Coordenação de Produção
Francielli Schuelter
Coordenação de AVEA
Andreia Mara Fiala
Design Instrucional
Carine Biscaro
Cíntia Costa Macedo (supervisão)
Clarissa Venturieri
Danrley Maurício Vieira
Dirce de Rossi Garcia Rafaelli
Marielly Agatha Machado
Design Gráfico
Aline Lima Ramalho
Sofia Zluhan de Amorim
Sonia Trois (supervisão)
Victor Liborio Barbosa
Linguagem e Memória
Cleusa Iracema Pereira Raimundo (supervisão)
Graziele Nack
Victor Rocha Freire Silva
BY NC ND
Programação
Todo o conteúdo do Curso Uso da Informação em Gestão de
Jonas Batista Segurança Pública, da Secretaria Nacional de Segurança Pública
Marco Aurélio Ludwig Moraes (SENASP), Ministério da Justiça e Segurança Pública do Governo
Renan Pinho Assi Federal - 2020, está licenciado sob a Licença Pública Creative
Salésio Eduardo Assi (supervisão) Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0
Internacional.
Apresentação do Curso................................................................................................7
MÓDULO 1 – O SABER CIENTÍFICO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO
PÚBLICA...............................................................................................................8
Apresentação.................................................................................................................9
Objetivos do módulo.............................................................................................................................. 9
Estrutura do módulo.............................................................................................................................. 9
Aula 1 — O Saber Racional e Empírico......................................................................10
Contextualizando... ............................................................................................................................. 10
O conhecimento científico moderno.................................................................................................. 10
O Conhecimento científico e o empírico............................................................................................ 11
Aula 2 — Positivismo e Ciências Humanas................................................................16
Contextualizando................................................................................................................................. 16
O positivismo....................................................................................................................................... 16
As ciências humanas........................................................................................................................... 19
Aula 3 — A Estatística como Ferramenta para Gestão Pública..........................22
Contextualizando... ............................................................................................................................. 22
A estatística na gestão de segurança pública................................................................................... 22
Aula 4 — Gestão Pública Fundamentada na Perspectiva Científica....................27
Contextualizando................................................................................................................................. 27
A gestão pública na perspectiva científica........................................................................................ 27
Referências...................................................................................................................32
MÓDULO 2 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA............ 36
Apresentação...............................................................................................................37
Objetivos do módulo............................................................................................................................ 37
Estrutura do módulo............................................................................................................................ 37
Aula 1 — Histórico da Adoção de Sistemas de Informações Criminais no Brasil e no
Mundo...........................................................................................................................................................38
Contextualizando................................................................................................................................. 38
Evolução dos sistemas de informações criminais no mundo.......................................................... 38
Aula 2 — Décadas de Atraso na Construção de Sistemas de Informações
Criminais no Brasil......................................................................................................53
Contextualizando................................................................................................................................. 53
Fatores que dificultam a construção dos sistemas de informação criminal no Brasil................... 53
Busca pelo aprimoramento e uniformização de dados.................................................................... 55
Consequências causadas pelo atraso na construção de sistemas de informações criminais..... 56
Maneiras adequadas para medir fenômenos de criminalidade e violência.................................... 57
Aula 3 — Recentes Encaminhamentos Feitos pelo Brasil com Relação à
Sistematização de Informações Criminais...............................................................60
Contextualizando... ............................................................................................................................. 60
Série de ações que vêm sendo realizadas pelo SENASP.................................................................. 60
Articulação política do SINESP........................................................................................................... 63
Articulação metodológica................................................................................................................... 64
Articulação tecnológica....................................................................................................................... 67
Referências...................................................................................................................69
MÓDULO 3 – DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM
SEGURANÇA PÚBLICA..................................................................................... 73
Apresentação...............................................................................................................74
Objetivos do módulo............................................................................................................................ 74
Estrutura do módulo............................................................................................................................ 74
Aula 1 — Proposta das Organizações das Nações Unidas (ONU).........................75
Contextualizando................................................................................................................................. 75
Manual para o desenvolvimento de um sistema de estatísticas..................................................... 75
Aula 2 — Indicadores Sociais da Criminalidade...................................................82
Contextualizando................................................................................................................................. 82
Indicadores sociais.............................................................................................................................. 82
Aula 3 — Fontes de Informação de Segurança Pública e Justiça Criminal no
Brasil.................................................................................................................... 91
Contextualizando................................................................................................................................. 91
A pesquisa social e a incidência criminal.......................................................................................... 91
Aula 4 — Pesquisas de Vitimização............................................................................96
Contextualizando................................................................................................................................. 96
Pesquisa de vitimização no contexto da segurança pública............................................................ 96
Referências................................................................................................................ 103
MÓDULO 4 – SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA
PÚBLICA, PRISIONAIS, DE RASTREABILIDADE DE ARMAS E MUNIÇÕES, DE
MATERIAL GENÉTICO, DE DIGITAIS E DE DROGAS – SINESP ...................... 106
Apresentação............................................................................................................ 107
Objetivos do Módulo.......................................................................................................................... 107
Estrutura do Módulo.......................................................................................................................... 107
Aula 1 – Do Planejamento a Implantação do SINESP ....................................... 108
Contextualizando............................................................................................................................... 108
Criação do SINESP pela SENASP..................................................................................................... 108
Aula 2 – Finalidades do SINESP.............................................................................. 113
Contextualizando... ........................................................................................................................... 113
parametrização do Modelo Nacional de Coleta de Dados ............................................................. 113
Aula 3 – As Partes Interessadas: Stakeholders no SINESP.............................. 117
Contextualizando............................................................................................................................... 117
Stakeholders Mapeados na Formulação do SINESP....................................................................... 117
Aula 4 – Dados Primários para a Implantação do SINESP................................. 121
Contextualizando... ........................................................................................................................... 121
Estados que Decidiram Permanecer com seus Próprios Sistemas............................................... 121
Estados que Decidiram Usar o Sistema de Dados do SINESP....................................................... 122
Aula 5 – As Soluções Geradas pelo SINESP ........................................................ 124
Contextualizando... ........................................................................................................................... 124
Configuração dos Módulos e Sistemas do SINESP........................................................................ 124
Referências................................................................................................................ 137
MÓDULO 5 – TÉCNICAS BÁSICAS DE ANÁLISE DE DADOS........................... 139
Apresentação............................................................................................................ 140
Objetivos............................................................................................................................................. 140
Estrutura do módulo.......................................................................................................................... 140
Aula 1 – Cálculos para a Elaboração de Indicadores Sociais de Criminalidade......141
Contextualizando............................................................................................................................... 141
Indicadores Sociais de Criminalidade.............................................................................................. 141
Cálculos para a Elaboração de Indicadores Criminais.................................................................... 142
Aula 2 – Sugestões de Indicadores Sociais de Criminalidade............................ 145
Contextualizando............................................................................................................................... 145
Medidas de Tendência Central ......................................................................................................... 145
Média Aritmética................................................................................................................................ 146
Moda................................................................................................................................................... 148
Mediana.............................................................................................................................................. 150
Aula 3 – Construção de Tabelas e Gráficos......................................................... 153
Contextualizando............................................................................................................................... 153
Tabelas............................................................................................................................................... 153
Gráficos.............................................................................................................................................. 155
Aula 4 – Elaboração de Mapas............................................................................... 158
Contextualizando... ........................................................................................................................... 158
Elaboração de Mapas........................................................................................................................ 158
Mapa de Pontos................................................................................................................................. 159
Mapa Temático.................................................................................................................................. 160
Mapa de Kernel.................................................................................................................................. 161
Aula 5 – Elaboração de Relatórios....................................................................... 163
Contextualizando............................................................................................................................... 163
Relatório............................................................................................................................................. 163
Referências................................................................................................................ 168
Apresentação do Curso
Equipe do curso.
