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Caso Prático
grupos
§ Controlo do cumprimento do
direito europeu pelas Autoridades
Nacionais (acção ou omissão):
Acção de Incumprimento Controlo dos Estados- Controlo das Instituições
§ Controlo do cumprimento do Membros e Órgãos da UE
direito europeu pela própria SISTEMA
ACÇÃO DE
União, pelas Instituições e INCUMPRIMENTO JURISDICIONAL DE
Órgãos da UE: CONTROLO DAS
▪ Sistema jurisdicional de controlo INSTITIUIÇÕES
das instituições.
Direito da União Europeia II - Afonso Patrão
Sistema Jurisdicional de Controlo das
Instituições
¡ Para reagir contra a actuação das instituições
comunitárias, existem quatro mecanismos:
§ Recurso de anulação / Acção de Anulação (263.º TFUE)
§ Acção para cumprimento / Acção de controlo das
omissões (265.º TFUE)
§ Excepção de ilegalidade (277.º TFUE)
§ UMA DAS MODALIDADES DO REENVIO
PREJUDICIAL: Reenvio Prejudicial de Validade (267.º
TFUE)
¡ Estes mecanismos são complementares.
§ O Recurso de Anulação surge como o mecanismo
principal de controlo da actividade das Instituições
§ Os demais mecanismos suprem as suas insuficiências
Direito da União Europeia II - Afonso Patrão
Recurso de Anulação (263.º TFUE)
OBJECTIVO:
• Visa controlar a legalidade dos actos mas sem que o Tribunal interfira no
conteúdo do acto!
• É este mecanismo que permite qualificar a UE como União de Direito (Ac. Os
Verdes). Isto é, o respeito conferido ao Direito, no seio da União, é tal, que
este primado do direito impõe que se reconheça aos actos jurídicos europeus a
susceptibilidade de serem objecto do controlo de legalidade por órgãos
jurisdicionais.
Exemplo: Imaginemos que determinada Base Jurídica mandava aprovar um acto dirigido aos Estados através
de Processo Legislativo Ordinário, após consulta ao Comité das Regiões. Foi adoptado sem que o CR fosse
ouvido
Apesar de o Comité das Regiões não ser destinatário do acto, pode recorrer.
Direito da União Europeia II - Afonso Patrão 17
3. Legitimidade Activa
¡ III. Recorrentes Comuns ou Recorrentes
Ordinários (263.º/4.º§):
§ Particulares em geral (pessoas singulares e
colectivas).
§ Outros órgãos ou organismos que não sejam
classificados como recorrentes privilegiados ou
recorrentes interessados.
¡ Têm de provar interesse PESSOAL em agir. Só
podem recorrer de actos de que sejam
destinatários.
§ A sua legitimidade activa depende de
circunstâncias excepcionais cuja verificação têm
que demonstrar. Direito da União Europeia II - Afonso Patrão
Interesse em Agir (263.º/4§ TFUE)
Interesse em Agir
III. Actos
Regulamentares
II. Actos dirigidos
que lhe digam
I. Decisões que a outrem que lhe
directamente
lhe sejam digam directa e
respeito e não
dirigidas individualmente
careçam de
respeito
medidas de
execução
¡ 1. Acto é recorrível
¡ 2. Legitimidade Passiva: Comissão Europeia
¡ 3. Legitimidade Activa: Alberto não tem:
§ É recorrente ordinário: ainda que provasse a
afectação directa, não provaria a afectação
individual.
¡ MAS:
§ Apesar de já sabermos do insucesso deste recurso,
vamos analisar os demais pressupostos.
Direito da União Europeia II - Afonso Patrão 40
4. Prazo de Interposição
¡ O prazo de interposição do recurso é de 2 meses (último parágrafo
do artigo 263.º).
§ QUESTÃO: a contar de onde?
¡ Dispõe a norma que é a contar, “conforme o caso”, da publicação,
da notificação ou, na falta desta, desde o dia que o recorrente tomou
conhecimento do acto.
§ Imaginemos uma directiva (não legislativa) dirigida a Portugal e
Espanha.
§ Não tem de ser publicada, mas, como vimos em DUE-I, são
normalmente publicadas.
§ Foi publicada a 1 de Março e foi notificada à República
Portuguesa e ao Reino de Espanha a 1 de Abril.
▪ A 30 de Maio, pode Portugal recorrer?
▪ Foi notificado há menos de 2 meses, mas a directiva foi publicada há
mais de 2 meses.
▪ Qual o critério? Portugal está em tempo ou não?
Direito da União Europeia II - Afonso Patrão
4. Prazo
¡ Se o recurso for
PROCEDÊNCIA DO RECURSO
julgado procedente, (ART. 263.º TFUE)
podem surgir DOIS
EFEITOS:
§ Efeito Anulatório
(existe sempre) - 264.º
Obrigação de
TFUE Efeito Anulatório
Execução
(necessário)
§ Obrigação de execução (eventual)
¡ I. FASE PRÉ-CONTENCIOSA
§ O demandante convida a instituição a agir. Isto é, tem de a
alertar que entende haver um incumprimento por omissão,
convidando a instituição em causa a praticar o acto em falta.
