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O Capital é a obra máxima e a mais conhecida do intelectual e

alemão Karl Marx. Trata-se de um minucioso exercício investigativo do autor


acerca do funcionamento das relações econômicas. O livro se desdobra em
quatro volumes:
 Livro I - o processo de produção do capital (publicado
originalmente em 1867);
 Livro II - o processo de circulação do capital (publicado
originalmente em 1885);
 Livro III - o processo global da produção capitalista (publicado
originalmente em 1894);
 Livro IV - Teorias da Mais Valia (1905).
Marx viveu apenas para ver o primeiro livro publicado, os outros dois
foram publicados por Friedrich Engels, amigo e colaborador de Marx. Seu
objetivo era, como explicitado no Prefácio ao Volume I, "revelar a lei econômica
do movimento da sociedade moderna". Ele defendia que o capitalismo como
sistema era um modo de produção historicamente transitório cujas
contradições internas o levariam à queda, sendo inevitavelmente substituído.
O raciocínio contido no Capital destoava da grande maioria dos
outros tratados econômicos de sua época, por privilegiar um ponto de vista
dedicado à visão do trabalhador proletário em detrimento do grande produtor
capitalista. Marx, porém, havia deixado claro em trabalhos anteriores,
especialmente no Manifesto Comunista, que não via o capitalismo como um
regime danoso e antagônico às suas ideias, mas apenas como um processo
temporário no seu raciocínio econômico.
Marx estudou e argumentou com os pensamentos de muitos
filósofos, como Demócrito, filósofo grego do período pré-socrático, que foi base
para sua tese de doutorado.
Feuerbach também foi fundamental para o desenvolvimento de suas
obras, tanto que Marx possui uma obra chamada “Teses sobre Feuerbach”.
Essa obra foi publicada por Engels, são onze curtas notas filosóficas escritas
por Karl Marx, de onde surgiu uma frase muito marcante na teoria marxista:
“Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de
maneiras diferentes; a questão, porém,
é transformá-lo.”
Com isso ele diz que a ciência que se limita a estudar o mundo
como ele é, é um reflexo da estrutura dominante. Karl Marx afirma que a
ciência deve ser transformadora do espaço.
Para entender O capital é preciso é compreender duas linhas de
pensamento principais de ver o mundo:
 Materialismo: Afirma que a única coisa da qual se pode afirmar
a existência é a matéria, e todos os fenômenos são o resultado
de interações materiais.
 Idealismo: A realidade apresenta uma natureza essencialmente
espiritual, sendo a matéria uma manifestação ilusória, aparente,
incompleta, ou mera imitação imperfeita de uma matriz original
constituída de formas ideais inteligíveis e intangíveis.

Suas ideias vão mostra a necessidade que o homem possui de unir


as duas vertentes de pensamento. Marx explica que a sua cabeça não pensa
sozinha, ele afirma que as necessidades materiais são causadas pela
sociedade em que você vive, ou seja, os pensamentos giram em torno dos
meios de produção, e com isso conclui que a estrutura do pensamento é
material.
A estrutura de pensamento materialista pode ser analisada em dois
tipos de fenômenos:
 A Superestrutura: Base ideológica (direto, religião, filosofias,
ideologias), é fruto necessário das relações de produção, são
coisas que vão exceder o material.
 A infraestrutura: Base material, fundamentada no sistema
econômico e nas relações materiais que vão existir, o seu
elemento principal é o processo de produção.

Dentro da infraestrutura surge talvez o tema central da obra que são


as relações de produção. Para Marx o trabalho no materialismo histórico é uma
atividade de transformação, e essa transformação vai ser exercida em cima de
um objeto através dos meios ou instrumentos de produção
No mundo contemporâneo a produção individual de bens é rara, na
maioria dos casos as pessoas trabalham em conjunto, ou seja, os processos
de produção de um bem material são cooperativos. Visto isso podemos definir
dois tipos de cooperações:
 Simples: O detentor do meio de produção depende da mão de
obra de outras pessoas, mas sozinho ele conhece todo o
processo necessário.
 Complexa: Os trabalhadores são setorizados, eles têm
consciência somente de uma parte específica da produção,
sendo limitados a conhecer somente uma parte do produto.
Marx vai explicar que esses sistemas produção vão alienar o
proletariado, e essa alienação raramente vai ser enxergada. Quando mais
evoluído o sistema de produção, mais setorizações vão existir e mais alienado
vai estar o trabalhador.
Marx diz que as condições de exploração vão se aplicar ao
assalariado, porque as condições de trabalho não são necessariamente de livre
escolha, ele explica que a mão de obra é extremamente abundante e a oferta
de empregos acaba sendo limitada, gerando consequentemente uma
desvalorização do trabalho.

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