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Cristo e Sua lei

Lições Adultos
Lição 6 - A morte de Cristo e a lei
3 a 10 de maio
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Cr 7–9
VERSO PARA MEMORIZAR:
"Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio
do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, Aquele que
ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus" (Rm
7:4).
Leituras da Semana:
Rm 7:1-6; 8:5-8; Rm 7:7-13; Rm 4:15; At 13:38, 39; Gl 3:10
Um homem está dirigindo muito acima do limite de velocidade. De
repente, ele vê piscando em seu espelho retrovisor as luzes vermelhas e
azuis de um carro da polícia e ouve o toque da sirene. Ele para o carro, e
pega a carteira de motorista. O policial se aproxima, pega a carteira e
volta para a viatura.
O motorista imagina qual seria o valor da multa, porque estava muito
acima do limite de velocidade e também se preocupa com sua capacidade
de pagar a multa. Alguns minutos depois, o policial volta e diz: "OK,
senhor, o que faremos para que você não tenha que enfrentar a
penalidade da lei novamente é abolir a lei. Você não precisa mais se
preocupar com o limite de velocidade."
Por mais ridícula que seja essa história, não é muito diferente da teologia
que ensina que, depois da morte de Jesus, os Dez Mandamentos foram
abolidos.
Nesta semana, estudaremos a morte de Jesus e o que isso significa em
relação à lei.
Domingo
Ano Bíblico: 1Cr 10–12
Mortos para a lei (Rm 7:1-6)

1. Examine atentamente Romanos 7:1-6 e resuma o que Paulo diz. Tenha


em mente outras passagens bíblicas sobre a lei.
R- Sem Cristo, o ser humano vive no pecado, sob a condenação da lei. Mas
Cristo morreu em nosso lugar, pagando o preço do pecado. Pela fé em
Cristo, nosso velho homem morre para o pecado e se une ao Senhor.
Assim, o novo homem passa a agradar a Deus.

Embora algumas versões da Bíblia tenham traduzido incorretamente o


verso 1, onde está escrito que "a lei tem autoridade sobre alguém apenas
enquanto ele vive" (NVI), uma interpretação literal é: "Toda pessoa viva
está sob o domínio da lei". A ênfase não está nos mortos, mas nos vivos.
O exemplo do casamento demonstra que toda pessoa casada que tenha
um relacionamento íntimo com alguém que não seja seu cônjuge
transgride a lei e é culpada de adultério. Somente quando o cônjuge
morre, a pessoa pode se unir a outra sem transgredir a lei.
Além disso, alguns argumentam que essa passagem mostra a morte da lei.
No entanto, ela realmente mostra a morte de uma pessoa para a lei por
meio do corpo de Cristo (Rm 7:4). De acordo com Romanos 6:6, a parte da
pessoa que morre é "o velho homem". Quando unida ao velho homem, a
pessoa é condenada pela lei e, por isso, fica presa em um relacionamento
infeliz (Rm 7:9-11, 24). Depois da morte do velho homem, a pessoa fica
livre para entrar em um relacionamento com outro, o Cristo ressurreto
(Rm 7:4).
O que Paulo está dizendo é que, uma vez que a lei domina a pessoa viva, a
lei de Deus também deve governar a nova união. No entanto, o fato de
que o cristão agora está unido em matrimônio com Cristo significa que a
lei não é mais um instrumento de condenação. O crente em Jesus fica livre
da condenação da lei, porque ele está coberto pela justiça de Jesus.
Paulo não afirma que os Dez Mandamentos, que definem o pecado, estão
agora abolidos. Isso estaria em contradição com grande parte da Bíblia,
incluindo os próprios escritos do apóstolo. Em vez disso, ele fala sobre o
novo relacionamento que uma pessoa tem com a lei mediante a fé em
Jesus. A lei ainda é obrigatória, mas para aquele que crê em Jesus, aquele
que morreu para o eu e para o pecado, a lei não mais o mantém nas
garras da condenação, porque ele passa a pertencer a outra Pessoa, o
Senhor Jesus.

