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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE CRATEÚS – FAEC


CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM QUÍMICA

LÍDIA APARECIDA OLIVEIRA

CAPÍTULO – CORROSÃO

Crateús
2019.2
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LÍDIA APARECIDA OLIVEIRA

CAPÍTULO – CORROSÃO

Capítulo apresentado ao Curso de


Licenciatura Plena em Química da
Faculdade de Educação de Crateús da
Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial para obtenção da nota
final na Disciplina de Físico Química II –
2019.2.

Prof. Marcelo Façanha

Crateús
2019.2
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3

2 CORROSÃO CONCEITO..........................................................................................4

3 CORROSÃO GALVÂNICA........................................................................................6

4 CORROSÃO ELETROLÍTICA...................................................................................7

5 COMPONENTES DA PILHA.....................................................................................8

5.1. Potencial de Redução........................................................................................9

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................12

REFERÊNCIAS...........................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO

Busca-se através deste trabalho desenvolver um Capítulo de estudo com


a proposta que tem como tema “Corrosão”. Para realizar esta tarefa, será necessário
levar em consideração os materiais estudados neste semestre, da disciplina de
Físico-Química II. O objetivo deste trabalho é fundamentar a importância do estudo
sobre Corrosão.

Dessa forma, a corrosão constitui um processo natural que pode ser


facilmente encontrado em diferentes tipos de superfícies e representa uma das
principais causas de perdas econômicas no setor industrial.

Atualmente, o controle da corrosão metálica tem fundamental importância


econômica, técnica e ambiental. Geralmente os processos reacionais que
desencadeiam a corrosão são espontâneos, de caráter químico, eletroquímico ou
eletrolítico e tendem a modificar as características físico-químicas dos materiais.

No combate à corrosão, destacam-se em maior escala, os inibidores de


corrosão de caráter químico que atuam eficazmente em qualquer tipo de processo
corrosivo. De forma abrangente, os inibidores de corrosão são altamente tóxicos
dificultando seu manuseio e descarte. Recentemente, inibidores de origem vegetal
têm despertado interesse científico em função da atividade microbiológica, bem
como ação de inibição a corrosão eletroquímica. Em adição, se enquadram em um
contexto biotecnológico alternativo.

Corrosão pode ser definida como a deterioração de um material, metálico


ou não, causada por ações químicas ou eletroquímicas do meio ambiente aliada ou
não a esforços mecânicos. As interações físico-químicas entre o material e o meio
em que se encontra podem acarretar prejuízos como desgaste, variações químicas
ou modificações estruturais, tornando-o inadequado para o uso (GENTIL, 2012).
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2 CORROSÃO CONCEITO

Dentre os vários conceitos sobre corrosão, um dos mais divulgados define


a corrosão como sendo a deterioração de um material metálico ou não, ou ainda, a
deterioração das propriedades desses materiais por ação química ou eletroquímica
do meio ambiente ao qual estejam expostos, bem como por injúria mecânica. Uma
vez que a maioria dos metais existe estável na natureza, na forma de compostos
óxidos, sulfetos e carbonatos, o processo de corrosão é um modo natural dos metais
retornarem ao estado de menor energia.

Portanto, a Corrosão é a deterioração de metais causada por processos


eletroquímicos das reações de oxirredução. Para entender melhor como funciona
esse processo, é importante esclarecer os seguintes conceitos:

 Oxidação é a perda de elétrons.


 Redução é o ganho de elétrons.
 Reação de oxirredução é aquela em que ocorre transferência de
elétrons entre os átomos evolvidos.

O ferro, por exemplo, oxida-se facilmente quando exposto ao ar e à


umidade. Nesse processo de oxidação do ferro (chamada de ferrugem em
linguagem comum) estão envolvidas várias reações:

Figura 1. Esquema representativo de processo corrosivo de caráter eletroquímico


(adaptação de Wolynec, 2003)
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A corrosão eletroquímica seria, portanto a reações anódicas e catódicas,


(oxido-redução). Geralmente, a corrosão ocorre espontaneamente, com
consequentes modificações nas propriedades químicas e/ou físicas dos materiais,
sendo, portanto, uma das principais causas de danos nas estruturas metálicas
industriais. A Figura 2 mostra alguns exemplos de estruturas metálicas danificadas
por processos corrosivos.