O SABER CIENTÍFICO
COMO FERRAMENTA
DE GESTÃO PÚBLICA
8 • Módulo 1 O Saber Científico como Ferramenta de Gestão Pública
Apresentação
OBJETIVOS DO MÓDULO
Conhecer a contribuição do conhecimento científico como
ferramenta de apoio à investigação de fenômenos sociais e à
gestão pública. Para isso, vamos estudar como o pensamento
científico moderno incorporou os preceitos científicos a fim de
desenvolver as soluções para gestão das ações de segurança
pública, além de identificar as características e a importância
da ciência como instrumento para investigação.
ESTRUTURA DO MÓDULO
• Aula 1 – O Saber Racional e Empírico.
• Aula 2 – Positivismo e Ciências Humanas.
• Aula 3 – A Estatística como Ferramenta para Gestão Pública.
• Aula 4 – Gestão Pública Fundamentada na Perspectiva
Científica.
CONTEXTUALIZANDO...
Na nossa primeira aula do curso Uso da Informação em
Gestão de Segurança Pública, vamos refletir sobre a relação
do ser humano com a construção do conhecimento. Essa
relação percorre diferentes caminhos, desde as observações
da realidade e suas experiências até a consolidação de uma
forma de conhecer a realidade fundamentada racionalmente
por meio do método científico.
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O
EMPÍRICO
O conhecimento racional é exato e infalível, como a matemática,
por exemplo. Contudo, este saber não pode ser testado ou
experimentado no mundo físico, somente demonstrado. Para
Popper (1973), esse aspecto é fundamental para a distinção
entre o conhecimento filosófico e o científico.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1806-58212006000200014
1 CONHECIMENTO EMPÍRICO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO 2
Relacionado à lógica e ao pensamento crítico, baseado
em fatos analisados cientificamente, de modo que sua
veracidade ou falsidade podem ser comprovadas. Como
exemplo: a descoberta de outros planetas, por meio da
observação com telescópios superdesenvolvidos.
Palavra do Especialista
Karl Popper (1902-1994) foi o criador do método hipotético-
dedutivo. Para ele o conhecimento científico não possui o valor
de verdade, mas de probabilidade. Em sua obra Conjecturas
e refutações, defende a existência de diferentes graus de
proximidade da verdade, ou seja, embora uma hipótese
científica possa ser refutada, parte de seu conteúdo pode ser
verdadeiro. A essa proximidade da verdade, ele chamou de
verossimilhança (POPPER, 1991).
CONTEXTUALIZANDO...
Como vimos ao longo da história, o método científico passa a
influenciar fortemente a construção do conhecimento científico.
Assim, nasce a corrente positivista, que busca explicações
sobre as leis do mundo social passando a investigar o homem
na sociedade em que está inserido. Surgem então as ciências
humanas, que influenciam o desenvolvimento da ciência
conhecida como sociologia, que tem como prioridade a
explicação da realidade em que o homem vive.
O POSITIVISMO
No século XVIII, surgiram as ciências humanas, com o objetivo
de trazer para as investigações sobre a condição do homem
em sociedade – até então objeto restrito às especulações
filosóficas – os mesmos preceitos e modelos aplicados nas
ciências da natureza. As ciências humanas referem-se àquelas
que têm o próprio ser humano como objeto de estudo.
Figura 5: Augusto
Comte, o pai
da sociologia.
Fonte: Wikimedia
Commons (2019).
http://www.ldaceliaoliveira.seed.pr.gov.br/redeescola/
escolas/18/1380/184/arquivos/File/materiais/2014/sociologia/
Colecao_Os_Pensadores_Auguste_Comte.pdf
Validade:
o resultado da
experimentação Objetividade:
é rigorosamente atitude intelectual
controlado por meio que considera
de mensurações a realidade do
precisas. objeto e a posição
imparcial do
pesquisador.
Leis e previsão:
as leis são
estabelecidas pelo
domínio físico, inscritas
na natureza, à qual os
No inatismo, o seres humanos são
conhecimento de submetidos.
um indivíduo nasce
Empirismo:
conhecimento adquirido
com ele. Um dos
pela experiência e pelos
primeiros filósofos sentidos, validado
a defender a ideia por meio do método Experimentação:
de conhecimento científico. a precisão da
inato foi Platão, hipótese levantada
que afirmava que é demonstrada por
a alma precede testes.
o corpo, ou
seja, todo o ser
humano já detém
o conhecimento Figura 6: Características do modelo positivista.
armazenado em Fonte: labSEAD-UFSC (2019).
sua alma das
encarnações
passadas. Considerando as características do modelo positivista, o
conhecimento resultante de ideias inatas – como as crenças
e valores morais – é, pelo ponto da validade científica,
desqualificado, pois para o empirismo todo o conhecimento é
capturado pelos sentidos e a partir da experiência.
