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PROCESSO ADMINISTRATIVO

TRIBUTÁRIO
Prof. Me Rodrigo M. Pessôa
1. PROCESSO TRIBUTÁRIO
1.1. INTRODUÇÃO
• Fiscalização e cobrança de tributos, de forma litigiosa ou não,
somente após o devido processo legal (art. 5º, LIV, CRB/88).
• Respeito à legalidade (art. 5º, II, CRB/88) e propriedade (art.
5º, XXII e XXIII).
• Competência legislativa concorrente: art. 24, XI, CRB/88.
• O processo tributário envolve o Legislativo, Executivo e
Judiciário.
• Foco no processo administrativo (fiscalização e arrecadação) e
judicial.
• O processo administrativo tributário se restringe ao Executivo
e o sujeito passivo tributário e, nalguns casos, os não
contribuintes.
PROCESSO TRIBUTÁRIO
• Em âmbito federal as leis importantes são estas:
i) Decreto no 70.235/72, que foi recepcionado como lei ordinária
pela Constituição Federal;
ii) Decreto nº 7.574/2011, de natureza infralegal, que regulamenta,
dentre outros aspectos, o processo de determinação e de
exigência de créditos tributários da União e o processo de
consulta relativo à interpretação da legislação tributária e
aduaneira.
1.1 Conceito de processo administrativo tributário
• AMPLO: quaisquer atividades estatais desenvolvidas visando
instituir e arrecadar tributos.
• ESTRITO: conjunto ordenado de atos administrativos ou
jurisdicionais praticados para solucionar conflitos entre o Fisco
e o sujeito passivo da obrigação tributária.
2. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
2. 1 Conceito
Conjunto de normas jurídicas que disciplinam o rito que deve ser
adotado na solução administrativa de controvérsias entre o sujeito
passivo e o fisco (processo administrativo contencioso), ou que
disciplinam situações nas quais, embora não haja um litigio entre o
contribuinte e o fisco, pende alguma solução para determinada
questão que seja do interesse de ambos (processo administrativo
não contencioso)

2.2. Âmbitos da prática tributária


• Atuação em três frentes distintas:
a) Consultivo tributário – natureza preventiva e pré-processual
com elaboração de parecer conclusivo sobre dúvida suscitada.
b) Processo administrativo fiscal – pode ser litigioso ou não
litigioso, entendido aquele que nasce quando da impugnação à
notificação de lançamento ou AINF.
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
Decreto 7.547/11
c) Processo Judicial Tributário – propositura de ações judiciais em
favor do contribuinte e do fisco, como cautelares fiscais e
execução fiscal.
2.2 Processo administrativo não contencioso no âmbito federal:
Consulta Tributária
• Regulamentada no art. 88, Decreto Federal nº 70.574/11.
• O CTN, no art. 161, CTN diz que se aceita a consulta for aceita,
impede a cobrança de de juros e multa em caso de não
recolhimento do tributo.

2.2.1 Legitimidade para protocolar pedido de consulta


• Previsto no art. 88, Decreto Federal n. 7.574/11:
• Sujeito passivo individualmente considerado;
• Órgãos da administração publica;
• Entidades de categorias econômicas ou profissionais;
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
Decreto 7.547/11
2.2.2 Órgão competente para analisar pedido de consulta
• Secretaria da Receita Federal localizada no município
aonde está domiciliado o consulente: art. 91, Decreto nº
7.574/11.

2.2.3 Efeitos da consulta: art. 89


• Suspensão de procedimentos fiscais em relação ao objeto
da consulta da data da apresentação do pedido até o 30º
dia após o recebimento do resultado.
• Não existe suspensão de prazo para o recolhimento do tributo
retido na fonte ou sujeito à homologação.
• Não afasta o dever de realizar o auto lançamento
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
Decreto 7.547/11
• Não retira o poder de polícia de análise da regularidade fiscal e
do pagamento de tributos devidos por parte do sujeito passivo
consulente.
• Quando a consulta for formalizada por uma entidade
representativa de categoria econômica ou profissional, a
consulta alcança os filiados e associados da entidade após
aquela ter sido cientificada da decisão.