Figura 2. Estruturas metálicas danificadas por processos corrosivos: (a) estrutura de


poço de armazenamento de combustível; (b) tubo proveniente de oleoduto; (c)
torneira; (d) estrutura metálica interna de bloco de concreto; (e) corrimão (Fonte:
autoria própria).

Figura 3: A energia requerida para a formação do metal a partir do seu minério é


perdida para o meio quando o metal corrói para sua forma oxidada. Sendo: Alta
periculosidade de alguns produtos; Contaminação de recursos naturais; Utilização
dos recursos naturais não renováveis; Gasto de energia.
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3 CORROSÃO GALVÂNICA

A corrosão galvânica pode ocorrer quando metais diferentes estão em


contato num eletrólito comum (p. ex.: chuva, condensação, etc.). Se a corrente
elétrica flui entre os dois, o metal menos nobre (o anodo) corroer a uma taxa mais
rápida do que se os metais não estivessem em contato.

A taxa de corrosão depende também das áreas relativa ao contato dos


metais, a temperatura e a composição do eletrólito. Em particular, quanto maior a
área do catodo em relação ao anodo, maior é a taxa de ataque. As proporções
desfavoráveis de áreas ocorrem provavelmente com os fixadores e as juntas.
Deveria ser evitado os parafusos de aço carbono nos componentes de aço
inoxidável devido a proporção da área do aço inoxidável para o aço carbono que é
grande e os parafusos estarão sujeitos à ataque agressivo. Inversamente a taxa de
ataque de um componente de aço carbono por um parafuso de aço inoxidável é
muito menor.

As células galvânicas de corrosão podem ser configuradas no nível


macroscópico ou no nível microscópico. No nível microestrutural, as diferentes fases
ou outras características microestruturais podem estar sujeitas a correntes
galvânicas.

Figura 4: ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais - PMT 2100 – Introdução à
Ciência dos Materiais para Engenharia 2º semestre de 2008 (versão 2007).
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4 CORROSÃO ELETROLÍTICA

O processo de corrosão eletroquímica seria o mais comum, pois


necessita basicamente de Água e Temperatura ambiente. Formação de pilha ou
célula de corrosão com circulação de elétrons na sua superfície.

Em face de eletrólito conter água a corrosão eletroquímica seria também


a corrosão em meio aquoso, em vários processos de corrosão os metais reagem
com elementos não metálicos presente nos meios. (O2, S, H2S e CO2) produzindo
compostos encontrados na natureza. “A corrosão metálica é um processo
eletroquímico que tem lugar no meio aquoso. A corrosão acontece quando é
formada uma película de eletrólito sobre a superfície dos fios ou barras de aço”.
(CASCUDO, 1997).

Segundo o mesmo autor, esse tipo de corrosão ocorre quando se


acrescenta um metal em um eletrólito, que é uma solução na qual estão inseridos
ions, inclusive, contendo íons deste próprio metal. Porém, é necessário destacar que
ao estarem imersos mais de um metal no mesmo eletrólito seus potenciais de
equilíbrio podem se tornar diferentes, uma vez que estão ligadas pelo mesmo
condutor.

Figura 5: Corrosão por pilha num mesmo metal (Rodrigues, 2001)

O problema da corrosão não se restringe apenas as estruturas de


concreto armado, ela pode ser percebida nas mais diversas atividades, como por
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exemplo, nas indústrias petroquímicas, ferroviário, metroviário, nos meios de


transporte aéreo, entre outros setores.

5 COMPONENTES DA PILHA

Para entender o fenômeno da corrosão é necessário o estudo dos


elementos que compõe a pilha eletrolítica da corrosão.

Ânodo: o eletrodo no qual se verificam as reações anódicas de oxidação


do metal. Estas reações consistem em um átomo metálico deixar o metal para
formar íons desse metal no eletrólito. No ânodo há uma perda de elétrons, ou seja,
os elétrons oriundos das reações anódicas (reação de oxidação), movem-se para o
cátodo, onde serão consumidos em outra reação superficial. (CASCUDO, 1997)

Cátodo: é o eletrodo no qual se verificam as reações catódicas de


redução de espécies eletroquímicas ou íons do eletrólito. Reações catódicas típicas
são: redução de oxigênio (caso da armadura no concreto) ou a redução de íons H+,
para formar o átomo de hidrogênio. No cátodo há um ganho de elétrons originários
de regiões anódicas, necessário para viabiliza as reações de redução de cátions em
suas proximidades. (CASCUDO, 1997)

Eletrólito: Condutor (usualmente um líquido) contendo íons que


transportam a corrente elétrica do ânodo para o cátodo.
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Figura 6: Pilha Eletrolítica.