Figura 7: Coleta
de informações
da cena do crime.
Fonte: Shutterstock
(2019).
AS CIÊNCIAS HUMANAS
O desenvolvimento das ciências humanas renovou todos os
campos do conhecimento humano, desafiando o indivíduo
a encontrar respostas para as grandes interrogações sobre
a humanidade, sua identidade e as condições sociais e
culturais de cada época.
Evolução da Humanidade
CONTEXTUALIZANDO...
Atualmente a utilização da estatística no planejamento
das atividades dos profissionais de segurança pública se
coloca como um dos principais instrumentos para busca de
resultados satisfatórios no controle social e democrático do
crime e da violência. Dessa forma, abordaremos nesta aula o
estudo da estatística e a sua aplicação como instrumento para
a gestão da segurança pública.
A ESTATÍSTICA NA GESTÃO DE
SEGURANÇA PÚBLICA
Antes de iniciarmos nosso estudo, vamos refletir sobre algumas
questões sobre criminalidade e estatística, tais como:
“
pesquisas sobre os mais diferenciados assuntos.
Na Prática
Vamos lembrar do caso da chacina das Cajazeiras, ocorrida em
janeiro de 2018, na cidade de Fortaleza, no Ceará, em que homens
Palavra do Especialista
Segundo o autor da tese Contando crimes e criminosos em São
Paulo: uma sociologia das estatísticas produzidas e utilizadas
entre 1871 e 2000, os dados estatísticos em si são atribuídos às
coisas, mas evocam a prerrogativa para coisificar as não coisas,
ou seja, conceitos como crime, criminalidade, criminosos e
violência não são reduzíveis a objetos concretos no tempo e no
espaço, mas traduzem situações e comportamentos sociais que
se sobressaem aos olhares e saberes. (LIMA, 2005).
Inglaterra
França
“
análise criminal em São Paulo. Ele defende que:
CONTEXTUALIZANDO...
A visão científica da realidade passa a fundamentar a gestão
pública, a qual incorpora uma série de características do
saber científico que envolve o processo de consolidação de
informações e dados para aferição de uma dada realidade.
Por isso, metodologias que possuem comprovação científica
Palavra derivada
de “método”, do de efetividade e que superam “achismos” passam a
latim “methodus”, fundamentar as ações da gestão pública.
cujo significado é
“caminho ou a via
para a realização de
algo”. Metodologia é A GESTÃO PÚBLICA NA PERSPECTIVA
o campo em que se CIENTÍFICA
estuda os melhores A visão científica da realidade visa fundamentar a gestão
métodos praticados
pública, a qual incorpora uma série de características do
em determinada área
para a produção do saber científico. O conhecimento científico tem como
conhecimento. característica a busca pela rigorosidade e, para isso, faz o
uso de uma metodologia específica.
Figura 11:
Estatística aplicada O fato de
na melhoria
da gestão da
buscar
segurança pública. controlar ao
Fonte: labSEAD- máximo os A busca pelo
UFSC (2019). preconceitos A fundamentação estabelecimento
que deturpam do conhecimento de previsões.
A necessidade a visão da em experiências
de adquirir os empíricas
conhecimentos realidade.
rigorosamente
por meio da determinadas
experiência em termos
sensível. metodológicos.
Saiba mais
Conheça as pesquisas realizadas pela Rand Coporation na área
2. Capacitação 3. Programas
1. Visitas a
de pais nas escolas 4. Supervisão de
famílias em
cujos filhos de incentivo delinquentes fora
situação de
apresentam à entrada na da prisão.
risco.
problemas. universidade.
Palavra do Especialista
A teoria científica será sempre conjectural e provisória. Não
é possível confirmar a veracidade de uma teoria pela simples
constatação de que os resultados de uma previsão efetuada
com base naquela teoria se verificaram. Essa teoria deverá
gozar apenas do estatuto de uma teoria não (ou ainda não)
contrariada pelos fatos. A isto Popper (1973) deu o nome de
“princípio da falseabilidade”.
Por essa razão, a gestão pública tem que submeter suas ações
a testes contínuos, pois a constante mudança da realidade
vivida pode trazer surpresas em relação aos resultados
previstos para as ações executadas.
SISTEMA DE
INFORMAÇÃO EM
SEGURANÇA PÚBLICA
36 • Módulo 2 Sistema de Informação em Segurança Pública
Apresentação
OBJETIVOS DO MÓDULO
Desenvolver uma visão sobre a evolução dos sistemas de
informações criminais no Brasil e no mundo, bem como
conhecer as décadas de atraso pelas quais o Brasil passou e
ainda passa com relação à construção de sistemas criminais
e, por fim, compreender quais foram os encaminhamentos
dados recentemente com relação aos sistemas de
informações criminais no país.
ESTRUTURA DO MÓDULO
• Aula 1 – Histórico da Adoção de Sistemas de Informações
Criminais no Brasil e no Mundo.
• Aula 2 – Décadas de Atraso na Construção de Sistemas de
Informações Criminais no Brasil.
• Aula 3 – Recentes Encaminhamentos Feitos no Brasil com
Relação à Sistematização de Informações Criminais.
CONTEXTUALIZANDO...
Você sabia que diversos países dão muito valor às informações e
estatísticas criminais e que essas áreas são reconhecidas tanto
como usuárias quanto como produtoras de informações? E, o
mais importante, que têm o devido reconhecimento político por
parte das autoridades com relação à importância da utilização dos
dados gerados nesses setores de conhecimento? Pois é o que
veremos agora nesta aula sobre o histórico de adoção de sistemas
de informações criminais no Brasil e no mundo. Acompanhe!
FRANÇA
PORTUGAL
Grupos sociais,
ou seja, conjunto Também cabe destacar que, de acordo com a representação
de pessoas que na figura anterior, em 1859, depois de um intenso debate sobre
desempenham a a validade, celeridade e confiabilidade dos dados coletados
mesma função
(iniciado no ano anterior), criou-se uma repartição de
social ou que
possuem a estatística ligada ao MNEJ, que reuniria dados sobre crimes,
capacidade de prisões e movimento forense.
influenciar um
determinado setor.