Segunda
Ano Bíblico: 1Cr 13–16
A lei do pecado e da morte (Rm 8:1-8)
Paulo assegura ao cristão que "nenhuma condenação há para os que
estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te
livrou da lei do pecado e da morte" (Rm 8:1, 2). Se lêssemos esses versos à
parte de seu contexto imediato, poderia parecer que Paulo estivesse se
referindo a duas leis opostas: a lei da vida e a lei do pecado e da morte.
No entanto, a diferença não está com a lei, mas com o indivíduo antes e
depois que ele recebe Cristo.

2. De que forma a discussão de Paulo em Romanos 7:7-13 ilustra o papel


da lei?
2. Os que vivem sem consciência da lei, não têm consciência do pecado e
não percebem maldade em seu comportamento. A santidade, bondade e
justiça da lei nos mostra que somos pecadores condenados e mortos em
nossos delitos. A lei, uma coisa boa, revela e condena o mal que há em
nós e nos leva a Cristo, a única solução para o pecado.
A função da lei depende da pessoa com a qual ela está associada. A
mesma faca, por exemplo, pode ser utilizada por um cirurgião para curar
ou por um assassino para matar. Da mesma forma, um ladrão que
transgride uma lei para roubar a bolsa de alguém estará em um
relacionamento diferente com a lei em comparação com aquele a quem a
lei deve proteger (o dono da bolsa). A própria lei, às vezes, pode ser
descrita como santa, justa e boa (Rm 7:12), ou como a "lei do pecado e da
morte" (Rm 8:2). No entanto, da mesma forma que a vingança retributiva
de Deus não o impede de ser um Deus de amor, a função da lei como
reveladora do pecado e da morte não a torna pecaminosa.
De acordo com Romanos 8:5-8, a lei é um instrumento do "pecado e da
morte" para aquele que "tem a mente voltada para o que a carne deseja"
(Rm 8:5, NVI). Isso descreve a pessoa que ainda está casada com o "velho
homem" e não tem nenhum desejo aparente de romper esse
relacionamento e unir-se ao Cristo ressuscitado. Como resultado dessa
união pecaminosa, a pessoa se encontra em "inimizade contra Deus" e
Sua lei, uma vez que estão em lados opostos (Rm 8:7).
Então, Paulo enfatiza que é impossível para "a mentalidade da carne" se
submeter à lei de Deus, e "agradar a Deus" (Rm 8:7, 8, NVI). Obviamente,
isso não é uma referência ao indivíduo que luta em Romanos 7:13-25,
uma vez que esse alguém serve à lei de Deus "com a mente" (Rm 7:25).
Paulo provavelmente estivesse se referindo aos que, por sua maldade,
"suprimem a verdade" (Rm 1:18, NVI). É para esses que se rebelam contra
a soberania de Deus que a lei se torna um instrumento de pecado e de
morte (Rm 2:12).

O que você sente quando transgride a lei?

Terça
Ano Bíblico: 1Cr 17–20
O poder da lei
3. De acordo com Romanos 4:15, 5:13 e 7:7, qual é a função da lei? O que
Romanos 7:8-11 diz sobre o efeito da lei sobre a pessoa que a
transgride?
R- Suscita a ira; revela a transgressão; atribui pecado; condena o pecador
e produz morte.
Cada instrumento tem seu propósito. Assim como uma chave é utilizada
para abrir uma fechadura ou uma faca é usada para cortar, a lei é utilizada
para definir o pecado. Se não fosse pela lei de Deus, não haveria nenhum
método absoluto para saber quais ações são aceitáveis ou inaceitáveis
diante dEle. Embora o pecado não possa existir sem a lei, Paulo deixa claro
que a lei não é parceira do pecado: "Acaso o bom se me tornou em
morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para revelar-se como
pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de que,
pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno" (Rm 7:13).

