porque os portugueses tiveram um período sem guerras, enquanto seus rivais espanhóis ainda lutavam para expulsar
os árabes de seu território; outros países como Inglaterra e França nem imaginavam se aventurarem em longas
viagens pelo mar. Também o solo português era não era favorável para a agricultura e por fim, o governo português
estava empenhado em incentivar as viagens, contando com o apoio financeiro dos ricos comerciantes portugueses.
A primeira grande conquista portuguesa aconteceu em 1415, quando o centro comercial de Ceuta, no norte
da África, foi tomado. Daí para adiante, os portugueses continuaram contornando o continente africano, pois o
objetivo final era chegar ao Oriente. Essa navegação portuguesa que contornava a África é chamada de périplo
africano.
A chegada às Índias aconteceu em 1498, numa expedição comandada pelo navegante Vasco da Gama. Os
lucros portugueses chegaram a 4.000 %. Portugal tentou manter um controle sozinho do comércio com as Índias,
mas, outros países europeus também queriam chegar até o Oriente.

A navegação espanhola

Os espanhóis iniciaram suas navegações com um certo atraso em relação aos portugueses, mas ainda mais
adiantados do outros países europeus. O motivo da demora espanhola foi a chamada Guerra da Reconquista,
quando os árabes foram expulsos da Península Ibérica, ocupada por eles havia séculos. A expulsão dos muçulmanos
só foi completada em 1492, com a conquista de Granada (sul da Espanha).
No mesmo ano de 1492, o navegante genovês Cristóvão Colombo conseguiu que o rei Fernando e a rainha
Isabel confiassem a ele a missão de encontrar uma nova rota marítima para o Oriente. Muitos consideravam que
Colombo era louco, pois apostava na idéia de que a Terra era redonda. Vários povos antigos, como os egípcios, já
diziam isso. A idéia de que a Terra era plana era muito aceita na Europa, principalmente entre os navegantes, que
também acreditavam em sereias e monstros marinhos.
Em agosto de 1492, Colombo partiu da Espanha com três caravelas e, após dois meses de viagem, atingiu
as ilhas do Caribe, na madrugada de 12 de outubro. Colombo pensando que tinha chegado às Índias, chamou os
habitantes dessas terras de índios.
Somente em 1504, com o navegante Américo Vespúcio, os europeus perceberam que Colombo não tinha
chegado à índia, mas sim a um continente desconhecido para eles (a América). Os espanhóis logo trataram de
explorar as terras “descobertas”, o que iria significar o fim para várias civilizações indígenas.
O Tratado de Tordesilhas

Enquanto os espanhóis discutiam se Colombo tinha ou não chegado à Índia, o governo português resolveu
pressionar o governo espanhol, exigindo que as terras americanas fossem divididas. Ou os espanhóis aceitavam a
divisão ou então haveria guerra.
Então, em 1494, Espanha e Portugal assinaram na cidade de Tordesilhas um acordo que decidia que a partir
das ilhas africanas de Cabo Verde seriam contadas 370 léguas para traçar uma linha imaginária que dividiria as
terras americanas. As que ficassem a oeste dessa linha seriam espanholas, as do leste seriam portuguesas.
Portugal e Espanha eram, na época, países muito poderosos, e achavam que poderiam tornar a América um
domínio exclusivo. Entretanto, outros países europeus não aceitaram a idéia de ficar de fora da divisão das terras.
Portanto, também elaboraram planos para ocuparem a América.

As navegações tardias

Outros países europeus, como França e Inglaterra, envolvidos na Guerra dos Cem Anos, demoraram a
navegar. França, Inglaterra e Holanda partiram para a conquista da América, contrariando espanhóis e portugueses.
Os franceses faziam contrabando de pau-brasil no litoral brasileiro, pirataria e saques a navios portugueses. Mas a
ocupação francesa em terras americanas ocorria principalmente no norte, onde atualmente é o Canadá.

Você também pode gostar