Segundo Lima (2005), as estatísticas previstas sobre
movimento forense, crimes e criminosos, eram agregadas
em seis grupos: crimes contra a religião e abuso de funções
religiosas; crimes contra a segurança do Estado; crimes contra
a ordem e a tranquilidade públicas; crimes contra as pessoas;
crimes contra a propriedade; e provocação pública ao crime.
Além disso, também havia interesse na observação das causas,
meios e formas de execução dos crimes contra a vida.
ALEMANHA
ESTADOS UNIDOS
Pauperismo e crime
significa o quanto Já em 1926, os dados do Bureau da Infância referentes a
e como a pobreza estatísticas sobre casos judiciais envolvendo jovens passam
influencia na a compor um esforço federal de mensuração criminal,
prática de crimes.
capitaneado pelo Bureau do Censo e agências estaduais.
Em 1930, o FBI começou a computar os Registros Unificados
de Criminalidade (UCR). Esses registros foram desenhados em
1920 pela Associação Internacional de Chefes de Polícia, a fim
de homogeneizar (uniformizar/padronizar) os dados coletados.
Os UCR são produzidos pelas agências locais de segurança
pública e compilados (reunidos/organizados) pelo FBI.
BRASIL
Figura 7:
Informatização
de envio de
informações das
polícias civis.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
CONTEXTUALIZANDO...
Segundo informações retiradas da matéria “O buraco negro
da informação em segurança pública no Brasil” (2018), de
Renato Sérgio de Lima e Samira Bueno (diretores do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública), mesmo após 30 anos, desde
a redemocratização, o Brasil ainda não possui um padrão
nacional único de classificação de homicídios, prejudicando
muito as comparações entre os estados e entre Brasil e
outros países. Essa situação é recorrente pela ausência de
um sistema nacional de estatística criminal e pela falta de
articulação dessas informações.
Coleta
Figura 10:
Organizações de
dados na segurança Análise de
pública. informações
Fonte: labSEAD-
UFSC (2019).
Sistematização
CONSEQUÊNCIAS
do atraso na construção de sistemas de informações criminais no Brasil
Figura 11:
Consequências
do atraso na Prejuízo no
construção de Aumento da planejamento e
Naturalização
sistemas de sensação de avaliação dos
informações dos fenômenos
insegurança pelas impactos de ações
criminais no Brasil. da violência e
populações nos e projetos dos
Fonte: labSEAD- criminalidade
centros urbanos setores públicos
UFSC (2019).
MODOS ADEQUADOS
Observar a incidência em diferentes grupos sociais
de medir fenômenos
de criminalidade e
violência Traçar o perfil dos agressores e das vítimas
CONTEXTUALIZANDO...
Ainda hoje é dificultoso consolidar uma série de informações
estatísticas referentes à criminalidade, devido a uma série
de fatores (já destacados anteriormente na figura 9), tais
como: a falta de departamentos de estatística e coleta de
dados; a escassez de tecnologia adequada e de profissionais
devidamente capacitados; poucas secretarias de segurança
pública pelo país, com estrutura, tecnologia e servidores
capacitados para coleta e processamento de informações
estatísticas, entre outros.
alimentação
manual
Limitações do
sistema não SINESP JC
informatizado sem análise
informatizada
Business
Intelligence (BI), Durante o ano de 2004, a Rede INFOSEG começou a operar, de
ou inteligência modo incipiente, formalizando-se a partir do Decreto n.º 6.138,
de negócios, de junho de 2007, o qual propunha, em seu Art. 3º, disponibilizar
diz respeito ao
informações nacionais de estatística e cadastro de informações
processo de coleta,
organização, criminais, entre outras informações importantes para o uso
análise, operacional das polícias de um modo geral.
compartilhamento
e monitoramento
A Rede INFOSEG atendeu satisfatoriamente o objetivo de
de informações, de
diversos sistemas subsidiar operacionalmente os agentes de segurança pública,
de informação, mas não foi capaz de gerar relatórios de gestão, como
que visa auxiliar também propunha o decreto.
as instituições a
tomarem decisões
mais assertivas, Buscando corrigir problemas anteriormente identificados
mediante com relação aos sistemas existentes, acesso aos dados e
cruzamento informações de segurança pública, em 4 de julho de 2012,
desses dados e
foi promulgada a Lei n.º 12.681, que institui o Sistema
informações.
Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais
e sobre Drogas (SINESP), com a finalidade de armazenar,
tratar e integrar dados e informações para auxiliar na
formulação, implementação, execução, acompanhamento
e avaliação das políticas relacionadas à segurança pública
(sistema prisional e execução penal) e enfrentamento do
tráfico de crack e outras drogas ilícitas.
Articulação
política
ARTICULAÇÃO METODOLÓGICA
Segundo Lima e Bueno (2018), do ponto de vista nacional, as
divergências metodológicas de coleta, tratamento e análise
de dados tornam inviável a mensuração de indicadores
comparáveis entre estados e a elaboração de um diagnóstico
nacional da criminalidade, inclusive nos crimes intencionais
que têm como resultado a morte.
O tema é preocupante também em termos internacionais,
o que constantemente faz com que o Brasil tenha
dificuldades em responder certos questionamentos sobre a
comparabilidade de dados.
“
de dezembro de 2018 a Portaria Ministerial n.º 229, baseada
em parte no ICCS-UNODC, que teve por objetivo:
Na Prática
Tomemos, como exemplo, uma unidade policial que necessite
reportar seu volume anual de ocorrências policiais de homicídio
Figura 15 : Cena de
um crime.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
SINESP PPe
SINESP Big Data Procedimentos
Análise de grandes massas de Policiais Eletrônicos SINESP CAD
dados, incluindo informações Central de Atendimento
não estruturadas e Despacho
DESENVOLVIMENTO
DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO EM
SEGURANÇA PÚBLICA
73 • Módulo 3 Desenvolvimentos de Sistemas de Informação em Segurança Pública
Apresentação
OBJETIVOS DO MÓDULO
Conhecer a proposta da ONU, segundo o Manual para
Desenvolvimento de Sistemas de Estatística de Justiça
Criminal. Também buscaremos identificar os indicadores
sociais de criminalidade e reconhecer sua importância para
a sistematização de políticas de segurança pública, além
de enumerar e entender a funcionalidade das fontes de
informação de segurança pública.
ESTRUTURA DO MÓDULO
Neste módulo serão abordados os seguintes temas durante
nossas aulas:
• Aula 1 – Proposta das Organizações das Nações Unidas (ONU).
