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Portal Educação
CURSO DE
QUÍMICA FORENSE
Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação
AN02FREV001/REV 4.0
1
Copyright © Portal Educação
2015 – Portal Educação
Todos os direitos reservados
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-436-0396-4
3
1 INTRODUÇÃO À QUÍMICA FORENSE
da palavra “forense”. Forense vem do latim forensis, que significa público, ao fórum ou à
discussão pública. Dessa forma, ciência forense é a ciência utilizada em um sistema judiciário,
ou seja, para finalidades da lei.
As ciências forenses são responsáveis pelo apoio científico nas investigações de danos,
mortes e crimes inexplicados; ou seja, aplicam o conhecimento e a tecnologia da ciência no
cumprimento das leis sociais, utilizando-se de provas materiais recolhidas no momento da
perícia criminal.
A Ciência Forense é uma área interdisciplinar na qual estão envolvidas várias outras
ciências, dentre elas a Química Forense, responsável pela realização de análises voltadas à
identificação e constituição dos elementos como: análises de disparos de armas de fogo,
identificação de adulterações em veículos, revelação de impressões digitais, identificação de
sangue em locais de crime, constatação de substâncias entorpecentes e várias outras
apreciações que contribuem fortemente para solucionar os crimes.
Na Química Forense, todo e qualquer tipo de contato gera um vestígio, um rastro, uma
pista. O trabalho de um químico forense é encontrar essas pistas e determinar o seus
significados. A utilização da prática forense na investigação criminal é muito antiga e relatos da
literatura indicam a China como berço dessa prática. No século VII, durante a dinastia Tang, Ti
Yen Chieh utilizou a lógica e a prova forense, baseando-se em estudos da cena do crime,
exames das pistas e conversas com testemunhas.
No século XIII, foi publicado na China um livro com explicações de como realizar o
reconhecimento de sinais de afogamento, pela presença de água nos pulmões, e
estrangulamento, pela partição da cartilagem do pescoço, ou explicações de como feridas
podiam revelar o tipo e o tamanho da arma utilizada no crime. Os sete séculos seguintes foram
marcados pelo baixo nível de desenvolvimento. Uma exceção foi o trabalho do químico belga
Jean ServaisStas (1813 – 1891) (FIGURA 1).
FIGURA 1 - JEAN SERVAIS STAS (1813 - 1891)
Marsh levou cerca de quatro anos para desenvolver o método infalível na detecção do
arsênio no corpo humano. Para isso construiu um aparato que ficou conhecido por Aparato de
Marsh (FIGURA 4). Esse método ainda é usado na atualidade e leva o seu nome, o então
chamado Teste de Marsh.
O combate ao crime no Brasil e no mundo conta com o auxílio de várias áreas científicas
na análise das cenas que o compõem. Os vestígios encontrados devem ser analisados e
avaliados pelos peritos e, assim que possível, identificados para um melhor entendimento do fato
criminoso.
Quando, para o entendimento de um crime, for necessária a determinação da presença
8
ou ausência de alguma substância ou mesmo a determinação de sua natureza, torna-se
imprescindível a utilização de métodos químicos de análise. Daí a importância da Química
Forense como ferramenta na área criminalística.
Os métodos utilizados pelos químicos forenses são inúmeros e sempre variam de
acordo com a situação específica do crime. Métodos esses que vão desde simples análises à
utilização de equipamentos de alta tecnologia.
A Ciência Forense, em especial a Química Forense, é uma área bastante avançada nos
países desenvolvidos. No Brasil, é uma disciplina ainda em expansão. Diversas pesquisas
científicas estão sendo conduzidas no país e a criação de cursos universitários específicos na
área tende a dinamizar esse processo na busca pelo aperfeiçoamento.
As principais análises realizadas pela Química Forense são: análise de resíduos de
armas de fogo, análise de manchas de sangue, identificação de adulteração em veículos e vários
outros exames que serão descritos ao longo deste conteúdo.
O DNA apresenta várias características que permitem que ele seja utilizado na
investigação criminal. As mais importantes são:
O DNA pode ser obtido de diversos espécimes biológicos, dentre eles, amostras de
sangue, ossos, sêmen, cabelos, dentes, unhas, saliva, urina e etc., presentes em quaisquer tipos
de substrato na cena do crime. As técnicas de identificação baseadas no DNA são chamadas de
DNA fingerprint ou perfil de DNA. O perfil de DNA ou DNA fingerprint se baseia no fato de os
únicos indivíduos possuírem cópias idênticas do genoma, ou serem os gêmeos univitelinos.
Dessa forma, no genoma humano ocorrem vários polimorfismos que diferem os
membros da população. Portanto, cada indivíduo é único. Assim, a técnica utiliza esse padrão de
variação na identificação. Esses polimorfismos são também chamados de marcadores genéticos
e são responsáveis pela diferenciação dos indivíduos na população.
