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Agrupamento de Escolas Dr.

Mário Fonseca
ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE LOUSADA NORTE
Ficha de Avaliação de Português

Nome:______________________________________________ Avaliação:
F NS S SB E
Nº:_______ Turma: ________ Ano letivo: 2019/2020

Data: outubro de 2019

Professora: ___________________________ Enc. de Educação: _________________________________

Fraco 0% a 19 % Não Satisfaz 20% a 49 % Satisfaz 50% a 69% Satisfaz Bastante 70% a 89% Excelente 90% a 100%
GRUPO I

Depois de ouvires atentamente a lenda da Moura de Chaves, assinala, para cada um dos itens que
se seguem, a opção correta.

1. Esta lenda centra-se num importante 6. O primo da rapariga opôs-se a esta


monumento: relação porque
a) o castelo da cidade. a) ela deveria casar com um nobre mouro.
b) a Ponte de Trajano. b) a rapariga lhe estava prometida.
c) a Torre da Moura. c) o cavaleiro cristão não era nobre.

2. O objetivo da introdução que antecede a 7. Como se vingou ele?


lenda é a) Prendeu-a à ponte e amaldiçoou-a.
a) mostrar a importância do monumento b) Enterrou-a debaixo da ponte e amaldiçoou-
referido na lenda. a.
b) aludir à importância dos romanos e dos c) Disfarçou-se de mendigo e amaldiçoou-a.
mouros na área.
c) Referir a importância das vias de
comunicação.
8. A maldição do mouro foi
a) fazê-la esquecer o seu amado.
b) encantá-la debaixo do terceiro arco da
3. No início desta lenda, a cidade encontra- ponte.
se sob o domínio c) transformá-la numa moura do rio.
a) dos Cristãos.
b) dos Romanos.
c) dos Mouros.
9. A moura poderia libertar-se se
a) um outro cristão se apaixonasse por ela.
b) o cavaleiro cristão lhe demonstrasse o seu
4. O alcaide do castelo pretendia casar a amor.
sua sobrinha c) a ponte fosse demolida.
a) com um cavaleiro cristão.
b) com Afonso Henriques.
c) com o seu filho.
10. Segundo a lenda, ainda hoje
a) se ouvem as súplicas da moura, tentando
encantar os jovens.
5. No entanto, a jovem apaixona-se por b) se ouve o choro da moura, chamando o
a) um cavaleiro cristão. nome do seu amado.
b) um jovem mouro. c) se vê a moura sentada na ponte, à espera
c) um familiar afastado. do seu amado.
GRUPO II

Lê com atenção os textos apresentados e responde às questões seguindo as orientações que te


são dadas.

TEXTO A

NA CORTE DE D. AFONSO HENRIQUES

Mafalda ia de novo tentar explicar o que se tinha passado, mas Vasco deu-lhe um leve
encontrão no braço:
- Não vale a pena. Eles não entenderão nunca. Nem nós. Mas a verdade, maninha, é que
viemos cair que nem patinhos à corte de D. Afonso Henriques. Sem tirar nem pôr. Como foi que isto
5 aconteceu, não me perguntes, mas aconteceu. É ele mesmo, tal como aparece nos livros e na
estátua lá em baixo, e lembro-me de ter lido isto tudo que ele está a contar. Coriscos! Já tenho três
nódoas negras aqui no braço de me beliscar para ter a certeza de que não estou a sonhar. Viemos
parar a Lisboa recém-conquistada aos mouros, e como iremos sair desta é que eu não sei…
Os três irmãos olharam uns para os outros sem saberem que fazer até que, timidamente,
10 Fernando arriscou:
- Senhor rei D. Afonso Henriques: nós também somos do reino de Portugal. Nascemos aqui
nesta cidade mas, por mais estranho que vos pareça, tudo isso se vai passar daqui a muitos
séculos. Viemos aqui parar por algum estranho movimento do tempo, que nenhum físico da vossa
ou de outra corte poderá explicar. Aqui vive-se no século XII, nós viemos do século XX, quase a
15 virar para o XXI. É como se tivéssemos chegado de um país completamente estranho, tendes
razão. Mas somos tão portugueses como vós e podemos assegurar-vos que esta cidade vai ser
das mais belas da Europa, vai estender-se muito para lá destas muralhas, o vosso nome vai ser
glorificado para sempre, e nunca mais ninguém deixará que alguém vos tire o título de rei. (…)
- Pois bem, deixai-vos ficar na minha corte o tempo que quiserdes! (…) Al-Usbuna 1 está
20 conquistada, e arranjei três novos bobos! A isto, senhores, chama-se ter sorte, estar bem parado 2,
dar de fina3. Desembolsai os morabitinos4 se quiserdes o relatório de Osberno, e retirai-vos que vou
descansar. (…)

