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Ficha Técnica

Título: Química, Programa da 12ª Classe


Edição: ©INDE/MINED - Moçambique
Autor: INDE/MINED – Moçambique
Capa, Composição, Arranjo gráfico: INDE/MINED - Moçambique
Arte final: INDE/MINED - Moçambique
Tiragem: 350 Exemplares
Impressão: DINAME
Nº de Registo: INDE/MINED – 6306/RLINLD/2010

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Prefácio

Caro Professor

É com imenso prazer que colocamos nas suas mãos os Programas do Ensino Secundário Geral.

Com a introdução do Novo Currículo do Ensino Básico, iniciada em 2004, houve necessidade de se
reformular o currículo do Ensino Secundário Geral para que a integração do aluno se faça sem
sobressaltos e para que as competências gerais, tão importantes para a vida continuem a ser
desenvolvidas e consolidadas neste novo ciclo de estudos.

As competências que os novos programas do Ensino Secundário Geral procuram desenvolver,


compreendem um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para a
vida que permitam ao graduado do Ensino Secundário Geral enfrentar o mundo de trabalho numa
economia cada vez mais moderna e competitiva.

Estes programas resultam de um processo de consulta à sociedade. O produto que hoje tem em
mãos é resultado do trabalho abnegado de técnicos pedagógicos do INDE e da DINEG, de
professores das várias instituições de ensino e formação, quadros de diversas instituições públicas,
empresas e organizações, que colocaram a sua sabedoria ao serviço da transformação curricular e
a quem aproveitamos desde já, agradecer.

Aos professores, de que depende em grande medida a implementação destes programas, apelamos
ao estudo permanente das sugestões que eles contêm e que convoquem a vossa criatividade e
empenho para levar a cabo a gratificante tarefa de formar hoje os jovens que amanhã contribuirão
para o combate à pobreza.

Aires Bonifácio Baptista Ali.

Ministro da Educação e Cultura

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1. Introdução

A Transformação Curricular do Ensino Secundário Geral (TCESG) é um processo que se enquadra


no Programa Quinquenal do Governo e no Plano Estratégico da Educação e Cultura e tem como
objectivos:

• Contribuir para a melhoria da qualidade de ensino, proporcionando aos alunos


aprendizagens relevantes e apropriadas ao contexto socioeconómico do país.
• Corresponder aos desafios da actualidade, através de um currículo diversificado, flexível e
profissionalizante.
• Alargar o universo de escolhas, formando os jovens, tanto para o mercado de trabalho
como para a continuação de estudos.
• Contribuir para a construção de uma nação de paz e justiça social.

Constituem principais documentos curriculares:


• O Plano Curricular do Ensino Secundário (PCESG) – documento orientador que contém os
objectivos, a política, a estrutura curricular, o plano de estudos e as estratégias de
implementação;
• Os programas de ensino de cada uma das disciplinas do plano de estudos;
• O regulamento de avaliação do Ensino Secundário Geral (ESG);
• Outros materiais de apoio.

1.1. Linhas Orientadoras do Currículo do ESG

O Currículo do ESG, introduzido em 2008, assenta nas grandes linhas orientadoras que visam a
formação integral dos jovens, fornecendo-lhes instrumentos relevantes para que continuem a
aprender ao longo de toda a sua vida.

O novo currículo procura por um lado, dar uma formação sólida que integre uma componente
profissionalizante e, por outro, permitir aos jovens a aquisição de competências relevantes para
uma integração plena na vida política, social e económica do país.

As consultas efectuadas apontam para a necessidade de a escola responder às exigências do


mercado cada vez mais moderno que apela às habilidades comunicativas, ao domínio das
Tecnologias de Informação e Comunicação, à resolução rápida e eficaz de problemas, entre outros
desafios.

Assim, o novo programa do ESG deverá responder aos desafios da educação, assegurando uma
formação integral do indivíduo que assenta em quatro pilares, assim descritos:

Saber Ser que é preparar o Homem moçambicano no sentido espiritual, crítico e estético,
de modo que possa ser capaz de elaborar pensamentos autónomos, críticos e formular os
seus próprios juízos de valor que estarão na base das decisões individuais que tiver de
tomar em diversas circunstâncias da sua vida;

Saber Conhecer que é a educação para a aprendizagem permanente de conhecimentos


científicos sólidos e a aquisição de instrumentos necessários para a compreensão, a
interpretação e a avaliação crítica dos fenómenos sociais, económicos, políticos e naturais;

Saber Fazer que proporciona uma formação e qualificação profissional sólida, um espírito
empreendedor no aluno/formando para que ele se adapte não só ao meio produtivo actual,
mas também às tendências de transformação no mercado;

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Saber viver juntos e com os outros que traduz a dimensão ética do Homem, isto é,
saber comunicar-se com os outros, respeitar-se a si, à sua família e aos outros homens de
diversas culturas, religiões, raças, entre outros.
Agenda 2025:129

Estes saberes interligam-se ao longo da vida do indivíduo e implicam que a educação se organize
em torno deles de modo a proporcionar aos jovens instrumentos para compreender o mundo, agir
sobre ele, cooperar com os outros, viver, participar e comportar-se de forma responsável.

Neste quadro, o desafio da escola é, pois, fornecer as ferramentas teóricas e práticas relevantes
para que os jovens e os adolescentes sejam bem sucedidos como indivíduos e como cidadãos
responsáveis e úteis na família, na comunidade e na sociedade, em geral.

1.2. Os desafios da Escola

A escola confronta-se com o desafio de preparar os jovens para a vida. Isto significa que o papel
da escola transcende os actos de ensinar a ler, a escrever, a contar ou de transmitir grandes
quantidades de conhecimentos de história, geografia, biologia ou química, entre outros. Torna-se,
assim, cada vez mais importante preparar o aluno para aprender a aprender e para aplicar os seus
conhecimentos ao longo da vida.

Perante este desafio, que competências são importantes para uma integração plena na vida?

As competências importantes para a vida referem-se ao conjunto de recursos, isto é,


conhecimentos, habilidades atitudes, valores e comportamentos que o indivíduo mobiliza para
enfrentar com sucesso exigências complexas ou realizar uma tarefa, na vida quotidiana. Isto
significa, que para resolver um determinado problema, tomar decisões informadas, pensar critica e
criativamente ou relacionar-se com os outros um indivíduo necessita de combinar um conjunto de
conhecimentos, práticas e valores.

Naturalmente que o desenvolvimento das competências não cabe apenas à escola, mas também à
sociedade, a quem cabe definir quais deverão ser consideradas importantes, tendo em conta a
realidade do país.

Neste contexto, reserva-se à escola o papel de desenvolver, através do currículo, não só as


competências viradas para o desenvolvimento das habilidades de comunicação, leitura e escrita,
matemática e cálculo, mas também, as competências gerais, actualmente reconhecidas como
cruciais para o desenvolvimento do indivíduo e necessárias para o seu bem estar, nomeadamente:

a) Comunicação nas línguas moçambicana, portuguesa, inglesa e francesa;


b) Desenvolvimento da autonomia pessoal e a auto-estima; de estratégias de aprendizagem e
busca metódica de informação em diferentes meios e uso de tecnologia;
c) Desenvolvimento de juízo crítico, rigor, persistência e qualidade na realização e
apresentação dos trabalhos;
d) Resolução de problemas que reflictam situações quotidianas da vida económica social do
país e do mundo;
e) Desenvolvimento do espírito de tolerância e cooperação e habilidade para se relacionar bem
com os outros;
f) Uso de leis, gestão e resolução de conflitos;
g) Desenvolvimento do civismo e cidadania responsáveis;
h) Adopção de comportamentos responsáveis com relação à sua saúde e da comunidade bem
como em relação ao alcoolismo, tabagismo e outras drogas;

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i) Aplicação da formação profissionalizante na redução da pobreza;
j) Capacidade de lidar com a complexidade, diversidade e mudança;
k) Desenvolvimento de projectos e estratégias de implementação, individualmente ou em
grupo;
l) Adopção de atitudes positivas em relação aos portadores de deficiências, idosos e crianças.

Importa destacar que estas competências encerram valores a serem desenvolvidos na prática
educativa no contexto escolar e extra-escolar, numa perspectiva de aprender a fazer fazendo.

(...) o aluno aprenderá a respeitar o próximo se tiver a oportunidade de experimentar


situações em que este valor é visível. O aluno só aprenderá a viver num ambiente limpo se a
escola estiver limpa e promover o asseio em todos os espaços escolares. O aluno cumprirá as
regras de comportamento se elas forem exigidas e cumpridas por todos os membros da
comunidade escolar de forma coerente e sistemática.
PCESG:27

Neste contexto, o desenvolvimento de valores como a igualdade, liberdade, justiça, solidariedade,


humildade, honestidade, tolerância, responsabilidade, perseverança, o amor à pátria, o amor
próprio, o amor à verdade, o amor ao trabalho, o respeito pelo próximo e pelo bem comum, deverá
estar ancorado à prática educativa e estar presente em todos os momentos da vida da escola.

As competências acima indicadas são relevantes para que o jovem, ao concluir o ESG esteja
preparado para produzir o seu sustento e o da sua família e prosseguir os estudos nos níveis
subsequentes.

Perspectiva-se que o jovem seja capaz de lidar com economias em mudança, isto é, adaptar-se a
uma economia baseada no conhecimento, em altas tecnologias e que exigem cada vez mais novas
habilidades relacionadas com adaptabilidade, adopção de perspectivas múltiplas na resolução de
problemas, competitividade, motivação, empreendedorismo e a flexibilidade de modo a ter várias
ocupações ao longo da vida.

1.3. A Abordagem Transversal

A transversalidade apresenta-se no currículo do ESG como uma estratégia didáctica com vista um
desenvolvimento integral e harmonioso do indivíduo. Com efeito, toda a comunidade escolar é
chamada a contribuir na formação dos alunos, envolvendo-os na resolução de situações-problema
parecidas com as que vão enfrentar na vida.

No currículo do ESG prevê-se uma abordagem transversal das competências gerais e dos temas
transversais. De referir que, embora os valores se encontrem impregnados nas competências e nos
temas já definidos no PCESG, é importante que as acções levadas a cabo na escola e as atitudes
dos seus intervenientes sobretudo dos professores constituam um modelo do saber ser, conviver
com os outros e bem fazer.

Neste contexto, toda a prática educativa gravita em torno das competências acima definidas de tal
forma que as oportunidades de aprendizagem criadas no ambiente escolar e fora dele contribuam
para o seu desenvolvimento. Assim, espera-se que as actividades curriculares e co-curriculares
sejam suficientemente desafiantes e estimulem os alunos a mobilizar conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores.

O currículo do ESG prevê ainda a abordagem de temas transversais, de forma explícita, ao longo
do ano lectivo. Considerando as especificidades de cada disciplina, são dadas indicações para a sua

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abordagem no plano temático, nas sugestões metodológicas e no texto de apoio sobre os temas
transversais.

O desenvolvimento de projectos comuns constitui-se também como uma das estratégias que
permite estabelecer ligações interdisciplinares, mobilizar as competências treinadas em várias
áreas de conhecimento para resolver problemas concretos. Assim, espera-se que as actividades a
realizar no âmbito da planificação e implementação de projectos, envolvam professores, alunos e
até a comunidade e constituam em momentos de ensino-aprendizagem significativos.

1.4 As Línguas no ESG

A comunicação constitui uma das competências considerada chave num mundo globalizado. No
currículo do ESG, são usados a língua oficial (Português), línguas Moçambicanas, línguas
estrangeiras (Inglês e Francês).

As habilidades comunicativas desenvolvem-se através de um envolvimento conjugado de todas as


disciplinas e não se reserva apenas às disciplinas específicas de línguas. Todos os professores
deverão assegurar que alunos se expressem com clareza e que saibam adequar o seu discurso às
diferentes situações de comunicação. A correcção linguística deverá ser uma exigência constante
nas produções dos alunos em todas as disciplinas.

O desafio da escola é criar espaços para a prática das línguas tais como a promoção da leitura
(concursos literários, sessões de poesia), debates sobre temas de interesse dos alunos, sessões
para a apresentação e discussão de temas ou trabalhos de pesquisa, exposições, actividades
culturais em datas festivas e comemorativas, entre outros momentos de prática da língua numa
situação concreta. Os alunos deverão ser encorajados a ler obras diversas e a fazer comentários
sobre elas e seus autores, a escrever sobre temas variados, a dar opiniões sobre factos ouvidos ou
lidos nos órgãos de comunicação social, a expressar ideias contrárias ou criticar de forma
apropriada, a buscar informações e a sistematizá-la.

Particular destaque deverá ser dado à literatura representativa de cada uma das línguas e, no caso
da língua oficial e das línguas moçambicanas, o estudo de obras de autores moçambicanos
constitui um pilar para o desenvolvimento do espiríto patriótico e exaltação da moçambicanidade.

1.5. O Papel do Professor

O papel da escola é preparar os jovens de modo a torná-los cidadãos activos e responsáveis na


família, no meio em que vivem (cidade, aldeia, bairro, comunidade) ou no trabalho.