• Aula 2 – Indicadores sociais de criminalidade.
• Aula 3 – Fontes de informação de segurança pública e
justiça criminal no Brasil.
• Aula 4 – Pesquisas de vitimização.
CONTEXTUALIZANDO
O Manual para o desenvolvimento de um sistema de estatísticas
em justiça criminal da ONU editado em 2003 serviu como fonte
para nortear a equipe técnica da Secretaria de Segurança
Pública na construção do Sistema Nacional de Estatísticas de
Segurança Pública (SINESP). Importante relembrar que um dos
principais pontos discutidos neste manual foi a importância
de se definir de forma clara os propósitos para estabelecer as
informações que precisam ser coletadas e sistematizadas.
Saiba mais
Conheça na íntegra o Manual para o desenvolvimento de um
sistema de estatísticas em justiça criminal da ONU: https://
unstats.un.org/unsd/publication/SeriesF/SeriesF_89E.pdf
Contexto
Como as estatísticas não representam um fim em si, também
não são muito úteis se utilizadas de maneira não relacionada,
elas são mais úteis quando estão contextualizadas.
Na Prática
Pense que, durante um determinado mês, morreram 5.000
Informações Oportunas
Estatísticas permitem tomadas de decisão melhor embasadas,
desde que sejam produzidas em momento adequado.
Planejamento e Gerenciamento
Produzir informações úteis é um processo dispendioso e
complexo, tanto em termos financeiros quanto de recursos
humanos. Se não for adequadamente gerido, tende a tornar-se
apenas um sumidouro de recursos.
• Comprometimento • Aperfeiçoamento
das partes dos programas
interessadas
Figura 1: Diretrizes • Recursos técnicos • Objetividade das
ONU para um e analíticos políticas e ações do
sistema de Estado
estatística criminal. • Sistema integrado
Fonte: Shutterstock • Clareza entre
(2019), adaptado • Serviços de segurança conteúdo e escopo
por labSEAD-UFSC
(2019).
CONTEXTUALIZANDO...
Atualmente, no Brasil, no campo da formulação de políticas
públicas voltadas à prevenção da criminalidade, observa-se
que o acesso aos indicadores sociais é deficitário, apesar
do esforço de diversas instituições em disponibilizar novos
conteúdos e informações a partir de seus cadastros.
INDICADORES SOCIAIS
O estudo dos indicadores é fundamental para análises sociais e
na implementação de políticas públicas na sociedade. As buscas
de informações confiáveis contribuem para o planejamento
público das atividades, auxiliando ainda na formulação de
políticas sociais nas diferentes esferas de governo.
“
Januzzi, os indicadores podem ser definidos como:
FINALIDADES
RELEVÂNCIA
• A primeira qualidade que devemos priorizar em um
sistema de avaliação e formulação de políticas públicas
é a relevância dos indicadores escolhidos para a agenda
político-social.
• Exemplo: Para avaliar a incidência criminal no país é
relevante o acompanhamento sistemático das taxas de
homicídio e de delitos, como assalto e furto nas UFs.
VALIDADE
• A validade das informações coletadas é necessária para
dispormos de medidas que se aproximem ao máximo da
realidade que se pretende diagnosticar.
• Exemplo: Para acompanhar os níveis de violência, é
mais válido coletar informações sobre taxas de homicídio
que saber qual o número de policiais por habitante.
COBERTURA TERRITORIAL
E POPULACIONAL
• Os indicadores de boa cobertura territorial e
populacional precisam ser representativos em relação à
realidade empírica em análise.
• Exemplo: Pesquisas que têm por finalidade o
levantamento das informações sobre os recursos
materiais disponíveis, os dados acerca do efetivo e sua
valorização, informações de âmbito administrativo e de
rotina das organizações que visam obter um diagnóstico
Figura 4: território-populacional mais amplo são realizadas pela
Propriedades Secretaria Nacional de Segurança Pública, as pesquisas
das informações
criminais e anuais dos perfis organizacionais de diferentes agências
administrativas.
de segurança pública do país, entre elas estão as Polícias
Fonte: labSEAD-
UFSC (2019). Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
Saiba mais
Se você quiser aprofundar o tema sobre as estatísticas
criminais no Brasil, acesse o Banco de Dados do Sinesp,
que mantém em suas bases as informações nacionais de
CONTEXTUALIZANDO
A busca de fontes de informações confiáveis torna-se
relevante para a efetiva compreensão dos fenômenos sociais
relacionados aos índices da criminalidade.
Por conta disso, durante nossa aula, vamos abordar a
perspectiva da pesquisa social, considerando as informações
socioeconômicas como meios para complementar as bases
de dados oficiais, com o intuito de não comprometer a
consistência dos bancos de dados do sistema de segurança
pública e da justiça criminal no Brasil.
Saiba mais
O criminólogo atua de forma a ajudar tanto no descobrimento de
uma ação criminosa como também a prevenir que ela aconteça.
Além de elaborar teorias e hipóteses sobre o aumento de um
determinado delito, é responsável por encaminhar esse tipo de
informação a quem elabora a política criminal. Para conhecer
a complexa tarefa dessa função, leia o artigo “Criminólogo: sua
importância e área de atuação”, disponível em:
https://maxsonluiz.jusbrasil.com.br/artigos/600951822/
criminologo-sua-importancia-e-area-de-atuacao.
Métodos
Fenômeno Social Científicos
Pesquisa
Palavra do Especialista
Os estudos do sociólogo Túlio Kahn (2005) apontam que a
atuação da administração municipal, ao adotar mecanismos
de gestão da segurança pública, por meio do Plano Municipal
de Segurança, Conselho Municipal de Segurança, Fundo
Municipal de Segurança, Secretaria Municipal de Segurança
Pública e Guarda Municipal contribuem para potencializar e
diminuir os índices de criminalidade.
“
expectativa social de solução dos problemas. Segundo o autor:
FONTE DE INFORMAÇÕES DE
SEGURANÇA PÚBLICA
Os dados frequentemente trabalhados em sistemas de justiça
criminal referem-se ao uso de dados policiais (ou ainda do
Ministério Público e da Justiça ou do sistema prisional) para
fins de administração dos procedimentos de rotina.