Dentre os marcadores genéticos mais utilizados, estão os seguintes:
a) VNTRs ou Minissatélites
VNTR significa “número variável de repetições em tandem”. Do inglês variablenumberof
tandem repeats são polimorfismos de DNA que consistem em uma série de comprimento de
repetições de fragmentos de DNA. Uma região VNTR apresenta cerca de 500 a 100pb (pb-
pares de bases) repetidas em sequências e apresentam grande importância nos processos de
identificação humana por exibirem um enorme número de alelos diferentes. A importância
justifica-se no fato de que seja provável que não existam dois indivíduos aparentados com o
mesmo genótipo.
b) STRs ou microssatélites
Do inglês short tandem repeats ou “repetições curtas em tandem” os STRs ou
microssatélites são polimorfismos de até 200pb que apresentam grande importância na
identificação humana por serem muito abundantes no genoma humano. 10
c) Marcadores bialélicos
São exemplos de marcadores bialélicos:
Os SNPs (polimorfismos de substituição de nucleotídeos únicos - single
nucleotidepolymorphisms);
Os polimorfismos de inserção ou deleção de um ou mais nucleotídeos
(polimorfismos de inserção – deleção; ins/del).
Eletroforese
A eletroforese é uma técnica por meio da qual é feita a separação das moléculas do
material genético em função da sua massa (tamanho), forma e compactação. É uma técnica
rápida, sensível e precisa.
O procedimento da eletroforese (FIGURA 5) consiste na migração da molécula em
questão em suportes (géis) por ação de uma corrente elétrica, com diferentes velocidades,
dependendo do seu tamanho e forma. Quando submetidas a um campo elétrico, as moléculas
migram para o polo positivo, pois são carregadas negativamente, e como força oposta à
migração existe o atrito com o suporte (gel).
FIGURA 5 - ELETROFORESE
11
Moléculas maiores promovem maiores atritos com o gel e, portanto, apresentam uma
migração mais lenta. A visualização da migração é realizada por meio da revelação do gel na
presença de compostos intercalantes, como o brometo de etídio (FIGURA 6).
Southern blotting
13
O método de coleta depende do estado e das condições da amostra. A amostra deve ser
representativa para que os resultados obtidos sejam confiáveis. Cada tipo de material biológico
exige um método de coleta específico, daí a importância em se ter profissionais capacitados e
material adequado sempre em mãos.
Os tipos de coleta, portanto, estão relacionados aos tipos de materiais biológicos. Abaixo
serão descritos os métodos de coleta de acordo com cada tipo de material biológico a ser
analisado.
16
Exemplos: ossos e dentes.
Os tecidos duros funcionam como fonte de DNA. Todo material ósseo coletado deve ser
armazenado em locais estéreis e submetido a baixas temperaturas, preferencialmente a -20ºC,
para evitar o crescimento microbiano. Se o congelamento não for possível, o material coletado
deve ser armazenado em local o mais fresco e seco possível para evitar a degradação do DNA.
2.1 INTRODUÇÃO
Em 25 de abril de 1953 foi anunciada uma das maiores descobertas e que mudaria os
rumos da ciência. O norte-americano James Watson e o inglês Francis Crick desvendaram a
17
estrutura do DNA (ácido desoxirribonucleico) (FIGURA 9).
O motivo de essa descoberta ser tão importante está relacionado aos requisitos abaixo:
1) A estrutura em dupla hélice sugere como o material genético pode determinar a
estrutura das proteínas;
2) Se a sequência de bases do DNA especifica a sequência de aminoácidos, então
é possível uma mutação pela substituição de um tipo de base por outro em uma ou mais
posições;
3) O pareamento específico sugere um mecanismo de cópia para o material
genético.
Com a descoberta da estrutura do DNA e consequentemente o avanço das técnicas
relacionadas à análise e sequenciamento, inúmeras espécies puderam ter seus genomas
sequenciados, inclusive o homem. De acordo com os estudos de sequenciamento, as
informações genéticas humanas podem ser encontradas em dois tipos de genoma, o genoma
nuclear e o genoma mitocondrial. Portanto, a espécie humana apresenta o DNA nuclear e o DNA
mitocondrial em suas células.
O genoma nuclear está armazenado no núcleo celular e o genoma mitocondrial
encontra-se nas mitocôndrias, organelas citoplasmáticas responsáveis pela produção de energia
(FIGURA 10).
18
FIGURA 10 - CÉLULA ESQUEMÁTICA HUMANA
O DNA nuclear e o DNA mitocondrial apresentam várias diferenças, como pode ser
observado na Tabela 1.