4. De que forma os textos acima lançam luz sobre 1 Coríntios 15:54-58?


R- "O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei." A lei
define o que é pecado e estabelece sua consequência final: a morte. Jesus
veio para nos livrar da condenação e do poder do pecado, e voltará para
nos livrar da morte, da corrupção e da presença do pecado.
Se lido isoladamente, 1 Coríntios 15:54-58 parece promover uma visão
negativa da lei de Deus. No entanto, a mensagem de Paulo é que a lei
"fortalece" o pecado apenas porque ela define o que é o pecado. E,
certamente, "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23). Se não fosse pela
lei, não haveria morte, pois seria impossível definir o pecado. Em 1
Coríntios 15, o propósito de Paulo não é demonizar a lei, mas demonstrar
como, pela morte e ressurreição de Jesus, todos os que creem podem
experimentar a vitória sobre a morte, que ocorre por causa da
transgressão da lei.

Quando foi a última vez que alguém pecou contra você, isto é,
transgrediu a lei de Deus de uma forma que o prejudicou? Como essa
experiência o ajuda a entender o grande erro da afirmação de que a lei
de Deus foi abolida depois da cruz?

Quarta
Ano Bíblico: 1Cr 21–24
A lei impotente
Como vimos, embora em certo sentido a lei "fortaleça" o pecado, em
outro sentido, a lei é extremamente impotente. Como pode a mesma
coisa ser ao mesmo tempo poderosa e impotente?
Aqui, novamente, a diferença não está na lei, mas na pessoa. A lei obriga
aquele que descobre que é pecador a reconhecer que está contrariando a
vontade de Deus e, portanto, seguindo no caminho da morte. Ao
descobrir seu pecado, o pecador pode decidir seguir a lei ao pé da letra.
No entanto, o fato de que ele já pecou fez dele um candidato à morte.

5. Leia Atos 13:38, 39; Romanos 8:3; Gálatas 3:21. O que esses textos nos
dizem sobre a lei e a salvação?
R- Em Cristo somos justificados de todas as coisas das quais não podemos
ser justificados pela lei de Moiés. Ele fez o que a lei não podia fazer,
porque estava enfraquecida pela natureza pecaminosa. A lei não se opõe
às promessas, mas mostra que as promessas só podem ser cumpridas pela
graça.
Algumas pessoas acreditam que a estrita observância da lei garante a
salvação, mas isso não é um ensinamento bíblico. A lei define o pecado
(Rm 7:7). Ela não o perdoa (Gl 2:19-21). Por isso, Paulo observa que a
mesma lei que fortalece o pecado também é "enferma" (Rm 8:3). Ela é
capaz de convencer o pecador dos pecados, mas não pode torná-lo justo.
Um espelho pode mostrar as nossas falhas, mas não pode corrigi-las.
Como Ellen G. White escreveu: "A lei não pode salvar aqueles a quem ela
condena. Ela não pode resgatar os que perecem" (Signs of the Times, 10
de novembro de 1890).
Quando consideramos totalmente a finalidade da lei, é mais fácil entender
por que Jesus Se tornou o sacrifício expiatório pela raça humana. A morte
de Jesus colocou os pecadores em um relacionamento correto com Deus e
com Sua lei santa, justa e boa (Rm 7:12). Ao mesmo tempo, Sua morte
mostrou a inutilidade da salvação pela observância da lei. Afinal, se a
obediência à lei pudesse nos salvar, Jesus não precisaria ter morrido em
nosso lugar. O fato de que Ele morreu por nós, revela que a obediência à
lei não pode nos salvar. Precisamos de algo muito mais drástico.

Apesar das muitas promessas de poder para obedecer à lei de Deus, por
que essa obediência não é suficiente para garantir nossa salvação?
Considere sua observância da lei. Se sua salvação dependesse de sua
obediência, quanta esperança você teria?
Quinta
Ano Bíblico: 1Cr 25–27
A maldição da lei (Gl 3:10-14)
6. O que os textos a seguir dizem sobre a natureza humana? Como
podemos ver a realidade dessa verdade a cada dia? Sl 51:5; Is 64:6; Rm
3:23
R- O ser humano nasce em pecado; somos contaminados e nossa justiça é
como trapo de imundícia; murchamos e somos arrebatados pela
iniquidade. Estamos destituídos da glória de Deus.
Com exceção de Cristo, todos os seres humanos têm uma experiência
comum, visto que todos foram infectados pelo pecado de Adão.
Consequentemente, nenhum ser humano comum jamais pode alegar ser
totalmente justo. Há alguns, como Elias e Enoque, que viveram
excepcionalmente perto de Deus, mas nenhum deles foi capaz de viver de
modo completamente irrepreensível. Na verdade, foi com essa realidade
em mente que Paulo declarou: "Todos quantos, pois, são das obras da lei
estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que
não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-
las" (Gl 3:10). A verdade é que a lei exige total e completa obediência.
Quem, a não ser Jesus, algum dia já prestou essa obediência?