BASES DE DADOS
CONTEXTUALIZANDO
Pensar na vitimização no contexto da segurança pública requer
trazer à nossa discussão especialmente os dados reais sobre
a criminalidade. Esses são usualmente coletados por meio de
amostragem de populações que foram ou não vítimas de violência.
PESQUISA DE VITIMIZAÇÃO NO
CONTEXTO DA SEGURANÇA PÚBLICA
A pesquisa de vitimização consiste em uma série de perguntas
feitas a pessoas escolhidas em sorteio para representarem
a população, sobre terem ou não sido vítimas de algum tipo
de crime. Esse tipo de pesquisa visa ajudar o planejamento
em segurança pública, fornecendo dados reais sobre a
criminalidade e a violência, principalmente aqueles não
captados pelos registros policiais.
Figura 7: Policial
em uma entrevista
com uma vítima.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
Saiba mais
Saiba mais
Em 2018, o Instituto de Ensino e Pesquisa incorporou novos
tipos de ocorrências, como questões sobre assédio sexual, o
uso de novas tecnologias e agressões online, além de alguns
tipos de estelionato relacionados a aplicativos de smartphones
ou crimes disparados por aplicativos e redes sociais.
Para conhecer detalhadamente as estatísticas criminais,
acesse o Relatório da Pesquisa de Vitimização em São Paulo
– 2018, no link a seguir: https://www.insper.edu.br/wp-content/
uploads/2018/11/Relatorio-Pesquisa-Vitimizacao-SP-2018.pdf
Saiba mais
Os homicídios constituem um problema amplo e grave no
Brasil. Vários determinantes estão supostamente associados ao
Seguradoras
No caso de roubos e furtos de carros, os dados das
seguradoras são importantes para comprovar estatísticas.
Figura 9: Registros
do Instituto Médico
Legal. Fonte:
Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
Na Prática
Uma pessoa sofre uma agressão muito violenta, de modo que,
no registro inicial na delegacia de polícia, foi caraterizada como
tentativa de homicídio. Porém, após um mês, essa pessoa morre
Além das fontes que você estudou até aqui, merecem ser
lembradas, entre outras, as fontes mais óbvias, como as
destacadas a seguir.
3
Figura 10: Fontes
alternativas de Autoridades fiscais e alfandegárias.
informações para
análise estatística
de crimes. Fonte:
labSEAD-UFSC 4 Departamentos de segurança de instituições
privadas etc.
(2019).
OBJETIVOS DO MÓDULO
Conhecer o processo de construção do SINESP e seus
principais módulos/sistemas de coleta, análise e integração
de dados, bem como quem são as partes interessadas no
sistema (stakeholders) e as soluções disponibilizadas pelo
sistema atualmente.
ESTRUTURA DO MÓDULO
Neste quarto módulo você terá acesso às seguintes aulas:
CONTEXTUALIZANDO...
Desde a sua criação, um dos principais objetivos da SENASP foi
gerir informações de segurança pública, visando à implementação
de ações e políticas públicas mais qualificadas na área.
Figura 1:
Implantação do
SENASP
SINESP (sistema)
pela SENASP
(instituição).
Fonte: Ministério
da Justiça e
Segurança Pública
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019)
CONTEXTUALIZANDO...
O SINESP foi planejado inicialmente com objetivo de gerar
alta confiabilidade nas informações por ele fornecidas.
Assim, para alcançar o resultado desejado, ficou claro que
desenvolver apenas um novo sistema informatizado não seria
suficiente. Era necessário ir mais além!
PARAMETRIZAÇÃO DO MODELO
NACIONAL DE COLETA DE DADOS
A parametrização, ou seja, os parâmetros mínimos a serem
preenchidos na coleta de dados, foi pensada inicialmente pela
SENASP em parceria com representantes de todos os estados
brasileiros, em uma reunião ocorrida em maio de 2012 no
Distrito Federal, em Brasília. Nessa reunião, os representantes
dos estados e do Distrito Federal definiram um modelo
nacional do Boletim de Ocorrência (BO), que apresentava
alguns campos e conteúdos mínimos padronizados a serem
preenchidos no documento.
CONTEXTUALIZANDO...
De acordo com o Dicionário Financeiro (2019), stakeholders
é um termo em inglês comumente utilizado para fazer
referência a todos os envolvidos ou interessados em um tipo
de processo, projetos ou resultado de uma empresa. Um dos
criadores do termo foi o filósofo Robert Edward Freeman.
Ele definia a palavra stakeholder como: grupos que poderiam
afetar ou serem afetados pelos objetivos da organização.
STAKEHOLDERS MAPEADOS NA
FORMULAÇÃO DO SINESP
Na formulação do SINESP, foram mapeados como stakeholders
tanto quem produz/gera/coleta ou fornece a informação na
área de segurança pública, como exemplo a própria SENASP,
ministérios, secretarias, ouvidorias, corregedorias, quanto os
usuários que consomem essas informações, como cidadãos,
policiais, formuladores de políticas públicas, mídias, entre outros.
CONTEXTUALIZANDO...
O SINESP foi desenhado considerando os interesses
políticos, o desenvolvimento tecnológico e os hábitos dos
seus usuários, levando em consideração realidades muito
diferentes de um estado para outro.
Fonte: Shutterstock
(2019), Ministério de dados integrada
da Justiça e às bases estaduais
Segurança Pública
(2019), adaptado e federais por um
por labSEAD-UFSC serviço de webservice
(2019)
(serviço na web).
CONTEXTUALIZANDO...
Constatamos até o momento que o SINESP foi desenhado
considerando as diferentes realidades de cada estado,
possibilitando que cada um optasse por permanecer utilizando
seus sistemas desenvolvidos ou aderir ao sistema nacional.
Figura 8: Módulos/
ferramentas do
SINESP.
Fonte: Ministério
da Justiça e
Segurança Pública
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019)
SINESP Integração
O SINESP Integração é a solução do SINESP responsável por
garantir uma base nacional de informações de segurança
pública. Além disso, ele prioriza a integração de sistemas
e bancos de dados distintos, produzidos por órgãos
diretamente e indiretamente ligados à segurança pública,
como sistemas prisionais, Receita Federal, DENATRAN,
SINARM-DPF, entre outros.
Figura 9: SINESP
Integração, a
base nacional de
informações de
segurança pública.
