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Mário Fonseca
ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE LOUSADA NORTE
Ficha de Avaliação de Português
Nome:______________________________________________ Avaliação:
F NS S SB E
Nº:_______ Turma: ________ Ano letivo: 2019/2020
Fraco 0% a 19 % Não Satisfaz 20% a 49 % Satisfaz 50% a 69% Satisfaz Bastante 70% a 89% Excelente 90% a 100%
GRUPO I
Depois de ouvires atentamente a lenda da Moura de Chaves, assinala, para cada um dos itens que
se seguem, a opção correta.
TEXTO A
Mafalda ia de novo tentar explicar o que se tinha passado, mas Vasco deu-lhe um leve
encontrão no braço:
- Não vale a pena. Eles não entenderão nunca. Nem nós. Mas a verdade, maninha, é que
viemos cair que nem patinhos à corte de D. Afonso Henriques. Sem tirar nem pôr. Como foi que isto
5 aconteceu, não me perguntes, mas aconteceu. É ele mesmo, tal como aparece nos livros e na
estátua lá em baixo, e lembro-me de ter lido isto tudo que ele está a contar. Coriscos! Já tenho três
nódoas negras aqui no braço de me beliscar para ter a certeza de que não estou a sonhar. Viemos
parar a Lisboa recém-conquistada aos mouros, e como iremos sair desta é que eu não sei…
Os três irmãos olharam uns para os outros sem saberem que fazer até que, timidamente,
10 Fernando arriscou:
- Senhor rei D. Afonso Henriques: nós também somos do reino de Portugal. Nascemos aqui
nesta cidade mas, por mais estranho que vos pareça, tudo isso se vai passar daqui a muitos
séculos. Viemos aqui parar por algum estranho movimento do tempo, que nenhum físico da vossa
ou de outra corte poderá explicar. Aqui vive-se no século XII, nós viemos do século XX, quase a
15 virar para o XXI. É como se tivéssemos chegado de um país completamente estranho, tendes
razão. Mas somos tão portugueses como vós e podemos assegurar-vos que esta cidade vai ser
das mais belas da Europa, vai estender-se muito para lá destas muralhas, o vosso nome vai ser
glorificado para sempre, e nunca mais ninguém deixará que alguém vos tire o título de rei. (…)
- Pois bem, deixai-vos ficar na minha corte o tempo que quiserdes! (…) Al-Usbuna 1 está
20 conquistada, e arranjei três novos bobos! A isto, senhores, chama-se ter sorte, estar bem parado 2,
dar de fina3. Desembolsai os morabitinos4 se quiserdes o relatório de Osberno, e retirai-vos que vou
descansar. (…)
2.2. No penúltimo parágrafo do texto, a expressão “uma cidade limpa de sarracenos” indica que
a) a cidade tinha muitos sarracenos.
b) os sarracenos tinham lavado a cidade.
c) a cidade não tinha sarracenos.
2.4. A frase “Al-Usbuna é a cidade mais cobiçada” (linha 28) pode ser substituída por
a) “Al-Usbuna é a cidade mais endinheirada”.
b) “Al-Usbuna é a cidade mais desejada”.
c) “Al-Usbuna é a cidade mais encantada”.
TEXTO B
É que, nessa ocasião mesma, a tropa do almóada Ibn-el-Muftar (…) vinha sorrateira pelo valado,
quase à beira do esteiro de rio que ali então desembocava, com o propósito de pôr cerco às
muralhas de Lixbuna, um ano atrás assediada e tomada por hordas de nazarenos odiosos.
Viu-se de repente o exército envolvido por milhares de carros de metal, de cores faiscantes, no
5 meio de um fragor estrondoso – que veio substituir o suave pipilar dos pássaros e o doce zunido
dos moscardos - e flanqueado por paredes descomunais que por toda a parte se erguiam, cobertas
de janelas brilhantes. (…)
Enquanto o árabe refletia, do alto do seu puro-sangue, o agente de segunda classe da PSP
Manuel Reis Tobias, em serviço à entrada da Avenida Gago Coutinho, meio escondido por detrás
10 das colunas de um prédio, no propósito sábio e louvável de surpreender contraventores aos
semáforos, entendeu que aquilo não estava certo e que havia que proceder.
Sentindo-se muito desacompanhado para tomar conta da ocorrência, transmitiu para o posto de
comando, pelo intercomunicador da mota, uma complicada mensagem, plena de números e de
cifras, que podia resumir-se assim: uma multidão indeterminada de indivíduos do sexo masculino, a
15 maior parte dos quais portadores de armas brancas e outros objetos contundentes, cortantes e
perfurantes, com bandeiras e trajos de carnaval, montados em solípedes, tinham invadido a
Avenida Gago Coutinho e parte do Areeiro em manifestação não autorizada. Dado que se lhe
afigurava existir insegurança para a circulação de pessoas e bens na via pública, aguardava ordens
e passava à escuta.
