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Se hd uma gama de ferramentas que olham a prudéncia dos MARCO 2007 INVESTIMENTOS Qualidade da govermancd e nao limites maximos, deveria nortear a politica investimentos, para que ter limites? Z cconsenso no setor de fundos Pitre nett CMN 3.121, de 2003, que rege (5 investimentos das reservas garan- tidoras baseada em regras quantitati vvas, precisa ser alterada. AS normas ‘que determinam os investimentos das entidades fechadas de previdéncia ‘complementar precisam ser fundamen- tadas na “Regra do Homem Prudente”, ‘ou seja o proprio fundo de penso pre- cisa discernir qual ativo trard rent dade e seguranga de forma prdente. Eder Costa e Silva, consultor séni- ‘or da Watson Wyatt, lembra que até meados da década de 90 havia uma ‘grande discussio no setor sobre 0s li ‘ERE rites minimos de investimentos -esta- belecidos na Resolugo CMN 460, de 1978- principalmente os relacionados a titulos da divida ptblica. “O governo financiava a divida publica com as alocagdes compulsorias dos fundos de pensiio em ttulos de sua emissao”. Hoje, a Resolugio 3.121 estabelece apenas limites maximos de investimen- tose a discussio principal gira em tor- no dos limites estabelecidos no merea- do de renda variveletitulos privados. Alguns especialistas enxergam as re- ‘gras maximas de investimentos em ages como uma questo de prudén- cia, No mercado norte-americano, por exemplo, 0 Pension Protection Act, de 39. INVESTIMENTOS - QUALIDADE DA GOVERNANCA, £ NAO LIMITES MAXIMOS 2006, sucessor do Employee Retirement Income Security Act (ERISA), nio estabelece limites de investimentos em renda varidvel. Qualquer fundo de pensio pode investir 100% de suas alocagées em agies “Nos Estados Unidos, um dos valores basicos da sociedade americana € a liberdade. E uma ques- to cultural. As pessoas preferem ter liberdade, até ‘mesmo para erar. No Brasil, temos uma cultura mais intervencionista. O governo sempre interveio na economia, na vida das pessoas”, afirma Silva, Limites em renda varidvel De acordo com a Resolugio 3.121, 08 fundos de pensio podem alocar até 50% das suas reser- vas garantidoras em renda variavel, desde que sejam em empresas listadas no Novo Mercado da Bovespa e no Nivel 2. © consultor da Watson Wyatt acredita que rio deveriam haver percentuais méximos de in- vestimentos em ages. “Porém, acredito que de~ verfamos ter limites prudenciais, como por exem- plo limite de investimento em agbes de uma mes- ‘ma empresa, ou mesmo de um setor, tentando ca- rminhar na diregio da diversificagio e da seguran- ga. Se eu tenho uma gama de ferramentas que clam a prudéncia dos investimentos, para que ter imites?”, questiona. O importante é se ter uma compatibilidade de ativo e passivo bastante adequada e nao ficar-se preso a limites lineares para todas as fundagdes 40 Guilherme Lacerda, presidente da Funcef (fun- do de pensio dos funciondrios da Caixa Econd- ‘mica Federal), acredita que no caso das alocagdes em rend varidvel, arestrigdo em 50% nao faz.sen- tido. “Cada fundo tem uma necessidade de liqui- dez, dependendo da maturidade e estrutura do plano. O importante é se ter uma compatibilidade de ativo e passivo bastante adequada e nao ficar reso adeterminados limites percentuais que atin- ‘gem todo o sistema” Mercado em franca expansao 140s limites méximos de investimentos para o segmento de titulos privados - estabelecides em 80% para ativos de baixo risco de crédito € 20% para médio ou alto risco de crédito - também de- vem ser alterados, de acordo com a opiniao de especialistas ““O mercado de ttulos privados evoluiu muito desde 2003, Por isso acredito que as novas re- gras precisam ser adapiadas a realidade vivida pelos fundos de pensio”, diz.Sérgio Wilson Fon- tes, presidente da Real Grandeza (fundo de pen- sfo dos funciondrios de Furnas) Lacerda, da Funcef, é ainda mais enfatico. “Os

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