7. Como o texto de Romanos 6:23 ajuda a definir o que significa a


"maldição da lei"? Leia também Gn 2:17; Ez 18:4.
R- O salário do pecado é a morte.
Todos estão naturalmente sob a maldição da lei. Porque a lei não tem
margem nenhuma para erro, é impossível que uma pessoa corrija um
pecado passado. Consequentemente, a morte é o destino do indivíduo.
Tiago pinta um quadro ainda mais sombrio ao nos lembrar de que a
transgressão em um ponto da lei é tão pecaminosa quanto a transgressão
em todos os pontos (Tg 2:10). "O salário do pecado é a morte", mas a
morte não é proporcional. Ela é total.
Quando reconhecemos a condição desamparada daqueles que estão sob a
maldição, é mais fácil avaliar a extensão do amor de Deus: "Deus prova o
Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores" (Rm 5:8). Mediante Sua morte, "Cristo nos
resgatou da maldição da lei, fazendo-Se Ele próprio maldição em nosso
lugar" (Gl 3:13).

Pense no que Paulo disse: "Os que se apoiam na prática da lei estão
debaixo de maldição" (Gl 3:10, NVI). Por isso, a lei não pode nos salvar.
Assim, somos amaldiçoados com a morte. Como o reconhecimento dessa
verdade nos ajuda a valorizar o que recebemos em Jesus? De que forma
manifestamos essa valorização em nossa vida? Leia 1 João 5:3.

Sexta
Ano Bíblico: 1Cr 28, 29
Estudo adicional
Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 758-764: "Está
Consumado".

"A lei requer justiça - vida justa, caráter perfeito; e isso o homem não tem
para dar. […] Mas Cristo, vindo à Terra como homem, viveu vida santa, e
desenvolveu caráter perfeito. Estes Ele oferece como dom gratuito a
todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos homens. Assim
obtêm remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus.
Mais que isso, Cristo lhes comunica os atributos divinos. […] Assim, a
própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo. Deus pode ser 'justo
e justificador daquele que tem fé em Jesus'" (Rm 3:26, ARC; Ellen G.
White, O Desejado de Todas as Nações, p. 762).
A morte de Jesus demonstrou a permanência da lei de Deus. Quando
nossos primeiros pais pecaram, Deus poderia ter abolido a lei, eliminando
a penalidade da transgressão. No entanto, isso significaria uma existência
miserável em uma sociedade sem leis. Em vez disso, Deus escolheu enviar
Seu Filho como nosso substituto. Por isso, Ele recebeu a justa penalidade
pelo pecado, conforme exigido pela lei, em favor de todas as pessoas.
Mediante a morte de Jesus, a humanidade está em novo relacionamento
com Deus. Isso significa que, pela fé em Jesus, podemos ter o perdão de
nossos pecados e nos tornar perfeitos aos olhos de Deus.

Perguntas para reflexão


1. Muitas religiões ensinam que, no fim da vida Deus compara as boas
ações com as más ações, antes de determinar qual será a recompensa da
pessoa. O que está errado com esse pensamento?

2. Jesus morreu pelos nossos pecados. Se a obediência à lei pudesse


acrescentar alguma coisa a esse sacrifício, qual seria a eficácia do
sacrifício de Cristo?

3. Por que é falsa a ideia de que a lei de Deus foi abolida depois da cruz?
Quando as pessoas defendem esse pensamento, o que elas realmente
querem dizer que foi abolido? Qual mandamento as pessoas alegam que
foi abolido?

