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Introdução:

A lei nº 12.305/2010 foi devidamente regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010 e


instituiu o PNRS. Um de seus objetivos é disponibilizar instrumentos importantes enfrentar os
problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos
solídos.

A Lei também criou metas importantes que contribuem para a eliminação dos
lixões e instituiu instrumentos de planejamento nos níveis nacional, estadual,
microrregional, intermunicipal, metropolitano e municipal, além de impor aos particulares
a elaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos, reforçando que as
responsabilidades em relação a gestão de resíduos sólidos devem ser compartilhadas.

O desenvolvimento de Planos de Gestão tende a potencializar reflexos positivos no


âmbito social, ambiental e econômico, pois não só tende a diminuir o consumo dos
recursos naturais, como proporciona a abertura de novos mercados, gera trabalho,
emprego e renda, conduz à inclusão social e diminui os impactos ambientais provocados
pela disposição inadequada dos resíduos.

A Lei nº12.305/2010 concedeu prazo de até 4 (quatro) anos após a data de sua
publicação para que seja materializada a disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos, ou seja, em até quatro anos os municípios teriam que realizar a distribuição
ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
adversos.

Relatório CGU:

O trabalho foi feito em Brasília (Brasília, outubro/2017), com o objetivo de avaliar a


atuação do MMA e do Ministério das Cidades

no cumprimento da meta do PNRS de eliminação dos "lixões".

A Recuperação Energética é hoje uma realidade e uma alternativa


concreta para a destinação dos resíduos sólidos urbanos em várias
localidades. A tecnologia transforma o resíduo urbano em energia
elétrica e térmica por um processo amplamente utilizado ao redor
do mundo, pois aproveita o alto poder calorífico contido nos
resíduos sólidos para uso como combustível.
Além de estar expressamente prevista nas disposições da PNRS
como uma das alternativas de destinação ambientalmente
adequada de resíduos, a recuperação energética pode trazer
alguns resultados adicionais quando colocada em prática:
• É uma das soluções para a destinação final dos resíduos urbanos
não recicláveis recomendada pelo IPCC/ONU;
• Reduz a emissão de gases do efeito estufa (GEE) dos aterros
sanitários.
• Possibilita a recuperação energética mais eficiente dos resíduos
urbanos que estariam inutilizados ou sub-utilizados;
• Substitui fontes fósseis de energia, com vistas à otimização de
recursos naturais;
• Exige menor área para sua implantação, pode ser instalada
próxima aos centros urbanos, o que implica em redução dos
custos de coleta e transporte dos resíduos.

Em setembro de 2016, a ISWA – Associação Internacional de


Resíduos Sólidos lançou uma Campanha internacional pelo
fechamento dos 50 maiores lixões do mundo, após constatar que
tais locais são as maiores fontes de poluição do planeta.
Infelizmente os lixões ainda são uma das formas de destinação de
resíduos no mundo, e estão presentes na quase totalidade dos
países em desenvolvimento, sendo responsáveis pela poluição do
ar, do solo e das águas, contaminando com substâncias tóxicas e
cancerígenas a vida de milhares de pessoas, que ou vivem nas
proximidades de tais locais, ou consomem produtos contaminados
pelos mesmos.
No Brasil não é diferente. De acordo com o Panorama dos Resíduos
Sólidos no Brasil 2015, publicado pela ABRELPE, cerca de 60% das
cidades brasileiras encaminham anualmente 30 milhões de
toneladas de resíduos para locais inadequados, uma quantidade
que vem crescendo a cada ano, apesar da proibição e da
penalização de ações que causem poluição vigorar no país desde
1981.
Os quase 3.000 lixões identificados no Brasil em junho de 2017
afetam a vida de 76,5 milhões de pessoas e trazem um prejuízo
anual para os cofres públicos de mais de R$3,6 bilhões, valor gasto
para cuidar do meio ambiente e para tratar dos problemas de
saúde causados pelos impactos negativos dos lixões. Por outro
lado, os investimentos necessários para dar destinação adequada
aos resíduos no Brasil, em atendimento às disposições da Política
Nacional de Resíduos Sólidos, demandam cerca de um terço
daquele total.
A carência de recursos financeiros e a falta de capacidade técnica
para a gestão de resíduos sólidos em muitas prefeituras
constituem-se nas principais barreiras para a erradicação dos
lixões, que precisam ser encerrados com urgência para proteger o
meio ambiente de uma degradação irreversível e preservar alguns
milhares de vidas que se perdem a cada ano.
Adaptado a partir da publicação original da ISWA, o presente
documento tem a missão de ajudar a alcançar o objetivo de
erradicar os lixões no Brasil e busca apoiar os gestores públicos
na tomada de decisão e no processo de fechamento das unidades
irregulares, com apontamentos técnicos e dicas práticas, sendo
um guia executivo para aqueles que desejarem reverter o quadro
negativo que ainda é registrado em todos os estados da federação,
a quem conclamamos a participar dessa importante campanha,
que afinal, é pelas pessoas, e não pelos resíduos.

Um bom planejamento define as bases para a implantação e


operação com alta qualidade da infraestrutura e dos sistemas de
gestão de resíduos, que podem ser acessíveis para a sociedade e
com tecnologias onde os recursos locais devem estar envolvidos.
Por esta razão, especialmente em países em desenvolvimento,
existe a necessidade de incluir boas práticas de planejamento na
Gestão de Resíduos Sólidos (GRS), para criar planos de gestão
realísticos e factíveis, e de acordo com eles, resolver o problema
dos resíduos.
Este documento responde a esta necessidade, fornecendo uma
ferramenta útil e um documento de referência conclusivo para a
preparação dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
(PGIRS) nos países em fase de transição. Embora este manual de
boas práticas tenha sido formulado principalmente de acordo com
as necessidades brasileiras, seu conteúdo e possibilidade de utili-
zação são bastante amplas. Nestes termos, este manual será útil
para todos aqueles envolvidos nos procedimentos de Planejamento
da Gestão de Resíduos Sólidos.

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