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7 de Abril de 2020
Nemimnem Laeder
- Conduta
- Nexo-causal
- Culpa
- Conduta
- Nexo-causal
- Risco
Evolução histórica da
Responsabilidade Civil
Nos primórdios, o ofendido reagia ao dano de maneira imediata e
brutal, movido por puro instinto (vingança privada) nesta, observamos
a primeira fase da responsabilidade civil, aonde a Responsabilidade
civil é exclusivamente objetiva;
Quando o castigo era posterior, foi criada a Lei de Talião. Esta, por sua
vez, era pautada no olho por olho, dente por dente, além de ser uma
forma de limitar a vingança privada, balizada nas penas corporais,
castigos físicos. A Responsabilidade civil é objetiva;
/
que repercutem de forma mais intensa na sociedade (matar, roubar e
etc), que a responsabilidade contratual, Nesta, observa-se a que a
responsabilidade civil é subjetiva;
A Lei Aquília aponta princípio geral do dano, sendo desta época a ideia
de culpa. Desta forma, é nesta fase que a responsabilidade subjetiva
(culpa) começa a fazer parte da responsabilidade civil;
/
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
/
Quando tratar-se de risco integral, por vezes nem o caso fortuito e
a força maior são capazes de afastar a resp. Civil, como nos casos
de danos ao meio ambiente e do seguro obrigatório de veículos
automotores)
Os pais que têm filho sobre sua proteção, que causam dano a terceiros
não podem alegar que criaram bem o filho (culpa in vigilando), tendo
em vista que a responsabilidade dos pais é objetiva. (independe de
culpa)
/
Observe, contudo, que a aplicação da teoria finalista de forma mitigada
é uma exceção. Julgados mais recentes do STJ têm restringido bastante
a sua utilização.
Segundo os art. 928 c/c 932, I, CC, se um dos genitores não tiver a
guarda não terá a obrigação de reparar o dano. Mas, por outro lado, o
poder de família é do casal, tendo os pais responsabilidade solidária
(posição minoritária).
[...]
/
En 41 CJF:
En 40 CJF:
Abuso de direito
Para a caracterização do abuso de direito, lembra-nos Daniel Boulos,
que basta a ilicitude objetiva, ou seja, não se exige a prova da intenção
de prejudicar. O art. 187 do CC usou apenas um critério finalístico (fim
econômico ou social, boa fé objetiva e bons costumes). Se ficar
caracterizado que houve um desvirtuamento do direito, houver abuso.
Como desdobramento do princípio venire contra factum proprium,
em respeito à boa fé objetiva, o direito adquirido e exercido em virtude
de surrectio, não pode ser atacado como abusivo pela parte que sofre a
supressio.
/
En 37 CJF:
Elementos ou requisitos
(pressupostos) da Responsabilidade
Civil
- Conduta
- Nexo-causal
- Dano
Conduta humana
A conduta que gera responsabilidade civil é a conduta voluntária,
livre e consciente, bastando um grau moderado de consciência na
atuação humana, podendo ser omissiva ou comissiva.
Nexo de Causalidade
Trata-se do liame que une o AGENTE ao RESULTADO
Para Gonçalves:
Venosa
/
O conceito de nexo causal ou relação de causalidade deriva de leis
naturais
para esta teoria todo e qualquer antecedente fático que concorra para o
resultado é causa.
A crítica dessa teoria é que haveria uma série de pessoas que seriam
responsabilizadas por uma ação de um único agente, levando até
conclusões absurdas, haja vista que todas as condições são necessárias
ao resultado, assim sendo, chegaríamos a resultados completamente
desarrazoados, ao ponto de Santos Dumont ter culpa em um acidente
aéreo que ocorresse hoje, por exemplo.
/
Julgado - apelação cível - 0162535-07.2016.8.12.7000 - José Carlos
Lopes X Bando Santander, Banco Atlântico - cessionário do crédito
de José Carlos Lopes;
Dano ou Prejuízo
O dano ou prejuízo traduz a lesão a interesse jurídico tutelado, material
ou moral, ou estético.
/
1. Violação de um interesse jurídico material ou moral
2. A subsistência do dano
/
[DANOS POSITIVOS] Danos emergentes - é a diminuição do
valor patrimonial que precisa ser reposto pelo agente causador do dano
para que se volte ao "Status quo ante"
/
configuram, de per si, dano extrapatrimonial, pois não agridem a
dignidade humana. Pautada nos art 1o, III, CF/88 art 5o, V e X,
CF/88
/
2. condição financeira do ofensor
/
Pessoa jurídica pode sofrer dano moral desde que haja um ferimento
de sua honra objetiva (imagem, conceito, boa fama), de forma a abalar
sua credibilidade, com repercussão econômica.
Dano Estético
Surgiu do desdobramento do dano puramente psicológico, neste dano
ocorrem deformidades físicas que provocam aleijão e repugnância,
abarcando os casos de marcas e outros defeitos físicos que causem à
/
vítima desgosto ou complexo de inferioridade (tanto externo, quanto
interno, quando função morfológica dos órgãos)
Por sua vez, o dano reflexo é aquele que atinge, além da vítima direta,
uma vítima indireta. Há pluralidade de vítimas.
/
probabilidade - que se supõe real - que a parte teria de se sagrar
vitoriosa. (STJ. 4ª Turma, REsp 1190180/RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 16/11/2010)
/
Observação sobre culpa: Vale registrar que, excepcionalmente, o
grau de culpa poderá ter importância na fixação do valor da
indenização em duas situações (não exclui, mas pode mitigar)
/
culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada
tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do
autor do dano.