Lição 7 - Cristo, o fim da lei


10 a 17 de maio
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 2Cr 1–4
VERSO PARA MEMORIZAR:
"O fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê" (Rm 10:4).
Leituras da Semana:
Rm 5:12-21; 6:15-23; 7:13-25; 9:30–10:4; Gl 3:19-24
Uma revista bem conhecida publicou um anúncio de página inteira com
um título que dizia: "Alcance a imortalidade! (não estamos brincando)."
Em certo sentido, eles estavam brincando, porque o anúncio continuava
dizendo: "Para descobrir como deixar um legado de caridade que faça
doações em seu nome para sempre, contate-nos e solicite nosso livro
gratuito".

Escritores, estudiosos, filósofos e teólogos, ao longo dos séculos, têm


lutado com a questão da morte e do que a morte faz com o sentido da
nossa vida. Por isso, o anúncio foi uma forma inteligente de ajudar as
pessoas a lidar com sua mortalidade, ainda que, no fim das contas, essa
estratégia se mostrasse infrutífera.
Em contrapartida, o Novo Testamento mostra a única maneira de
alcançar a imortalidade, e esta é por intermédio da fé em Jesus. Não é
pela observância da lei, ainda que devamos guardar a lei. De fato, a
obediência à lei não está em conflito com a graça. Ao contrário, como
resultado de ter recebido a graça, devemos obedecer à lei.
Nesta semana continuaremos estudando a lei e a graça.

Domingo
Ano Bíblico: 2Cr 5–7

Onde aumentou o pecado (Rm 5:12-21)

Embora aponte pecados, a lei é impotente para livrar-nos deles. No


entanto, essa mesma impotência nos mostra nossa necessidade de
Jesus, a única solução para o pecado.

1. Leia Romanos 5:12-21. De que forma a mensagem da graça de Deus é


revelada nessa passagem?
Observe nessa passagem a constante associação entre o pecado e a
morte. Repetidamente eles aparecem em relação imediata um com o
outro. Por isso, o pecado, a transgressão da lei de Deus, leva à morte.

Agora leia Romanos 5:20. Quando a lei "foi introduzida" (NVI), abundou
o pecado, no sentido de que a lei definiu claramente o que é o pecado.
No entanto, em vez de trazer o resultado natural do pecado, que é a
morte, Paulo diz o seguinte: "Onde abundou o pecado, superabundou a
graça". Em outras palavras, não importa quão perverso seja o pecado, a
graça de Deus é suficiente para cobri-lo na vida dos que clamam Suas
promessas pela fé.

Influenciados pela tradução de 1 João 3:4, que diz: "pecado é a


transgressão da lei", muitos restringem o pecado à transgressão dos Dez
Mandamentos apenas. No entanto, uma tradução mais literal é: "o
pecado é iniquidade" ([ARC]; anomia). Tudo o que contraria os princípios
de Deus é pecado. Assim, embora os Dez Mandamentos ainda não
tivessem sido formalmente revelados quando Adão comeu o fruto
proibido, ele desobedeceu uma ordem de Deus (Gn 2:17) e se tornou,
consequentemente, culpado de pecado. Na verdade, foi por meio do
pecado de Adão que a maldição da morte afetou todas as gerações da
humanidade (Rm 5:12, 17, 21).

Em contraste com a infidelidade de Adão, a fidelidade de Jesus à lei de


Deus resultou na esperança de vida eterna. Embora tentado, Jesus
jamais cedeu ao pecado (Hb 4:15). Em Romanos, Paulo exalta a perfeita
obediência de Jesus, que resultou em vida eterna (Rm 5:18-21) para os
que a aceitam. Como segundo Adão, Jesus obedeceu plenamente à lei e
quebrou a maldição da morte. Sua justiça pode se tornar a justiça do
cristão. Uma pessoa condenada à morte por herdar o pecado do
primeiro Adão pode abraçar o dom da vida, aceitando a justiça de Jesus,
o segundo Adão.
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Segunda
Ano Bíblico: 2Cr 8, 9

Lei e graça (Rm 6:15-23)

Um dos conceitos mais difíceis de compreender é o contínuo papel da lei


para a pessoa salva pela graça. Se o cristão alcança a justiça ao aceitar a
suficiência da vida e morte de Jesus, por que ainda é necessário guardar
a lei? Essa questão oferece outra oportunidade de repetir um ponto-
chave: a lei nunca foi destinada a prover salvação. Sua função (após a
queda) é definir o pecado. No entanto, a cruz não nega a necessidade de
se obedecer à lei de Deus, da mesma forma que uma pessoa perdoada
em relação à infração do limite de velocidade não pode continuar a
transgredir essa regra.