Relatório de Osberno, cruzado inglês na conquista de Al-Usbuna


Aqui se vai dar sumário conhecimento de como as coisas aconteceram e foi possível entregar a
25 Afonso, príncipe deste reino de Portugal, uma cidade limpa de sarracenos. Para glória de Deus, é
certo, mas também para glória nossa e de todos quantos a saqueámos de cereais, ouro e mulherio.
Tirámos as nossas vantagens, o rei saberá tirar as suas. (…) Para os vindouros direi que estamos
no mês de outubro de 1147, e que Al-Usbuna é a cidade mais cobiçada por gente alheia.
- Penso que um dia escreverei dela: “é o mais opulento centro comercial de toda a África e
30 duma grande parte da Europa”.

1. Al Usbuna: Lisboa islâmica (711-1147)


2. Bem parado: que está em boa situação
3. Dar de fina: ter sorte
4. Morabitinos: moedas
ALICE VIEIRA, A ESPADA DO Rei Afonso (excertos)

1. Indica se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F).

A- A ação deste texto ocorre no tempo de D. Afonso Henriques.


B- Mafalda, Vasco e Fernando são três irmãos do século XXI.
C- Fernando desvenda a D. Afonso Henriques o seu futuro reinado.
D- D. Afonso Henriques está feliz com a conquista de Lisboa.
E- Segundo Osberno, no séc. XI, Al-Usbuna era uma cidade rica e opulenta.
F- Em 1147, Al-Usbuna passou para as mãos dos sarracenos.
2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1. a 2.4.), a única opção que permite obter uma
afirmação adequada ao sentido do texto.

2.1. “Sem tirar nem pôr.”, (linha 4) quer dizer


a) sem tirar dúvidas.
b) sem dúvida alguma.
c) sem acrescentar nada.

2.2. No penúltimo parágrafo do texto, a expressão “uma cidade limpa de sarracenos” indica que
a) a cidade tinha muitos sarracenos.
b) os sarracenos tinham lavado a cidade.
c) a cidade não tinha sarracenos.

2.3. A expressão “Para os vindouros” (linha 27) significa


a) para aqueles que me ouvem.
b) para os que ouvem o futuro.
c) para as gerações futuras.

2.4. A frase “Al-Usbuna é a cidade mais cobiçada” (linha 28) pode ser substituída por
a) “Al-Usbuna é a cidade mais endinheirada”.
b) “Al-Usbuna é a cidade mais desejada”.
c) “Al-Usbuna é a cidade mais encantada”.