TABELA 1 - COMPARAÇÃO ENTRE O DNA NUCLEAR E O DNA MITOCONDRIAL
19
20
Cada uma destas cadeias é conhecida como uma fita de DNA. As duas fitas de DNA
são unidas por pontes de hidrogênio, dando origem à estrutura de dupla-hélice tão conhecida.
O DNA nuclear pode ser classificado em três tipos:
Genes de classe I
Genes de classe II
b) Sequências dispersas
De acordo com estudos, acreditam que esses tipos de sequências são originados de
genes que perderam sua funcionalidade ou de RNAs que mantiveram sua capacidade de
duplicação e de movimentação pelo genoma. Exemplos de sequências dispersas são os SINEs
(Short Interspersed Nuclear Elementes), que representam sequências curtas e os LINEs
(LongInterspersed Nuclear Elements), que representam sequências maiores.
O número de cópias dessas sequências no genoma varia, no caso dos SINEs,
correspondem a 7% do genoma. O DNA repetitivo é largamente utilizado na investigação
forense. Os STRs tornaram-se os marcadores genéticos mais usados devido às seguintes
características:
23
a) Região codificante
A região codificante é constituída por 37 genes. Treze desses genes estão envolvidos na
fosforilação oxidativa, 22 são responsáveis por codificarem tRNAs e dois são responsáveis pela
codificação de rRNAs.
Ausência de recombinação
O mtDNA está presente nas células em um elevado número de cópias, podendo variar
de acordo com o tipo de célula e tecido.
Heteroplasmia
É dado o nome de heteroplasmia a existência de diferentes tipos de mtDNA em um
indivíduo. É um fenômeno resultante de mutações que ocorrem durante a proliferação das
células germinativas ou durante a replicação de células somáticas.
A heteroplasmia pode ser observada de três modos:
Taxa de mutação
De acordo com relatos na literatura, o mtDNA apresenta taxa de mutação muito maior
quando comparada à taxa do DNA nuclear. Esse fato é devido à ausência de proteínas
protetoras, como por exemplo, as histonas presentes no DNA nuclear; à baixa atividade de 26
reparação da mtDNA polimerase e à grande exposição do mtDNA aos radicais livres gerados na
fosforilação oxidativa.
Diante dessas características peculiares, o mtDNA tem sido amplamente utilizado nas
investigações forenses quando a quantidade de DNA nuclear é muito ínfima, em casos em que
ele esteja muito degradado ou em situações forenses nas quais existem apenas amostras de
parentes da linhagem materna para comparação. Portanto, o DNA nuclear é sempre preferível
nas análises investigativas.
As técnicas de análise de mtDNA baseia-se nos polimorfismos encontrados nas
sequências hipervariáveis da região controle. Atualmente tem sido realizada a análise de todo
genoma mitocondrial por meio da utilização de marcadores SNPs, o que tem aumentado o poder
da determinação de perfis de mtDNAs.
Os exames que utilizam o DNA como fonte de informação realizam análises das regiões
polimórficas, criando os perfis de DNA, chamados DNA fingerprint. O perfil de DNA ou DNA
fingerprintse baseia no fato de os únicos indivíduos possuírem cópias idênticas do genoma
serem os gêmeos univitelinos. Dessa forma, no genoma humano ocorrem vários polimorfismos
que diferem os membros da população. Portanto, cada indivíduo é único.
Assim, a técnica utiliza esse padrão de variação na identificação. Esses polimorfismos 27
são também chamados de marcadores genéticos e são responsáveis pela diferenciação dos
indivíduos na população. Os diversos tipos de técnicas utilizadas em exames de DNA já foram
descritas no capítulo anterior.
.3 METODOLOGIA E TÉCNICAS VOLTADAS À QUÍMICA FORENSE
a) Documentoscopia
Espectroscopia Raman
29
FONTE: Disponível em: <http://www.nei.com.br>. Acesso em: 26 set. 2012.
1) Fonte de íons;
2) Analisador;
3) Sistema de detecção dos íons.
30
De acordo com a figura 15, pode-se ter uma ideia do princípio básico do funcionamento
de um espectrômetro de massas. Na fonte de íons, os constituintes da amostra são convertidos
em íons. Esses são acelerados em direção ao analisador, que realiza a separação dos íons de
acordo com a razão massa/carga. Os íons separados pelo analisador são então detectados pelo
detector, transformando a corrente de íons em sinais elétricos que são processados.
O que diferencia os diversos tipos de espectrometria de massas são os métodos de
ionização. A fonte de ionização representa o dispositivo responsável pela ionização dos analitos
da amostra antes de atingirem o analisador de massas. Diante disso, há vários tipos de
espectrometria de massas. As mais utilizadas são:
ESI – MS
O processo electrospray é simples e requer uma fonte de alta tensão que esteja em
contato com a solução contendo os analitos. Essa solução é transmitida por meio do capilar, no 31
qual é aplicado um potencial positivo ou negativo forçando um processo de oxirredução e,
consequentemente, a formação de algumas espécies sem seus contraíons. Assim, a gota sendo
formada na ponta do capilar estará enriquecida por íons positivos ou negativos, dependendo do
potencial aplicado.