2. De acordo com Romanos 6:12, 15-23, quais são as implicações de se


viver uma vida de graça? Considere especialmente Rm 6:12, 15, 17.

A graça e a lei não são contrárias. Elas não negam uma à outra. Em vez
disso, são fortemente ligadas. A lei, uma vez que não pode nos salvar,
mostra por que precisamos da graça. A graça não se opõe à lei, mas à
morte. Nosso problema não é a lei em si, mas a morte eterna, que
resultou da transgressão da lei.

Paulo advertiu os cristãos para que fossem cuidadosos em não usar o


prometido dom da graça para desculpar o pecado (Rm 6:12, 15). Porque
o pecado é definido por intermédio da lei, quando Paulo orienta os
cristãos a não pecar, está basicamente dizendo-lhes: Guardem a lei,
obedeçam aos mandamentos!
"Paulo sempre exaltou a lei divina. Ele havia mostrado que não há poder
na lei para salvar os homens da penalidade da desobediência; que os
pecadores precisam arrepender-se de seus pecados, e humilhar-se
perante Deus, em cuja justa ira incorreram pela transgressão de Sua lei,
e precisam também exercer fé no sangue de Cristo como o único meio de
perdão" (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 393).

Por que é tão fácil ser enganado pelo pensamento de que, se não somos
salvos pela lei, já não temos que obedecê-la?

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Terça
Ano Bíblico: 2Cr 10–13

Miserável homem! (Rm 7:21-25)

3. Leia Romanos 7:13-25. Como devemos entender esses versos? Paulo


estava falando de um homem não convertido, ou essa é a experiência de
um convertido? Que razões você pode dar para sua resposta?

Se você estava inseguro quanto à definição da pessoa mencionada


nesses versos, você não está sozinho. Os teólogos também lutaram com
essa questão ao longo dos séculos. A pessoa descrita nesse texto é
alguém que tem prazer na lei de Deus (dificilmente daria a impressão de
ser incrédulo), mas que parece ser escravo do pecado (o que não faz
sentido, porque foi prometido aos cristãos poder sobre o pecado). O SDA
Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista], depois de considerar
os argumentos de ambos os lados, diz: "Aparentemente, o propósito
principal de Paulo nessa passagem é mostrar a relação entre a lei, o
evangelho e a pessoa que foi despertada para intensas lutas contra o
pecado, em preparação para a salvação. A mensagem de Paulo é que,
embora a lei possa servir para precipitar e intensificar a luta, somente o
evangelho de Jesus Cristo pode trazer vitória e alívio" (v. 6, p. 554).

Não importa como vemos esses versos, devemos sempre lembrar que a
pessoa que luta com o pecado ainda é capaz de fazer escolhas certas. Se
esse não fosse o caso, todas as promessas paulinas (e também de outros
autores) acerca do poder sobre o pecado não teriam sentido. Além disso,
como Mateus 5 demonstra, geralmente o pecado começa antes que um
ato seja cometido. Consequentemente, uma pessoa transgride a lei
simplesmente por pensar em algo pecaminoso. Normalmente, essa
realidade poderia ser uma fonte de frustração. No entanto, no contexto
de Romanos 7, o indivíduo pode estar desamparado, mas não está
desesperado. Para a pessoa que vive no Espírito, a lei sempre presente
serve como constante lembrete de que a libertação da condenação é
alcançada por meio de Jesus (Rm 7:24–8:2).

Existem semelhanças entre os versos bíblicos para hoje e sua experiência


com o Senhor? Apesar de suas lutas, como você pode experimentar a
mesma esperança que Paulo expressou?