2.2.3.1 Consulta eficaz: art. 90, Decreto 7.574/11


Em se tratando de consulta eficaz e formulada antes do
vencimento do débito, não incidirão encargos moratórios desde
seu protocolo até o trigésimo dia subsequente à data da ciência
de sua solução (Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário Nacional,
art. 161, § 2o):
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Decreto 7.547/11
2.2.3.2 Consulta Ineficaz: art. 94, Decreto 7.574/11
• Quando não atender aos requisitos dos arts. 88 e 91 do Decreto
7.574/11.
• Espécie de inépcia;
• Se o consulente já tiver sido notificado ou estar envolto a
procedimento de fiscalização quanto ao tributo e o não
cumprimento de suas obrigações tributárias.
• Situações já objeto de decisão administrativa, que tenham sido
reguladas por ato normativo, quando seguir disposição literal
de lei, desnecessária a consulta.
• Para evitar estímulo a fraudes.
• Não há seriedade na consulta.
• Quando o fato for definido como crime ou contravenção.
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Decreto 7.547/11
• Quando não explicados os motivos que fundam a
consulta, garantido está o juízo de razoabilidade e
proporcionalidade na averiguação por parte da
Administração Tributária (art. 2º, Lei 9784/99).
• Outra espécie de inépcia da consulta.

2.2.4 Decisão: art. 96


• Não cabe recurso - instância única (art. 95, Decreto 5754/11).
• Prazo para decidir a consulta é de 360 dias a contar do
protocolo.
• O consulente não está proibido de procurar o Judiciário.
3. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
contencioso tributário
3.1 Introdução
• Conflito de interesses:
• Imputação de infração da lei e avanço sobre a propriedade e
demais sanções.
• Respeito ao contraditório e ampla defesa.

3.2 Fases do processo administrativo tributário litigioso


3.2.1 Início: art. 7º até o 9º do Decreto70.235/72
• Se dá com o primeiro ato formal de início do processo,
desde que cientificado o sujeito passivo;
3. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
contencioso tributário: arts. 7º ao 9º, Decreto
70.235.
• Apreensão de mercadorias, documentos ou livros e o
começo de despacho aduaneiro de mercadoria
importada também são causa de início do processo
contencioso administrativo.
• A formalização do início do procedimento fiscal é
medida essencial não só para possibilitar o controle dos
atos administrativos como para fixar momento temporal
para eclosão dos efeitos jurídicos.
• Uma vez iniciado o processo, não é mais admissível a
denúncia espontânea por parte do sujeito passivo.
• A contagem é contínua, excluindo-se o dia do início e incluindo-
se o dia do vencimento: art. 5º
3. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
contencioso tributário: arts. 7º ao 10, Decreto
70.235.
• Após estar formalmente ciente e descobertas
obrigações tributárias pendentes, o Fisco deve lavrar o
auto de infração, que materializa a figura jurídica do
lançamento de ofício: arts. 10 e 11.
• O não cumprimento dos requisitos acima pode ensejar
a nulidade do auto de infração, sobretudo se a omissão
ou inexatidão acarretar um prejuízo à ampla defesa e ao
contraditório.
3. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
contencioso tributário – Decreto 70.235/72
3.2.2 Medidas do sujeito passivo
• O não cumprimento dos requisitos pode ensejar a nulidade do
auto de infração, sobretudo se a omissão ou inexatidão acarretar
um prejuízo à ampla defesa e ao contraditório. Fato que o SP três
ações a praticar:
i. o sujeito passivo concorda e paga o valor cobrado, caso em
que o crédito tributário é extinto;
ii. o sujeito passivo se mantém inerte, o que acarreta a
constituição definitiva do crédito tributário e autoriza a que a
Fazenda Pública inscreva o crédito em dívida ativa e ingresse
com a ação de execução fiscal;
iii. o sujeito passivo impugna o auto de infração dentro do prazo
legal de 30 dias, o que enseja o início da fase contenciosa: art.
14.
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
3.2.3 Instâncias recursais em âmbito federal
• São três, nos termos do art. 57 da lei nº 9.784/99.
1ª Instância: Impugnação pelo devedor, dirigida à Delegacia da
Receita Federal no domicílio tributário do sujeito passivo, com
prazo de 30 dias contínuos (art. 56 do Decreto nº 7.574/11).
• Dias úteis e de funcionamento da RFB é que são
considerados para fins de contagem do prazo.
2ª Instância: Recursos:
a) voluntário com efeito suspensivo ao Conselho Administrativo
de Recursos Fiscais - CARF (art. 75);
b) De ofício, em caso de derrota do Fisco;
3ª Instância: Recurso especial à Câmara Superior de Recursos
Fiscais, no prazo de 15 dias da ciência do acórdão ao interessado,
de decisão;
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
contencioso tributário – Decreto 70.235/72
3.2.3.1 Julgamento de 1ª instância
• Regulamentado pelos artigos 27 a 32 do Decreto nº
70.235/1972.
• Realizado pelas Delegacias da Receita Federal: art. 25.
• Na apreciação livre da prova para convicção do julgador,
podendo determinar diligências que entender necessárias:
art. 29.
• A decisão conterá relatório resumido do processo,
fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação,
devendo referir-se, expressamente, a todos os autos de
infração e notificações de lançamento objeto do processo,
bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante
contra todas as exigências: art. 31.
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO: contencioso
tributário – Decreto 70.235/72 e Decreto 5.754/11

