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Pavimentação

Prof. MsC. Engº. Akihito Boa Esperança


Tema I: Geralidades sobre o dimensionamento e construção de
pavimentos para estradas.

• Conceitos e Definições.
• Factores de dimensionamento.
• Tipos de pavimentos.
• Condições de trabalho dos pavimentos
• Solicitações do tráfico sobre o pavimento.
• Tipo e configuração dos eixos.
• Composição do trânsito. Carga de cálculo.

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Geralidades sobre os pavimentos.

Os pavimentos de estradas são estruturas complexas, constantemente


submetidas a variações de cargas e condições ambientais.
Estão formados por capas de diferentes materiais, selecionados e
compactados, para poder assegurar a circulação de veículos durante
todo seu período de serviço.

Uma estructura de pavimento deve ser capaz de suportar as cargas de


trânsito durante vários anos, sem deterioros que afetem a segurança ou
a comodidade dos usuários ou a propiá integridade do pavimento,
mantendo-se estável e resistentes frente a mudanças de temperatura e
os fenómenos provocados pelo intemperismo.

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Geralidades sobre os pavimentos.

Basicamente as funciones de um pavimento rodoviario são as


seguintes:

a) Oferecer uma superfície de rolante segura, confortável e de


características permanentes sobre o efeito das cargas do tráfico,
durante um largo período de tempo (período de projecto), durante o
qual somente precisa alguma actuação de manutenção.

a) Suportar as cargas de tráfico previsto ao largo do período de projecto,


transmitindo as pressões verticais produzidas pelas cargas, de
maneira que só cheguem a sob-rasante ou explanada valores de
tensões admissíveis pelo solo de fundação.

b) Proteger a sob-rasante ou explanada da influencia das precipitações,


evitando a redução da resistência ao esforço cortante do solo.

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Conceito e Definições

Pavimento

Estructura, formada por um sistema estratificado de


capas, capaz de transmitir em profundidade os esforços
da superfície provocados pelas cargas do trânsito, de tal
forma que:

• Não superem os esforços e deformações admissíveis


das capas e do solo de sob-rasante.

• Não se produzem deformações permanentes


excessivas, em qualquer condições climática.
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Pavimento (definição do usuário)
É uma superfície uniforme e firme, sobre a que se pode
conduzir o trânsito misto com conforto e segurança em
qualquer condição climática, durante um tempo prolongado.
Conforto : regularidade superficial
Segurança: coeficiente de fricção e textura
Resistência: módulo de deformação.

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• Estructura do pavimento
Conjunto de capas que conformam o pavimento,
dispostas em ordem crescente de qualidade e
permeabilidade ate a superfície, denominadas sub-base,
base e superfície.

• Faixa de rodagem de calculo.


É a faixa por onde circula a maior quantidade de veículos
pesados, utilizado para o calculo da estructura do
pavimento.

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• Veiculo ligeiro
É todo meio de transporte de carga ou passageiros,
que pela magnitude da carga por roda que aplica
sobre a superfície não tem influencia apreciável no
cálculo de pavimento.

• Veiculo pesado
Meio de transporte de carga ou passageiros, que pela
magnitude da carga por roda que aplica sobre a
superfície, se tem em conta no cálculo de pavimento.

Autocarros, camiões de 4 rodas ou más, tratores com


reboques.

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• Carga de cálculo (PC)
Carga estática, provocada por um eixo simples sobre
rodas duais, utilizada no cálculo estructural para
determinar o número de eixos de calculo. As cargas por
eixo de diferentes tipos e magnitudes serão reduzidos a
este valor.

• Carga característica (Pcarac)


Carga por eixo simples, sobre rodas duais, que
representa as maiores cargas por eixo que circulam por
uma via, para um nível de probabilidade de 95%.

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• Factor camião- eixo (fCE)
Representa o número de aplicações de eixos simples
equivalentes a carga de cálculo, como media por cada
veiculo pesado no fluxo.

• Factor de equivalência de cargas (Fe)


Factor para levar as repetições de uma carga qualquer
a repetições da carga de cálculo.

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• Intensidade diária de veículos pesados (ICD0)
Volumem de veículos pesados que circularam pela faixa
de calculo, esperado como media diário durante o
primeiro ano de abertura da estrada.

• Percentagem de veículos pesados (PVP)


Proporção de veículos pesados respeito ao total de
veículos no fluxo veicular, expressado em %.