Topo

Quarta
Ano Bíblico: 2Cr 14–16
A finalidade da lei (Rm 9:30–10:4)

O título da lição desta semana vem de Romanos 10:4: "O fim da lei é
Cristo". Muitos dos que foram condicionados a pensar negativamente
sobre a lei interpretam automaticamente o texto da seguinte forma:
"Cristo tornou a lei obsoleta". No entanto, essa interpretação contradiz
as muitas referências no livro de Romanos e em outras partes do Novo
Testamento que falam sobre a contínua relevância da lei.

4. Leia Romanos 9:30–10:4. De que modo a salvação é pela fé e não pela


lei?

Assim como acontece com o restante da epístola aos Romanos, o


propósito de Paulo nesses versos era demonstrar a verdadeira fonte da
justiça. A lei é um indicador de justiça, mas é impotente para tornar
justas as pessoas. Por isso, Paulo retratou um paradoxo: as nações
(gentios), que nem sequer se esforçavam pela justiça, a obtiveram,
enquanto Israel, que se esforçava para observar a justa lei, não a obteve.
Paulo não estava excluindo os judeus da justiça, nem estava dizendo que
todos os não judeus eram justos. Ele estava simplesmente dizendo que a
lei não traz justiça a um pecador, seja judeu ou gentio.

Muitos judeus eram sinceros em seu desejo de justiça, mas sua busca foi
em vão (Rm 10:2). Eles eram zelosos em servir a Deus, mas queriam
fazer isso do seu jeito. Eles haviam tomado um objeto da revelação de
Deus (a lei) e confundido com a fonte de sua salvação. Por mais que a lei
seja boa, não é boa o suficiente para salvar alguém. Na verdade, em
lugar de tornar justa uma pessoa, a lei destaca a pecaminosidade dessa
pessoa. Ela aumenta a necessidade de justiça. Por isso, Paulo descreveu
Cristo como o "fim" da lei. Ele não é o "fim" no sentido de acabar com a
lei, mas no sentido de ser a "finalidade" da lei, Aquele para quem a lei
aponta. A lei conduz o pecador a Cristo quando aquele se arrepende e
olha para o Salvador em busca de salvação. A lei lembra a todos os
cristãos de que Cristo é a nossa justiça (Rm 10:4).
As pessoas que encaram a lei seriamente estão sempre em perigo de cair
no legalismo e de procurar "estabelecer a sua própria" justiça (Rm 10:3).
À medida que procuramos obedecer à lei de Deus, como evitar cair nessa
armadilha sutil?

Topo

Quinta
Ano Bíblico: 2Cr 17–20

O tutor (Gl 3:19-24)

Em harmonia com o livro de Romanos, Paulo tem o cuidado de estipular


em Gálatas que o objetivo da lei é definir o pecado e não justificar as
pessoas (Gl 3:19, 21).

5. Leia Gálatas 3:23, 24. Que imagens Paulo usou para descrever o
propósito da lei? Qual é o significado dessas imagens?

Dependendo da tradução, a lei é identificada no verso 24 como "aio",


"professor", "capataz", "tutor" e "guardião", entre outras designações.
O termo grego se refere a um escravo empregado por um indivíduo rico
para ser o disciplinador de seu filho. A responsabilidade do tutor era
garantir que o filho aprendesse a autodisciplina. Embora fosse um
escravo, o tutor recebia a autoridade para fazer o que fosse necessário
para manter o filho dentro das normas, mesmo que isso significasse
castigo físico. Quando o filho chegasse à idade adulta, o tutor não mais
tinha autoridade sobre ele.
6. À luz da explicação do papel do tutor, qual é o propósito da lei para
alguém que recebeu a salvação em Cristo?

Embora o tutor não mais tivesse autoridade sobre o filho adulto,


esperava-se que as lições que o filho havia aprendido o habilitassem a
tomar decisões maduras. Da mesma forma, ainda que o cristão não
esteja sob o poder de condenação da lei, como alguém que alcançou a
maturidade, ele deve governar suas ações de acordo com os princípios
da lei.

Além de seu papel como tutor, a lei também funcionava como guardião
que protegia o crente até que "viesse a fé" (Gl 3:23). Aqui, novamente,
vemos que Cristo é o "fim", o objetivo, ou finalidade, da lei. Paulo
apresentou esse ponto explicitamente, quando disse que a lei nos
conduziu a Cristo, "a fim de que fôssemos justificados por fé" (v. 24).