• As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os


erros de escrita ou de cálculos existentes na decisão
poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do
sujeito passivo: art. 32.
• O art. 61 do Decreto 5.754/11 define que os Delegados
da RFB devem julgar processos:
• sobre a aplicação da legislação referente a tributos
administrados pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil;
• processos relativos à exigência de
direitos antidumping e direitos compensatórios;
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contencioso tributário – Decreto 70.235/72

• Compete também aos Delegados da RFB, em primeira


instância julgar, nos termos do art. 61 do Decreto 5.754/11:
• impugnação a auto de infração e notificação de lançamento;
• manifestação de inconformidade relativos a compensação,
restituição e ressarcimento de tributos, inclusive créditos de
Imposto sobre Produtos Industrializados;
• impugnação ao ato declaratório de suspensão de imunidade e
isenção.

3.2.3.3 Julgamento em 2ª Instância

• O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais julga em 2ª


instância, nos termos do art. 25 do Decreto 70.235/72.
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO: contencioso
tributário – Decreto 70.235/72
• É, nos termos do art. 25, II, órgão colegiado, paritário,
integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com
atribuição de julgar recursos de ofício e voluntários de decisão
de primeira instância, bem como recursos de natureza
especial.
• Composição do TARF: art. 25, §§ 1º ao 11
• Seções (Câmara baixa);
• Divididas em câmaras especializadas;
• Câmara alta;
• Dividida em turmas;
• Destaque para o § 9º do art. 25 que atribui maior peso ao voto
do presidente, representante da Fazenda Nacional, em caso de
empate, dando a ele o voto de qualidade.
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
contencioso tributário – Decreto 70.235/72
• Existe quantidade significativa de ações judiciais que
questionam a legalidade do dispositivo e não mostram
tendência, ainda, de posição majoritária.
• O art. 112 do CTN ordena, quanto aos autos de infrações que
apliquem penalidades, que as decisões sejam favoráveis ao
contribuinte