Conforme a densidade de carga aumenta na gota, presa à ponta do capilar, o campo
elétrico formado entre o capilar e o contraeletrodo aumenta, provocando uma deformação na
gota. A gota ganha forma de um cone, o qual é denominado de cone de Taylor. Quando a
densidade de carga supera a tensão superficial, a gota se desprende do capilar, subdividindo-se.
A frequência desse último processo depende da magnitude do campo elétrico, da tensão
superficial do solvente e da condutividade da solução.
Como resultado final, os íons tornam-se completamente dessolvatados, ou seja, há
apenas o rompimento gradual de interações não covalentes, principalmente a remoção de
moléculas de solventes.
b) Balística Forense
Uma arma de fogo é considerada uma máquina térmica, sendo constituída pelo
aparelho arremessador ou arma propriamente dita, pela carga de projeção (pólvora) e pelo
33
projétil (FIGURA 16).
34
A coleta dos resíduos dos disparos é realizada nas seguintes regiões da mão do
atirador: a palma, o dorso e a região palmar (Pinça-Palmar) e dorsal (Pinça-Dorsal) dos dedos
polegar e indicador (FIGURA 18).
É uma técnica que produz imagens com alta ampliação (até 300.000x) e resolução. As
imagens fornecidas são virtuais, pois o que é exibido no monitor do aparelho é a transcodificação
de ondas energéticas emitidas. A técnica de microscopia eletrônica de varredura (MEV) baseia-
se na interação da amostra a ser analisada com os feixes de elétrons, que é responsável por
produzir a imagem desejada.
O microscópio eletrônico de varredura (MEV) funciona da seguinte maneira: há a
emissão de feixes de elétrons (eletrodo negativo) por um filamento capilar de tungstênio. Por
efeito termiônico, os elétrons são acelerados em direção ao ânodo, passando por lentes
condensadoras e por uma lente objetiva, responsável por focalizar sobre a amostra. A amostra é
varrida pelos dois estágios de bobinas eletromagnéticas existentes acima da lente objetiva.
O EDX (energy disperse x-ray detector, EDX ou EDS) é um acessório que mede a
energia associada a cada elétron. Dessa forma, o uso em conjunto do MEV e do EDX permite
uma identificação mais precisa de que mineral está sendo analisado, já que cada elétron de
determinado átomo apresenta energia específica. As imagens geradas pelo MEV-EDX
apresentam excelente nitidez. Dessa forma, a utilização de um microscópio eletrônico de 36
varredura equipado com capacidade de análise EDX fornece resultados que combinam detalhes
da morfologia e da composição elementar de partículas individuais de GSR.
Com o avanço da tecnologia, as indústrias de armamentos têm lançado munições cada
vez mais modernas. O lançamento de munições que não apresentam metais pesados na
composição da espuleta e o encamisamento total dos projéteis para evitar a evaporação de Pb
tem dificultado e muito os trabalhos de investigação forense. Com isso, novas técnicas são
necessárias na avaliação das partículas residuais.
As técnicas mais utilizadas nestes casos estão relacionadas à separação. Por exemplo,
tem-se utilizado as técnicas de eletroforese, cromatografia líquida, espectrometria atômica
(Fluorescências de raios-X, XRF), espectrometria de massas com plasma indutivamente
acoplado, ICP-MS, espectrometria de massas de íons secundários e espectrometria de absorção
atômica. Porém, pouco se sabe acerca dessas técnicas e quase não são encontrados relatos na
literatura.
c) Drogas de abuso
I) Depressores do SNC
Todo veículo deixa a indústria com um número de identificação. Esse número é aplicado
ao metal pelo método da cunhagem a frio, que deixa uma impressão em baixo relevo na
superfície metálica. O que os adulteradores fazem é remover as impressões em baixo relevo por
ação mecânica, com o auxílio de abrasivos que desgastam a superfície do metal. Dessa forma,
torna-se necessária uma ferramenta que identifique essas fraudes.
O exame metalográfico é realizado por peritos e consiste em uma ferramenta de grande
importância quando um veículo é adulterado e não se consegue provar por outros meios. O
exame metalográfico visa identificar qualquer tipo de adulteração feita em veículos roubados. É
realizado por meio da ação de reagentes específicos na superfície que contém a possível
adulteração.
O tipo de reagente utilizado no método depende da natureza da espécie de metal ou liga
a ser tratada. Tudo vai depender de como se encontra a área suspeita a ser analisada. Por
exemplo, caso a área esteja pintada, torna-se necessária a remoção da tinta. Qualquer traço de
óleo ou graxa também deve ser eliminado. A superfície a ser analisada não deve conter
ferrugem. Caso esteja presente, deve ser removida por meio do polimento com papel lixa. Ou
seja, para a realização eficaz do exame, a área deve estar completamente limpa e lisa.