§ Passam 2 meses do convite sem que a instituição tenha agido:
Neste momento o demandante passa a ter o direito de propor a
acção para o cumprimento.
§ Isto é, O demandante pode passar à fase contenciosa.
▪ Em que prazo? No prazo de 2 meses. Só pode propor a acção no prazo de
dois meses a contar do momento em que passaram dois meses do convite!
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Acção para o Cumprimento
¡ Para que serve esta fase pré-contenciosa?
§ 2 Funções:
▪ Evitar a conflitualidade, dando oportunidade à instituição de
agir sem que o TJ tenha de intervir.
▪ Fixar o início do prazo em que se pode propor a acção.
¡ NÃO! Porque houve um acto, mesmo que diga só que não vai haver
nenhum acto. Temos uma actividade da instituição comunitária.
Simplesmente é um acto que, no nosso entender, viola os Tratados.
§ Então isto significa que o meio correcto é o Recurso de Anulação e não a
acção para cumprimento.
¡ Não Pode!
¡ A Comissão não tem um dever legal de
agir. Intentar ou não intentar uma acção por
violação dos tratados nos termos do artigo
258.º é poder discricionário da Comissão.
¡ Que aconselhamos Portugal a fazer?
§ A intentar uma acção por incumprimento nos
termos do artigo 259.º, contra a Grécia.
Medidas Provisórias
Caso Prático
Justiça Comunitária
“Contencioso Comunitário”
¡ Aquilo a que chamamos “contencioso
comunitário” deve ser entendido em sentido
amplo.
§ Se fosse entendido em sentido estrito deveria
obrigatoriamente existir um litígio entre duas partes.
¡ Há situações em que o TJ intervém que não
correspondem a um contencioso! Aliás, a mais
importante função do TJ é uma função de cariz
NÃO CONTENCIOSO:
§ A colaboração com os tribunais nacionais (não há
portanto qualquer litígio) no processo de reenvio
prejudicial! - art. 267º TFUE.
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A Função Consultiva
¡ Plano do Estudo.
§ 1. Modalidades
▪ Reenvio de Interpretação/Reenvio de Validade
▪ Reenvio Facultativo/Reenvio Obrigatório
§ 2. Sujeitos
§ 3. Obrigatoriedade do Reenvio de Validade
Reenvio de Reenvio de
Interpretação Validade
Qualquer das
modalidades se
subdivide:
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Reenvio Prejudicial de
Interpretação
¡ De acordo com o artigo 267.º TFUE, o Tribunal de Justiça
pode ser chamado a colaborar quando, num determinado
processo a correr num tribunal nacional, for suscitada uma
questão de interpretação:
§ do Tratado;
§ dos actos adoptados pelas instituições, órgãos e organismos da
União.
¡ Como funciona?
§ Num determinado litígio, a correr num tribunal nacional e em que é
necessário aplicar uma determinada norma comunitária, levanta-se
uma questão sobre a interpretação dessa norma.
▪ Uma das partes alega, ou o juiz oficiosamente suscita a dúvida.
§ A decisão do momento, da forma do despacho de reenvio ou
das perguntas a colocar são exclusivamente do juiz nacional.
Nem são das partes, nem são do TJ.
§ O juiz suspende a questão principal, suspende o litígio, e
pergunta ao TJ qual é a interpretação correcta. Faz verdadeiras
perguntas ao TJ! Direito da União Europeia II - Afonso Patrão
Reenvio Prejudicial de
Interpretação
¡ O TJ responde. Que efeitos tem a resposta?
§ O TJ não pode resolver a questão principal. Esta é da
competência exclusiva do tribunal nacional!
¡ Fixa a interpretação.
§ Não resolve o caso, pronuncia-se sobre a interpretação a dar ao
caso.
▪ A Interpretação tende a ser abstracta.
▪ Todavia, porque tal não é possível, o TJ avalia a interpretação da
norma à luz do caso concreto.
§ O juiz nacional é obrigado a seguir a interpretação fixada pelo
TJ, se a norma for aplicável ao caso.
¡ À partida, a pronúncia tem efeitos APENAS NAQUELE
PROCESSO.
§ Isto é, não se fixa a interpretação com efeitos erga-omnes, mas apenas para
aquele processo.
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Reenvio Prejudicial de
Interpretação
¡ O Reenvio é Obrigatório?
§ O Reenvio é obrigatório quando da decisão do
tribunal nacional não caiba recurso ordinário
(267.º/3§).
▪ Isto é, se daquele caso não couber recurso, suscitando-se
uma questão de interpretação de uma norma comunitária,
o juiz é obrigado a remeter a questão ao TJ.