Para conseguir este feito, o professor deverá colocar desafios aos seus alunos, envolvendo-os em
actividades ou projectos, colocando problemas concretos e complexos. A preparação do aluno para
a vida passa por uma formação em que o ensino e as matérias leccionadas tenham significado para
a vida do jovem e possam ser aplicados a situações reais.

O ensino - aprendizagem das diferentes disciplinas que constituem o currículo fará mais sentido se
estiver ancorado aos quatro saberes acima descritos interligando os conteúdos inerentes à
disciplina, às componentes transversais e às situações reais.

Tendo presente que a tarefa do professor é facilitar a aprendizagem, é importante que este
consiga:

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• organizar tarefas ou projectos que induzam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos,
habilidades e valores para encontrar ou propor alternativas de soluções;
• encontrar pontos de interligação entre as disciplinas que propiciem o desenvolvimento de
competências. Por exemplo, envolver os alunos numa actividade, projecto ou dar um
problema que os obrigam a recorrer a conhecimentos, procedimentos e experiências de
outras áreas do saber;
• acompanhar as diferentes etapas do trabalho para poder observar os alunos, motivá-los e
corrigi-los durante o processo de trabalho;
• criar, nos alunos, o gosto pelo saber como uma ferramenta para compreender o mundo e
transformá-lo;
• avaliar os alunos no quadro das competências que estão a ser desenvolvidas, numa
perspectiva formativa.

Este empreendimento exige do professor uma mudança de atitude em relação ao saber, à


profissão, aos alunos e colegas de outras disciplinas. Com efeito, o sucesso deste programa passa
pelo trabalho colaborativo e harmonizado entre os professores de todas as disciplinas. Neste
sentido, não se pode falar em desenvolvimento de competências para vida, de interdisciplinaridade
se os professores não dialogam, não desenvolvem projectos comuns ou se fecham nas suas
próprias disciplinas. Um projecto de recolha de contos tradicionais ou da história local poderá
envolver diferentes disciplinas. Por exemplo:
- Português colaboraria na elaboração do guião de recolha, estrutura, redacção e
correcção dos textos;
- História ocupar-se-ia dos aspectos técnicos da recolha deste tipo de fontes;
- Geografia integraria aspectos geográficos, físicos e socio-económicos da região;
- Educação Visual ficaria responsável pelas ilustrações e cartazes.

Com estes projectos treinam-se habilidades, desenvolvem-se atitudes de trabalhar em equipa, de


análise, de pesquisa, de resolver problemas e a auto-estima, contribuindo assim para o
desenvolvimento das competências mais gerais definidas no PCESG.

As metodologias activas e participativas propostas, centradas no aluno e viradas para o


desenvolvimento de competências para a vida pretendem significar que, o professor não é mais um
centro transmissor de informações e conhecimentos, expondo a matéria para reprodução e
memorização pelos alunos. O aluno não é um receptáculo de informações e conhecimentos. O
aluno deve ser um sujeito activo na construção do conhecimento e pesquisa de informação,
reflectindo criticamente sobre a sociedade.

O professor deve assumir-se como criador de situações de aprendizagem, regulando os recursos e


aplicando uma pedagogia construtivista. O seu papel na liderança de uma comunidade escolar
implica ainda que seja um mediador e defensor intercultural, organizador democrático e gestor da
heterogeneidade vivencial dos alunos.

As metodologias de ensino devem desenvolver no aluno: a capacidade progressiva de conceber e


utilizar conceitos; maior capacidade de trabalho individual e em grupo; entusiasmo, espírito
competitivo, aptidões e gostos pessoais; o gosto pelo raciocínio e debate de ideias; o interesse pela
integração social e vocação profissional.

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2. O Ensino e Aprendizagem na Disciplina de Química

A Química, ciência que estuda as substâncias, suas propriedades e os processos de transformação de


umas em outras, é parte integrante das ciências naturais, cujo desenvolvimento é caracterizado por uma
relação entre a teoria e a prática. Tem um papel importante no desenvolvimento da sociedade na área da
ciência, pois, as suas leis, teorias e aplicações práticas solidificam princípios universalmente
reconhecidos. É uma disciplina imprescindível para o estudo de importantes processos nos cursos de
Biologia, Medicina, Veterinária, Agronomia, Geologia, Engenharias, Arquitectura e Ciências físicas.
Para que a Química cumpra o seu papel ela deve proporcionar aos alunos conhecimentos sólidos e de
máximo rigor científico sobre teorias e leis fundamentais, da classificação de fenómenos e substâncias,
mostrando a sua diversidade. Como tarefa permanente, os alunos deverão dominar a linguagem química
oral e escrita, para assegurar um saber-fazer sólido e aplicável. Deve, ainda, capacitar os alunos para a
correcta utilização das teorias e leis na resolução dos problemas práticos e na explicação dos fenómenos
que ocorrem na Natureza.
A apropriação dos conhecimentos científicos e o desenvolvimento das capacidades intelectuais e
manuais dos alunos devem caracterizar-se por um alto grau de participação destes no processo de ensino-
aprendizagem. Por isso, é necessário recorrer ao trabalho prático experimental e utilizar diferentes meios
de ensino ao longo de todo o ciclo.
O professor deve tomar em consideração que há conceitos das outras disciplinas que os alunos podem
aplicar para melhorar a compreensão nesta ciência.. Através da ligação da Química com outros
conteúdos das outras disciplinas, sobretudo da Física, Biologia, Geografia e Matemática, o professor
deve criar condições para realizar aulas mais motivantes e criativas e, ao mesmo tempo, deve levar a
cabo pressupostos para aquelas disciplinas, devendo existir uma colaboração estreita entre os professores
de Química e os das outras disciplinas.
As experiências químicas contribuem para o desenvolvimento de atitudes, tais como: trabalho metódico e
sistemático, utilização racional dos materiais e do tempo, trabalho em equipa (grupo), higiene, protecção
do meio ambiente, amor e interesse pela disciplina, entre outras. Para tal, no programa estão previstos
trabalhos experimentais, pois os professores devem garantir a ligação com a base experimental da
Química através de ensaios de demonstração e através do trabalho independente do aluno.
Durante as aulas de Química o professor deverá desenvolver nos alunos a cultura de aquisição de
conhecimentos pela pesquisa. A primeira etapa da pesquisa consistiria na análise de factos e fenómenos
de relativa simplicidade. Gradualmente poder-se-á aumentar a complexidade da matéria de pesquisa ao
longo do ciclo. Neste sentido, pensa-se no cidadão capaz de actuar de forma competente a partir da
prática, à medida que investiga e apreende sobre os factos reais do seu quotidiano social e cultural.
O desafio da educação escolar é tornar a aprendizagem da Química relevante para o aluno. Neste
contexto, além dos métodos tradicionais de ensino e aprendizagem, frequentemente utilizados pelos
professores, julga-se pertinente incluir nesse processo, formas alternativas de abordagem da Química, as
quais propiciam aos alunos, oportunidades para que possam fazer uma nova leitura do mundo que os
rodeia, através dos Temas Geradores.
Esses temas chamam-se geradores porque, qualquer que seja a natureza de sua compreensão, como a
acção por eles provocada, contém em si a possibilidade de desdobrarem-se em outros que provocam
novas tarefas que devem ser cumpridas.

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Para além dos conteúdos definidos nos programas de ensino existem outros que pela sua natureza podem
ser tratados em mais do que uma disciplina, são os temas transversais. Os procedimentos metodológicos
para o seu tratamento encontram-se em cada unidade temática e dependem da especificidade de cada
tema. Por exemplo, na área da saúde sugerem-se assuntos ligados à higiene, saúde, nutrição, prevenção
de doenças como malária, cólera e outras, através da gestão de resíduos sólidos.
Ao longo do programa serão tratados alguns factos históricos sobre o conceito histórico de oxidação e
redução, o conceito ácido-base, os quais serão abordados nos temas com eles relacionados.
O segundo ciclo do ESG compreende duas classes, 11ª e 12a Classes. A leccionação da disciplina de
Química neste ciclo contribui para continuar a desenvolver, nos alunos, a capacidade para a interpretação
científica do mundo, explicando sob o ponto de vista químico o movimento da matéria.
Na 11a classe os alunos aprofundam os conhecimentos sobre os principais tipos de compostos
inorgânicos e suas propriedades e exercitar os alunos na utilização da linguagem. Dá-se ênfase à
aplicação das substâncias químicas que contribuem para o desenvolvimento do país nas áreas agrícolas,
industrial, sócio-económica e cultura. A aprendizagem da Química deve privilegiar o desenvolvimento
de competências definidas para o ESG que incluem aptidões e atitudes socialmente relevantes para a
vida prática. Assim, a parte experimental deste programa, tem como objectivo desenvolver capacidades
e habilidades de comunicação, observação e interpretação dos resultados. Visa também desenvolver
interesse pela disciplina de Química.
Na 12a classe os alunos continuam o estudo dos compostos inorgânicos e orgânicos, ampliando o
conhecimento sobre as substâncias e suas transformações, contribuindo assim para uma concepção mais
ampla sobre a Natureza.

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3. Objectivos Gerais da disciplina
Aprendizagem da Química no Ensino Secundário Geral visa:
• Desenvolver, nos alunos, a capacidade de interpretar cientificamente o mundo, explicando, do
ponto de vista químico, o movimento da matéria;
• Proporcionar aos alunos conhecimentos sólidos e de máximo rigor científico sobre teorias e leis
fundamentais, da classificação de fenómenos e substâncias, mostrando a sua diversidade;
• Capacitar os alunos para a correcta utilização das teorias e leis na resolução dos problemas
práticos e na explicação dos fenómenos que ocorrem na natureza;
• Desenvolver habilidades que lhe permite aplicar os conhecimentos adquiridos nesta disciplina
para a solução de diferentes problemas da vida;
• Desenvolver habilidades práticas de manipulação de instrumentos disponíveis durante a
realização de experiências químicas;
• Valorizar a importância dos avanços da disciplina e suas implicações no ambiente e na
comunidade
• Capacitar os alunos para a pesquisa e sistematização de informações relacionadas com a química
em diferentes meios de comunicação e sua correcta utilização;
• Valorizar o uso sustentável dos recursos disponíveis e sua protecção.

4. Competências a desenvolver no 2º Ciclo

ƒ Utiliza na forma oral e escrita a nomenclatura das substâncias em diversas situações da vida;
ƒ Apresenta oralmente e por escrito os resultados das experiências químicas, e trabalhos de
investigação, comunicação sobre eventos, visitas de estudo e entrevistas usando a terminologia
apropriada;
ƒ Usa as formas apropriadas para estabelecer contactos com empresas, agentes económicos e
consumidores em diferentes situações;
ƒ Pesquisa, trata os dados e apresenta os resultados dos trabalhos usando as TICs;
ƒ Interpreta e resolve problemas que envolvem cálculos químicos de forma independente;
ƒ Identifica as informações ou variáveis relevantes num problema e elabora possíveis estratégias
para equacioná-la e resolvê-la;
ƒ Utiliza o laboratório como um meio para busca e comprovação de Leis, teorias e manifestação
das reacções químicas;
ƒ Interpreta as ligações químicas usando modelos macroscópicos;
ƒ Selecciona procedimentos e estratégias adequadas para resolver problemas que envolvem
cálculos químicos;
ƒ Apresenta os resultados das experiências, trabalhos de investigação e projectos respeitando a
estrutura de um trabalho científico.
ƒ Usa materiais e equipamentos adequados para fazer medidas, cálculos e realizar experiências
químicas;
ƒ Respeita a opinião dos colegas na realização de experiências químicas e outros trabalhos;
ƒ Relaciona as leis, regras, teorias, postulados e normas da Química com as leis sociais na
resolução de problemas;
ƒ Discute as formas pelas quais o estudo da Química influencia as relações humanas na

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resolução pacífica de problemas.
- Divulga os benefícios que a Química trás para o Homem e as desvantagens do uso inadequado
dos produtos químicos;
ƒ Usa conhecimentos sobre os métodos de obtenção de substâncias químicas para o benefício
individual, da comunidade e do país
ƒ Aplica os conhecimentos químicos e suas tecnologias na utilização dos produtos e adubos
químicos.
ƒ Demonstra atitudes correctas e conduta social responsável em relação à saúde individual e da
comunidade;
ƒ Divulga as formas de conservação dos produtos alimentares, higiénicos, medicamentosos e os
princípios básicos para a conservação de um ambiente sadio;
ƒ Realiza debates na escola e na comunidade sobre as consequências que advêm do uso
inadequado dos produtos químicos
ƒ Usa os diferentes métodos de separação de misturas para a produção de substâncias úteis para
a comunidade.
ƒ Aplica os conhecimentos sobre pH: na produção e conservação de alimentos, no tratamento
dos solos, no combate a erosão, na medição da poluição dos rios, lagos, etc.
ƒ Usa as novas tecnologias na pesquisa e resolução de problemas que afectam a comunidade;
ƒ Aplica o método científico para deduzir leis e a partir de uma lei explica os factos observados
ƒ Realiza experiências químicas recorrendo ao material local e de fácil acesso.
ƒ Planifica e elabora projectos de produção de substância úteis à comunidade e ao país a partir de
material localmente disponível
ƒ Usa cartazes e panfletos contendo informações sobre substâncias tóxicas e outros males que
enfermam a comunidade;
ƒ Apoia e orienta os deficientes, idosos e crianças nas diversas actividades na comunidade.