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• Percentagem de veículos pesados na faixa de
calculo (PVP)
Proporção de veículos pesados que circularam pela
faixa de calculo, respeito a total de veículos pesados
que circularam no sentido da faixa de calculo,
expressado em %.

• Media Anual do Volumem Diário de Transito


(PAVDT)
É o número de veículos que circulam por dia em uma
secção da via como media anual.
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Tipos de pavimentos

A técnica de estrada conta com uma grande variedade de pavimentos


que se podem classificar em dos grandes grupos: flexíveis e rígidos,
embora também pedem existir os pavimentos chamados mistos que
respondem a exigências e comportamentos de ambos tipos.

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Tipos de pavimentos

• Pavimentos flexíveis:
Formados por uma serie de capas de material granular
sobre os que se coloca uma superfície de capa
asfáltica.

hS Superficie
hB Base
hSB Subbase
(SUBRASANTE)

SOLO NATURAL

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Tipos de pavimentos

• Pavimentos rígidos:

Formados por uma superfície de betão, sobre uma capa de


base granular ou diretamente sobre a sob-rasante, tem
uma grande rigidez.

hS Laje de Betão

hB Base
CORONA
(SUBRASANTE)

NÚCLEO O SUELO
NATURAL
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Características funcionais e estruturais do
pavimento

• Características superficiais a ter em conta no


pavimento são:
– Resistência ao deslizamento (segurança)

– Regularidade superficial (comodidade).

– Ruido da rodagem.

– Propriedades de reflexão luminosa.

– Desague superficial(drenagem).

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Características funcionais e estruturais

• Características estruturais:

Estão relacionadas com as características resistentes dos


materiais que compõe cada capas de pavimento e com
suas espessuras.

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Capas que compõem um pavimento

Os pavimentos estão formados por uma serie de capas


de diferentes materiais, responsáveis de garantir as
características funcionais e estruturais.
Como caso más geral, se podem distinguir três capas:
Superfície, Base e Sub-base, colocadas encima da
fundação ou explanada.

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Capas que compõem um pavimento

• Superfície

Parte superior do pavimento que resiste a acção direta dos


agentes atmosféricos e as solicitações do transito,
transmitindo -as ao resto das capas.

Desde o ponto de vista estrutural, absorbe os esforços


horizontais e parte dos verticais. Responsável das
características superficiais do pavimento, oferecendo
rodagem cómoda e segura.

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Capas que compõem um pavimento

• Base
Se encontra debaixo da superfície e encima da sub-base.
Tem função eminentemente resistente, constituindo o
principal elemento suportante da estructura.

Absorbe a maior parte dos esforços verticais e sua rigidez


ou sua resistência a deformação ante as solicitações
repetidas do tráfico, correspondem a intensidade do tráfico
pesado.

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Capas que compõem um pavimento

• Sub-base
É a capa situado sobre a explanação e de baixo da base,
cuja a função é proporciona uma transição necessária de
carga e uma fundação uniforme a base, constituindo uma
plataforma de trabalho adequada para sua posta em obra e
posterior compactação.
O uso de uma sub-base de material de mais baixa
qualidade, pode resultar adequado, cuja decisão depende
de considerações de qualidade e do costo do material de
pavimento.
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Factores de calculo que intervém no
dimensionamento do pavimento (flexível
ou rígido)

• Condiciones naturais. Clima e condiciones


hidrogeológicas.

• O trânsito (carga total, pressão de contacto, configuração


dos jogos de rodas e forma de aplicação das cargas).

• A resistência da sob-rasante.

• Características dos materiais que compõem a


estructura.(vamos ver nas próximas aulas)

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Factores de calculo que intervém no
dimensionamento do pavimento (flexível ou
rígido)
1. O clima (temperatura e precipitação).

Estas condições estão dadas por:


Amplitude e rapidez das mudanças de temperatura (valores máximos e
mínimos e quando se produzem).

Não obstante, se deve ter em conta quais são as condições mais


desfavoráveis para dimensionar as misturas e a estructura em estas
condições de trabalho.
As máximas temperaturas se encentram entre 34-35º e as mínimas entre
9-15º.
Se tem considerado como temperatura de cálculo de pavimento de 50°C,
definida como um valor representativo dos máximos valores esperados
para una probabilidade de 95%.