3. Indica a palavra a que se refere o pronome “dela” (linha 29).

TEXTO B

UMA INAUDITA MANHÃ

É que, nessa ocasião mesma, a tropa do almóada Ibn-el-Muftar (…) vinha sorrateira pelo valado,
quase à beira do esteiro de rio que ali então desembocava, com o propósito de pôr cerco às
muralhas de Lixbuna, um ano atrás assediada e tomada por hordas de nazarenos odiosos.
Viu-se de repente o exército envolvido por milhares de carros de metal, de cores faiscantes, no
5 meio de um fragor estrondoso – que veio substituir o suave pipilar dos pássaros e o doce zunido
dos moscardos - e flanqueado por paredes descomunais que por toda a parte se erguiam, cobertas
de janelas brilhantes. (…)
Enquanto o árabe refletia, do alto do seu puro-sangue, o agente de segunda classe da PSP
Manuel Reis Tobias, em serviço à entrada da Avenida Gago Coutinho, meio escondido por detrás
10 das colunas de um prédio, no propósito sábio e louvável de surpreender contraventores aos
semáforos, entendeu que aquilo não estava certo e que havia que proceder.
Sentindo-se muito desacompanhado para tomar conta da ocorrência, transmitiu para o posto de
comando, pelo intercomunicador da mota, uma complicada mensagem, plena de números e de
cifras, que podia resumir-se assim: uma multidão indeterminada de indivíduos do sexo masculino, a
15 maior parte dos quais portadores de armas brancas e outros objetos contundentes, cortantes e
perfurantes, com bandeiras e trajos de carnaval, montados em solípedes, tinham invadido a
Avenida Gago Coutinho e parte do Areeiro em manifestação não autorizada. Dado que se lhe
afigurava existir insegurança para a circulação de pessoas e bens na via pública, aguardava ordens
e passava à escuta.
20 De lá lhe disseram que iriam providenciar e que se limitasse a presenciar as ocorrências, mas
sem intervir por enquanto.
Um imediato telefonema para o governador civil e deste para o ministro confirmou que não se
encontravam previstos desfiles, de forma que a máquina policial se viu movida a ingerir-se no caso.
Soaram as sirenes no quartel de Belém e, poucos minutos depois, alguns pelotões da Polícia de
25 Intervenção vinham a caminho, com grande alarde de sereias e pisca-piscas multicores.
Entretanto, lbn-el-Muftar via pela frente uma grande multidão apeada que apostrofava os seus
soldados. Eram os automobilistas que haviam saído dos carros e que, entre irritados e divertidos,
se empenhavam numa ruidosa assuada. Que devia ser algum reclame, diziam uns; que era mas
era para um filme, diziam outros.
30 Ao mouro, aquela peonagem toda não se afigurou particularmente ameaçadora, tanto mais que
a turba circundante, de estranhas vestimentas vestida, não parecia exibir armas de qualquer
natureza. (…)
Decidiu não se deixar impressionar com os trejeitos pouco amistosos que lhe vinham de dentro
dos objetos metálicos com rodas que havia por toda a parte, nem com as caras que o fitavam por
35 detrás de um estranho material transparente. Se era uma encantação, melhor era deixar que
passasse - segredou para ben-Yussuf que lhe respondeu, desconfiado e muito pálido: - inch Allah!

MÁRIO DE CARVALHO, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho (texto com supressões)

4. Explica o significado do título atribuído a este texto.

5. De acordo com o primeiro parágrafo do texto, refere o tempo histórico em que decorre a ação.

6. Atenta no segundo parágrafo do texto.


6.1. Refere as sensações dominantes neste segundo parágrafo, apresentando exemplos
textuais.

7. Identifica o recurso expressivo presente na expressão “portadores de armas brancas e outros


objetos contundentes, cortantes e perfurantes”.

7.1. Explica a intenção da utilização desse recurso expressivo.

8. Na perspetiva do agente da PSP, Manuel Reis Tobias, havia um motivo para aquela confusão.
8.1. Transcreve a expressão que mostra claramente a ideia deste agente.

9. Em dado momento do texto, os acontecimentos passam a ser narrados segundo a perspetiva de


Ibn-el-Muftar.

9.1. Refere o modo como el-Muftar encara a situação que o rodeia.

9.2. O que era estranho para el-Muftar, em Lisboa? Justifica com expressões textuais.
Grupo III

1. Indica o processo de formação das palavras que se seguem:


a) PSP (l. 8) d) Puro-sangue (l.8)
b) Apeada (l. 26) e) Mota(l.13)
c) Estrondoso (l. 5)

2. Classifica as orações sublinhadas.


a) Logo que foi atacado, El-Muftar mudou de atitude.
b) El-Muftar entranhou o ambiente circundante, mas sem receios.
c) Manuel Reis Tobias, que era agente da PSD, tomou medidas enérgicas.
d) Os muçulmanos atacariam, caso notassem movimentações nos lisboetas.