5. Objectivos Gerais do 2º Ciclo

No final do 2º Ciclo, os alunos devem:

• Aplicar os conceitos fundamentais da química ao contexto mais amplo da realidade local e


global;
• Aplicar a linguagem química na representação das substâncias e das reacções químicas;
• Aplicar a linguagem química, teoria atómica, teoria de ácido-base, velocidade e equilíbrio
químico, reacções redox, propriedades físicas e químicas das substâncias, para resolver
problemas qualitativa e quantitativamente;
• Conhecer o significado qualitativo e quantitativo das equações das reacções químicas a luz
da lei da conservação da massa e processos termoquímicos;
• Relacionar a Lei Periódica e a estrutura electrónica dos elementos com as suas propriedades;
• Explicar as ligações químicas, e os principais métodos de obtenção e identificação dos
compostos inorgânicos;
• Relacionar as ligações químicas com a estrutura e as propriedades das substâncias
• Nomeiar os compostos inorgânicos e orgânicos com base nos critérios de nomenclatura
estudados;

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• Aplicar os conceitos de solução, concentração, energia, trabalho e entalpia, velocidade,
equilíbrio químico, transferência de protões e electrões, na preparação ou obtenção de
substâncias;
• Comparar a teoria ácido-base segundo Arrhenius e Bronsted-Lowry;
• Descrever os factores de que depende a velocidade e o equilíbrio químico de uma reacção
química;
• Interpretar e aplicar o conceito de redução, oxidação, redutor, oxidante e potencial normal
redox;
• Elaborar tabelas, gráficos e resumos;
• Utilizar tabelas, gráficos e resumos na interpretação de fenómenos;
• Distinguir as classes e as reacções típicas dos compostos inorgânicos e orgânicos;
• Conhecer a importância bioquímica e económica dos compostos orgânicos.
• Aplicar os procedimentos químico-técnicos para a produção de substâncias químicas com
interesse económico ou de uso corrente;
• Interpretar um texto na linguagem química utilizando fontes científicas como livros,
manuais, tabelas, gráficos, e outras;
• Manipular as substâncias e instrumentos laboratoriais para a realização de experiências cumprindo com as normas de higiene e segurança;
• Realizar experiências químicas e interpretar os resultados;
• Representar esquematicamente os aparelhos e as aparelhagens das diferentes experiências químicas;
• Redigir os relatórios de experiências químicas, visitas de estudos e de trabalhos de investigação;
• Participar activamente na protecção do meio ambiente;
• Desenvolver o espírito de trabalho colectivo, crítico e tolerante no relacionamento com os
outros;
• Desenvolver hábitos de higiene e organização no trabalho individual ou em grupo;
• Utilizar os conhecimentos químicos adquiridos no desenvolvimento sócio-económico da
comunidade e do país;
• Participar activamente nos processos de manutenção da saúde ao nível da comunidade;
• Usar racionalmente os recursos naturais existentes na comunidade e no país;
• Aplicar os conhecimentos de química em benefício do Homem da natureza e do meio
ambiente:

6. Visão Geral dos Conteúdos do 2ºCiclo

1. Conteúdos das aulas da 11a Classe

1ª Unidade temática: Conceitos Fundamentais


2ª Unidade temática: Estrutura Atómica
3ª Unidade temática: Tabela Periódica
4ª Unidade temática: Ligação Química

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5ª Unidade temática: Classes principais dos Compostos Inorgânicos
6ª Unidade temática: Soluções
7ª Unidade temática: Termoquímica

2. Conteúdos das aulas da 12a classe

1ª Unidade temática: Cinética Química


2ª Unidade temática: Equilíbrio Químico
3ª Unidade temática: Equilíbrio Químico em Solução Aquosa
4ª Unidade temática: Reacções Redox e Electroquímica
5ª Unidade temática: Química Orgânica

7. Objectivos Gerais da 12ª Classe

Ao terminar a 12ª Classe, os alunos devem:

• Conhecer o conceito de velocidade de reacção;


• Descrever os factores de que depende a velocidade de reacção química, do equilíbrio químico
e a teoria de colisão;
• Aplicar o princípio de Le Chatelier-Broun no deslocamento do equilíbrio químico e em
processos industriais;
• Efectuar cálculos químicos com base na velocidade e lei da velocidade de uma reacção;
• Conhecer o desenvolvimento das teorias ácido-base;
• Aplicar os conceitos e a Lei do equilíbrio segundo Ostwald nas soluções electrolíticas;
• Classificar os electrólitos segundo o seu grau de ionização;
• Utilizar a tabela de valores de Ka e Kb para determinar o grau de basicidade e acides das
soluções;
• Aplicar os conceitos pH, pOH, solução tampão na determinação do carácter químico de uma
solução;
• Efectuar cálculos sobre pH, pOH, hidrólise e produto de solubilidade.
• Aplicar os conceitos de oxidação, redução, oxidante, redutor e par conjugado redox, na
identificação de reacções redox;
• Representar e acertar uma reacção redox através de semi-equações e da equação global;
• Conhecer o conceito de eléctrodo e potencial normal redox;
• Utilizar os valores de potencial normal redox para prever a espontaneidade e extensão da
reacção redox, bem como determinar a f.e.m. de uma célula electroquímica ou electrolítica;
• Relacionar as reacções redox com as transformações de energia química e eléctrica;
• Conhecer os fundamentos e as aplicações da electrólise;
• Efectuar cálculos de massas e volumes de reagentes e produtos usando as leis de Faraday;
• Conhecer a importância da Química Orgânica para a vida, indústria, agricultura, Medicina,
Biologia, etc.;
• Conhecer as principais características, a ocorrência, os principais métodos de obtenção e as
propriedades químicas das funções orgânicas estudadas;
• Aplicar a nomenclatura Usual e IUPAC para nomear os compostos orgânicos mais comuns;

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• Conhecer as aplicações dos compostos mais comuns de cada função química;
• Conhecer as reacções de combustão, substituição, adição, eliminação e polimerização como
reacções típicas dos compostos orgânicos;
• Identificar as reacções típicas para cada função química orgânica;
• Aplicar a linguagem química nos diferentes contextos da disciplina;
• Realizar experiências químicas com material convencional e localmente disponível e de fácil
acesso;
• Aplicar as regras de higiene e segurança durante as experiências químicas;
• Redigir os relatórios das experiências químicas, visitas de estudo e de trabalhos de
investigação;
• Desenvolver o espírito colectivo, crítico e tolerante no relacionamento com os colegas;
• Criar hábitos de higiene e organização no trabalho individual ou em grupo;
• Desenvolver o espírito de protecção e conservação do meio ambiente;
• Utilizar os conhecimentos adquiridos no desenvolvimento sócio-económico da comunidade e
do país em geral;
• Usar racionalmente os recursos naturais existentes no país.
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8. Visão geral dos conteúdos da 12ª Classe

TRIMESTRE CONTEÚDOS CARGA


HORÁRIA

1ªUnidade temática: Cinética Química


- Conceito. Reacções rápidas e lentas.
- Teoria de colisões. Complexo activado. Energia de activação.
- Factores que afectam a velocidade de uma reacção química:
natureza dos reagentes, concentração, temperatura, superfície de contacto e catalisador
- Velocidade de uma reacção: velocidade média e instantânea 9
- Lei de velocidade. Ordem da reacção.
- Mecanismo de reacção.
- Lei da velocidade para reacções elementares e não-elementares
- Experiência química sobre os factores que influenciam a velocidade da reacção (Temperatura e
superfície de contacto)

2ª Unidade temática: Equilíbrio Químico


- Reacções irreversíveis e reversíveis. As características do estado de equilíbrio.
- Factores que afectam o estado de equilíbrio (concentração, pressão e temperatura). O princípio de Le
Chatelier
- A posição do equilíbrio (espontaneidade de uma reacção) e valor da constante de equilíbrio em função
das concentrações 10
- Constante de equilíbrio em função das pressões parciais (Kp)
1º Trimesre

- Cálculos envolvendo Kc e Kp
Experiências químicas sobre factores que influenciam o estado do equilíbrio químico: Concentração e
temperatura
3ªUnidade temática: Equilíbrio Químico em Solução Aquosa
- Conceito histórico de ácido e base
- Teoria ácido/base segundo Bronsted-Lowry. Ião hidrónio. Reacção protolítica. Pares conjugados de
ácido/base
- Forças de ácidos e de bases. Constantes de ácidos (Ka) e de base (Kb).
- Equilíbrio iónico da água: Produto iónico da água (Kw).
- Relação entre Ka, Kb e Kw.
- Grau de ionização (α ) e constante de ionização (Ki). Lei da Diluição de Ostwald
- Relação entre grau de ionização e constante de ionização (Ki)
- Soluções ácidas e básicas. 17
- Conceitos de pH e pOH. Escala de pH e pOH. Relação entre pH e pOH
- Cálculo de pH de ácidos e bases fortes.
- Cálculo de pH de ácidos e bases fracos.
- pH de soluções de sais. Hidrólise de sais de ácidos fortes e bases fracas e de ácidos fracos e bases fortes.
- Solução tampão: Conceito e preparação
- Cálculo de pH de solução tampão; fórmula tampão e razão tampão
- Indicadores ácido-base; ponto de equivalência e zona de viragem do indicador, pKind;
- O pH e o meio ambiente; importância dos sistemas tampão na natureza, no nosso organismo e na
indústria (na conservação de alimentos, bebidas, etc.) – Tema gerador

3ªUnidade temática: Equilíbrio Químico em Solução Aquosa (continuação)


2º Trimesre

- Solubilidade (S) e produto de solubilidade (Ks ou Kps);


- Titulação. Ácido forte com base forte. 5
- Ponto de equivalência. Cálculos
Experiência química sobre a titulação ácido-base (HCl e NaOH)

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4ªUnidade temática: Reacções Redox e Electroquímica
Reacções redox
- Conceito histórico de oxidação e redução.
- Conceitos básicos: agente redutor, agente oxidante, reduzir, oxidar, redução, oxidação.
- Número de oxidação. Regras para a determinação do número de oxidação
- Pares conjugados redox. Semi-equações redox. Forças de oxidantes e de redutores. Potencial normal
redox. Tabela de potenciais normal redox. Série de reactividade de metais e de ametais.
- Acerto de equações redox pelo método de variação do número de oxidação (equações moleculares e
método das semi-equações) e método ião-electrão (equações iónicas em solução).

Electroquímica
- Célula galvânica. A pilha de Daniel. Transferência de electrões e previsão de espontaneidade de
reacções.
- Conceito e tipos de eléctrodos. Esquema de um eléctrodo.
- Potencial do eléctrodo; Eléctrodo normal de Hidrogénio
- Determinação da f. e. m. duma pilha. Potencial normal dum par redox conjugado. 22
- Diagrama e esquema de célula. f . e. m. duma célula galvância com base na tabela com valores de
potenciais padrão (Eo)
- Bateria de chumbo. Pilha seca

- Experiencia química sobre a montagem de algumas células galvânicas e medição da f.e.m. ou fazer
acender lâmpadas simples.

Electrólise
- Célula electrolítica
- Electrólise de soluções aquosas usando eléctrodos inertes.
- Electrólise de substâncias iónicas fundidas.
- Leis de Faraday.
- Aplicações da electrólise (galvanoplastia, galvanostegia, anodização, refinação de metais e obtenção de
substâncias de interesse).
- Experiencia química sobre a electrólise de água e a electrólise de uma solução de Cloreto de sódio.

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5ªUnidade temática: Química Orgânica
Hidrocarbonetos: revisão
- Fórmula geral
- Nomenclatura (Usual e IUPAC);
- Reacções de substituição e de adição:
- Substituição em alcanos
- Substituição em compostos aromáticos (efeitos indutivos e mesoméricos) Reacções de adição em
alcenos e alcinos;

Álcoois e fenóis: revisão


- Álcoois: Fórmula geral e grupo funcional. Nomenclatura. Classificação. Propriedades físicas. 10
Preparação de mono álcoois. Propriedades químicas. Aplicações. Poli-álcoolis: Etilenoglicol e Glicerol.
- Fenóis: Preparação. Propriedades químicas e aplicações do fenol.
Oxidação de álcoois:
- Reacções de oxidação de álcoois primários e secundários;
- Obtenção de álcoois por redução de aldeídos

Temas geradores:
- Transformação de vinho em vinagre;
- Formação do Etanol por fermentação; As bebidas alcoólicas e os riscos que representam;
- Utilização de álcool como combustível.