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Factores de calculo que intervém no
dimensionamento do pavimento (flexível ou
rígido)

2. O trânsito.

Interessam as cargas mais pesadas por eixo (simples,


tandem ou tridem) esperadas no carril de calculo (o mais
solicitado que determinara a estructura de pavimento da
estrada) durante o período de vida útil adotado.

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Factores de calculo que intervém no
dimensionamento do pavimento (flexível ou
rígido)

3. Resistência da sob-rasante.

É a interface entre a sub-base e a explanação.


Sua função principal é a absorção das cargas que lhe transmite o
pavimento ( superfície, base e sub-base).
O comportamento de pavimento está ligado as características resistentes

dos solos da explanada, definida pelo índice CBR, o módulo de


deformação.
A estabilidade da estructura de um pavimento se consegue quando na
sob-rasante se alcançam os níveis de compactação exigidos

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Factores que intervem no dimensionamiento
de pavimento

Qualquer processo de dimensionamento parte do


conhecimento dos seguintes factores básicos:

• Solicitações as que estará submetido (Transito)


• Características da fundação (explanação)
• Materiais a empregar
• Factores ambientais

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Área de contacto, pressão de contacto
e tempo de carga

Os neumáticos dos veículos produzem sobre o pavimento uma marca


diferente para cada tipo de neumático, pressão de ar, carga por roda,
velocidade e estado da superfície.
Quando o veiculo se encontra parado ou com marcha lenta uniforme,
existem solicitações verticais, mais em movimento se produzem
também esforços horizontais, mudanças de trajetória, esforços
verticais de impacto por efeito de movimento de veiculo e as
irregularidades da via.

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Área de contacto, pressão de contacto
e tempo de carga

P = 5000kg

p = 8kg/cm2 RODA DUAL RODA SIMPLE


pressao de ar

P 5000 P 2500
A= = = 625cm A= = = 312,5cm
p 8 p 8

A = pR 2
d = 37,5cm R= 14,10cm

R é o raio da superfície equivalente


Área equivalente

A 625 A 312,5
R= = = 14,10cm R= = = 9,97cm
p p p p

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Área de contacto, pressão de contacto
e tempo de carga

Por tanto, por simplificação se acostuma a considerar uma


solicitação de neumático sobre o pavimento como a
produzida por uma pressão vertical uniformemente
distribuída, sobre a área de contacto aparente.

É usual utilizar valores de pressão de ar entre 6-8kg/cm2.

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Tipo e configuração dos eixos

Os camiões são determinantes no dimensionamento da


estructura. O peso condiciona a espessura total de
pavimento.

Os eixos que circulam pelo pavimento podem ser:


simples, tandem ou tridem.
21 ton

Cada um de estes eixos produzem sobre o pavimento


uma distribuição de cargas diferente.

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Tipo e configuração dos eixos
No. TIPO DE VEÍCULO Nº DE EIXOS

VEICULOS LIGEROS

2 eixos simples
1
4 Rodas

CAMIOES (Veículos 2 eixos simples


1
rígidos) 6 Rodas

1 eixo simple
2 1 eixos tandem

AUTOCARRO
1 2 eixos simples 6 Rodas
RÍGIDO
21 ton
4 3 eixos simples

VEÍCULOS 2 eixos simples


5
ARTICULADOS 1 tandem

1 eixo simple
6 2 tandem

4 3 eixos simples
AUTOCARRO
ARTICULADO
5 ao menos 1 tándem

9 4 eixos simples
CAMIOES COM
REBOQUES 3 simples e
10 1 tándem
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Exemplo de distribuição de cargas por eixos

CAMIAO DE 2 EIXOS: 1 EIXO SIMPLE e 1 EIXO TANDEN

12m Longitud máxima Carga máxima = 22ton


Trailer = 10ton

Peso Total carregado = Trailer + %Carga

Peso Total carregado = 10 + 0,5*22 = 21ton

P1 = 0,25*21 = 5,25ton
P1 =25% = 5,25t P2 =75% = 15,75t P2 = 0,75*21 = 15,75ton

5m Long. mínima

PESO TOTAL CARREGADO = TRAILER +% CARGA


PESO TOTAL VACIO = TRAILER

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Configurações dos veículos

TABELA 1
VEHICULOS SIMPLES
TIPOS DE EIXOS e NUMERO % CARGAS POR EIXOS
No.
SIMPLES TANDEM TRIDEM 1S 2S 3S 1T 2T 3T 4T 1TD
1 2 35 65
VEICULOS
DE 2 EIXOS 2 1 1 25 75
3 1 1 20 80