3. Liga as frases, usando as conjunções ou locuções referidas entre parênteses.

a) (conjunção coordenativa conclusiva)


Clio cruzou os fios do tempo.
Foi castigada pela distração.

b) (locução subordinativa adverbial causal)


Os muçulmanos estranharam tudo em Lisboa.
Os muçulmanos vinham do séc. XII.

4. Indica o intruso em cada um do grupo de palavras que se seguem.


A B C D
Descomunal Amistoso Exposta Apostrofar
Enorme Hostil Sorrateira Injuriar
Antigo Amigável Dissimulada Insultar
Colossal Cordial Oculta Chamar

5. Completa o quadro.

Hiperónimos Hipónimos
a) Carro, comboio, avião
Povos b)

GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV Total


TEXTO A TEXTO B
1 ponto cada 1. 3 pontos 4. 4 pontos 1. 5 pontos
2.1. 2 pontos 5. 4 pontos 2. 6 pontos
2.2. 2 pontos 6. 4 pontos 3. 3 pontos
2.3. 2 pontos 7. 2 pontos 4. 4 pontos
2.4. 2 pontos 7.1. 4 pontos 5. 2 pontos 100 pontos
3. 4 pontos
8. 4 pontos
9.1.4 pontos
9.2.4 pontos
10 pontos 15 pontos 30 pontos 20 pontos 25 pontos
Grupo IV

Imagina que a deusa Clio te permite visitar uma das épocas da sua infinita tapeçaria da História.
Qual escolherias? Porquê? Que aventuras viverias?

Redige um texto narrativo no qual relates uma situação emocionante vivida com personagens
extraordinárias.
Antes de começares a escrever, atenta nas instruções que se seguem:

 Utiliza um mínimo de 140 e um máximo de 240 palavras;


 Planifica o teu texto, organizando as ideias de forma coerente;
 Estrutura-o em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão;
 No desenvolvimento, utiliza diálogo e descrições;
 No final, relê o texto com cuidado e corrige-o, se necessário. Verifica se usaste vocabulário e
estruturas sintáticas diversificadas.

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Agrupamento de Escolas Dr. Mário Fonseca
ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE LOUSADA NORTE
Ficha de Avaliação de Português

Nome:______________________________________________ Avaliação: F NS S SB E

Nº:_______ Turma: ________ Ano letivo: 2019/2020

Data: _______________________________________ Professora:_______________________________________

Enc. de Educação: _________________________________

Fraco 0% a 19 % Não Satisfaz 20% a 49 % Satisfaz 50% a 69% Satisfaz Bastante 70% a 89% Excelente 90% a 100%

GRUPO I

Depois de ouvires atentamente a lenda da Moura de Chaves, assinala, para cada um dos itens que
se seguem, a opção correta.

1. Esta lenda centra-se num importante


monumento:
a) a Ponte de Trajano. 6. O primo da rapariga opôs-se a esta
b) a Torre da Moura. relação porque
a) ela deveria casar com um nobre mouro.
b) a rapariga lhe estava prometida.

2. O objetivo da introdução que antecede a


lenda é
a) mostrar a importância do monumento 7. Como se vingou ele?
referido na lenda. a) Enterrou-a debaixo da ponte e amaldiçoou-a.
b) referir a importância das vias de b) Disfarçou-se de mendigo e amaldiçoou-a.
comunicação.

8. A maldição do mouro foi


3. No início desta lenda, a cidade encontra- a) fazê-la esquecer o seu amado.
se sob o domínio b) encantá-la debaixo do terceiro arco da
a) dos Cristãos. ponte.
b) dos Mouros.

9. A moura poderia libertar-se se


4. O alcaide do castelo pretendia casar a a) um outro cristão se apaixonasse por ela.
sua sobrinha b) o cavaleiro cristão lhe demonstrasse o seu
a) com um cavaleiro cristão. amor.
b) com o seu filho.

10. Segundo a lenda, ainda hoje


5. No entanto, a jovem apaixona-se por a) se ouvem as súplicas da moura, tentando
a) um cavaleiro cristão. encantar os jovens.
b) um familiar afastado. b) se ouve o choro da moura, chamando o
nome do seu amado.
GRUPO II

Lê com atenção os textos apresentados e responde às questões seguindo as orientações que te


são dadas.