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5ªUnidade temática: Química Orgânica (continuação)
- Éteres: Fórmula geral e grupo funcional. Nomenclatura. Propriedades físicas. Preparação. Propriedades
químicas. Aplicações.
- Aldeídos e cetonas: Fórmula geral e grupo funcional
- Nomenclatura. Propriedades físicas. Preparação. Propriedades químicas. Aplicações.
- Ácidos carboxílicos: Fórmula geral e grupo funcional. Nomenclatura. Propriedades físicas e químicas.
Preparação e aplicação
- Ésteres: Fórmula geral e grupo funcional. Nomenclatura. Propriedades físicas e químicas. Preparação e
aplicação
- Experiências químicas sobre esterificação (reacções entre vários álcoois com vários ácidos
carboxílicos).

Aminas: Fórmula geral e grupo funcional. Nomenclatura e classificação. Propriedades físicas. Métodos
de obtenção. Propriedades químicas e aplicações. Anilina
- Amidas: Fórmula geral e grupo funcional. Nomenclatura. Obtenção e aplicações. Ureia.
Noções sobre alguns compostos presentes nos seres vivos
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- Triglicerídeos (Lípidos): Estrutura geral, óleos e gorduras. Aplicações
- Ácidos gordos saturados e insaturados;
- Sabões e detergentes: Reacção de saponificação, Detergência (actuação de sabões e detergentes na
limpeza);
- As gorduras e o organismo humano, importância e consequência da sua falta - Tema gerador
- Experiência sobre saponificação (produção do sabão comum).

- Aminoácidos. (Conceito, estrutura nomenclatura e classificação). Ligação peptídica e formação de

peptídeos e proteínas;

- Proteínas

- Estrutura primária das proteínas. Configuração. Importância bioquímica.


- Hidrólise de proteínas;

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- Importância das proteínas no organismo e consequências da sua falta - Tema gerador
- Carbohidratos:
- Monossacarídeos
- Dissacarídeos
- Polissacarídeos: Amido e Celulose.
- Carbohidratos como fonte de energia no organismo humano e consequências da sua falta – Tema
gerador
Substâncias macromoleculares sintéticas:
- Conceito de polimerização
- Polímeros: Constituição, propriedades
Classificação de polímeros:
- Polímeros de adição: Polietileno e outros polímeros vinílicos, Poliuretanas Elastómeros;
Copolímeros, suas aplicações.
- Elastómeros. Vulcanização da borracha.
3º Trimestre

- Polímeros de condensação: Poliamidas (Nylon, Kevlar) Poliésteres (Terilene), Puliuretanas,


Silicone, Policarbonato, Baquelite; suas aplicações

Fibras téxteis:
- Conceito e classificação (Lã, Seda, Algodão, poliésteres, poliamidas, poliuretanas).
- Constituição e aplicações da seda, algodão e lã.
- Problemas ambientais causados pelos polímeros sintéticos - Tema gerador

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9. Plano Temático Detalhado

Unidade temática 1: Cinética Química

Objectivos específicos
Unidade Competências básicas Carga
O aluno deve ser capaz Conteúdos
Temática O aluno: horária
de:
- Exemplificar reacções Cinética química
rápidas e lentas; - Conceito. Reacções rápidas e lentas.
- Explicar e interpretar a - Teoria de colisões. Complexo activado.
teoria de colisões e o Energia de activação.
significado de energia de - Factores que afectam a velocidade de uma - Representa e interpreta
activação durante uma Reacção química: Natureza dos reagentes, gráficos, diagramas e
reacção química; concentração, temperatura, superfície de tabelas;
- Explicar os factores contacto e catalisador;
influenciam a - Velocidade de uma reacção: velocidade - Aplica os
velocidade de uma média e instantânea conhecimentos sobre os
reacção química; - Lei de velocidade. Ordem da reacção. factores que influenciam
Cinética Química - Determinar a - Mecanismo de reacção. a velocidade de uma 9
velocidade média e - Lei da velocidade para reacções elementares reacção química no
instantânea duma e não-elementares quotidiano;
reacção química; - Experiência química sobre os factores que
- Aplicar a lei de influenciam a velocidade da reacção - Apresenta os resultados
velocidade na resolução (Temperatura e superfície de contacto) das experiências usando
de exercícios sobre o método científico de
reacções elementares e forma coerente.
não-elementares.
- Aplicar as regras de
higiene na realização das
experiências químicas

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Sugestões metodológicas da 1ª Unidade temática

Nesta unidade, serão consolidados os conceitos de Cinética Química, velocidade da reacção, catalisador e energia de activação. O
professor deve destacar a importância da velocidade duma reacção na vida quotidiana, pedindo aos alunos que dêm exemplos das reacções
rápidas e lentas. Deve enfatizar que também existem reacções moderadas.

A cinética química deve ser definida como sendo uma ciência que estuda a velocidade das reacções química; a velocidade de uma reacção
como sendo uma grandeza que indica como as quantidades de reagentes e produtos variam com o passar do tempo e a energia de
activação como energia mínima necessária que as moléculas dos reagentes devem possuir para que uma colisão seja eficaz.

Ao falar da Teoria de colisões, o professor pode estabelecer uma analogia entre a colisão de dois automóveis que a altas velocidades
causam um estrago maior do que a colisão de dois automóveis com menor velocidade, pois a energia envolvida no primeiro caso é muito
maior. De modo similar, para que uma colisão entre moléculas reagentes seja eficaz é necessário que as moléculas dos reagentes colidam
com uma energia suficientemente alta. Esta teoria deve ser representa esquemática e graficamente usando equação de reacções químicas.

Na abordagem da Teoria de colisões, o complexo activado pode ser definido como sendo o estado intermediário entre reagentes e
produtos.

Ao falar dos factores que afectam a velocidade das reacções, o professor aprofunda os conhecimentos adquiridos na 9ª Classe. Assim, ao
fazer referência ao efeito da Temperatura sobre a velocidade, poderá recorrer ao exemplo do leite gelado que leva mais tempo para se
estragar do que o leite à temperatura ambiente: quanto maior for a temperatura, maior será a velocidade de uma reacção. Isto se passa
também com os processos industriais, pois ao elevar a temperatura, tira-se o máximo rendimento do produto. Sobre a superfície de
contacto, pode se dar o exemplo da ferrugem que se forma na reacção entre ferro, água e oxigénio. Quando o ferro é adequadamente
revestido com tinta, se impede o seu contacto com água e oxigénio, isto é, reduz-se a zero a superfície de contacto do ferro com os outros
reagentes. Um outro exemplo que pode ser dado, para se referir à superfície de contacto é do prego de ferro que nas mesmas condições de
humidade e temperatura e exposição ao oxigénio do ar leva mais tempo a enferrujar que a palha-de-aço.

A experiência sobre a decomposição da água oxigenada pode ser utilizada, pelo professor para tratar o conteúdo sobre o efeito do
catalisador na velocidade da reacção. Deste modo, na ausência de luz e de impurezas, essa reacção é bastante lenta. Após a adição de
MnO2 sólido, a reacção decorre com maior velocidade. No entanto, o MnO2 como catalisador não é consumido durante o processo.

Sobre o efeito da concentração sobre a velocidade, o professor pode questionar aos alunos porque é que ao abanar carvão em brasa que
está no fogão, aquele fica mais incandescente? A partir deste exemplo conduzir o raciocínio dos alunos a concluir que ao abanar o carvão
em brasa aumenta-se a concentração de O2 que é o reagente na combustão. Quanto maior for a concentração dos reagentes, maior será a
velocidade de uma reacção química.
22
Com base nestes exemplos, pode se introduzir a dependência numérica e proporcional entre a velocidade e a concentração da velocidade
com a concentração. Para uma reacção genérica a X + bY → produtos, a Lei da velocidade é v = k . [X]a . [Y]b.

Com base em equações o professor explicará que o mecanismo da reacção é o conjunto de reacções elementares que compõem uma
reacção química e que é possível escrever a expressão da Lei de velocidade para uma reacção conhecendo o seu mecanismo. A resolução
de exercícios por parte dos alunos ajudará a consolidar os conhecimentos aprendidos.

Indicadores de desempenho

o Descreve os factores que influenciam a velocidade de reacção;


o Interprete gráficos velocidade de reacção;
o Aplica a lei de velocidade na determinação da ordem de reacção química;
o Efectua cálculos aplicando a equação da velocidade média e a Lei da velocidade.

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Unidade temática 2: Equilíbrio Químico

Objectivos específicos
Unidade Competências básicas Carga
O aluno deve ser capaz Conteúdos
Temática O aluno: horária
de:
- Distinguir uma reacção
irreversível da reversível;
- Descrever as Equilíbrio químico
- Reacções irreversíveis e reversíveis. As
características de um
sistema em equilíbrio; características do estado de equilíbrio.
-Representar graficamente - Factores que afectam o estado de - Caracteriza o estado de
equilíbrio (concentração, pressão e
um sistema em equilíbrio equilíbrio com base na
- Interpretar os gráficos de temperatura). O princípio de Le Chatelier interpretação dos
um sistema em equilíbrio; - A posição do equilíbrio gráficos;
(espontaneidade de uma reacção) e valor
Equilíbrio - Determinar os valores de - Descreve a posição de
Kc e Kp num sistema em da constante de equilíbrio em função das equilíbrio usando o valor 10
Químico
equilíbrio; concentrações da constante de
- Constante de equilíbrio em função das
- Explicar os factores que equilíbrio;
afectam os estado de pressões parciais (Kp) - Explica a produção do
equilíbrio químico; - Cálculos envolvendo Kc e Kp Amoníaco com base no
- Efectuar cálculos sobre o Experiências químicas sobre factores que Princípio de Le Chatelier
de rendimento de uma influenciam o estado do equilíbrio
reacção química; químico: Concentração e temperatura
- Enunciar e interpretar
explicar o princípio de Le
Chatelier

Sugestões metodológicas da 2ª Unidade temática

Nesta unidade, serão consolidados os conceitos de reacção reversível e irreversível inicado na 9ª Classe. Com base em exemplos, o
professor conduz os alunos a caracterizar o equilíbrio químico como sendo uma situação na qual as concentrações dos participantes da
reacção não se alteram, pois as reacções directa e inversa estão se processando com velocidades iguais. Explica ainda que na situação de
equilíbrio químico a reacção química não pára de ocorrer, sendo por isso, denominado equilíbrio dinâmico. Os equilíbrios químicos são

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classificados em homogéneos, reagentes e produtos encontram-se na mesma fase (gasosa ou líquida) e heterogéneos, há mais de uma fase
no sistema em equilíbrio (sólida e gasosa ou sólida e aquosa)

Ao falar dos factores que afectam o estado de equilíbrio, o professor aprofunda os conhecimentos adquiridos na 9ª Classe.

Para equacionar matematicamente o equilíbrio usa-se a expressão da constante de equilíbrio em função das concentrações e é definida
como sendo a multiplicação das concentrações molares dos produtos dividida pela dos reagentes, todas elevadas aos respectivos
coeficientes estequiométricos. A partir da equação genérica: aA + bB cC + dD

A expressão matemática da constante de equilíbrio é: Kc = [C]c[D]d/[A]a[B]b

O professor deve mostrar que nos sistemas heterogéneos as reacções ocorrem na superfície dos reagentes. Por isso, as concentrações dos
reagentes sólidos não participam na expressão da constante de equilíbrio.

O professor deve chamar atenção aos alunos para não confundir constante de equilíbrio, Kc com a expressão matemática da constante de
equilíbrio. A constante de equilíbrio é um número característico de uma dada reacção numa certa temperatura. Por outro lado, a expressão
matemática da constante de equilíbrio relaciona Kc com as concentrações de reagentes e produtos no equilíbrio.

É importante referir que o valor da constante de equilíbrio permite avaliar a tendência das reacções químicas que podem ser espontâneas
ou forçadas. Uma reacção é espontânea quando o valor de Kc > 1 a uma dada temperatura e é forçada quando Kc < 1

Deve-se salientar que a velocidade de uma reacção, envolvendo gases, pode ser expressa em função das pressões parciais dos seus
reagentes. As concentrações molares dos reagentes na expressão da constante de equilíbrio são substituídas por pressões parciais das
substâncias participantes, segundo a seguinte expressão: Kp = PcC. PdD/PaA . PbB

Na resolução de exercícios os alunos serão orientados a reapresentar a expressão constante de equilíbrio em função das pressões parciais e
das concentrações molares dos participantes nas diferentes reacções químicas incluindo os cálculos.

Nesta unidade recomenda-se a realização da experiência química sobre a influência da temperatura no estado de equilíbrio químico, por
exemplo, o efeito da temperatura sobre uma solução de hidróxido de amónio rosada pelo indicador fenolftaleina; o aquecimento desta
solução faz com que o equilíbrio favoreça a formação dos reagentes (NH3 e H2O), levando ao desaparecimento da coloração rosada, pois a
concentração dos iões OH- e NH4+ diminui. Ao se colocar o tubo aquecido no recipiente com gelo, aos poucos a coloração rosa reaparece,
indicando o favorecimento da formação dos produtos; efeito da temperatura sobre o Dióxido de nitrogénio (gás castanho) para obtenção
de Tetróxido de dinitrogénio, N2O4 - gás incolor.