TABELA 2
VEICULOS ARTICULADOS
TIPOS DE EIXO e NUMERO % CARGAS POR EIXOS
No.
SIMPLES TANDEM TRIDEM 1S 2S 3S 1T 2T 3T 4T 1TD
4 3 20 40 40
VEICULOS
5 2 1 15 30 55
DE 3 EIXOS 6 1 2 14 43 43
7 1 1 1 12 38 50
8 2 1 15 25 60

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Configurações dos veículos

TABELA 3
CAMIOES COM REBOQUE
TIPOS DE EIXOS % CARGAS POR EIXOS
No. VEI. TRACTOR VEI. TRACCIONADO
SIMPLES TANDEM
1S 2S 3S 1T 2T 1S 2S 1T 2T
9 4 35 65 50 50
VEICULOS 10 3 1 25 75 50 50
DE 4 EIXOS
11 2 2 25 75 30 70

TABELA 4
CAMIOES ARTICULADOS COM REBOQUE
TIPOS DE EIXOS % CARGAS POR EIXOS
No. VEI. TRACTOR VEI. TRACCIONADO
SIMPLES TANDEM
1S 2S 3S 1T 2T 1S 2S 1T 2T
12 5 20 40 40 50 50
13 4 1 15 30 55 50 50
VEICULOS
14 2 3 15 30 55 50 50
DE 5 EIXOS
15 3 2 14 43 43 50 50
16 1 4 14 43 43 50 50

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Estimação do transito para o
calculo

1. Carga de cálculo. Carga característica.

A Carga de cálculo (Pd) é uma carga estática com a qual se calculam as


tensões e deformações na estructura.
A carga de cálculo é diferente em varias normas, pode ser de 82kN (Norma
AASTHO), 100kN (Norma Cubana) ou 130kN (norma europeia).

Para converter o número de repetições de uma carga qualquer a


repetições da carga de cálculo, se utiliza o Factor de equivalência de
cargas (Fe).

A Carga característica (Pc) se define como carga por eixo simples, sobre rodas
duais, que representa as maiores cargas por eixo que se encontram circulando
por uma via, para um nível determinado de probabilidade, usualmente o 95%.

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Estimação do tráfico para o calculo
2. Factor de equivalência de cargas
Para calcular o número de eixos totais para o dimensionamento, tem que converter as
cargas por eixo de todos os tipos e magnitudes que circulam pela via a carga de cálculo.

Mediante estudos na via se podem conhecer as magnitudes e os tipos de eixos que


circulam em uma determinado estrada e aplicando o factor de equivalência se convertem a
repetições da carga de cálculo.
Carga P1 de N1 Carga P2 de N2
repetições repetições
b
éa* Pù
H H Fe = ê ú
P
ë C û
H = f ( P, N )
carga simples qualquer (P)
f (P1 , N1 ) = f (P2 , N 2 ) carga simples de referencia (PC)

f ( P1 , l N1 ) = f ( P2 , l N 2 )
a combina as influencias do tipo de roda e
da configuração dos eixos
b tem em conta o tipo de estructura.
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P = 50kN Pc = 82kN
b
éa * Pù
Fe = ê ú
P
ë C û

Valores de a
CONFIGURACAO SIMPLE TANDEM TRIPLE

Rodas simples 1,3 0,74 0,59


Rodas duais 1,0 0,57 0,45

O expoente b é função do tipo de estructura:


Flexível = 4 Semirrígidas = 8 Rígidas = 12

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Determinação do Tráfico de calculo

O Tráfico de calculo é o número de eixos equivalentes a


carga de cálculo que se prevê para a faixa de calculo, durante o
período de de projecto.
O tráfico de calculo ate o ano n, se determina como:

onde:
fCE: Factor camião–eixo.
n: Período de de projecto.
Kr: Factor que toma em conta o incremento do trânsito ate o ano n, se
calcula como:

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3. Factor camião-eixo.