Sempre que possível, antes de dar início ao exame, deve-se submeter a superfície a ser
analisada ao aquecimento. Esse procedimento facilita o processo de revelação. Como já foi dito,
o tipo de reagente depende da natureza do metal ou da liga a ser analisada.
Segue abaixo uma lista das fórmulas dos melhores reagentes que, de acordo com os
profissionais da área, têm produzido bons resultados:
Ácido Clorídrico..........120 ml
Cloreto férrico..............30g
Cloreto cúprico.............80g
Álcool metílico...........1000ml
Nesse caso, a superfície a ser tratada deve estar completamente limpa e lisa. Deve-se
uniformizar a superfície em questão com o auxílio de lixas de 00 e 000 (de ourives) para que a
fórmula reativa possa atuar. Aplica-se a solução na superfície do metal onde se deseja revelar a
numeração adulterada. A aplicação é feita com o auxílio de um bastão de vidro em cuja
extremidade se encontra um chumaço de algodão, que é embebido na solução reativa. O sentido
da aplicação do reagente deve ser sempre da esquerda para a direita, no sentido horizontal.
Após a primeira aplicação, deve-se aguardar cerca de cinco minutos e repetir o processo
por quatro ou cinco vezes. Após as quatro ou cinco aplicações do reativo, deve-se deixar a
superfície em repouso por cerca de 10 minutos. Após este tempo, há o aparecimento de uma
camada fina de óxido de cobre, que deve ser removida, já que ela dificulta a visualização da
numeração.
Esse procedimento deve ser repetido várias vezes até a gravação original, que foi
destruída, começar a aparecer.
Solução reagente:
10% de ácido sulfúrico
Bicromato de potássio.
Gravações em superfícies de ferro e aço fundidos são consideradas as mais difíceis de
serem reveladas. Torna-se necessária a constante aplicação do ácido, sendo preciso, em alguns
casos, deixar a área suspeita imersa na solução por mais de três horas.
Para revelações em ferro ou aço batidos, estampados ou forjados, são necessárias duas 39
soluções reagentes.
Solução reagente 1:
Solução reagente 2:
Alumínio
Nessa categoria, a solução reagente mais indicada é a Solução de Vilela. Porém, é uma
solução de alta periculosidade.
Solução de Vilela:
A solução deve ser aplicada de forma contínua até a numeração aparecer. Devido à alta
periculosidade da solução de Vilela, também pode ser utilizada a solução de Hume Rothery. 40
É uma solução que garante bons resultados, porém deve ser passada alternadamente
com água destilada para evitar a formação de depósito de cobre.
Ácido Inoxidável
Solução reagente:
Zinco
Solução reagente:
Por ser uma solução de ação lenta, recomenda-se imersão total da área
suspeita.
Estanho
Solução reagente:
As tintas de canetas são fabricadas de acordo com suas propriedades físicas como
densidade, cor, viscosidade, tensão superficial e resistência à água. Para que isso seja possível
é necessário o controle da composição química das tintas.
A análise de tintas é de grande importância para a Ciência, em especial, à Química
Forense, devido ao alto número de falsificações e adulterações de documentos.
O exame de tintas é baseado em dois fatores:
Há três tipos de componentes químicos utilizados para dissolver o corante: gel, água e
solvente. Portanto, a discriminação das tintas em uma investigação forense depende de sua cor
e de suas composições química e mineralógica. O exame químico de tintas visa determinar a 42
autenticidade de determinado documento questionado legalmente. O exame envolve a
identificação de substâncias empregadas na confecção da tinta usada no documento
questionado e a compatibilidade com a data do mesmo.
A técnica mais utilizada nessa avaliação é a espectroscopia de Raman, já descrita
anteriormente, devido a diversos fatores como:
43
44
FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br>. Acesso em: 26 set. 2012.
b) Decadátilar
nucleares
Delta
FONTE: Disponível em: <http://www.papiloscopia.com.br>. Acesso em: 25 set. 2012.
Diante disso, os quatro tipos de desenhos fundamentais e suas características são: arco,
presilha interna, presilha externa e verticilos. Esses tipos apresentam a seguinte denominação
de acordo com os dedos:
I) Ausência de delta;
II) As linhas atravessam o campo da impressão de um lado para o outro,
assumindo forma abaulada.
Características do Verticilo:
A técnica do pó
Na revelação de impressões digitais utilizando a técnica do pó são utilizados diversos
tipos de pó (TABELA 3). A escolha depende da superfície avaliada, das condições climáticas e
da experiência do perito. O pó pode ser aplicado com o auxílio de um pincel com cerdas macias,
spray de aerossol e aparato eletrostático (FIGURA 27).