Leia atentamente Gálatas 3:21. Quais palavras deveriam acabar com a


ideia de que podemos ser salvos pela obediência à lei? Por que isso é
uma notícia tão boa? Comente com a classe.

Topo

Sexta
Ano Bíblico: 2Cr 21–23

Estudo adicional
"A lei nos revela o pecado, levando-nos a sentir nossa necessidade de
Cristo e a fugir para Ele em busca de perdão e paz mediante o exercício
do arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
[...]

"A lei dos Dez Mandamentos não deve ser considerada tanto do lado
proibitivo, como do lado da misericórdia. Suas proibições são a segura
garantia de felicidade na obediência. Recebida em Cristo, ela realiza em
nós a purificação do caráter que nos trará alegria através dos séculos da
eternidade. Para os obedientes ela é um muro de proteção.
Contemplamos nela a bondade de Deus que, revelando aos homens os
imutáveis princípios da justiça, procura resguardá-los dos males que
resultam da transgressão" (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p.
234, 235).

Perguntas para reflexão

1. Comente sobre a esperança encontrada em Gálatas 3:21. Como o


evangelho é claramente apresentado ali? Por que esse texto é o antídoto
para o legalismo?

2. Muitos indivíduos bem-intencionados realçam a necessidade de


alcançarmos a "perfeição", se quisermos entrar no reino. Infelizmente,
os que abraçam essa doutrina não apenas promovem a autossuficiência
como chave para a salvação, mas ignoram a natureza pecaminosa do
homem. Os seres humanos possuem tendências herdadas para o pecado
e são constantemente bombardeados com a tentação. Ainda mais
preocupante é o desânimo que pode vir aos que estão constantemente
olhando para si mesmos e para seu desempenho como forma de avaliar
sua salvação. Quem está à altura da santidade de Deus e de Sua lei?
Como podemos evitar as ideias que colocam a esperança da salvação em
outras coisas além do perdão de Cristo?

3. Qual é a finalidade da lei?


Respostas sugestivas: 1. Por meio do pecado de Adão, a morte veio
sobre todos. A lei revelou o pecado e resultou em morte. No entanto, a
justiça, a obediência e o sacrifício de Jesus Cristo anularam a condenação
da lei, oferecendo vida e perdão a todos que aceitam pela fé o segundo
Adão. 2. A graça impede o domínio das paixões pecaminosas em nosso
corpo. Não estamos debaixo da condenação da lei, mas, pela graça,
somos chamados a obedecer aos princípios da lei, contrários ao pecado.
A graça nos livra do caminho do pecado, que leva à morte, e nos conduz
no caminho da santificação, que leva à vida eterna. Viver na graça é
deixar de ser escravo do diabo e se tornar escravo de Jesus. 3. Essa é a
experiência de alguém convertido, que foi perdoado e libertado, mas
ainda convive com a natureza pecaminosa, que tenta exercer domínio
por meio das paixões que estão dentro de nós. Nessa guerra, o segredo
da vitória é se manter em comunhão com o Senhor Jesus Cristo. 4. A
justiça é atribuída ao pecador pela fé na justiça de Cristo, não mediante
as obras da lei. A finalidade da lei é apontar para Cristo como fonte de
perdão em relação aos pecados. Cristo também representa o fim da
tentativa de obter salvação mediante as obras da lei. 5. A lei serviu de
aio, de tutor, para conduzir as pessoas a Cristo. A lei preparou a
humanidade para o exercício da fé em Cristo. NEle, somos libertados da
condenação do tutor (a lei) e, ao mesmo tempo, Cristo grava os
princípios do tutor (lei moral) no coração de Seus filhos, que
amadurecem espiritualmente e não vivem mais sob a contínua
condenação da lei. 6. A lei não precisa mais restringir nosso
comportamento nem condená-lo, porque fomos perdoados e
transformados. Ela não mais nos acusa, porque Cristo nos perdoa e
defende. A lei deixa de ser nossa inimiga, visto que seus princípios são
praticados voluntariamente.

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