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Em relação ao efeito da concentração no deslocamento do equilíbrio pode ser realizada a seguinte experiência: borbulhar o Dióxido de
carbono (presente no nosso sopro) sobre uma solução de Bicarbonato de sódio (NaHCO3) rosada pelo indicador Fenolftaleina; CO2
proveniente do sopro aumenta a concentração do ácido e consequentemente a solução perde a coloração.

Indicadores de desempenho

o Descreve os factores que afectam a posição de equilíbrio baseando-se no Princípio de Le Chatelier;


o Aplica a Lei de equilíbrio químico na resolução de exercício.

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Unidade temática 3: Equilíbrio Químico em Solução Aquosa

Objectivos específicos
Unidade Competências básicas Carga
O aluno deve ser capaz Conteúdos
Temática O aluno: horária
de:
- Relacionar a teoria de Equilíbrio em solução aquosa de ácidos,
ácido/base de Arrhenius bases e sais:
com a de Bronsted-Lowry; - Conceito histórico de ácido e base
- Representar os pares - Teoria ácido/base segundo Bronsted-Lowry.
conjugados nas reacções Ião hidrónio. Reacção protolítica. Pares
ácido/base; conjugados de ácido/base
- Usar diferentes tabelas - Forças de ácidos e de bases. Constantes de
de valores de ka e de Kb ácidos (Ka) e de base (Kb). - Distingue as solução
- Efectuar cálculos de Ka e - Equilíbrio iónico da água: Produto iónico da ácidas, básicas e neutras
de Kb com base na Lei da água (Kw). com base na escala do
diluição de Ostwald para - Relação entre Ka Kb e Kw. pH.
ácidos e bases fracos; - Grau de ionização (α ) e constante de - Usa os indicadores na
- Calcular o pH e o pOH; ionização (Ki). Lei da Diluição de Ostwald determinação do carácter
Equilíbrio
- Explicar a importância - Relação entre grau de ionização e constante químico das soluções;
Químico em 22
do pH no organismo; de ionização (Ki) - Aplica as soluções
Solução Aquosa
- Efectuar cálculos de pH - Soluções ácidas e básicas. tampão na determinação
e pOH das soluções ácidas - Conceitos de pH e pOH. Escala de pH e do pH óptimo do solo
e básicas; pOH. Relação entre pH e pOH para a agricultura e na
- Relacionar o grau de - Cálculo de pH de ácidos e bases fortes. conservação de produtos
ionização e constante de - Cálculo de pH de ácidos e bases fracos. alimentares
ionização (Ki) - pH de soluções de sais. Hidrólise de sais de
- Conhecer o ácidos fortes e bases fracas e de ácidos fracos
funcionamento dos e bases fortes.
indicadores; - Solução tampão: Conceito e preparação
- Resolver problemas - Cálculo de pH de solução tampão; fórmula
sobre hidrólise e produto tampão e razão tampão
de solubilidade; - Indicadores ácido-base; ponto de
- Determinar a equivalência e zona de viragem do indicador,

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concentração de ácido ou pKind;
de base usando a titulação - O pH e o meio ambiente; importância dos
ácido-base. sistemas tampão na natureza, no nosso
organismo e na indústria (na conservação de
alimentos, bebidas, etc.) – Tema gerador
- Solubilidade (S) e produto de solubilidade
(Ks ou Kps);
- Titulação. Ácido forte com base forte.
- Ponto de equivalência. Cálculos
Experiência química sobre a titulação ácido-
base (HCl e NaOH)

Sugestões metodológicas da 3ª Unidade temática

Para iniciar o estudo desta unidade, o professor pede aos alunos para representar as fórmulas químicas de alguns ácidos e a partir dos
exemplos reactiva-se o conceito de ácido/base segundo Arrhenius e de Bronsted-Lowry. Define-se o conceito protólise como transferência
de protões. Na base de reacções químicas de ácidos e de bases (NH3) com água explica-se a formação de pares conjugados.

A força dos ácidos e das bases deve ser explicada qualitativa e quantitativamente. A explicação quantitativa deve ser na base dos valores
das constantes de equilíbrio de ácido e de base (Ka e Kb). Enquanto que a qualitativa será na base da tendência da espécie do ácido de doar
protões ou da base de receber protões numa reacção química. Neste tema, serão reactivados os conhecimentos dos alunos sobre a
constante de equilíbrio adquiridos na unidade anterior. Deve-se salientar ainda que, quanto maior forem os valores de Ka e Kb, mais fortes
serão os ácidos e as bases, respectivamente.

Para exercitar, os alunos serão orientados a escrever a expressão da constante de acidez ou da basicidade de diferentes substâncias, e a
consultar os valores tabelados dos ácidos e das bases e a partir destes concluir o grau de acidez ou de basicidade dos mesmos.

Em relação ao tema sobre o equilíbrio iónico da água, sugere-se uma explicação dos conceitos de reacção protolítica e protólise. A partir
do exemplo da reacção da auto-protólise da água será abordado o tema sobre o Produto iónico da água (Kw). Deve-se salientar que, o valor
de Kw depende da temperatura, pois à medida que se aumenta a temperatura, as moléculas da água passam a ter maior energia cinética.
Por isso, torna-se mais intenso o processo de ionização e por conseguinte, há um aumento das concentrações dos iões H+ (H3O+) e OH-,
pois o processo é endotérmico.

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Seguidamente fala-se da relação entre Ka, Kb e Kw, deduzindo e demonstrando que para quaisquer pares conjugados de ácidos e bases, o
produto Ka.Kb é precisamente igual a constante de autoprotólise do solvente, à mesma temperatura. Para soluções aquosas, temos Ka..Kb =
Kw ⇒ pKa + pkb = pKw.

Através de uma tabela mostra a relação da variação dos valores de Kw com a temperatura, sendo a 25oC igual a 10-14, o que significa que
[H3O+] = [OH-] = 10-7.

Seguidamente, define-se o grau de dissociação e relaciona-se com Ka e Kb e trata-se da Lei da Diluição de Ostwald, que permite prever o
que acontece ao diluir ou concentrar uma solução, isto é, o que acontece com o grau de dissociação se a concentração da solução diminui
ou se a concentração de uma solução aumenta.

A seguir, explica-se que solução ácida (acídica) é aquela em que [H3O+] > [OH-], solução alcalina (básica), [H3O+] < [OH-], e, quando
[H3O+] = [OH-] a solução diz-se neutra (neutral). Explicar ainda que para a indicação do carácter químico de uma solução (se é acídica,
1
alcalina ou neutral) usa-se uma grandeza denominada potencial, potencial = log . Tal grandeza é definida como o
concentração
logaritmo decimal do inverso de qualquer concentração. Se a concentração considerada for de iões H+, o potencial será denominado
potencial hidrogeniónico, que é representado por pH. Se a concentração considerada for a de iões OH-, o potencial se denominará
potencial hidroxiliónico, que é representado por pOH.

Logo: pH = log
1
[ ]
H+
[ ]
⇒ pH = − log H + e pOH = log
[
1
OH − ] ⇒ [ ]
pOH = − log OH − .

De seguida, fala-se da escala de pH e de pOH, que caracterizam as soluções.

Como forma de exercitação, os alunos efectuam cálculos de pH e de pOH de soluções de ácidos fortes e bases fortes e de ácidos fracos e
bases fracas. Aqui é importante falar da relação entre pH e pOH ( pH + pOH = 14, a 25 oC). Esta relação é obtida da constante de auto-
ionização da água.

O conceito “solução tampão” deve ser tratado com base na teoria ácido-base de Bronsted-Lowry, princípio de Le Chatelier-Braun e
conhecimentos dos alunos sobre pH e pOH. Deve-se falar da fórmula tampão e razão tampão, também dos indicadores e determinar a
zona de viragem do indicador na base do pKind. Deve-se sublinhar que essas soluções aplicam-se nas investigações bioquímicas, na
medicina e desempenham grande papel no funcionamento dos organismos vivos.

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Para falar da solubilidade (S) e do produto de solubilidade (Ks ou Kps) deve basear-se no equilíbrio de ionização e equilíbrio heterogéneo.
Deve explicar a diferença entre a solubilidade (quantidade de sal que satura100g do solvente) e produto de solubilidade (constante de
equilíbrio de ionização desse sal). Deve também diferenciar a produto de solubilidade e o produto iónico (pi) do sal (o produto das
concentrações dos iões do sal na solução) e sublinhar que numa solução saturada pi = Ks e que se pi > Ks forma-se precipitado. Nos
exercícios de aplicação deve-se incidir mais nos sais simétricos, podendo incluir alguns exercícios com sais não simétricos. Estes
exercícios devem incluir cálculos de Ks a partir de S e cálculo se S a partir de Ks.

Na titulação, determina-se a quantidade de um composto, em gramas, em 1ml de solução, aplicando a fórmula T = NE/100 (onde T é o
título da solução, N é a normalidade da solução e E é o equivalente da substância). Através da solução titulada de álcali (base solúvel em
Água) é possível determinar a normalidade da solução de ácido, e, vice-versa. Para a titulação de soluções é cómodo utilizar as soluções
normais aplicando para os cálculos a fórmula Na.Va = Nb.Vb (onde N é a normalidade da solução, V é o volume da solução, a é a
substância acídica e b a substância alcalina ou básica).

Nesta unidade, recomenda-se a realização de experiências químicas sobre a titulação ácido-base de HCl e NaOH.

Indicadores de desempenho

o Distigue ácido e base segundo Bronsted-Lowry;


o Aplica a Lei de Diluição de Ostwald na resolução de exercício
o Relaciona o pH e pOH com o produto iónico da água (Kw);
o Distigue as solução ácidas, básicas e neutras com base na escala do pH;
o Calcula o pH e pOH de soluções ácidas e básicas fortes e fracas;
o Relaciona pKa + pKb = pKw com a constante de hidrólise salina (Kh).
o Aplica as soluções tampão na determinação do pH óptimo do organismo;
o Resolve problemas de cálculo de produto de solubilidade e sobre titulação de ácidos e bases fortes;
o Selecciona e decide sobre os materiais necessários e adequados para a realização da titulação de um ácido forte com uma base
forte;
o Redige os relatórios da experiência e de pesquisa.

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Unidade temática 4: Reacções Redox e Electroquímica

Unidade Objectivos específicos Competências básicas Carga


Conteúdos
Temática O aluno deve ser capaz de: O aluno: horária
- Definir os conceitos de Reacções redox
oxidação, redução, semi- - Conceito histórico de oxidação e redução.
equação, agente oxidante, - Conceitos básicos: agente redutor, agente
agente redutor par oxidante, reduzir, oxidar, redução, oxidação.
conjugado rdox; - Número de oxidação. Regras para a
- Conhecer as regras de determinação do número de oxidação
determinação do número de - Pares conjugados redox. Semi-equações - Conhece o
oxidação; redox. Forças de oxidantes e de redutores. funcionamento dos
- Deduzir uma reacção Potencial normal redox. Tabela de potenciais diferentes tipos de pilhas
redox a partir dum normal redox. Série de reactividade de metais utilizadas no quotidiano;
enunciado indicando o e de ametais.
oxidante e o redutor; - Acerto de equações redox pelo método de - Estabelece a relação
- Acertar equações redox variação do número de oxidação (equações entre a electrólise com a
pelo método da variação do moleculares e método das semi-equações) e produção de substâncias
Reacções Redox
número de oxidação; método ião-electrão (equações iónicas em úteis no quotidiano (Al,
e 22
- Relacionar as reacções solução). Na2CO3, NaOH, Na, Cu,
Electroquímica
redox com processos de Cl2, etc.);
transformação de energia; Electroquímica - Aplica os
- Relacionar electrólise da - Célula galvânica. A pilha de Daniel. conhecimentos da
electroquímica; Interpretar o Transferência de electrões e previsão de electrólise na protecção
funcionamento da pilha de espontaneidade de reacções. de metais contra a
Daniel; - Conceito e tipos de eléctrodos. Esquema de corrosão e para produzir
- Efectuar cálculos da f.e.m. um eléctrodo. objectos de adorno
de uma pilha; - Potencial do eléctrodo; Eléctrodo normal de usando moldes.
- Conhecer o funcionamento Hidrogénio
das pilhas e baterias - Determinação da f. e. m. duma pilha.
comerciais; Potencial normal dum par redox conjugado.
- Relacionar electrólise - Diagrama e esquema de célula. f . e. m.
ígnea da aquosa; duma célula galvânica com base na tabela
- Escrever as equações das com valores de potenciais padrão (Eo)

31
reacções de electrólise; - Bateria de chumbo. Pilha seca
- Conhecer as aplicações da
electrólise no quotidiano; - Experiencia química sobre a montagem de
- Efectuar cálculos usando algumas células galvânicas e medição da
Lei de Faraday. f.e.m. ou fazer acender lâmpadas simples.

Electrólise
- Célula electrolítica
- Electrólise de soluções aquosas usando
eléctrodos inertes.
- Electrólise de substâncias iónicas fundidas.
- Leis de Faraday.
- Aplicações da electrólise (galvanoplastia,
galvanostegia, anodização, refinação de
metais e obtenção de substâncias de
interesse).