20 De lá lhe disseram que iriam providenciar e que se limitasse a presenciar as ocorrências, mas
sem intervir por enquanto.
Um imediato telefonema para o governador civil e deste para o ministro confirmou que não se
encontravam previstos desfiles, de forma que a máquina policial se viu movida a ingerir-se no caso.
Soaram as sirenes no quartel de Belém e, poucos minutos depois, alguns pelotões da Polícia de
25 Intervenção vinham a caminho, com grande alarde de sereias e pisca-piscas multicores.
Entretanto, lbn-el-Muftar via pela frente uma grande multidão apeada que apostrofava os seus
soldados. Eram os automobilistas que haviam saído dos carros e que, entre irritados e divertidos,
se empenhavam numa ruidosa assuada. Que devia ser algum reclame, diziam uns; que era mas
era para um filme, diziam outros.
30 Ao mouro, aquela peonagem toda não se afigurou particularmente ameaçadora, tanto mais que
a turba circundante, de estranhas vestimentas vestida, não parecia exibir armas de qualquer
natureza. (…)
Decidiu não se deixar impressionar com os trejeitos pouco amistosos que lhe vinham de dentro
dos objetos metálicos com rodas que havia por toda a parte, nem com as caras que o fitavam por
35 detrás de um estranho material transparente. Se era uma encantação, melhor era deixar que
passasse - segredou para ben-Yussuf que lhe respondeu, desconfiado e muito pálido: - inch Allah!
MÁRIO DE CARVALHO, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho (texto com supressões)
5. De acordo com o primeiro parágrafo do texto, refere o tempo histórico em que decorre a ação.
8. Na perspetiva do agente da PSP, Manuel Reis Tobias, havia um motivo para aquela confusão.
8.1. Transcreve a expressão que mostra claramente a ideia deste agente.
9.2. O que era estranho para el-Muftar, em Lisboa? Justifica com expressões textuais.
Grupo III
5. Completa o quadro.
Hiperónimos Hipónimos
a) Carro, comboio, avião
Povos b)
Imagina que a deusa Clio te permite visitar uma das épocas da sua infinita tapeçaria da História.
Qual escolherias? Porquê? Que aventuras viverias?
Redige um texto narrativo no qual relates uma situação emocionante vivida com personagens
extraordinárias.
Antes de começares a escrever, atenta nas instruções que se seguem:
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Agrupamento de Escolas Dr. Mário Fonseca
ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE LOUSADA NORTE
Ficha de Avaliação de Português
Nome:______________________________________________ Avaliação: F NS S SB E
Fraco 0% a 19 % Não Satisfaz 20% a 49 % Satisfaz 50% a 69% Satisfaz Bastante 70% a 89% Excelente 90% a 100%
GRUPO I
Depois de ouvires atentamente a lenda da Moura de Chaves, assinala, para cada um dos itens que
se seguem, a opção correta.
TEXTO A
Mafalda ia de novo tentar explicar o que se tinha passado, mas Vasco deu-lhe um leve
encontrão no braço:
- Não vale a pena. Eles não entenderão nunca. Nem nós. Mas a verdade, maninha, é que
viemos cair que nem patinhos à corte de D. Afonso Henriques. Sem tirar nem pôr. Como foi que isto
5 aconteceu, não me perguntes, mas aconteceu. É ele mesmo, tal como aparece nos livros e na
estátua lá em baixo, e lembro-me de ter lido isto tudo que ele está a contar. Coriscos! Já tenho três
nódoas negras aqui no braço de me beliscar para ter a certeza de que não estou a sonhar. Viemos
parar a Lisboa recém-conquistada aos mouros, e como iremos sair desta é que eu não sei…
Os três irmãos olharam uns para os outros sem saberem que fazer até que, timidamente,
10 Fernando arriscou:
- Senhor rei D. Afonso Henriques: nós também somos do reino de Portugal. Nascemos aqui
nesta cidade mas, por mais estranho que vos pareça, tudo isso se vai passar daqui a muitos
séculos. Viemos aqui parar por algum estranho movimento do tempo, que nenhum físico da vossa
ou de outra corte poderá explicar. Aqui vive-se no século XII, nós viemos do século XX, quase a
15 virar para o XXI. É como se tivéssemos chegado de um país completamente estranho, tendes
razão. Mas somos tão portugueses como vós e podemos assegurar-vos que esta cidade vai ser
das mais belas da Europa, vai estender-se muito para lá destas muralhas, o vosso nome vai ser
glorificado para sempre, e nunca mais ninguém deixará que alguém vos tire o título de rei. (…)
- Pois bem, deixai-vos ficar na minha corte o tempo que quiserdes! (…) Al-Usbuna 1 está
20 conquistada, e arranjei três novos bobos! A isto, senhores, chama-se ter sorte, estar bem parado 2,
dar de fina3. Desembolsai os morabitinos4 se quiserdes o relatório de Osberno, e retirai-vos que vou
descansar. (…)
2.2. No penúltimo parágrafo do texto, a expressão “uma cidade limpa de sarracenos” indica que
a) a cidade tinha muitos sarracenos.
b) a cidade não tinha sarracenos.