3.2.4 Recursos em espécie


a) Impugnação pelo sujeito passivo
• Requisitos no art. 16 do Decreto 70.235/72.
• É causa de suspensão da exigibilidade do crédito e da
contagem do prazo prescricional.
3. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
contencioso tributário – Decreto 70.235/72
• O artigo 16 exige que o impugnante fundamente o seu
pleito, expondo as razões fáticas e jurídicas que, no
seu entender, levam à insubsistência do auto de
infração.
• A autoridade administrativa está vinculada aos motivos
elencados pelo impugnante.
Caso: Ao ler os argumentos do impugnante, Autoridade
Fiscal verifica que ele não abordou a prescrição, apesar
de existir. Pode ser decidido com base nisso, mesmo
diante da omissão do impugnante em seus argumentos?
3. PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO:
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• A prova documental deve ser apresentada com a
impugnação, sob pena de preclusão. Há exceções previstas
no art. 16, § 4º.
• Para além da legalidade estrita, pelo princípio do informalismo e da
verdade material que rege o processo administrativo, pode ser
ponderada a apresentação de provas, mesmo depois do prazo,
desde que importantes para o deslinde da questão.
• A realização de outras diligências ou mesmo de exame
pericial, deve dizer isso na impugnação, justificando a sua
necessidade e apresentando desde logo os quesitos e a
qualificação profissional do seu assistente técnico. A não
observância desses requisitos autoriza que o fisco considere
o pedido como não formulado: art. 16, § 1º.
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO: contencioso
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• A decisão deste recurso pode ser:
• contrário ao sujeito passivo que pode interpor recurso
voluntário, que possui efeito suspensivo, no prazo de 30 dias
seguintes à ciência da decisão;
• favorável ao sujeito passivo, dispensando-o do pagamento de
tributo e encargos de valor total que não supere o montante
fixado pelo Ministro da Fazenda, o que leva ao trânsito em
julgado administrativo da decisão;
• de dispensa do pagamento de tributos e encargos em valor
superior ao fixado pelo Ministro da Fazenda, cabendo à
autoridade administrativa recorrer de ofício da decisão;
b) Recurso Voluntário
• Após julgamento contrário ao contribuinte, da decisão cabe
recurso voluntário: art. 33.
• possui efeito suspensivo dos efeitos da decisão;
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c) Recurso de ofício
• Decisão favorável ao contribuinte, cabe recurso de ofício,
inclusive pelo chefe imediato da autoridade superior em
caso de omissão: art. 34.
• a decisão de dispensa deve ser abaixo ao valor fixado
pelo Ministro da Fazenda que transita em julgado.
• Portaria MF nº 63/2017 estabeleceu que o recurso de
ofício é obrigatório quando o valor total for superior a
R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais).
Obs: Mesmo perempto o recurso será encaminhado
para autoridade julgadora: art. 35.
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• Não cabe recurso de reconsideração da decisão de


primeira instância: art. 36.
• A decisão de 2ª instância pode ser:
• uma decisão não tenha dado à lei tributária interpretação
divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de
Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de
Recursos Fiscais, levando ao trânsito em julgado do
processo administrativo;
• constatada a ocorrência dessa divergência, abre-se a
possibilidade de o interessado ingressar com recurso
especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais (art. 37);
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d) Recurso Especial
• Está disciplinado no art. 37 e deve ser interposto no prazo de
15 dias da ciência do acordão.
• Cabe quando a decisão da Seção der à lei tributária
interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara,
turma de Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior
de Recursos Fiscais.
• Existe opção de realização de pedido de reconsideração desta
decisão, porém no prazo de 30 dias contados da data da
ciência do conteúdo pelo sujeito passivo.
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4. Temas específicos do Decreto 70.235/72
4.1 Intimações
• As formas de intimações estão reguladas no art. 23.
• pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão
preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura
do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de
recusa, com declaração escrita de quem o intimar;
• por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via,
com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo
sujeito passivo;
• Não precisa ser pessoal, remansa jurisprudência em
processos administrativos ou judiciais;
• Basta provar que houve recebimento no endereço citado pelo
Fisco.
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• O meio eletrônico também é previsto, condicionado à
concordância, por parte do sujeito passivo, do uso deste modo;
• Quando os meios falharem, autorizado o uso de intimação por
edital: art. 23, § 1º.
Caso: Agente dos Correios não consegue intimar sujeito passivo
porque o Fisco envia AR para o endereço errado, mesmo tendo
conhecimento do local do domicílio tributário. Em execução fiscal é
requerida nulidade do processo por vício no lançamento. O Fisco
alega que o vício está suprido por comparecimento espontâneo do
devedor. Deve ser anulado o processo?
R = Sim, porque o lançamento é requisito de validade de ato de
constrição da propriedade, assegurado o contraditório na fase
administrativa. No caso, o comparecimento na execução não supre
esta falta, se provado o conhecimento, pelo Fisco, do endereço do
devedor, sendo nula a intimação por edital e o processo executório.
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• Nos termos do art. 23, § 2,° considera-se feita a intimação:
• na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a
intimação, se pessoal;
• no caso de AR, na data do recebimento ou, se omitida, quinze
dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela
Lei nº 9.532, de 1997);
• 15 dias depois de publicado o edital;
• se por meio eletrônico:
• 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante
de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo;
• na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no
endereço eletrônico a ele atribuído pela administração
tributária, se ocorrida antes do prazo de 15 dias;
• na data registrada no meio magnético ou equivalente
utilizado pelo sujeito passivo;
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• Procuradores devem ser intimados pessoalmente: art. 23, §§ 7º
a 9º.
• Se não houver intimação pessoal, passados 40 dias das
decisões dos órgãos julgadores, os autos serão remetidos via
protocolo para fins de intimação pessoal a ser realizada pela
Procuradoria.
• Serão considerados pessoalmente intimados após 30 dias da
entrega dos autos na Procuradoria.