50
Nitrato de Prata
É uma técnica bastante utilizada e baseia-se na reação do nitrato de prata com os íons
cloreto presentes nas secreções do suor e consequentemente nas impressões digitais.
Ninidrina
A ninidrina é uma substância que apresenta afinidade por compostos orgânicos como
proteínas e aminoácidos. O princípio é o seguinte: é feita uma solução de 0,5 g de ninidrina com
30 ml de etanol. Deve-se borrifar a solução na superfície a ser analisada, sempre mantendo uma
distância de segurança de aproximadamente 15 cm. Esse procedimento deve ser repetido o
número de vezes necessárias para a visualização da impressão.
A impressão, caracterizada pela cor púrpura, só aparecerá quando a superfície estiver
completamente seca. A reação ocorrida é exemplificada na figura 15 e um exemplo de
impressão digital revelada em papel pode ser visto na Figura 29.
a) Sangue 53
55
Testes presuntivos
Reações de cor
São utilizados peróxido de hidrogênio e um reagente que funciona como indicador. O
grupo heme atua sobre o peróxido liberando oxigênio que oxida o indicador, originando um
composto corado.
Reagente de Kastle-Meyer:
0,1 g de fenolftaleína; 56
2,0 g de hidróxido de sódio (sob a forma de pellet);
2,0 g de pó de zinco metálico;
10 ml de água destilada.
Reações de Luminescência
Reações confirmatórias
I) Cristais de Teichmann
Os cristais de Teichmann (FIGURA 37) são a forma química particular da heme, cujo
átomo de ferro está oxidado. São cristais rômbicos ou prismáticos, isolados ou agrupados de cor
castanho-escuros. Podem formar-se no sangue quando adicionado um reagente de Bertrand,
assim confirmam que a amostra é sangue. É visto em lâmina ao microscópio.
b) Sêmen
É um vestígio secretado pelo homem e pode ser encontrado na forma de manchas nas
roupas, chão, tapetes e outros; nas formas líquida e seca. Após secagem, dá um efeito
engomado aos tecidos.
Os procedimentos que devem ser realizados pela perícia forense são:
A coleta de vestígios de sêmen deve ser feita com a máxima cautela, já que se deve
preservar ao máximo a presença de espermatozoides na amostra.
Testes presuntivos
I) Luz UV
Consiste na exposição da mancha à luz UV. É utilizado apenas para uma avaliação
preliminar, já que a reação à luz UV não é exclusiva do sêmen.
II) Fosfatase Ácida
A fosfatase ácida é uma enzima presente no sêmen. O princípio consiste na detecção
da atividade enzimática por meio de substratos. O mais específico é timolftaleínamonofosfato de
sódio.
Reagente de Florence:
Testes confirmatórios
I) Teste a fresco
A análise é realizada em microscópio a fresco para a determinação de espermatozoides,
já que a determinação de um espermatozoide íntegro já é suficiente para confirmar a presença
de sêmen. Porém, não deve descartar o fato de que há muitos homens azoospérmicos e
submetidos à vasectomia.
Ao ser exalado pelo motorista, o álcool presente no ar reage com a solução de dicromato
de potássio, provocando uma reação de oxirredução. É formado nessa reação aldeído acético
(C2H4O), caso esteja presente o álcool etílico. Nessa reação, como confirmação da embriaguez
do motorista, há uma mudança de coloração: o dicromato (amarelo-alaranjado) dá origem ao
Sulfato de Crômio III (coloração verde).
Nem sempre é possível a aplicação desse procedimento simples, que é a técnica do
bafômetro. Dessa forma, tornam-se necessárias avaliações de amostras de fluidos biológicos
para detecção da presença de etanol. As principais técnicas são:
Gama-Glutamiltranspeptidade (GGT);
Alanina aminotransferase (ALT);
Transferrina deficiente em carboidrato (CDT);
Etilglicuronídeo (EtG);
Ésteres de ácidos graxos (FAEEs);
Etilsulfato (EtS).
II) Técnicas analíticas
Lícitas
Drogas de abuso lícitas são aquelas permitidas e liberadas legalmente.
Exemplos: cigarros e bebidas alcóolicas. 69
Ilícitas
Drogas de abuso ilícitas são aquelas proibidas legalmente.
Exemplos: cocaína, heroína, maconha, LSD, etc.
70
Drogas depressoras
São drogas que diminuem a atividade do SNC.
Exemplos: álcool, inalantes, benzodiazepínicos.
Drogas Estimulantes:
São drogas que estimulam a atividade do SNC.
Exemplos: cocaína e derivados como crack, merla, pasta, etc.
Drogas pertubadoras
São drogas que produzem uma mudança qualitativa no funcionamento do SNC.
Exemplo: maconha, triexifenidil (Artane).