- Experiencia química sobre a electrólise de


água e a electrólise de uma solução de
Cloreto de sódio.

Sugestões metodológicas da 4ª Unidade temática

Reacções Redox

Ao iniciar esta unidade, como breve historial, o professor informa aos alunos que a oxidação é um processo que já era conhecido na
sociedade primitiva visto que o desenvolvimento material da civilização, tanto no oriente como no ocidente foi acompanhado pelo
desenvolvimento de procedimentos de natureza química para a obtenção de substâncias ou para a sua purificação. De seguida, recorda os
alunos sobre os conceitos de oxidação e redução dados na 8ª Classe, como ganho e perca de oxigénio, e da 9ª Classe como transferência
de electrões. A partir de exemplos, o professor leva os alunos a definir a reacção redox como uma reacção química que ocorre com
transferência de electrões e explica que a partícula que ganha electrões chama-se oxidante e ao processo de ganhar electrões, chama-se
redução. O agente aqui, actua como um oxidante. Á partícula que cede ou perde electrões, chama-se redutor, o processo tem o nome de

32
oxidação. O agente actua como um redutor. Desta maneira, o redutor não pode perder electrões sem a presença de qualquer oxidante
que os apanha, por isso, redução e oxidação ocorrem simultaneamente razão pela qual, falamos de reacções redox.

Em seguida, define o número de oxidação (Nox) dum elemento como o número de electrões que o elemento (o átomo do elemento) pode
perder ou ganhar quando participa numa reacção química, ou, a carga que o elemento teria se os electrões envolvidos nas ligações fossem
contados como pertença do elemento mais electronegativo que participa nessa ligação (composto iónico). Número de oxidação de um
elemento num composto covalente, define-se como número de electrões deslocados do átomo do elemento em causa para outros átomos
(quando este número é positivo) ou deslocados dos átomos dos outros elementos para o átomo do elemento em questão (quando é
negativo). Aqui, o professor explica as regras para a dedução dos números de oxidação das espécies químicas (átomos, iões, moléculas,
etc).

Através de exemplos, com o uso do número de oxidação, os alunos identificam as reacções redox como aquelas em que há variação de
Nox de pelo menos dois elementos, identifica os processos redox e os pares conjugados redox, em comparação com os pares conjugados
ácido-base. A partir dos pares redox, o aluno deduz as semi-equações redox e a equação global. Prevê a ocorrência da reacção redox com
ajuda dos potenciais redox tabelados em comparação com as forças ácido-base.

Sobre o acerto de equações, o professor explica os diferentes métodos, começando pela variação do nox, primeiro, pelo método da
equação global e depois pelas semi-equações. Depois explica o método de acerto de equações iónicas em solução aquosa (método ião-
electrão), tanto soluções ácidas, alcalinas bem como neutras.

O professor termina este tema com exercitação sobre a previsão de reacções redox e a acerto de equações de reacções redox.

Electroquímica

Sobre a Electroquímica, começa-se por citar exemplos de aparelhos e dispositivos do dia-a-dia que usam processos electroquímicos no
seu funcionamento. Pilhas e baterias constituem hoje em dia produtos de grande importância para a sociedade.

Este tema esclarece como é possível gerar uma corrente eléctrica por meio de uma reacção química. Também analisa a corrosão sofrida
por certos metais (fenómeno que causa muitos prejuízos ao ser humano) e meios para tentar retardá-la ou evitá-la.

Seguidamente define-se Electroquímica como a parte da Química que estuda a relação entre a reacção química e a energia eléctrica.
Definem-se o eléctrodo, como o conjunto formado por uma barra metálica mergulhada numa solução de iões desse metal, e explica-se os
fenómenos que ocorrem nos eléctrodos - no eléctrodo positivo (cátodo) ocorre redução e no eléctrodo negativo (ânodo) é onde oxidação -
bem como a determinação do sentido da corrente eléctrica numa célula galvânica (célula electroquímica) e desta para o circuito externo, e,
vice-versa. Para isso, o professor recorre a ajuda de um esquema para representar os eléctrodos. Fala-se da célula galvânica e dá-se o
33
esquema da constituição de uma célula galvânica, e o papel e a constituição de cada uma das partes (dois eléctrodos e uma ponte salina ou
uma membrana porosa).

Ao tratar o potencial do eléctrodo, este deve ser definido como um número medido em volts, que indica a tendência do processo em
ocorrer no sentido em que está escrito, e é representado por E, podendo ser potencial de oxidação (Eoxid) e potencial de redução (Ered),
dependendo se a equação do eléctrodo representa uma semi-equação de oxidação ou de redução. É importante que os alunos saibam que
existem outras notações para o potencial (por exemplo, ϕ, ε, etc.). Quando o potencial for medido em condições normais de temperatura e
pressão (1 atm, 25 oC) e na concentração de 1 M, diz-se potencial padrão, Eo. Os potenciais padrão dos eléctrodos estão tabelados.

O potencial de redução do eléctrodo de Hidrogénio (H2/2H+), em condições normais de temperatura e pressão (1 atm, 25 oC) e
concentração 1 M, foi convencionado como sendo igual a zero. Este é usado como padrão de comparação para a determinação dos
potenciais de redução dos outros eléctrodos.

O eléctrodo normal é uma placa de Platina ou Níquel mergulhada na solução de Ácido sulfúrico onde deve passar Hidrogénio. O professor
explica ainda que existem dois grupos de ânodos: insolúveis (C, Pt, Ir) e solúveis (Cu, Ag, Zn, Cd, Ni, e outros metais). Ao exemplificar
os eléctrodos, o professor deve familiarizar os alunos com os esquemas dos eléctrodos.

O professor define a força electromotriz (f.e.m.) ou diferença de potencial (ddp) da pilha como sendo a diferença entre os valores do
potencial do eléctrodo de maior valor valor algébrico (o eléctrodo oxidante) e o do menor valor (o eléctrodo redutor); F.e.m. = Eoxid - Ered.
Realçar que para a medição da f.e.m. usa-se um aparelho chamado voltímetro.

Depois, o aluno reactiva o diagrama da célula galvânica e faz cálculos de f.e.m. de células galvânicas, com base na tabela de valores Eo.

Com base nos conhecimentos sobre a célula galvânica, o professor explica a estrutura e o funcionamento da pilha de Daniell, pilha seca
(de Leclanché) incluindo pilha alcalina (um melhoramento da pilha de Leclanché), da bateria de Chumbo, célula de Mercúrio (ideal para
relógios de pulso e aparelhos de surdez), e bateria de Níquel/Cádmio (como a usada nos telemóveis, brinquedos, etc). As pilhas devem ser
classificadas em reversíveis (recarregáveis, como a dos telemóveis) e irreversíveis (irecarregável, como a de Leclanché). Aqui, o professor
pode fazer a dissecação duma pilha e duma bateria velha para estudar as partes constituintes.

Nesta subunidade o professor deve fazer montagens de algumas células galvânicas possíveis no seu meio escolar e medir a f.e.m. ou fazer
acender lâmpadas simples.

Electrólise

34
Na subunidade Electrólise, começa-se por definir a Electrólise como sendo toda a reacção química provocada por corrente eléctrica
proveniente de uma fonte externa. O esquema da célula electrolítica deverá ser comparado com o da célula electroquímica. Deve-se
informar que a f.e.m. que pode provocar a electrólise deve ser maior que a f.e.m. da célula electroquímica correspondente.

Seguidamente, classifica a electrólise em ígnea (de massas fundidas iónicas, como de sais NaCl, Na2SO4, etc.) e em solução aquosa (como
NaCl(aq)), na superfície de eléctrodos inertes. Aqui, deve-se mencionar e estudar com pormenor.

As relações quantitativas da electrólise devem ser estudadas na base das duas leis de Faraday.

Para completar o estudo deste capítulo, fala-se das aplicações da electrólise (galvanoplastia, galvanostegia, anodização, refinação de
metais e obtenção de substâncias de interesse, como o processo de produção de Alumínio Soda soldada e Soda cáustica).

Nesta subunidade recomenda-se ao professor realizar experiências simples de electrólise, como por exemplo, a electrólise de água e a
electrólise de uma solução de Cloreto de sódio.

Indicadores de desempenho

o Aplica os conceitos de oxidação, redução, oxidante, redutor e par conjugado redox, na identificação de reacções redox;
o Aplica os métodos de variação do Nox e ião electrão no acerto de equações moleculares e iónicas;
o Identifica as células galvânicas com base num esquema de representação;
o Resolução de exercícios na determinação da força electromotriz de uma pilha;
o Descreve o funcionamento das pilhas usadas no quotidiano;
o Aplica as leis de Faraday na resolução de exercícios de electrólise;
o Realiza experiencia química sobre a sobre a montagem de algumas células galvânicas e medição da f.e.m. ou fazer acender
lâmpadas simples e electrólise de água e a electrólise de uma solução de Cloreto de sódio;
o -Selecciona e decide sobre os materiais necessários e adequados para a realização das experiências;
o Redige os relatórios das experiências realizadas.

35
Unidade temática 5: Química Orgânica

Objectivos
Competências
Unidade específicos Carga
Conteúdos básicas
Temática O aluno deve ser horária
O aluno:
capaz de:
-Usar a Hidrocarbonetos: revisão - Contribui
nomenclatura - Fórmula geral na divulgação, na
IUPAC e Usual - Nomenclatura (Usual e IUPAC); comunidade,
para nomear os - Reacções de substituição e de adição: sobre os cuidados
Alcanos, Alcenos. - Substituição em alcanos que se deve ter no
Alcinos e os - Substituição em compostos aromáticos (efeitos indutivos e manuseamento e
compostos mesoméricos) Reacções de adição em alcenos e alcinos; conservação dos
Aromáticos combustíveis (Gás
- Escrever as Álcoois e fenóis: revisão de cozinha,
equações das - Álcoois: Fórmula geral e grupo funcional. Nomenclatura. gasolina, etc.)
reacções que Classificação. Propriedades físicas. Preparação de mono - Aplica as
traduzem as álcoois. Propriedades químicas. Aplicações. Poliácoolis: diferentes técnicas
propriedades Etilenoglicol e Glicerol. de produção de
Química químicas dos - Fenóis: Preparação. Propriedades químicas e aplicações do produtos a base de
40
Orgânica alcanos; alcenos, fenol. hidrocarbonetos
alcinos e Oxidação de álcoois: ao nível da
compostos - Reacções de oxidação de álcoois; comunidade
aromáticos - Obtenção de álcoois por redução -Promove círculos
- Usar a Temas geradores: de interesse e feiras
nomenclatura - Transformação de vinho em vinagre de artigos
IUPAC e Usual - Formação do Etanol por fermentação; As bebidas alcoólicas e produzidos
para nomear os os riscos que representam localmente com
álcoois, fenóis. - Utilização de álcool como combustível vista a despertar
- Nomear os maior interesse pela
éteres, aldeidos e Éteres: Fórmula geral e grupo funcional. Nomenclatura. química das
cetonas, esteres Propriedades físicas. Preparação. Propriedades químicas. substância
com base na Aplicações. macromoleculares
nomenclatura (Lã, Seda, Algodão,

36
Usual IUPAC Aldeídos e cetonas: poliésteres,
- conhecer as -Fórmula geral e grupo funcional poliamidas,
aplicações e - Nomenclatura. Propriedades físicas. Preparação. Propriedades poliuretanas).
propriedades químicas. Aplicações. -Participa na
físicas do éteres, divulgação sobre o
álcoois, éteres, Ácidos carboxílicos: perigo do consumo
aldeidos e cetonas - Fórmula geral e grupo funcional de bebidas
-Escrever as - Nomenclatura. Propriedades físicas e químicas. Preparação e alcoólicas
equações das aplicação - Participa na
reacções que Ésteres. divulgação, do
traduzem as - Fórmula geral e grupo funcional consumo
propriedades - Nomenclatura. Propriedades físicas e químicas. Preparação e equilibrado das
químicas dos aplicação; substâncias
álcoois, éteres, - Experiência químicas sobre esterificação (reacções entre necessárias para a
aldeidos e cetonas, vários álcoois com vários ácidos carboxílicos). manutenção do
ácidos carboxílicos organismo;
e esteres. Aminas: - Participa na
- Fórmula geral e grupo funcional divulgação sobre
- Conhecer a - Nomenclatura e classificação. Propriedades físicas. Métodos os problemas
nomenclatura, de obtenção. Propriedades químicas e aplicações. Anilina ambientais
obtenção e Amidas: causados pelos
aplicações das - Fórmula geral e grupo funcional polímeros
amidas - Nomenclatura. Obtenção e aplicações. Ureia. sintéticos
-Conhecer a
estrutura das Noções sobre alguns compostos presentes nos seres vivos
substâncias
presentes nos seres - Triglicerídeos (Lípidos): Estrutura geral, óleos e gorduras.
vivos Aplicações
- Explicar a - Ácidos gordos saturados e insaturados;
importância das - Sabões e detergentes: Reacção de saponificação, Detergência
substâncias (actuação de sabões e detergentes na limpeza);
presentes nos seres - As gorduras e o organismo humano, importância e
vivos. consequência da sua falta - Tema gerador
- Conhecer a - Experiência sobre saponificação (produção do sabão
estrutura dos comum).
37
polímeros mais
importantes. Aminoácidos: (Conceito, estrutura nomenclatura e
- Conhecer a
importância dos
classificação). Ligação peptídica e formação de peptídeos e
polímeros mais
comuns. proteínas;