TEXTO A

NA CORTE DE D. AFONSO HENRIQUES

Mafalda ia de novo tentar explicar o que se tinha passado, mas Vasco deu-lhe um leve
encontrão no braço:
- Não vale a pena. Eles não entenderão nunca. Nem nós. Mas a verdade, maninha, é que
viemos cair que nem patinhos à corte de D. Afonso Henriques. Sem tirar nem pôr. Como foi que isto
5 aconteceu, não me perguntes, mas aconteceu. É ele mesmo, tal como aparece nos livros e na
estátua lá em baixo, e lembro-me de ter lido isto tudo que ele está a contar. Coriscos! Já tenho três
nódoas negras aqui no braço de me beliscar para ter a certeza de que não estou a sonhar. Viemos
parar a Lisboa recém-conquistada aos mouros, e como iremos sair desta é que eu não sei…
Os três irmãos olharam uns para os outros sem saberem que fazer até que, timidamente,
10 Fernando arriscou:
- Senhor rei D. Afonso Henriques: nós também somos do reino de Portugal. Nascemos aqui
nesta cidade mas, por mais estranho que vos pareça, tudo isso se vai passar daqui a muitos
séculos. Viemos aqui parar por algum estranho movimento do tempo, que nenhum físico da vossa
ou de outra corte poderá explicar. Aqui vive-se no século XII, nós viemos do século XX, quase a
15 virar para o XXI. É como se tivéssemos chegado de um país completamente estranho, tendes
razão. Mas somos tão portugueses como vós e podemos assegurar-vos que esta cidade vai ser
das mais belas da Europa, vai estender-se muito para lá destas muralhas, o vosso nome vai ser
glorificado para sempre, e nunca mais ninguém deixará que alguém vos tire o título de rei. (…)
- Pois bem, deixai-vos ficar na minha corte o tempo que quiserdes! (…) Al-Usbuna 1 está
20 conquistada, e arranjei três novos bobos! A isto, senhores, chama-se ter sorte, estar bem parado 2,
dar de fina3. Desembolsai os morabitinos4 se quiserdes o relatório de Osberno, e retirai-vos que vou
descansar. (…)

Relatório de Osberno, cruzado inglês na conquista de Al-Usbuna


Aqui se vai dar sumário conhecimento de como as coisas aconteceram e foi possível entregar a
25 Afonso, príncipe deste reino de Portugal, uma cidade limpa de sarracenos. Para glória de Deus, é
certo, mas também para glória nossa e de todos quantos a saqueámos de cereais, ouro e mulherio.
Tirámos as nossas vantagens, o rei saberá tirar as suas. (…) Para os vindouros direi que estamos
no mês de outubro de 1147, e que Al-Usbuna é a cidade mais cobiçada por gente alheia.
- Penso que um dia escreverei dela: “é o mais opulento centro comercial de toda a África e
30 duma grande parte da Europa”.

5. Al Usbuna: Lisboa islâmica (711-1147)


6. Bem parado: que está em boa situação
7. Dar de fina: ter sorte
8. Morabitinos: moedas
ALICE VIEIRA, A ESPADA DO Rei Afonso (excertos)

1. Indica se as afirmações seguintes são verdadeiras (V) ou falsas (F).

A- A ação deste texto ocorre no tempo de D. Afonso Henriques.


B- Mafalda, Vasco e Fernando são três irmãos do século XXI.
C- Fernando desvenda a D. Afonso Henriques o seu futuro reinado.
D- D. Afonso Henriques está feliz com a conquista de Lisboa.
E- Segundo Osberno, no séc. XI, Al-Usbuna era uma cidade rica e opulenta.
F- Em 1147, Al-Usbuna passou para as mãos dos sarracenos.
2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1. a 2.4.), a única opção que permite obter uma
afirmação adequada ao sentido do texto.

2.1. “Sem tirar nem pôr.”, (linha 4) quer dizer


a) sem dúvida alguma.
b) sem acrescentar nada.