Exame de Urina
A urina somente é aceita como amostra para verificação do uso recente de drogas de
abuso. Porém, não permite distinguir o usuário ocasional do abusivo ou dependente. O período
de duração da detectabilidade das drogas na urina depende da intensidade e frequência do uso.
A duração da detectabilidade na urina das principais drogas pode ser vista na Tabela 6.
72
Exame de sangue
Espectrometria de massas
Esta técnica também já foi descrita anteriormente. Permite uma análise quantitativa 73
extremamente precisa e confiável.
Perícias são todos os exames levados a efeito por profissionais da medicina legal ou
diversos profissionais capacitados de outras áreas do conhecimento, destinadas a uso como
74
meio de prova judicial. Diante disso, podemos comprovar que a Criminalística conta com o
auxílio de todas as áreas do conhecimento por meio de seus profissionais (FIGURA 41).
75
Alimento genuíno
Um alimento genuíno corresponde a um alimento saudável, livre de qualquer tipo de
substância não autorizada. São alimentos que cumprem as exigências e especificações
regulamentárias.
Alimento adulterado
O alimento é considerado adulterado quando é impuro, impróprio ou nocivo à saúde.
Alimento Alterado
O alimento alterado é aquele em que sua composição química ou suas características
organolépticas foram alteradas por processos físicos, químicos ou microbianos. Essas alterações
podem ocorrer no processo de fabricação, conservação ou transporte.
Alimento Falsificado
Um alimento é considerado falsificado quando é elaborado com a finalidade de copiar a
aparência e características gerais de outro alimento legítimo e se denominam como este, porém
não são.
Alimento contaminado
Um alimento é considerado como contaminado quando apresenta micro-organismos,
substâncias liberadas por esses e/ou substâncias químicas que acarretam danos à saúde.
4.1.2 Exame Pericial em Locais de Incêndios
As proporções dos incêndios são variáveis e, portanto, esses são classificados segundo
as mesmas em:
Pequeno Incêndio
Corresponde a um evento em que as proporções exigem emprego de pessoal e material
especializado. É extinto com facilidade. Não apresenta perigo iminente de propagação.
Médio Incêndio
Corresponde ao evento em que a área atingida e sua intensidade exigem a utilização de
meios e materiais especializados, equivalentes a um socorro básico de incêndio. Apresenta
perigo iminente de propagação.
Grande Incêndio
Evento em que ocorre propagação crescente. Necessita do emprego efetivo
de mais de um socorro básico para a sua extinção.
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Incêndio Extraordinário
Tipo de incêndio decorrente de abalos sísmicos, atividades vulcânicas, bombardeios e
similares. Para a extinção desse tipo de incêndio são necessitados vários socorros e o apoio da
Defesa Civil.
A investigação pericial de incêndios e dos fatores que influenciam ou contribuem para
seu início, propagação ou generalização é de grande importância para a segurança pública.
São objetivos de uma investigação pericial de incêndio e explosão:
Nesta etapa, os procedimentos que devem ser adotados pela equipe são:
3) Escavação
A escavação deve ser feita manualmente nos sentidos “DE CIMA PARA BAIXO” e “DO 81
EXTERIOR PARA O INTERIOR” dentro dos quadrantes delimitados. Após a remoção da maior
parte dos escombros deve ser iniciada uma nova sequência de registros fotográficos com
referências intermediárias de planialtimetria. Não devem ser utilizados materiais perfurocortantes
nos trabalhos de escavação.
São equipamentos utilizados nas escavações: água (como solvente), secadores de ar,
baldes, vassouras, ímãs, mangueiras, pincéis, etc.
Tipo de veículo;
A utilização;
O tempo de uso;
O estado de conservação;
Os materiais de construção do veículo;
Os materiais transportados pelo veículo.
83
Outro procedimento que deve ser realizado pelo perito é a constatação da posição
original das portas e tampas dos compartimentos do motor e de bagagem, a situação original de
abertura ou fechamento dos vidros das portas e ventarolas e também da tampa de fechamento
do tanque de combustível. Esses procedimentos são importantes já que os padrões de queima
das portas são conclusivos quanto à situação de abertas e fechadas.
Por exemplo: vidros fechados por ocasião de incêndio tendem a exibir intenso
esfumaçamento na sua superfície interna; a concentração de vidro fundido no setor inferior
interno das portas significa que os vidros encontravam-se abertos; a existência de vidros
quebrados sem esfumaçamento na superfície interna denuncia que a fratura dos vidros ocorreu
antes do incêndio, indicativo, portanto, de incêndio intencional.
A existência de um maior número de portas abertas comparadas ao possível número de
ocupantes do veículo pode significar a abertura deliberada das portas para a entrada de ar
visando alimentar o incêndio com ar atmosférico, ou ainda, para a retirada de objetos. O perito
deve estar atento também para vestígios de arrombamento no veículo. A ausência de
componentes e acessórios no veículo é um forte indicativo de incêndios intencionais.
