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COMARCA DE _____________ .
- Justiça Gratuita
xxxxxxx (qualificaçã o), neste ato, representada por seus advogados que esta subscreve,
com escritó rio localizado na cidade de xxxxxxxxxxx, endereço eletrô nico xxxxxxxxxxxxxx,
telefone xxxxxxxxxxxxx, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fulcro
na Lei de Registros Publicos, quer seja, Lei 6015/73 e pelo procedimento do Provimento da
Corregedoria Geral de Justiça de Minas Gerais 260/2013, apresentar a presente:
SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA REGISTRAL
(INVERSA)
Em face do xxxxxxxxxxxxxx, pessoa jurídica devidamente inscrita no CNPJ nº xxxxxxxxxx,
localizada na xxxxxxxxxxxxxxxx, pelos os fatos e fundamentos a seguir expostos.
PRELIMARMENTE
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Inicialmente, a exequente requer a V. Exa que seja deferido pedido de Assistência Judiciá ria
nos termos dos artigos 98 e seguintes do Có digo de Processo Civil e Leis nº. 5.584/70 e
1.060/50. Porquanto a mesma e pessoa pobre na acepçã o jurídica do termo, nã o estando
em condiçõ es de demandar, sem sacrifício do sustento pró prio e de seus familiares, motivo
pelo qual, pede que este juízo lhe conceda os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA (doc.
anexo).
DA POSSIBILIDADE DA DÚVIDA INVERSA
A dú vida ou negativa registral, conforme sugerido pelo doutrinador Eduardo Só crates
Castanheira Sarmento, é o procedimento pelo qual, a pedido do interessado, se submetem à
apreciaçã o judicial as razõ es pelas quais o oficial entende nã o ser possível o registro que
lhe é requerido.
A figura da dú vida é referida em vá rias leis, dentre elas, artigo 1496 do Có digo Civil, artigo
32, pará grafo 6º, da Lei 4591/64, artigo 2º, pará grafo 1º da Lei 7669/76, artigo 103 da Lei
S/A, artigo 18 da Lei 9492/97, mas tem seu procedimento regulado pelos artigos 198 da
Lei de Registros Publicos.
Em regra quem deflagra a suscitaçã o de dú vida é o registrador, visto que conforme previsto
na Lei de Registros Publicos e defendido por doutrinadores como Walter Ceneviva e Joã o
Pedro Lamana Paiva, somente o registrador tem capacidade para interpor perante o juízo o
procedimento ora apresentado.
No entanto, discrepando deste posicionamento, a jurisprudência pá tria em decisõ es
recentes, tem afastado a obrigatoriedade da suscitaçã o de dú vida ser deflagrada
exclusivamente por Oficial de Registro de Imó veis, tendo aceitado a chamada dú vida
inversa, indireta ou à s avessas, hipó teses em que o interessado figura como suscitante e o
registrador como suscitado, devendo o ú ltimo apresentar impugnaçã o ao alegado pelo
interessado.
Inclusive no Estado de Sã o Paulo, tal desvirtuamento do procedimento é amplamente
acolhido, adotando-se a cautela de ouvir o registrador que terá de proceder ao
apontamento do título no livro do protocolo. Além deste estado, outros estados também
vêm optando pelo cabimento da dú vida inversa pela economia, celeridade processual e
efetividade da jurisdiçã o, vejamos alguns exemplos:
TJ-RS - Apelaçã o Cível AC 70058463498 RS (TJ-RS)
Data de publicaçã o: 26/05/2014
Ementa: APELAÇÃ O CÍVEL. REGISTRO DE IMÓ VEIS. DÚ VIDA INVERSA. SENTENÇA DE
EXTINÇÃ O. AUSÊ NCIA DE PREVISÃ O LEGAL. Hipó tese em a sentença extinguiu o processo,
com base no art. 267 , I , do Có digo de Processo Civil , por ausência de previsã o legal sobre a
possibilidade do particular ajuizar procedimento de dú vida inversa, relacionado à
impugnaçã o ao registro pú blico de contrato de promessa de compra e venda. No caso
concreto, em respeito aos princípios da economia e da celeridade processuais, reputa-se
cabível a suscitaçã o de dú vida inversa pela pró pria parte, em consonâ ncia com a
jurisprudência uníssona desta Corte. Apelo provido para desconstituir a sentença.