2.2. No penúltimo parágrafo do texto, a expressão “uma cidade limpa de sarracenos” indica que
a) a cidade tinha muitos sarracenos.
b) a cidade não tinha sarracenos.

2.3. A expressão “Para os vindouros” (linha 27) significa


a) para os que ouvem o futuro.
b) para as gerações futuras.

2.4. A frase “Al-Usbuna é a cidade mais cobiçada” (linha 28) pode ser substituída por
a) “Al-Usbuna é a cidade mais endinheirada”.
b) “Al-Usbuna é a cidade mais desejada”.

3. Indica a palavra a que se refere o pronome “dela” (linha 29).

TEXTO B

UMA INAUDITA MANHÃ

É que, nessa ocasião mesma, a tropa do almóada Ibn-el-Muftar (…) vinha sorrateira pelo valado,
quase à beira do esteiro de rio que ali então desembocava, com o propósito de pôr cerco às
muralhas de Lixbuna, um ano atrás assediada e tomada por hordas de nazarenos odiosos.
Viu-se de repente o exército envolvido por milhares de carros de metal, de cores faiscantes, no
5 meio de um fragor estrondoso – que veio substituir o suave pipilar dos pássaros e o doce zunido
dos moscardos - e flanqueado por paredes descomunais que por toda a parte se erguiam, cobertas
de janelas brilhantes. (…)
Enquanto o árabe refletia, do alto do seu puro-sangue, o agente de segunda classe da PSP
Manuel Reis Tobias, em serviço à entrada da Avenida Gago Coutinho, meio escondido por detrás
10 das colunas de um prédio, no propósito sábio e louvável de surpreender contraventores aos
semáforos, entendeu que aquilo não estava certo e que havia que proceder.
Sentindo-se muito desacompanhado para tomar conta da ocorrência, transmitiu para o posto de
comando, pelo intercomunicador da mota, uma complicada mensagem, plena de números e de
cifras, que podia resumir-se assim: uma multidão indeterminada de indivíduos do sexo masculino, a
15 maior parte dos quais portadores de armas brancas e outros objetos contundentes, cortantes e
perfurantes, com bandeiras e trajos de carnaval, montados em solípedes, tinham invadido a
Avenida Gago Coutinho e parte do Areeiro em manifestação não autorizada. Dado que se lhe
afigurava existir insegurança para a circulação de pessoas e bens na via pública, aguardava ordens
e passava à escuta.
20 De lá lhe disseram que iriam providenciar e que se limitasse a presenciar as ocorrências, mas
sem intervir por enquanto.
Um imediato telefonema para o governador civil e deste para o ministro confirmou que não se
encontravam previstos desfiles, de forma que a máquina policial se viu movida a ingerir-se no caso.
Soaram as sirenes no quartel de Belém e, poucos minutos depois, alguns pelotões da Polícia de
25 Intervenção vinham a caminho, com grande alarde de sereias e pisca-piscas multicores.
Entretanto, lbn-el-Muftar via pela frente uma grande multidão apeada que apostrofava os seus
soldados. Eram os automobilistas que haviam saído dos carros e que, entre irritados e divertidos,
se empenhavam numa ruidosa assuada. Que devia ser algum reclame, diziam uns; que era mas
era para um filme, diziam outros.
30 Ao mouro, aquela peonagem toda não se afigurou particularmente ameaçadora, tanto mais que
a turba circundante, de estranhas vestimentas vestida, não parecia exibir armas de qualquer
natureza. (…)
Decidiu não se deixar impressionar com os trejeitos pouco amistosos que lhe vinham de dentro
dos objetos metálicos com rodas que havia por toda a parte, nem com as caras que o fitavam por
35 detrás de um estranho material transparente. Se era uma encantação, melhor era deixar que
passasse - segredou para ben-Yussuf que lhe respondeu, desconfiado e muito pálido: - inch Allah!

MÁRIO DE CARVALHO, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho (excerto com supressões)

4. O título do texto significa que os acontecimentos narrados são:


a) banais.
b) interessantes.
c) extraordinários.