Proteínas:

- Estrutura primária das proteínas. Configuração. Importância


bioquímica.
- Hidrólise de proteínas;
- Importância das proteínas no organismo e consequências da
sua falta - Tema gerador

- Carbohidratos:
- Monossacarídeos
- Dissacarídeos
- Polissacarídeos: Amido e Celulose.
- Carbohidratos como fonte de energia no organismo humano e
consequências da sua falta - Tema gerador

Substâncias macromoleculares sintéticas:


- Conceito de polimerização
- Polímeros: Constituição, propriedades
Classificação de polímeros:
- Polímeros de adição: Polietileno e outros polímeros
vinílicos, Poliuretanas Elastómeros; Copolímeros, suas
aplicações.
- Elastómeros. Vulcanização da borracha.
- Polímeros de condensação: Poliamidas (Nylon, Kevlar)
Poliésteres (Terilene), Puliuretanas, Silicone,

38
Policarbonato, Baquelite; suas aplicações
Fibras têxteis:
- Conceito e classificação (Lã, Seda, Algodão, poliésteres,
poliamidas, poliuretanas).
- Constituição e aplicações da seda, algodão e lã.
- Problemas ambientais causados pelos polímeros sintéticos -
Tema gerador

39
Sugestões metodológicas da 5ª Unidade temática

Hidrocarbonetos

Ao principiar esta unidade o professor deve reconsiderar os conhecimentos dos alunos sobre Química Orgânica adquiridos na 10ª Classe.
Deve se destacar as particularidades dos hidrocarbonetos saturados, insaturados e aromáticos: A reacção principal dos hidrocarbonetos
saturados é a substituição dos átomos de hidrogénio nas suas moléculas; Os hidrocarbonetos apresentam a reacção de adição para a
ligação múltipla; para os compostos aromáticos, que são formalmente insaturados, são características as reacções de substituição, quer de
adição.

Álcoois e fenóis

Em relação aos álcoois, os alunos revêm a estrutura destes destacando que álcoois e fenóis apresentam o mesmo grupo funcional (OH).
No entanto, explica-se que nos álcoois o grupo funcional está ligado a um Carbono saturado (R-OH) enquanto, que nos fenóis está ligado
ao radical fenil ou aril (Ar-OH). Seguidamente, o professor solicita aos alunos alguns exemplos de álcoois e fenóis.

Utilizando exemplos, o professor leva os alunos à classificação dos álcoois quanto ao número de grupos hidroxilo (OH) e quanto à
posição do grupo hidroxilo na cadeia.

A seguir, o professor orienta a escrita de equações de reacções que traduzem as propriedades químicas dos álcoois e fenóis, reacção de
combustão e de oxidação, respectivamente.

Como temas geradores, o professor orienta o trabalho de pesquisa sobre a transformação de vinho em vinagre, formação do Etanol por
fermentação assim como os riscos que representam as bebidas alcoólicas.

Éteres

No estudo dos éteres, deve-se iniciar com a sua nomenclatura citando exemplos do quotidiano, como o éter comum (éter dietílico) usado
como anestésico, entre outros. Em relação as propriedades químicas, explica-se que estes são isómeros dos álcoois, mas, não apresentam o
grupo hidroxilo. É necessário mostrar as diferenças existentes entre os álcoois e os éteres nas propriedades físicas e químicas; por
exemplo, os éteres não têm pontes de hidrogénio entre as moléculas e a temperatura de ebulição é menor do que a do álcool
correspondente.

40
Aldeídos e cetonas

Sobre os aldeídos e cetonas, tratando de um tema já estudado na 10ª Classe, far-se-á uma breve revisão sobre a estrutura, nomenclatura,
propriedades e aplicações. Em relação às propriedades químicas deve-se apresentar as suas reacções qualitativas: reacção com Ag2O e
Cu(OH)2. Deve-se, também, diferenciar a acção dos aldeídos e poli álcoois sobre o Cu(OH)2.

Ácidos carboxílicos

O tema sobre ácidos carboxílicos também foi estudado na 10ª Classe, por isso, começa-se com uma revisão sobre a estrutura e a
nomenclatura e aplicações dos ácidos carboxílicos mais comuns. Os alunos recordam o conceito de ácido segundo Bronsted-Lowry e
comparam a semelhança quanto a cedência do ião H+ em solução aquosa e a diferença na sua composição (presença ou não do Carbono).

Ésteres

Sendo os Ésteres, mais um tema estudado na 10ª Classe, o professor apresenta vários ésteres e solicita dos alunos a sua aplicação prática e
suas fontes naturais. Os Ésteres são largamente usados na produção de flavorizantes ou aromatizantes (substâncias naturais ou sintéticas
que adicionadas a um alimento ou medicamento lhes confere um sabor característico), na produção de refrescos, doces, pastilhas, xaropes.
Exemplos: Acetato de etila, proporciona o sabor a menta; Etanoanato de octila, proporciona o sabor a laranja.

Sobre a preparação dos ésteres, deve-se destacar a reacção de esterificação, explicando o seu mecanismo. Para as propriedades químicas
dos ésteres destacam-se as reacções de hidrólise e de saponificação.

Nesta subunidade recomenda-se ao professor a realização de experiências químicas sobre esterificação (reacções entre vários álcoois com
vários ácidos carboxílicos). Para cada éster produzido, deve-se sentir o aroma do éster produzido.

Aminas

As aminas estudam-se como derivados do amoníaco, por isso, deve-se comparar estes dois compostos baseando-se na existência dos
electrões não partilhados no átomo do nitrogénio. De seguida, o professor deve-se referir da classificação e nomenclatura, métodos de
obtenção, propriedades físicas e químicas e aplicações com enfoque a anilina.

Amidas

As amidas estudam-se começando-se por demonstrar o seu parentesco, por um lado, com os ácidos carboxílicos e por outro, como
amoníaco. Para em seguida tratar-se da sua nomenclatura, obtenção e aplicações com destaque a ureia.
41
Noções sobre alguns compostos presentes nos seres vivos

Nesta unidade estudam-se os compostos presentes nos seres vivos. Começando pelas gorduras e óleos deve-se explicar que são ésteres do
glicerol, fazendo parte da constituição das membranas celulares ou seja dos tecidos de protecção dos seres vivos e são uma fonte
importante de energia para os seres vivos fazendo parte das grandes reservas alimentares destes.

Sobre a actuação dos sabões e detergentes, o professor explica que as moléculas do sabão têm uma cabeça polar (que tem um anião
carboxílico) e uma cauda apolar (formada por uma cadeia longa de hidrocarboneto). Quando uma nódoa ou camada de gordura em
contacto com uma solução de sabão, as moléculas deste orientam-se no sentido de a cauda estar virada para a sujeira ou gordura (A cauda
é lipofílica e hidrofóbica) e a cabeça virada para água (a cabeça é hidrofílica e lipofóbica). Assim, com a agitação as moléculas do sabão
vão envolvendo a sujeira ou a gordura até embrulhá-la completamente, formando uma micela, removendo a sujeira ou a gordura. A
formação de micela é um processo denominado emulsificação (formação de emulsões).

Através de exemplos, o professor orienta aos alunos à classificação de óleos e gorduras em animais e vegetais mencionam as fontes dos
óleos e gorduras. Com base no esquema abaixo, o professor sistematiza os conteúdos tratados:

O professor orienta os alunos a realização de um trabalho de pesquisa sobre “as gorduras e o organismo humano, importância e
consequência da sua falta”.

Em relação as proteínas devem-se salientar que elas constituem um importatíssimo grupo das substâncias orgânicas presentes em todos os
seres vivos (a palavra proteína vem do grego e significa “de primordial importância”). Deve se estabelecer as ligações interdisciplinares
com a Biologia expondo-se a matéria sobre as funções das proteínas nas células que são mais variáveis comparativamente aa funções dos
outros compostos.

As proteínas são produzidas por organismos vivos por meio da junção de aminoácidos por ligações peptídicas (as proteínas são amidas
naturais). Aqui, o professor apresenta a estrutura funcional dos aminoácidos e a nomenclatura dos mesmos, destacando os α-aminoácidos,
por serem estes os que formam as proteínas. De seguida, devem ser apresentados os vinte aminoácidos protenogénicos, classificando-os
em essenciais e não essenciais.
- Essenciais - são aqueles que não podem ser sintetizados pelos animais
- Não essenciais - são aqueles que podem ser sintetizados pelos animais.

Observações - é importante ressaltar que, para os vegetais, todos os aminoácidos são não essenciais. Fica claro que classificar um
aminoácido em não essencial ou essencial depende da espécie estudada; assim, um certo aminoácido pode ser essencial para um animal e
não essencial para outro.

42
A seguinte tabela mostra os aminoácidos não essenciais e essenciais para o homem:

Não Essenciais Essenciais


Glicina, Alanina, Serina, Cisteína, Tirosina, Arginina Fenilalanina, Valina, Triptofano
Ácido, aspártico, Ácido, glutâmico, Histidina, Asparagina Treonina, Lisina, Leucina, Isolucina
Glutamina, Prolina Metionina

A seguir, o professor apresenta a estrutura de um peptídeo, bipeptídeo e polipeptídeo. O polipeptídeo representa a estrutura primária das
proteínas. Com base em modelos, mostrar as estruturas secundárias, terciária e quaternária. A importância bioquímica das proteínas passa
pela construção dos tecidos, protecção do organismo, transporte, enzimática, movimento, entre outras. É de salientar que a função
enzimática deve ser associada ao conceito catalisador adquirido nas outras classes e unidades temáticas.

A hidrólise de proteínas consiste no rompimento das ligações peptídicas e consequente formação de aminoácidos livres.

O professor orienta os alunos a realização de um trabalho de pesquisa sobre Importância das proteínas no organismo e consequências da
sua falta, destacando o kwashiorkor, e kwashiorkor-marasmático.

Os carbohidratos devem ser tratados como compostos bifuncionais, poliálcoois e aldeídos, apresentando as propriedades destes
compostos. Deve ser discutida a importância desses compostos para a vida com enfoque à Glicose por ser a principal fonte de energia dos
organismos vivos.

Seguidamente faz-se a classificação dos carbohidratos segundo o número de moléculas de acúcar em monossacarídeos (exemplo, a
Glicose e a Frutose), dissacarídeos (por exemplo, Lactose e Maltose) e polissacarídeos (por exemplo, o Amido, o glicogénio e a Celulose).

O professor orienta os alunos a realização de um trabalho de pesquisa sobre carbohidratos como fonte de energia no organismo humano e
consequências da sua falta, destacando a doença de marasmo e kwashiorkor-marasmático.

Nesta subunidade recomenda-se ao professor a realização de uma experiência sobre saponificação (produção do sabão comum).

Substâncias macromoleculares sintéticas

43
Muito do que a natureza tem de belo está directamente ligado ao facto dela gerar a complexidade a partir da simplicidade ao unir
pequenas moléculas produzindo outras, bem maiores, chamadas macro moléculas ou polímeros.

O conceito de polimerização está directamente associado a esta união de pequenas moléculas (chamadas monómeros) para formar um
polímero. Na base de exemplos de polímeros conhecidos do quotidiano, o professor promove uma discussão que leva os alunos a concluir
sobre as propriedades gerais dos polímeros.

Os polímeros são classificados, fundamentalmente em polímeros de adição e polímeros de condensação e também em homo polímeros e
co-polímeros. Os polímeros de adição são aqueles que se formam por reacções de adição, por exemplo, Polietileno e outros polímeros
vinílicos, elastómeros, poliuretanas. Para melhor compreensão torna-se necessário escrever a equação da reacção do respectivo processo
de obtenção. Para cada polímero mencionado na aula como exemplo, deve ser dada a sua equação de obtenção (indicando o(s)
monómeros(o) e o polímero formado), as suas propriedades e aplicações.

Ao falar dos elastómeros, deve mencionar a borracha natural (Poliisopreno) e a borracha sintética (Polibutadieno, Neopreno, borracha de
Butadieno-Stireno). Também deve-se tratar o processo da vulcanização da borracha que consiste em aquecer a borracha (natural ou
sintética) com cerca de 3% de Enxofre na presença de um catalisador apropriado (PbO), formando ligações cruzadas (pontes constituídas
por um ou vários átomos de Enxofre) que unem as várias cadeias do polímero, rompendo algumas ligações dupla das cadeias..

Os polímeros de condensação são materiais obtidos por meio de reacções nas quais há a eliminação de pequenas moléculas, geralmente de
Água, chamadas reacções de condensação. Por exemplo, Poliamidas (Nylon, Kevlar) Poliésteres (Terilene), Puliuretanas, Silicone,
Policarbonato, Baquelite. Para cada polímero mencionado na aula como exemplo, deve ser dada a sua equação de obtenção (indicando
o(s) monómeros(o) e o polímero formado), as suas propriedades e aplicações.