Unâ nime. (Apelaçã o Cível Nº 70058463498, Vigésima Câ mara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Dilso Domingos Pereira, Julgado em 14/05/2014)
TJ-ES - Apelaçã o Civel AC 24039003454 ES 024039003454 (TJ-ES)
Data de publicaçã o: 05/07/2007
Ementa: APELAÇAO CÍVEL. DIREITO CIVIL. REGISTRO IMOBILIÁ RIO. SUSCITAÇAO DE
DÚ VIDA INVERSA. POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA QUESTAO EM HOMENAGEM
AOS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA PROCESSUAL E EFETIVIDADE DA JURISDIÇAO. SENTENÇA
REFORMADA. APLICAÇAO DO PRINCÍPIO DA CAUSA MADURA, PREVISTO NO art. 515, 3.º ,
do CPC .JULGAMENTO DO MÉ RITO DA AÇAO. REQUERIMENTO DE REGISTRO DE
ESCRITURA PÚ BLICA DE COMPRA E VENDA. EDIFÍCIO DE APARTAMENTOS JÁ
CONSTRUÍDO. DESNECESSIDADE DE REGISTRO DA INCORPORAÇAO. EXIGÊ NCIA
DECLARADA INSUBSISTENTE. RECURSO PROVIDO. I.Muito embora, a princípio, devesse o
Apelante ter seguido o procedimento previsto no art. 198 da Lei de Registros Publicos , a
suscitaçã o da chamada dú vida inversa formulada e processada na Instâ ncia originá ria
atingiu a finalidade legal, merecendo, destarte, ter seu mérito apreciado, em homenagem
aos Princípios da Economia Processual e da Efetividade da Jurisdiçã o. Sentença reformada
para possibilitar o julgamento do mérito da questã o. Aplicaçã o do Princípio da Causa
Madura ínsito no art. 515 , 3.º , do CPC . II.A exigência do registro da incorporaçã o
pressupõ e obra em andamento, pois tal providência visa precipuamente resguardar os
interesses dos compromissá rios adquirentes das unidades autô nomas do empreendimento
imobiliá rio em construçã o, possibilitandolhes registrar o compromisso de compra e venda
e outras avenças como a daçã o em pagamento de unidades autô nomas, que geralmente
ocorre entre a construtora e o dono do terreno que o cedeu para construçã o. IV.Recurso
provido.
Sendo assim, considerando que a má quina judiciá ria já foi movida por diversas vezes pelo
mesmo objetivo, e que de qualquer forma o presente pedido chegaria a este juízo, requer
que a presente suscitaçã o de dú vida seja processada e julgada.
DA COMPETÊNCIA DESTE JUÍZO
O artigo 134 do CGJMG 260/2013 prevê que o procedimento de suscitaçã o de dú vida
concernente à legislaçã o de registros pú blicos é de competência do Juízo de Registros
Pú blicos devendo ser distribuído por sorteio entre as varas cíveis na falta de vara
especializada na comarca.
Sendo assim, este juízo é competente para dirimir a demanda.
BREVE SÍNTESE DOS FATOS
(Relatar fatos)
DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
A presente procedimento encontra-se previsto no artigo 198 da Lei 6.015/73 bem como
nos artigos 124 e seguintes do Provimento CGJMG 260/2013, conforme segue:
Art. 198. Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indicá -la-á por escrito. Nã o se
conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou nã o a podendo satisfazer, será o
título, a seu requerimento e com a declaraçã o de dú vida, remetido ao juízo competente
para dirimi-la (...).