Fonte: Shutterstock
(2019), Ministério
da Justiça e
Segurança Pública
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019)
SINESP CAD
O SINESP CAD – Central de Atendimento e Despacho é a
solução de suporte a serviços públicos emergenciais que
permite a integração do atendimento de todas as forças
de segurança pública de emergência e de outros órgãos
emergenciais, como: Polícias Militares, Polícia Civis, Corpos
de Bombeiros, SAMU, PRF, Guardas Municipais etc., ou seja,
fornece uma solução de Tecnologia da Informação que
permite o atendimento a ocorrências solicitadas a partir da
ligação para um único número tridígito emergencial (190-PM,
192-SAMU, 193-BM, 191-PRF, dentre outros).
SINESP Análise
Todas as informações produzidas e coletadas pelo SINESP
são encaminhadas ao SINESP Integração. Esse aglomerado de
informações é analisado por uma solução de suporte à gestão:
o SINESP Análise.
“
(BI). As soluções de BI:
SINESP Infoseg
Solução de pesquisa de uso restrito aos profissionais de
segurança pública, justiça, fiscalização e órgãos de controle,
que permite buscas inteligentes em soluções integradas de
dados e informações referentes a indivíduos, veículos, armas
e outras informações essenciais às ações policiais e nos
processos investigativos e de inteligência. Permite o uso de
descritores combinados, assemelhando-se aos melhores
cases de pesquisas do mercado.
SINESP Cidadão
O SINESP Cidadão é um aplicativo para smartphones que
permite ao cidadão consultar informações de veículos
roubados/furtados/clonados, mandados de prisão e
pessoas desaparecidas.
Rede SINESP
O Rede SINESP é uma solução institucional de comunicação
e interação entre profissionais de segurança pública e demais
usuários do SINESP.
SINESP InfoGGI
Os Gabinetes de Gestão Integrada (GGI) foram concebidos
com o objetivo de serem espaços de interlocução permanente
entre as instituições do sistema de justiça criminal e os órgãos
de segurança pública, para debater e propor ações de redução
à violência e à criminalidade. Existem Gabinetes de Gestão
Integrada estaduais, municipais, distrital, de fronteira e regionais.
TÉCNICAS BÁSICAS
DE ANÁLISE DE
DADOS
139 • Módulo 5 Técnicas Básicas de Análise de Dados
Apresentação
OBJETIVOS
Conhecer as principais técnicas de análise estatística usadas
para elaboração de indicadores sociais de criminalidade e
a representação visual do fenômeno social, visando, assim,
subsidiar o planejamento operacional do agente público em
suas atividades.
ESTRUTURA DO MÓDULO
Este módulo abrange as seguintes aulas:
CONTEXTUALIZANDO...
Os indicadores sociais de criminalidade são instrumentos que
permitem o monitoramento da realidade social de determinada
população, bem como auxiliam na compreensão sobre o
comportamento social e os fatores que desencadeiam ou
intensificam ações violentas ou criminosas.
Figura 1:
Indicadores sociais
de criminalidade.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
Figura 2:
Indicadores sociais
de criminalidade.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
HOMICÍDIO DOLOSO
REGIÕES
2017 2018
CÁLCULOS DE INDICADORES
1 - Porcentagem
Exemplo:
Porcentagem de homicídios na Região Nordeste
em relação ao total de homicídios no país em 2018:
Homicídios no
Nordeste em 2018 21020
X 100 = 42,7%
Total de Homicídios
no Brasil em 2018 49148
Total de Homicídios
[( 49148
)]
no Brasil em 2018
-1 100 = - 12,6%
Total de Homicídios 56235
no Brasil em 2017
3 - Taxas
Exemplo:
Taxa bruta de homicídios em 2018:
Figura 3: Cálculos
Total de Homicídios
para análise de
no Brasil em 2018 49148
indicadores. Fonte: X 100.000 = 23,6
Número de
labSEAD-UFSC
(2019). habitantes em 2018
208.494.900 por 100
mil/hab
Na Prática
Considerando os cálculos elementares, analise as informações
CONTEXTUALIZANDO...
A informação gerada a partir das ocorrências é uma
fotografia de um processo contínuo, que possibilita, assim,
o acompanhamento da tendência da criminalidade, que visa
subsidiar o planejamento operacional do agente público em
suas atividades.
MÉDIA ARITMÉTICA
A média aritmética, também conhecida como ponto de
equilíbrio ou centro de gravidade, é entendida como o ponto
central de cada conjunto de dados.
5 armas
por oficial
Figura 4: Exemplo
de média aritmética.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
Natureza Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Número de
armas de fogo 1.155 1.191 1.191 1.164 1.238 991 1.122 1.073 1.056 983 1.011 963 13.138
apreendidas
13138
Média = = 1094,8
12
MODA
Entende-se por moda o valor que ocorre com maior repetição em
um conjunto de dados, conforme visualizado na figura a seguir.
Figura 5: Conjunto
de dados de
registros digitais.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado por
labSEAD (2019).
Tudo certo até aqui? Então vamos ver do que se trata a última
medida de tendência central: a mediana.
MEDIANA
É o elemento central em um conjunto de dados ordenado. Por
isso, pela mediana o conjunto de dados é dividido em duas
partes iguais, sendo metade dos valores abaixo da mediana, e
a outra metade, acima.
3
Antes de calcularmos a mediana de um conjunto com
um número par de itens, é necessário encontrar primeiro
as duas posições centrais (P1 e P2) do conjunto. Para
isso, apresentamos as fórmulas P1=n/2 e P2=n/2+1.
Substituindo n pelo número de elementos do conjunto,
temos:
8
P1 = = 4 (posição 1)
2
8
P2 = + 1 = 5 (posição 2)
2
O número que se encontra na 4ª posição é o número 6.
O número que se encontra na 5ª posição é o número 7.
CONTEXTUALIZANDO...
Durante o processo da análise criminal, as informações
analisadas visam estabelecer os padrões do crime. Nessa
etapa, ocorre o desdobramento das informações – em que os
dados obtidos são transformados em informações, por meio
do mapeamento, para identificar as áreas mais vulneráveis – e
também a elaboração de tabelas com informações comparativas,
horários de maior incidência, entre outros registros.
TABELAS
A tabela tem como objetivo a apresentação numérica dos
dados. Consiste em dispor os dados em linhas e colunas
distribuídos de modo ordenado. As tabelas têm a vantagem
de conseguir expor, sistematicamente, em um só local, os
resultados sobre determinado assunto, de modo a se obter
uma visão global mais rápida daquilo que se pretende analisar.