O Factor camião-eixo (fCE) representa o número de


aplicações de eixos simples equivalentes de 100kN, que
como media circulam por cada veiculo pesado no fluxo.
Se utiliza para converter os veículos pesados no número
de repetições de eixos equivalentes a carga de cálculo,
e se obtém como se mostra :
j j

å (Ne ) * (Fe) + å (Nt ) * (Fe)


j =1
j
j =1
j j

fp =
NV

Ne e Nt são as repetições de cargas por eixos simples e


tandem, respetivamente, registradas na mostra de NV
veículos pesados, onde j representa o número de ordem
de intervalo de carga e Fe o factor de equivalência de
cargas, já visto.
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3. Factor camião-eixo.

Na tabela 5 aparecem os valores de fCE que se recomendam para a norma


AASTHO, em estruturas tipos flexíveis e semirígidas.

Tabla 5 de Factor camião-eixo de acordo ao tipo de estructura (fCE)

FACTOR CAMIAO-EIXO
TIPO DE VÍA FLEXIVEIS SEMIRIGIDAS
Com limitação de camiões, sem
ESTRADAS E 0,30 - 0,35 0,15 - 0,23
excluir Autocarros.
AVENIDAS
Sem limitação a la circulação de
COLEITORAS 0,35 - 0,40 0,23 - 0,30
camiões
ARTERIAS Dentro do casco urbano 0,25 - 0,30 0,11 - 0,19
PRINCIPALES Y
SECUNDARIAS Em acessos a cidade. 0,30 - 0,35 0,15 - 0,23

OTRAS ESTRADAS EM ÁREAS


0,35 - 0,40 0,23 - 0,30
SUBURBANAS.
ESTRADAS AUTOPISTAS
0,70 - 1,00 0,55 - 0,80
RURAIS DE
CATEGORIA I, II ESTRADAS RURAIS DE
0,55 - 0,70 0,40 - 0,55
E AUTOPISTAS CATEGORIA I, I 40
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Determinação do Transito de calculo

As cargas impostas pelo veículos ligeiros não provocam


nos pavimento um estado tensional de magnitude tal que
provoque o deterioro da estructura, por tanto para os
propósitos de dimensionamento os veículos ligeiros
podem ser ignorados e só se consideram os efeitos dos
veículos pesados.

O transito se expressa em forma de número total de


cargas por eixos que se espera circular sobre o carril de
calculo durante o período de do projecto.

Pela diversidade de magnitude e configurações das


cargas por eixo, estes devem ser reduzidos a aplicações
equivalentes da carga de cálculo, igual a 100kN.
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Determinação do Transito de calculo

Para determinar o tráfico de calculo se procede como se


segue:

Ø Obter os parâmetros de trânsito mediante contagem e


estatística do pais, em uma via de similares características:
A distribuição por sentido de circulação (k), a proporção de
veículos pesados respeito ao total (PVP) e a proporção de
veículos pesados no carril de calculo (PCD). Em ausência
de contagem se podem utilizar parâmetros normados.

Ø Estimar o trânsito inicial, PAIDT0, que se produzirá na vía


durante o primeiro ano de serviço.

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Determinação do Transito de calculo

Ø Calcular a Intensidade Diária de Veículos pesados ( ICDo ),


pelo carril de calculo, durante o primeiro ano de posta em
serviço da via.

Ø Determinar a razão de crescimento do trânsito (r) , a partir


de observações periódicas na rede ou por estimações de
crescimento de Produto Social Global.

Ø Obter mediante o factor camião-eixo (fCE). Em ausência de


dados estatísticos de cargas, utilizar os valores normados.

Ø Obter o número de eixos equivalentes de cálculo (ΣN), que


circularam durante o período de projecto.
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Determinação do Transito de calculo

Período de projecto ou tempo de vida útil.

O Período de projecto é o tempo medido em anos para o qual se


dimensiona a estructura de pavimento.
Em geral, para os pavimentos flexíveis, se estabelece período de
projecto em 20 anos, salvo em vias urbanas, onde pode entendesse ate
30 anos.

Nas vias rurais se recomenda a construção por etapas. Em este caso, se


colocam os espessuras de base e sub-base que exige um período de
projecto de 20 anos e se limita a espessura de superfície asfáltica, em
uma primeira etapa, para um período de 10 anos.

Para pavimento rígido depende do tempo de vida útil do betão que por
sua vez depende da qualidade do betão como mínimo é de 30 anos.