5. De acordo com o primeiro parágrafo do texto, refere o tempo histórico em que decorre a ação.

6. Atenta no segundo parágrafo do texto.


6.1. Refere as sensações dominantes neste segundo parágrafo (visuais e auditivas) apresentando
exemplos textuais.

7. Identifica o recurso expressivo presente na expressão “portadores de armas brancas e outros


objetos contundentes, cortantes e perfurantes”.

7.1. Qual a intenção da utilização desse recurso expressivo? (Assinala a opção correta.)
a) Mostrar que o agente da PSD queria passar a ideia de que os muçulmanos eram perigosos.
b) Mostrar que os muçulmanos eram bons fabricantes de armas.
c) Realçar que conhecia muito bem aquele tipo de armas.

8. Na perspetiva do agente da PSP, Manuel Reis Tobias, havia um motivo para aquela confusão.
8.1. Transcreve a expressão que mostra claramente a ideia deste agente (terceiro parágrafo).

9. Em dado momento do texto, os acontecimentos passam a ser narrados segundo a perspetiva de Ibn-
el-Muftar (a partir da linha 30).

9.1. Para Ibn-El-Mufatar o que é tudo aquilo que contempla?

9.2. O que era estranho para el-Muftar, em Lisboa? Justifica com expressões textuais.
Grupo III

1. Indica o processo de formação das palavras que se seguem:


a) PSP (l. 8) d) Puro-sangue (l.8)
b) Apeada (l. 26) e) Mota(l.13)
c) Estrondoso (l. 5)

2. Classifica as orações sublinhadas, estabelecendo a relação adequada com os elementos


da tabela.
2.1. Logo que foi atacado, El-Muftar mudou de atitude.
2.2. El-Muftar entranhou o ambiente circundante, mas sem receios.
2.3. Manuel Reis Tobias, que era agente da PSD, tomou medidas enérgicas.
2.4. Os muçulmanos atacariam, caso notassem movimentações nos lisboetas.

a) Subordinada adverbial condicional


b) Subordinada adverbial temporal
c) Coordenada adversativa
d) Subordinada adjetiva relativa

3. Liga as frases, usando as conjunções ou locuções referidas entre parênteses.

c) (conjunção coordenativa conclusiva)


Clio cruzou os fios do tempo.
Foi castigada pela distração.

d) (conjunção subordinativa adverbial causal)


Os muçulmanos estranharam tudo em Lisboa.
Os muçulmanos vinham do séc. XII.

4. Indica o intruso em cada um do grupo de palavras que se segue.


A B C D
Descomunal Amistoso Exposta Apostrofar
Enorme Hostil Sorrateira Insultar
Antigo Cordial Dissimulada Chamar

5. Completa o quadro.

Hiperónimos Hipónimos
a) Carro, comboio, avião
Povos b)

GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV Total


TEXTO A TEXTO B
1 ponto cada 2. 3 pontos 4. 4 pontos 1. 5 pontos
2.1. 2 pontos 5. 4 pontos 2. 6 pontos
2.2. 2 pontos 6. 4 pontos 3. 3 pontos
2.3. 2 pontos 7.1. 2 pontos 4. 4 pontos
2.4. 2 pontos 7.2. 4 pontos 5. 2 pontos 100 pontos
3. 4 pontos 8. 4 pontos
9.1. 4 pontos
9.2. 4 pontos

10 pontos 15 pontos 30 pontos 20 pontos 25 pontos


Grupo IV

Imagina que a deusa Clio te permite visitar uma das épocas da sua infinita tapeçaria da História.
Qual escolherias? Porquê? Que aventuras viverias?

Redige um texto narrativo no qual relates uma situação emocionante vivida com personagens
extraordinárias.
Antes de começares a escrever, atenta nas instruções que se seguem:

 Utiliza um mínimo de 140 e um máximo de 240 palavras;


 Planifica o teu texto, organizando as ideias de forma coerente;
 Estrutura-o em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão;
 No desenvolvimento, utiliza diálogo e descrições;
 No final, relê o texto com cuidado e corrige-o, se necessário. Verifica se usaste vocabulário e
estruturas sintáticas diversificadas.

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