2.4. A frase “Al-Usbuna é a cidade mais cobiçada” (linha 28) pode ser substituída por
a) “Al-Usbuna é a cidade mais endinheirada”.
b) “Al-Usbuna é a cidade mais desejada”.
TEXTO B
É que, nessa ocasião mesma, a tropa do almóada Ibn-el-Muftar (…) vinha sorrateira pelo valado,
quase à beira do esteiro de rio que ali então desembocava, com o propósito de pôr cerco às
muralhas de Lixbuna, um ano atrás assediada e tomada por hordas de nazarenos odiosos.
Viu-se de repente o exército envolvido por milhares de carros de metal, de cores faiscantes, no
5 meio de um fragor estrondoso – que veio substituir o suave pipilar dos pássaros e o doce zunido
dos moscardos - e flanqueado por paredes descomunais que por toda a parte se erguiam, cobertas
de janelas brilhantes. (…)
Enquanto o árabe refletia, do alto do seu puro-sangue, o agente de segunda classe da PSP
Manuel Reis Tobias, em serviço à entrada da Avenida Gago Coutinho, meio escondido por detrás
10 das colunas de um prédio, no propósito sábio e louvável de surpreender contraventores aos
semáforos, entendeu que aquilo não estava certo e que havia que proceder.
Sentindo-se muito desacompanhado para tomar conta da ocorrência, transmitiu para o posto de
comando, pelo intercomunicador da mota, uma complicada mensagem, plena de números e de
cifras, que podia resumir-se assim: uma multidão indeterminada de indivíduos do sexo masculino, a
15 maior parte dos quais portadores de armas brancas e outros objetos contundentes, cortantes e
perfurantes, com bandeiras e trajos de carnaval, montados em solípedes, tinham invadido a
Avenida Gago Coutinho e parte do Areeiro em manifestação não autorizada. Dado que se lhe
afigurava existir insegurança para a circulação de pessoas e bens na via pública, aguardava ordens
e passava à escuta.
20 De lá lhe disseram que iriam providenciar e que se limitasse a presenciar as ocorrências, mas
sem intervir por enquanto.
Um imediato telefonema para o governador civil e deste para o ministro confirmou que não se
encontravam previstos desfiles, de forma que a máquina policial se viu movida a ingerir-se no caso.
Soaram as sirenes no quartel de Belém e, poucos minutos depois, alguns pelotões da Polícia de
25 Intervenção vinham a caminho, com grande alarde de sereias e pisca-piscas multicores.
Entretanto, lbn-el-Muftar via pela frente uma grande multidão apeada que apostrofava os seus
soldados. Eram os automobilistas que haviam saído dos carros e que, entre irritados e divertidos,
se empenhavam numa ruidosa assuada. Que devia ser algum reclame, diziam uns; que era mas
era para um filme, diziam outros.
30 Ao mouro, aquela peonagem toda não se afigurou particularmente ameaçadora, tanto mais que
a turba circundante, de estranhas vestimentas vestida, não parecia exibir armas de qualquer
natureza. (…)
Decidiu não se deixar impressionar com os trejeitos pouco amistosos que lhe vinham de dentro
dos objetos metálicos com rodas que havia por toda a parte, nem com as caras que o fitavam por
35 detrás de um estranho material transparente. Se era uma encantação, melhor era deixar que
passasse - segredou para ben-Yussuf que lhe respondeu, desconfiado e muito pálido: - inch Allah!
MÁRIO DE CARVALHO, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho (excerto com supressões)
5. De acordo com o primeiro parágrafo do texto, refere o tempo histórico em que decorre a ação.
7.1. Qual a intenção da utilização desse recurso expressivo? (Assinala a opção correta.)
a) Mostrar que o agente da PSD queria passar a ideia de que os muçulmanos eram perigosos.
b) Mostrar que os muçulmanos eram bons fabricantes de armas.
c) Realçar que conhecia muito bem aquele tipo de armas.
8. Na perspetiva do agente da PSP, Manuel Reis Tobias, havia um motivo para aquela confusão.
8.1. Transcreve a expressão que mostra claramente a ideia deste agente (terceiro parágrafo).
9. Em dado momento do texto, os acontecimentos passam a ser narrados segundo a perspetiva de Ibn-
el-Muftar (a partir da linha 30).
9.2. O que era estranho para el-Muftar, em Lisboa? Justifica com expressões textuais.
Grupo III
5. Completa o quadro.
Hiperónimos Hipónimos
a) Carro, comboio, avião
Povos b)
Imagina que a deusa Clio te permite visitar uma das épocas da sua infinita tapeçaria da História.
Qual escolherias? Porquê? Que aventuras viverias?
Redige um texto narrativo no qual relates uma situação emocionante vivida com personagens
extraordinárias.
Antes de começares a escrever, atenta nas instruções que se seguem:
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