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Determinação do transito de calculo

A faixa de calculo é por onde circula a maior


quantidade de veículos pesados e se utiliza para
calculo da estructura de pavimento.

Para estradas de duas faixa de rodagens, a faixa de


calculo é qualquer de eles.
Em estradas com mais de duas, a faixa de calculo é o
do exterior.

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Determinação do Tráfico de calculo

Intensidade Diária de Camiões ao inicio do período de calculo


(IDC0)
A Intensidade Diária de Camiões (ICD0) é o volumem de camiões no
ano inicial que circularam pela faixa de calculo, no sentido mais
carregado, esperado como media diária, durante o primeiro ano de
colocação em serviço.

PAVDT0 : Media anual do Volumem Diário de Trânsito (Vei/día)


k: Factor de distribuição por sentido ( geralmente assume de 0,5)

PVP: Percentagem de Veículos pesados na corrente veicular (%)


PCD: Percentagem de Veículos pesados na faixa de calculo (%)
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Determinação do Tráfico de calculo

Tabela 6 Composição típica do trânsito para diferentes tipos de via


PORCENTAGEM DE VEICULOS
PESADOS
TIPO DE VÍA
NA CORRENTE NA FAIXA DE
VEICULAR (PVP) CALCULO (PCD)

Com limitação de camiões,


30 – 40
ESTRADAS E AVENIDAS sem excluir Autocarros.
55 – 65
COLECTORAS Sem limitação a circulação
45 – 50
de camiões

Dentro do casco urbano 40 – 50


ESTRADAS PRINCIPAIS Principais (80 – 85)
E SECUNDARIAS Secundarias (70-80)
Em acessos a cidade. 50 –60

ESTRADAS EM ÁREAS SUBURBANAS. 60 – 65 2 faixa 100


4 faixa (70 – 85)
ESTRADAS RURAIS DE CATEGORÍAS I, II E 6 ou mais (50 – 70)
60 - 70
AUTOPISTAS.
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Determinação do Tráfico de calculo

O Tráfico de calculo é o número de eixos equivalentes a


carga de cálculo que se prevê para o carril de calculo, durante o
período de de projecto.
O tráfico de calculo ate o ano n, se determina como:

onde:
fCE: Factor camião–eixo.
n: Período de de projecto.
Kr: Factor que toma em conta o incremento do trânsito ate o ano n, se
calcula como:

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Determinação do Tráfico de calculo

Kr =
(1+ r)
n
-1
Onde: ln(1 + r )
r: Razão anual de crescimento de trânsito, para os veículos pesados.
Sua obtenção exige o estudo as tendências de crescimento na rede vial. Como
aproximação, pode utilizar-se o incremento anual do Produto Social Global.

n: número de anos
r: razão de crescimento anual

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Determinação do Tráfico de calculo

No mundo se definem normalmente 3 tipos de transito de projecto, de


acordo ao valor do transito acumulado: ligeiro, medio e pesado, os que
se subdividem em 7 categorias, que são mostradas na tabela 7.

Tabla 7. Classificação do Transito de calculo

Número de eixos
SIMBOLO TIPO CATEGORIA
acumulados (ΣN)
T11 Muito pesado ³ 2,0 x 106
Pesado
T12 Pesado 1,0 x 106 – 2,0 x 106
T23 Meio pesado 5,1 x 105 – 1,0 x 106
T24 Meio Medio 2,6 x 105 – 5,1 x 105
T25 Meio ligeiro 1,3 x 105 – 2,6 x 105
T36 Ligeiro 6,4 x 104 – 1,3 x 105
Ligeiro
T37 Muito ligeiro ≤ 6,4 x 104

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Transito de calculo

Somatória de eixos de cálculo

Factor de
n: número de anos
incremento do
r: razão de crescimento anual
tráfico

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Ao terminar o curso temos que ser
capaz de projectar um pavimento

hS Superficie

hB Base

EP = Módulo
hSB Subbase de superficie

CORONA
(SUBRASANTE) Variante de pavimento flexível
• Método AASTHO
NÚCLEO O SUELO
NATURAL •Revisão com ALIZE

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Laje de Betão
hS

EP = Módulo
hB Base de superficie

CORONA
(SUBRASANTE) Variante de pavimento rígido:
• Método AASTHO
NÚCLEO O SUELO
NATURAL • Revisão com Método da PCA.
• Cálculo de costo

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