3 - Fato de terceiro
É aquela pela qual uma das partes contratantes declara que não será
responsável por danos emergentes do contrato, em inadimplemento
total ou parcial. Trata-se de exoneração convencional do dever de
reparar o dano. Requisitos específicos:
Excludentes de ilicitude
A) Estado de necessidade - esse instituto exclui a ilicitude do ato,
como regra. Entretanto, o estado de necessidade gera a obrigação de
indenizar, quando o bem jurídico é de terceiro. Nesse caso, o agressor
paga o prejuízo experimentado pela vítima, mas tem ação regressiva
contra o dono do bem salvaguardado.
/
Exemplo: Criança corre para pegar bola na rua, o motorista desvia
da criança, jogando seu carro em cima de um carro estacionado
regularmente; o motorista deve pagar o conserto do carro que
estava estacionado, e depois entra com ação regressiva contra os
pais da criança para ser ressarcido o valor gasto com o terceiro e o
reparo do seu próprio carro;
B) Legítima defesa
/
Entretanto, caso seja atingido direito de terceiro inocente, este poderá
demandar o agente que terá uma ação regressiva contra o verdadeiro
culpado.
/
O dever violado tem berço na prévia manifestação de vontade que cria
um liame específico e particular entre as partes.
As partes, por força do regramento por ela estabelecido, cria uma série
de expectativas de condutas recíprocas, traduzidas no dever de
adimplir. (o mero inadimplemento contratual, não gera dano moral
automaticamente)
1. o contrato válido;
3. o dano;
4. o nexo causal;
O dano moral não ocorre porque pode haver consequência para a mora
ou o inadimplemento, por meio de penalidades.
/
A Responsabilidade indireta ou complexa incide sobre o agente por ato
de terceiro (responsabilidade objetiva – v.g. art. 932 CC. A
Responsabilidade Indireta é quando um terceiro cobre o prejuízo de
quem causou o dano.
Ruína não se refere ao desabamento total, pode ser uma ruína parcial.
Desabamento de uma Marquise, por exemplo.
Do Fornecedor,
Do Consumidor,
Do Produto ou do Serviço.
Consumidor
/
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
/
Fornecedor
É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira bem como os entes despersonalizados que desenvolvem
atividades de produção montagem, criação transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação
de serviços.
CDC Art. 3º
Produto
É qualquer bem, móvel ou imóvel, de valor econômico que desperte
interesse no homem. (amostra grátis é produto!)
Serviço
É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
/
Art. 3º (...)
/
a) sua apresentação;
/
Também independem de culpa, como na responsabilidade pelo defeito;
/
Os produtos ou serviços duráveis não são necessariamente destruídos
pelo consumo. O que pode ocorrer é o desgaste natural com a sua
utilização, portanto, caracterizam-se por ter vida útil não passageira.
GARANTIA CONTRATUAL:
Pedreiro que faz uma parede torta, e essa, por este motivo cai:
DEFEITO DE SERVIÇO
/
Em síntese: Como diferenciar “fato” de “vício”? No vício, o
problema encontrado no produto ou no serviço frustra o
consumidor tão somente pelo erro encontrado neles próprios,
acarretando o mau ou impossível funcionamento. No fato do
produto ou do serviço, por outro lado, este “erro” é externalizado,
saindo do domínio do produto ou serviço para atingir a esfera
particular do consumidor, causando-lhe um dano material, físico
ou moral.
Exclusão de responsabilidade
O fabricante, construtor, produtor ou importador excluem sua
responsabilidade se provar:
/
Em regra, a obrigação médica constitui-se de obrigação de meio, não
havendo comprometimento do médico com a obtenção do interesse
específico do paciente.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
/
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.
/
ANESTESIOLOGISTA: DANO EM RAZÃO DA ANESTESIA A
natureza reserva segredos que ainda se conservam fora do alcance da
medicina, a exemplo de uma reação alérgica, de maneira que a
obrigação deste profissional é de MEIO e não de resultado.
Responsabilidade Civil do
TRANSPORTADOR
RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR EM
RELAÇÃO A TERCEIROS A responsabilidade aí é extracontratual,
pois não há vínculo jurídico entre eles. Nesse caso têm se as seguintes
possibilidades: a) se o transporte é realizado por prestadora de
serviço público, por se tratar de dano a terceiro, aplica-se o art. 37 §
6º da CF; b) se não for prestadora de serviço público, aplica-se o
art. 14 do CDC, combinado com o artigo 17: consumidor por
equiparação, pois é vítima do evento. Nesse caso, não precisa mais
invocar a responsabilidade por fato de terceiro porque o transportador
não responde por fato do preposto, mas por fato próprio (defeito do
serviço). Em ambos os casos, a responsabilidade é objetiva, mas tem
fundamentos legais diferentes.
/
RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR EM
RELAÇÃO AOS PASSAGEIROS A responsabilidade é contratual. A
responsabilidade é objetiva, aplicando-se o CDC, artigo 14.
/
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não
se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre
quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas
no juízo criminal
/
Responsabilidade Civil no Marco Civil
da Internet (Lei 12.965/2014 )
O Marco Civil da Internet, estabelece princípios, garantias, direitos e
deveres para o uso da Internet no Brasil, também disciplina
importantes aspectos da responsabilidade civil, especialmente nos
seguintes artigos:
CAHALI, Youssef Said. Do moral, 2a. Edição rev. Atual e ampl., São
Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 1998.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro, São Paulo, Ed.
Saraiva, 2005.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, São Paulo, Ed. Saraiva, 2009.
/
Para citar este artigo, use: MARIOT, Marcus Vinicius.
Responsabilidade Civil: resumo doutrinário e principais
apontamentos. 2016. Disponível em: <
https://marcusmariot.jusbrasil.com.br/artigos/405788006/respo
nsabilidade-civil-resumo-doutrinarioeprincipais-apontamentos >
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