Art. 125. Nã o se conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou nã o a podendo
satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaraçã o de dú vida, remetido ao juízo
competente para dirimi-la (...).
Sendo assim, será relatado abaixo que é impossível o suscitante cumprir com todas as
exigências formuladas.
DA IRRESIGNAÇÃO TOTAL
Sabe-se que se houver irresignaçã o com relaçã o a apenas um aspecto de nota de devoluçã o,
nã o caberá a dú vida registral. Nesse sentido, vejamos o que diz a ementa abaixo:
Registro de Imó veis – Dú vida julgada procedente. Certidã o para registro de adjudicaçã o de
imó vel – Impugnaçã o inicialmente voltada somente contra uma das exigências formuladas
para registro do título – Ausência de impugnaçã o em relaçã o a parte das outras exigências
efetuadas – Irresignaçã o parcial torna a dú vida prejudicada. Recurso nã o conhecido
(Apelaçã o Cível nº 1.118-6/8 – Sã o José dos Campos/SP, julgada em 30/06/2009,
publicada no DJE de 24/07/2009).
Todavia, no presente caso, a irresignaçã o é contra a totalidade da negativa emitida pelo
suscitado, impugnando-se, desde já , todos os tó picos exigidos. Todos os requerimentos ali
constantes, conforme será analisado abaixo, sã o impossíveis de serem cumpridas pela
suscitante e os demais herdeiros.
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS NA FORMULAÇÃO DO DOCUMENTO DE EXIGÊNCIAS
Excelência, o Doutor Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Marcelo
Rodrigues, através do documento disponível em
http://www.anoreg.org.br/images/arquivos/PROCEDIMENTO%20DE%20DVIDA%20-
%2013%2011%2013.pdf, evidenciou que o documento de exigência, ou seja, o ato
administrativo do titular da delegaçã o ou por seu funcioná rio que, nos termos da lei,
submeta-se à s ordens daquele, observada a forma solene – por escrito, assinada e datada
em documento oficial – por meio do qual informa a impossibilidade de acatar o título
prenotado e as causas respectivas, deve ser redigido através do juízo prudencial do
registrador, de seu descortino jurídico e bom senso, devendo ser formulado com
ADEQUAÇÃ O, RAZOABILIDADE e PROPROCIONALIDADE ao caso concreto.
Contudo, neste caso, o Cartó rio nã o utilizou-se desses princípios no momento do registro
do formal de partilha. Conforme já mencionado, o pró prio cartó rio possui legitimidade para
retificar as informaçõ es necessá rias. Os registros sã o de imó veis antigos, os quais os
herdeiros nã o possuem conhecimento avançado.
DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
a) Requer que seja deferido pedido de Assistência Judiciá ria nos termos dos artigos 98 e
seguintes do Có digo de Processo Civil e Leis nº. 5.584/70 e 1.060/50.
b) Requer o recebimento da presente suscitaçã o de dú vida, com a impugnaçã o de todas as
exigências constantes na negativa cartorá ria, solicitando a intimaçã o da parte suscitada
para que apresente impugnaçã o fundamentada no prazo de 15 (quinze dias).
c) Nos termos do artigo 129 do CGJMG260/13, requer a intimaçã o do Ministério Pú blico,
para que se manifeste no prazo de 10 dias.
d) Apó s, com a apresentaçã o ou nã o da impugnaçã o pelo suscitado, requer o julgamento do
presente pedido (artigo 125 do CGJMG260/13) no prazo de 15 (quinze) dias conforme
artigo 130 do CGJMG260/13, considerando que o documento de exigências apresentado
pelo suscitado é abusivo e desnecessá rio para o registro dos imó veis constantes no formal
de partilha. Devendo ainda, determinar ao suscitado que providencie o registro do referido
formal de partilha.
e) Requer que o executado seja condenado a pagar as custas judiciais, se caso houver.
Dá -se a causa o valor de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais) para efeitos fiscais.
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
(Local e data)