No exame da carroceria devem-se localizar, por meio do exame visual externo, as
regiões de maior intensidade de ação do calor, o que dá boa indicação do foco do incêndio.
Dessa forma, uma ação direta da chama na carroceria resulta no consumo total da película de
tinta, resultando em uma chapa viva (espelho metálico) (FIGURA 44).
FIGURA 44 - CHAPAS METÁLICAS DAS PORTAS SUBMETIDAS A FOGO EXTERNO
84
Já uma ação indireta é caracterizada pela presença de restos de pintura, com formação
de uma casca de fácil desprendimento (FIGURA 45).
Um procedimento importante que deve ser realizado pelo perito é o exame da superfície
inferior do teto, que é um bom indicativo do foco quando o incêndio inicia-se no interior do
veículo. Outro exame que deve ser realizado é a detecção de substâncias acelerantes no
incêndio. A evidência desse tipo de substância pode ser observada pela ocorrência de diversas
colorações, devido às diversas camadas de tinta presentes no veículo (FIGURA 46).
FIGURA 46 - PADRÕES DE COLORAÇÃO INDICATIVOS DE UTILIZAÇÃO DE
SUBSTÂNCIAS ACELERANTES
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O perito, ao final da perícia, deve realizar uma comparação final do veículo incendiado,
com outro idêntico, em perfeitas condições, com o objetivo de compreender a configuração
original do veículo incendiado.
Medicamentos e cosméticos
As embalagens são classificadas em dois tipos: primárias, que são as que se encontram
em contato direto com o medicamento e secundárias, que são as que contêm as embalagens
primárias.
As embalagens secundárias são as primeiras a serem analisadas pelos peritos e estas
devem conter informações básicas, como:
Nome comercial do medicamento (ausente no caso de medicamentos
genéricos);
Denominação genérica do princípio ativo;
Nome, endereço e CNPJ do detentor de registro no Brasil;
Nome do fabricante e local de fabricação do produto;
Número do lote; 86
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FIGURA 49 - INVIOLABILIDADE
Detergente líquido;
Detergente em pó e sabão em pó;
Cera; 88
Água sanitária;
Inseticida, repelente de insetos e raticidas;
Desinfetante.
Diesel;
Gasolina;
Etanol.
Gasolina
Considera-se gasolina adulterada aquela que não está dentro das especificações legais,
ou seja, que possui mais álcool ou mais solventes que a lei permite apesar da lei fixar em 2% o
limite máximo de solvente a ser misturado na gasolina e em 24% o do álcool. Muitos postos não
estão respeitando estes valores. Isso ocorre porque ao adulterar a gasolina aumentando a
mistura de solventes, que são produtos químicos mais baratos, melhora a rentabilidade do
negócio em até 10%.
São problemas causados pela adulteração da gasolina:
Álcool
2) Alucinógenos secundários
No Brasil, o Ministério da Saúde não reconhece nenhum uso clínico dos alucinógenos e
sua produção, porte e comércio são proibidos no território nacional. Portanto, a fiscalização é
intensa, mesmo relacionada à utilização de plantas medicinais com efeitos alucinógenos.
Todas as plantas encontradas em locais suspeitos são encaminhadas a laboratórios
especializados onde são realizadas análises para determinação dos princípios ativos. Caso seja
encontrado algum princípio ativo cuja ação forneça algum efeito que venha a causar
dependência a quem fizer uso, o plantio, produção e comercialização dessa planta tornam-se
proibidos em todo o território nacional.
As principais análises feitas em plantas suspeitas de terem efeitos alucinógenos são:
BERGSLIEN, E. Teaching To Avoid the “CSI Effect”. Journal Of Chemical Education. v. 83, n.
5, May 2006.
INMAN, K., RUDIN, N. Principles and Practice of Forensic Science: The Profession of Fo-
rensic Science. Handcover: CRC Press, 2000.
KERR, F. M.; HAQUE, F.; HAQUE, F. et al. Organic based powders for latent fingerprint
detection on smooth surface, part I e II. Canadian Society of forensic Science Journal. 1983;
16:140-142 e 39-44.
LAUFER, B. History of the fingerprint system. The Print – SCAFO. v. 16, march/april 2000.
OLIVEIRA, T. H. G.; SANTOS, N. F.; BELTRAMINI, L. M. O ADN: uma sinopse histórica. Revista
Brasileira de Ensino de Bioquímica e Biologia Molecular, n. 1, dezembro 2004.
SILVA, L. A.; MARTINS, C. R.; ANDRADE, J. B. Por que todos os nitratos são
solúveis?Química Nova. v. 27, n. 6, p. 1016-1020, 2004.