HOMICÍDIO DOLOSO
REGIÕES
2017 2018
Natureza Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Homicídio
281 296 301 284 258 242 269 242 266 242 284 329 3.294
doloso
Homicídio
254 278 291 315 342 316 379 295 307 286 262 321 3.646
culposo
Tentativa de
335 326 341 340 317 292 271 285 291 338 309 368 3.813
homicídio
GRÁFICOS
Os gráficos são instrumentos que permitem a representação
de dados, de forma a tornar sua leitura mais visual e de fácil
compreensão dos dados apresentados. Apresentamos a
seguir três tipos de gráficos principais: gráfico de linha, gráfico
de barras e gráfico de setores.
Gráfico de Linha
O gráfico de linha é usualmente aplicável em situações onde
possuímos uma série de informações sobre um mesmo
indicador, por exemplo, o número de vítimas de homicídio
no Brasil por mês, conforme podemos visualizar no gráfico a
seguir, o registro dos dados, de janeiro a maio de 2018 e 2019,
de vítimas de homicídio doloso no país.
4888
5000
4464
4213 4311
4107
4000 3748
3526 3482
3097
2810
3000
2018 2019
25000
21010
20000
15000
12243
Gráfico de Setores
É a representação gráfica de uma série estatística, que pode ser
em um círculo de raio qualquer, por meio de setores com ângulos
centrais proporcionais às ocorrências. Geralmente, é utilizado
quando se pretende comparar cada valor da série com o total.
Masculino
Saiba mais
A escolha visual de apresentação dos dados facilita a
CONTEXTUALIZANDO...
A utilização de mapas no planejamento de políticas públicas
para análise da criminalidade não é um fenômeno recente.
Seu uso é empregado inclusive na segurança pública, tanto
para o planejamento de ações preventivas quanto repressivas
(SILVA, 2019).
ELABORAÇÃO DE MAPAS
A elaboração de mapas na segurança pública não é um
fenômeno recente. O mapa é a forma de linguagem mais
antiga que a própria escrita. De acordo com Almeida (2007),
sempre foi utilizado pelos homens para orientação, para se
localizarem e se informarem, ou seja, para comunicação.
MAPA DE PONTOS
O mapa de pontos permite uma visualização do local exato das
ocorrências criminais, detalhando com exatidão o logradouro
onde elas ocorreram. O ponto positivo é o ganho em termos da
qualificação exata da localização.
Na Prática
No interior da Região Centro-Oeste do estado do Maranhão,
houve um aumento de roubos aos postos de combustíveis. De
MAPA TEMÁTICO
O mapa temático constitui uma das formas de se trabalhar
a visualização de um maior número de pontos. Assim,
informações são sistematizadas para regiões (bairros,
municípios, quarteirões etc.) e sua visualização ocorre para
estes níveis de análise de dados.
Figura 14:
Roubos na região
metropolitana de
Natal em 2018.
Fonte: SINESP
Integração (2019),
adaptado por
labSEAD-UFSC
(2019).
MAPA DE KERNEL
O mapa de Kernel é elaborado a partir de uma análise
estatística de concentração dos pontos de incidência dos
crimes. Em inglês, a palavra Kernel significa “núcleo”, o que
significa dizer que é possível visualizar a intensidade pontual
Figura 15:
Homicídios no
município de
Ananindeua de
janeiro a agosto de
2019.
Fonte: SINESP
Integração (2019),
adaptado por
labSEAD-UFSC
(2019).
CONTEXTUALIZANDO...
A elaboração de um relatório deve garantir a compreensão
clara e objetiva, tanto para o pessoal técnico como para o setor
administrativo. É evidente que, se for necessário algum esforço
para ler e decifrar um relatório, restará menos energia para a
compreensão de seu conteúdo.
RELATÓRIO
O relatório consiste numa apresentação lógica, simples e
sistemática das ideias e conclusões referentes ao objetivo
da avaliação. Fornece, dessa maneira, não só uma descrição
geral do trabalho efetuado, como também os resultados e a
importância destes.
Figura 16:
Elaboração de
relatório.
Fonte: Shutterstock
(2019), adaptado
por labSEAD-UFSC
(2019).
Página de Título
A página de título deve ser mais do que a capa do relatório;
deve conter a informação necessária para identificação
do trabalho e dos seus autores, as datas de início e fim do
trabalho e de entrega do relatório.
Sumário
É de vital importância para o leitor que não tem tempo a perder
e quer se inteirar rapidamente do trabalho. Deve ser conciso e
abranger o que se pretende: objetivo do trabalho, resultados e
conclusões em poucas linhas.
Índice
Contém títulos de tabelas, de quadros, de imagens, de mapas,
favorecendo a visualização e permitindo o fácil acesso a eles.
Introdução
A primeira coisa que o leitor de um relatório quer saber é o
objetivo do trabalho realizado. Em seguida, deve ser informado
sobre as questões pertinentes ao trabalho prévio que se
relacionam com o trabalho atual. A introdução deve fornecer
um breve histórico relacionado com o trabalho de análise.
Caso tenha ocorrido o uso de alguma bibliografia, deve conter
Método de Análise
Essa seção tem importância fundamental em um relatório.
Se o leitor duvidar dos resultados obtidos, poderá repetir
o trabalho com a devida rigorosidade científica, baseando-
se unicamente no procedimento metodológico aplicado
na análise e na produção de dados. Quando o trabalho
é efetuado a partir de publicações ou procedimentos já
popularizados, é suficiente a referência do processo utilizado.
No caso de se modificarem esses métodos, devem ser
referidas as alterações.
Bibliografia
Caso tenha ocorrido o uso de alguma bibliografia, é necessário
fazer as devidas referências. Devemos atentar para as citações
diretas e indiretas de acordo com as normas da ABNT. A
maior parte da informação utilizada é obtida de várias fontes
bibliográficas, tais como livros, artigos ou comunicações
particulares. Para dar crédito a essas fontes e registrá-las para
posterior referência, é necessária uma lista conveniente que
possibilite um acesso fácil.
Apêndices
Nos apêndices deve constar toda a informação necessária
para a elaboração do relatório, mas que, devido à sua menor