§ Se couber recurso daquele tribunal, o reenvio é
facultativo (267.º/2§).
▪ O juiz pode reenviar ao TJ ou fixar ele próprio a interpretação que
lhe parece correcta para a norma cuja interpretação foi
questionada.
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Resolução do Caso Prático
¡ Há possibilidade de recurso!
§ O Juiz pode fazer uma de duas coisas.
▪OU decide ele se Alberto é ou não abrangido
pelo conceito de “armador”;
▪OU suspende a acção e formula uma questão
ao TJ: “O conceito de armador no
Regulamento X abrange os pescadores
proprietários de navios e que aí exerçam a
sua actividade?”
¡ Se a questão fosse colocada no STA?
§ O Tribunal seria obrigado a suspender a
questão e a perguntar ao TJ qual a
interpretação correcta a dar a esta norma.
Direito da União Europeia II - Afonso Patrão
Resolução do Caso Prático
¡ Imaginemos que o Tribunal reenviou, em reenvio facultativo.
O TJ entende que o conceito de “armador” abrange os
pescadores proprietários de navios.
¡ Pode o TJ responder?: “O Alberto é armador para efeito do
Regulamento. Deve ter direito ao subsídio.”
§ NÃO! O TJ faz apreciações das normas de direito comunitário sem
aplicar a norma ao caso concreto. Não entra na situação
concreta onde se suscitou a questão interpretativa.
▪ O que o TJ deve responder é se o conceito de armador abrange
os pescadores individuais. Utiliza os dados fácticos do caso
apenas para compreender plenamente a dúvida do Juiz nacional.
▪ O Tribunal nacional é soberano no processo. Até pode vir a
entender que, afinal, aquele regulamento não é aplicável à causa.
O TJ não se pronuncia sobre o processo.
§ Há, tendencialmente, uma SEPARAÇÃO DOS MOMENTOS DE
INTERPRETAÇÃO e APLICAÇÃO.
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Caso Prático
¡ António, cidadão português e produtor de
azeite, foi impedido de comercializar o seu
produto pela Agência para a Segurança
Alimentar e Económica (ASAE). A ASAE
justifica o impedimento no facto de um
Regulamento do Conselho, publicado em 2003,
fixar a acidez máxima em 5%, tendo o azeite
produzido por António naquele ano a acidez de
7%.
António entende que o regulamento é inválido,
por falta de fundamentação, uma vez que não
indica a base jurídica em que se funda.
Quid iuris?
Direito da União Europeia II - Afonso Patrão
Resolução do Caso Prático
¡ Alberto quer impugnar aquele regulamento comunitário.
§ Qual o expediente indicado?
§ RECURSO DE ANULAÇÃO.
¡ Vamos ver os Pressupostos:
§ Acto é recorrível?
▪ Sim, é um Regulamento.
§ Fundamento?
▪ Violação de Formalidades Essenciais. A falta de fundamentação preenche
este pressuposto.
§ Legitimidade Passiva?
▪ Conselho. O órgão que adoptou o acto.
§ Legitimidade Activa?
▪ NÃO EXISTE: o regulamento não lhe diz directa e individualmente
respeito.
§ Prazo?
▪ Expirado. O Regulamento é de 2003 e o prazo era de 2 meses.
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Resolução do Caso
Caso Prático:
Joaquim foi confrontado com um artigo no Diário de
Coimbra que o difamava. Entendendo que tinha
direito de resposta, formulou uma carta ao director
do Diário de Coimbra onde pedia a publicação da
sua resposta.
O Diário de Coimbra não publicou a resposta e
Joaquim recorreu para a Entidade Reguladora para
a Comunicação Social.
No âmbito da decisão, o Diário de Coimbra suscitou
uma questão de interpretação de um regulamento
comunitário sobre a liberdade de imprensa.
A ERCS pode recorrer ao 267.º TFUE?
Direito da União Europeia II - Afonso Patrão
Resolução do Caso Prático
¡ O problema que aqui se coloca é o de saber o
que são órgãos jurisdicionais nacionais para
efeitos do 267.º.
§ Será que a ERCS é um órgão jurisdicional nacional
para efeitos do Tratado sobre o Funcionamento da UE?
¡ Não é um tribunal!
§ É constituída por vogais: alguns indicados pela
Assembleia da República e outros representativos da
opinião pública (indicados pelos jornalistas,
consumidores, donos dos órgãos de comunicação
social e Governo).
¡ O TJ considerou-se INCOMPETENTE.
§ Não existe um litígio!
§ É necessário que tenhamos um litígio a correr num tribunal
nacional para que possamos lançar mão do reenvio
prejudicial. Aqui não temos nem um tribunal, nem um litígio!
Temos um requerimento à Ordem dos Advogados.
¡ Não cabe reenvio prejudicial.