Figura 7: Pilha Galvânica.


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5.1 POTENCIAL DE REDUÇÃO

Para que ocorra uma reação eletroquímica, é necessário que exista um


fluxo de elétrons. Um fluxo de elétrons só ocorre quando se desenvolve uma
diferença de potencial entre um condutor elétrico. Com o

 Potencial de Reação;
 Potencial de Célula;
 Ddp.

Figura 8: Tabela de Potencial de Eletrodo e Potencial Padrão de Eletrodo.

Equação de Nerts

Relação entre o potencial de célula com a concentração dos íons


constituintes, a temperatura e a pressão Utilizada para determinar o potencial de
uma célula fora das condições padrão
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E: potencial do eletrodo
E0: potencial padrão do eletrodo
R: constante dos gases perfeitos – 8,314 JK-1mol-1
T: temperatura em Kelvin
n: número de elétrons envolvidos na reação eletroquímica
F: constante de Faraday – 96500 C
Qreação: quoeficiente de reação

A 25°C, 1,0 bar e passando ln para log:

Figura 9: Resolução da Equação de Nerts para uma célula galvânica.


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Figura 10: Resolução da Equação de Nerts para uma célula galvânica durante a
corrosão ocorrida pelo Oxigênio.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No estudo de um processo corrosivo devem sempre ser consideradas as


variáveis dependentes do material metálico, da forma, do emprego e do meio
corrosivo. Somente o estudo conjunto destas variáveis permitirá indicar o material
mais adequado para determinado meio corrosivo.

A corrosão, em geral, é provocada pelo oxigênio. Os metais têm uma


capacidade de oxidação bem maior do que o oxigênio, sendo assim, tendem a
perder elétrons para o oxigênio presente no ar atmosférico.

É normalmente útil extrair de uma experiência anterior em situações


similares porque metais diferentes podem frequentemente ser unido de forma
segura e sob condições de condensação ocasional ou umidade com resultados não
adversos principalmente quando condutividade do eletrólito é baixa.

Sendo assim, é de fundamental importância o conhecimento do material


utilizado nos isoladores para a realização de ensaios de corrosão, a fim de que se
possa controlar o processo corrosivo nas peças metálicas que os compõem, e
também para que futuramente possam ser desenvolvidas técnicas de proteção e
monitoramento cada vez mais eficazes. Dessa forma, será possível reduzir os
custos com implantação de novas cadeias de isoladores, manutenção e
principalmente com gastos devido aos desligamentos causados por falhas nas
peças (GENTIL, 2012).
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REFERÊNCIAS

ATKINS, P. W. PAULA, J. de. Físico-Química, volume 2. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC,


2012.

CASCUDO, O. O controle da corrosão de armaduras em concreto: inspeção e


técnicas eletroquímicas. São Paulo: Goiânia, GO: PINI, Editora UFG, 1997. 237p.

GENTIL, V. Corrosão. 4∘ed. Rio de janeiro: Editora LTC, 2003. 341p.

GENTIL, Vicente. Corrosão. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2012. 360 p.

QUEIROZ, M. B.; Vilar, E. O. Oliveira, P. F.; "Estudo da Corrosão nos


Componentes Metálicos dos Isoladores de Vidro das Linhas de Transmissão
De Alta Tensão", p. 10095-10102. In: Anais do XX Congresso Brasileiro de
Engenharia Química - COBEQ 2014 [= Blucher Chemical Engineering Proceedings,
v.1, n.2]. São Paulo: Blucher, 2015.

TICIANELLI, E.A.; GONZALEZ, E. R. Eletroquímica: Princípios e Aplicações, 2ed,


São Paulo, Edusp, 2005.

WOLYNEC, S. Técnicas Eletroquímicas em Corrosão, São Paulo, Edusp, 2003.

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