O professor orienta os alunos a realização de um trabalho de pesquisa sobre “os problemas ambientais causados pelos polímeros
sintéticos”.

Fibras têxteis:

Quando um material pode ser transformado em fios e, com eles, podem-se obter tecidos, então, tal material é denominado fibra têxtil. De
seguida, devem ser mencionadas as propriedades das fibras (formam filamentos longos, são tenazes e com certa resistência química).

As fibras têxteis classificam-se em Naturais que podem ser de origem animal (lã e seda) ou vegetal (algodão, sisal e cânhamo, etc.),
artificiais (derivados da Celulose, como Nitrato de celulose, Acetato de celulose e Xantato de celulose ou Viscose) e sintéticas
(poliésteres, poliamidas, poliuretanas). Para cada fibra mencionada na aula como exemplo, deve ser dada a sua constituição e suas
aplicações.
44
Indicadores de desempenho

o Aplica a nomenclatura Usual e IUPAC para nomear os compostos orgânicos mais comuns;
o Identifica as reacções típicas para cada função química orgânica;
o Lista as principais aplicações das substâncias orgânicas no quotidiano;
o Lista as principais funções das substâncias orgânicas nos seres vivos, e em particular no homem;
o Escreve as equações das reacções de combustão, substituição, adição, eliminação e polimerização como reacções típicas dos
compostos orgânicos;
o Relaciona as propriedades dos polímeros com a sua aplicação;
o Realiza experiências químicas sobre esterificação e saponificação;
o Selecciona e decide sobre os materiais necessários e adequados para a realização das experiências;
o Redige os relatórios das experiências químicas, e de trabalhos de investigação.

45
10. Avaliação
A avaliação da aprendizagem é uma componente curricular, presente em todo o processo
de ensino-aprendizagem, através da qual se obtêm dados e informações que possibilitam
a tomada de decisões, visando assegurar a aprendizagem, garantir a identificação e o
desenvolvimento de potencialidades assim como a formação integral do indivíduo, com
vista à melhoria da qualidade de ensino-aprendizagem e o sucesso escolar.
A avaliação permite obter informações sobre o desempenho do professor, do aluno, da
direcção da escola e do envolvimento dos pais e encarregados de educação no processo de
ensino-aprendizagem.
Na disciplina de Química a avaliação está presente em todos os momentos do processo de
ensino-aprendizagem. Esta será continua e direccionada a medir conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores especificados nas competências básicas definidas no
programa.
As formas de avaliação a serem aplicadas consistem na observação de pequenos trabalhos
individuais ou em grupo, perguntas orais, relatório de experiências químicas e de trabalhos
de investigação ou visitas de estudo, resolução de exercícios ou correcção do TPC e as
planificadas e periódicas (A.C.S., A.C.P/A.C.F). Para isso, serão tomados em consideração
os seguintes tipos de avaliação diagnóstica, formativa e sumativa, dependendo dos
objectivos a serem alcançados.
A avaliação diagnóstica destina-se a saber até que ponto os alunos dominam uma série
de conhecimentos, habilidades e atitudes sobre um determinado tema, para permitir ao
professor buscar uma estratégia adequada de ensino que possibilite atingir os objectivos
definidos no programa. Esta avaliação pode ser realizada no inicio do ano lectivo,
semestre, unidade temática ou aula.
A avaliação formativa, ajuda ao professor a fazer um controle permanente sobre o
processo de ensino e aprendizagem, a cerca de um assunto ou tema, assim como ajuda a
buscar soluções ou uma estratégia adequada para a resolução dos problemas encontrados.
Nesta disciplina, os aspectos a serem avaliados podem ser trabalhos de pesquisa ou de
recolha de informações, os relatórios sobre as experiências químicas e visitas de estudo às
instituições e comunidades, os exercícios, os TPC´s, também são, objectos de avaliação.
Estes trabalhos devem ser corrigidos e atribuídos um valor qualitativo (Sf, Bom, Mbom)
ou quantitativo (de 0-5, 0-10, 0-20 valores); sugere-se que não se devem ser atribuídas às
qualificações mau, medíocre ou zero, porque irão desmotivar o aluno. As notas atribuídas
devem fazer parte da avaliação final do aluno.
Em relação aos relatórios das experiências químicas, relatórios de visitas de estudo e os
textos dos trabalhos de investigação individuais ou em grupo, devem ser objectos de
avaliação os itens constantes da estrutura dos respectivos modelos de relatório, incluindo
aspectos gerais de comunicação (linguagem escrita - língua portuguesa).
A avaliação sumativa, permite testar os conhecimentos no fim de cada assunto ou tema
num trimestre ou ano lectivo.

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Os métodos de avaliação a serem aplicados consistem na observância de pequenos
trabalhos individuais ou em grupo, perguntas orais, experiências químicas, resolução de
exercícios ou correcção do TPC e testes escritos (ACS`s e ACP´s).
No fim de cada avaliação, o professor deverá garantir uma recolha de resultados fiáveis
para que a avaliação escolar seja verdadeira e justa, onde serão incluídos para alem dos
aspectos da avaliação sumativa, também os da avaliação diagnostica e formativa.

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11. Bibliografia

NOVAIS, Vera Lúcia D. de. Química, vol. 1, 2 e 3. São Paulo: Atual, 2000.
PERUZZO, Francisco M. e CANTO, Eduardo Leite do. Química na abordagem do
cotidiano Vol. 1- Moderna: São Paulo, Brasil, 1998.
PERUZZO, Francisco M. e CANTO, Eduardo Leite do. Química na abordagem do
cotidiano Vol. 2-Moderna: São Paulo, Brasil, 1998.
Plano Curricular do Ensino Secundário Geral (PCESG), MEC – INDE, Maputo,
Moçambique, 2007.
Programas Intermédios de Química da 8ª e 9ª Classes, MEC – INDE, Maputo,
Moçambique, 2006 – 2007.
Programas Intermédios de Química da 8ª e 9ª Classes, MINED/DINESG, Maputo,
Moçambique, 2007.
Programa Definitivo de Química da 8ª Classes, MINED/DINESG, Maputo, Moçambique,
2007.
Programas Definitivos de Química do 2º Ciclo, MINED/DINESG, Maputo, Moçambique,
1997.
Relatórios de Capacitação e Monitoria dos Programas Intermédios da 8ªe 9ª classes.
ROEGIER, Xavier. et . all. Uma pedagogia da integração (Competências e aquisições no
ensino). 2ª ed. Artmed: São Paulo, 2004.
SANTOS, Wildson, et all. Química e sociedade 1ª edição.São Paulo: Nova geração,
Brasil, 2005.
SANTOS, Wildson, et all. Química e sociedade, 1ª edição. (Livro do Professor). São
Paulo :Nova Geração, Brasil, 2005.
SARDELLA, A., LEMBO A., Química Vol. 1. Ática: São Paulo, Brasil, 1983.
SARDELLA, A., LEMBO A., Química Vol. II. Ática. São Paulo, Brasil, 1983.
TITO e CANTO, Química na abordagem do quotidiano, volume único, 2ª edição, São
Paulo. Moderna, 2005
TITO e CANTO, Química na abordagem do quotidiano, volume 2, 2ª edição, São Paulo.
Moderna, 2001

Maputo, Setembro de 2008

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12. Anexos

1. Linhas gerais para o desenvolvimento do trabalho de investigação:


1. Escolha do tema (problematização inicial)
2. Pesquisa bibliográfica, discussão do tema na aula, excursões ou visitas de
estudo (organização do conhecimento)
3. Elaboração do tema (ou projecto) de investigação
4. Desenvolvimento experimental (que pode ou não incluir actividades
laboratoriais)
5. Elaboração do relatório preliminar
6. Discussão do relatório
7. Apresentação do relatório final.
2. Em relação aos relatórios de visitas de estudo e de trabalhos de investigação
individuais ou em grupo, podem ser elaborados usando as seguintes estruturas (modelos):
A. Estrutura de um relatório de visita de estudo
I. Capa:
a) Nome da Escola
b) Nome da Instituição (fábrica, empresa, comunidade ou machamba) visitada
c) Disciplina, tema e número da visita de estudo efectuada
c) Nome do aluno e do professor
d)Local e data da elaboração do relatório

II. Índice

III. Corpo do relatório


1. Título da visita de estudo
Deve estar em concordância com os objectivos da visita de estudo.
2. Introdução
Faz-se a descrição da localização da Instituição visitada, o ano da sua fundação ou
criação, o número de trabalhadores, descrição/definição dos tipos de processos
observados durante a visita de estudo, contacto com o responsável da instituição.

3. Objectivos
Indicação dos principais resultados que se pretendem alcançar com a visita. Os objectivos
devem ser claros, precisos, concisos e realizáveis.
4. Procedimentos
Descrição e indicação das actividades realizadas:
a) Aparelhos e máquinas que a Instituição/comunidade utiliza, seu esquema de montagem
e legenda;

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b) Substâncias, produtos ou materiais produzidos ou utilizados pela
Instituição/comunidade;
c) Apontar sempre que possível, danos ambientais que a Instituição/comunidade pode
causar e suas soluções;
d) Descrição dos fenómenos observados ou resultados.
5. Conclusões e recomendações
Confronta-se os fundamentos adquiridos durante as aulas e das observações feitas durante
a visita de estudo e faz-se as devidas recomendações.

B. Estrutura de um relatório para o trabalho de investigação

I. Capa de relatório:
a) Nome da Escola
b) Disciplina, tema e número do trabalho de investigação
c) Nome do aluno e do professor
d)Local e data da elaboração do relatório

II. Índice

III. Corpo do relatório


1. Título do trabalho de investigação
Deve ir de acordo com o tema a ser investigado e não deve ser longo.
2. Fundamentos teóricos ou introdução
São à base da teoria do tema, justificam-se, as descrições teóricas de todos os fenómenos
a serem observados/estudados.

3. Objectivos
Indicação dos principais resultados que se pretendem alcançar com o trabalho. Os
objectivos devem ser claros, precisos, concisos e realizáveis.
4. Procedimentos
Geralmente são indicadas as actividades que poderão ser realizadas, como a descrição do
trabalho a investigar, os métodos e resultados esperados e os benefícios que pode trazer
para a comunidade.
5. Conclusões e recomendações
Enumeram-se as conclusões e as devidas recomendações.

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C. Estrutura de um relatório para experiências químicas
I. Capa de relatório:
a) Nome da Escola
b) Disciplina, tema e número da experiência
c) Nome do aluno e do professor
d) Data da elaboração do relatório

II. Índice
III. Corpo de relatório
1. Título da experiência
Normalmente deriva do nome da experiência. Geralmente indica-se também o tipo da
experiência (se é obtenção laboratorial, identificação, entre outros)

2. Fundamentos teóricos ou introdução


São à base da teoria da experiência (tema), justificam-se, teoricamente, todos os
fenómenos a serem observados durante os ensaios.

3. Objectivos
Indicação dos principais resultados que se pretendem alcançar na experiência. Os
objectivos de cada experiência devem procurar realizar os de cada unidade temática.
Devem ser claros, precisos, concisos e realizáveis.
4. Procedimentos
Geralmente são indicadas no guião das experiências, mas também podem ser solicitados
em casos especiais. Neste passo indicam-se as actividades realizadas:
a) Aparelhos e substâncias usadas
b) Esquema de montagem e legenda dos aparelhos
c) Observações feitas ou resultados obtidos
5. Conclusões
Neste passo, faz-se a confrontação do fundamento teórico e dos resultados e/ou das
observações feitas durante a experiência.

Regras e normas de higiene e segurança durante a realização das


experiências químicas no laboratório ou noutro local
• É expressamente proibido brincar durante a realização das experiências;
• Recomenda-se o uso de calças compridas, sapatos fechados, cabelos longos
amarrados para trás e bata branca para proteger o vestuário;
• Deixe sobre a mesa de trabalho somente o material necessário;
• Não se deve comer nem beber no laboratório, pois pode ocorrer contaminação por
substâncias tóxicas;

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• Evitar contacto de qualquer substância com a pele, a boca e os olhos;
• Usar luvas e óculos de protecção quando estiver a trabalhar com substâncias
corrosivas e explosivas;
• Usar pequenas quantidades de substâncias para gerar o mínimo de resíduos;
• Manter o local de trabalho sempre limpo;
• Lavar bem as mãos antes sair do laboratório;
• Comunicar imediatamente ao professor sobre a ocorrência de qualquer incidente
(ex: inalação de uma substância tóxica, contacto da pele com uma substância
corrosiva, etc.);
• As reacções que libertam gases ou vapores tóxicos devem ser efectuadas no nicho,
com boa ventilação;
• Quando pretender cheirar qualquer substância, não coloque a cara directamente
sobre o recipiente que o contém, dirige com a mão uma pequena quantidade de
vapores de modo a poder aperceber-se do seu cheiro;
• Evitar manusear equipamento eléctrico com as mãos molhadas.

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