DESAFIOS DA
PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE DE “NÃO LICENCIADOS” QUE ATUAM NO
ENSINO SUPERIOR – CONFISSÕES E REFLEXÕES
INTRODUÇÃO
Entende-se a formação docente como pedra angular para a constituição de um processo
educativo completo e estruturado, mas, como “se forma” um professor para atuação no Ensino
Superior? Este texto se propõe a relatar experiências e apresentar reflexões acerca da formação
docente, sobretudo, no que tange aos desafios da qualificação pedagógica de professores “não
licenciados” para atuação no Ensino Superior. Para isso, tomarei como objeto de narrativa e
interpretação deste relato, a minha própria trajetória e as experiências vivenciadas com outros
professores no exercício da docência nesse nível de ensino.
Dentro do meu percurso formativo, a experiência com a formação docente pode ser
contemplada em 3 (três) momentos fundantes: (1) enquanto filha de uma professora e pedagoga,
e assim, sujeito “passivo” em cursos e vivências cotidianas; (2) como professora do Ensino
Superior, recém formada em um curso de Bacharelado e no Mestrado em Administração; (3)
estudante de Pedagogia e doutoranda em Educação. Em cada um desses momentos o contato
com a formação docente aconteceu de forma diferente, contudo, cada um deles contribuiu para
a construção de uma práxis pedagógica formadora e transformadora com foco no estudante que
se deseja formar no ensino superior.
de modo mais intenso, tomar decisões sobre seu próprio percurso formativo e
profissional, romper paulatinamente com a cultura de isolamento profissional
mediante a ampliação da convivência com colegas em projetos integrados,
grupos de pesquisa e instâncias acadêmicas, em momentos de discussões
coletivas nos quais se debatem e reivindicam as condições que permitam
viabilizar a essência do próprio trabalho (ALMEIDA, 2012, p. 78).
Assim, no que diz respeito a formação pedagógica do professor “não licenciado” que
atua no ensino superior, vê-se a necessidade de contribuir para o desenvolvimento de bases que
o levem a compreender e investigar a sua própria atividade, e a partir dessas bases constituir
saberes em um processo contínuo. Acredita-se que com esse fortalecimento pedagógico para a
atuação docente, os professores tornem-se “[...] sujeitos capazes de discutir, analisar e
reconfigurar a própria prática (ALMEIDA, 2012, p. 76), de modo a ampliar a compreensão que
se tem sobre as mudanças que os atingem e, principalmente, como forma de responder ao
compromisso social da universidade na oferta de excelência acadêmica no ensino, pesquisa e
extensão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse relato de experiência é uma narrativa pessoal com reflexões e apontamentos acerca
de aspectos que compuseram e ainda compõem uma trajetória acadêmica e profissional.
Compreendo que o caminho apresentado nessas páginas, não é o percurso a ser trilhado por
todos os docentes “não licenciados” do ensino superior. Mas, de modo a contribuir para a
formação de outros profissionais que assim como eu ingressaram na vida docente sem formação
pedagógica para tal, e no intuito de demonstrar a importância e peso da formação pedagógica e
didática para a atuação docente, optei por percorrê-lo.
Espera-se com essa narrativa, refletir e chamar a atenção para a questão da formação
pedagógica de professores do Ensino Superior, em especial os “não licenciados”, pressupondo-
se que ainda há muito que se estruturar e se revelar nesse campo educacional.
Assim, diante das limitações que se impõem a formação do docente para o ensino
superior e ensejando a qualificação profissional como determinante para a qualidade do ensino
ministrado em sala de aula, além de estudos individuais e coletivos faz-se necessária a formação
pedagógica para que o docente esteja apto a unir os seus conhecimentos pessoais, as suas
experiências, com o conhecimento sistematizado, acadêmico para sustentar a sua atuação em
sala de aula, para a materialização da práxis pedagógica.
REFERÊNCIAS