4.1 Nulidades
• Previstas no art. 59, podem alcançar todo o processo mas,
sempre que possível, deve preservá-lo, mantendo os atos
praticados e alcançando os decorrentes do ato nulo.
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4.1 Nulidades (cont.)
• Previstas no art. 59, podem alcançar todo o processo mas,
sempre que possível, deve preservá-lo, mantendo os atos
praticados e alcançando os decorrentes do ato nulo.
• Há nulidade absoluta quando um ato for praticado por pessoa
incompetente ou com preterição do direito de defesa. Se for
possível decidir o mérito em favor do sujeito passivo a quem
aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade
administrativa deve fazê-lo.

4.2 Exigência de depósitos ou arrolamentos como condição


para exercício da defesa nos processos administrativos
• Previsão no art. 33, § 2º. Primeiro se pedia o depósito do valor
integral, depois apenas de 30% do valor da dívida.
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❗Súmula Vinculante nº 21: É inconstitucional a exigência de
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo.
• Importante precedente: ADI 976, de 28/03/07, Mini Rel
Joaquim Barbosa.

4.3 Suspensão do prazo prescricional


• A teoria científica, desenvolvida por Agnelo Amorim Filho
diferencia decadência de prescrição, em que os primeiros se
relacionam a direitos potestativos e, o segundo a direitos
prestacionais
(http://www.revistadireito.ufc.br/index.php/revdir/issue/view/17).
• O lançamento é direito potestativo e tem prazo de 5 anos (art.
173, CTN). A execução judicial é direito obrigacional e tem prazo
de 5 anos (art. 174, CTN)
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4.3 Suspensão do prazo prescricional (cont.)
• Intimado o contribuinte sobre o lançamento, o resultado ainda é
provisório porque depende da manifestação do contribuinte. É
dado prazo de 30 dias, contados da notificação, para que se
manifeste (art. 15).
• Durante o prazo de 30 dias, não contagem de prazo
decadencial, porque houve lançamento provisório, e nem
prescricional, porque não há direito prestacional perfeitamente
constituído.
• Findo os 30 dias, sem pagamento ou impugnação, começa a
contagem do prazo prescricional.
• Recursos administrativos suspendem a exigibilidade do crédito
(art. 151, III, CTN) e a contagem do prazo prescricional.
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4.4 Concomitância da ação judicial e do processo administrativo
fiscal
• A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo
importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e
desistência do recurso acaso interposto: art. 38, parágrafo único)
• Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a
propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer
modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício,
com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível
apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de
matéria distinta da constante do processo judicial.
• Para o STF, o direito constitucional de petição e o princípio da
legalidade não implicam a necessidade de esgotamento da via
administrativa para discussão judicial da validade de crédito inscrito
em Dívida Ativa da Fazenda Pública. É constitucional o art. 38,
parágrafo. único da LEF (RE 233582).
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4.5 Impossibilidade de reconhecimento de
inconstitucionalidade de artigo, lei ou tratado e acordo
internacional
• Doutrina diverge, mas há expresso dispositivo neste sentido:
art. 26-A.
• Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se
pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.

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