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APOSTILA DE
CINESIOLOGIA
Prof. Christian Marchi

2° período
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UNIDADE I – INTRODUÇÃO A BIOMECÂNICA

1. CLASSIFICAÇÃO MORFOFUNCIONAL DOS OSSOS:

O osso é um tecido vivo que provê sustentação e estrutura ao corpo. Através de


ligações com o osso, o sistema muscular suporta e inicia os movimentos, o que
possibilita exercer as atividades da vida diária. Cerca de 25% a 30% são constituídos
de água, 60% a 70% é matéria mineral e o restante é composto por colágeno, o que dá
capacidade ao osso de resistir a determinadas compressões. Genericamente o osso
suporta pressões até seis vezes superiores às que ele está sujeito em atividades
comuns. Com o passar do tempo as proporções de água e minerais vão se invertendo,
tornando os ossos mais velhos mais quebradiços e de calcificação mais tardia.
Componentes:
Substância compacta externa ou Cortical: formada pela camada mais
externa do osso, extremamente compacta e densa;
Substância esponjosa interna: semelhante à treliça, formando trabéculas
que respeitam as linhas de força;
Medula óssea: é o espaço mais interno preenchido por
material celular de múltiplas funções;
Principais Funções:
Proteção do sistema nervoso e dos órgãos torácicos
Sustentação e manutenção do corpo no espaço e dos órgãos
internos
Alavanca > Movimento
Ossos Longos: (fêmur, tíbia, úmero, ...)
Carga e movimentos de grande excursão;
Possuem extremidades especializadas;
Ossos Curtos: (ossos do carpo e do mediopé, ...)
Ossos de “transição”;
São aproximadamente cúbicos;
Ossos Planos: (esterno, costelas, ilíaco, ...)
Possuem uma lâmina externa compacta com interior
esponjoso;
Extensas áreas planas para fixar músculos e ligamentos e
para encerrar cavidades.
Ossos Irregulares: (vértebras, mandíbula, ...)
Tem funções específicas

Ossificação: deposição de sais ósseos numa matriz orgânica.


Pode ser intramembranosa quando a matriz precedente é uma
membrana de tecido conjuntivo ou endocondral quando a matriz
precedente é formada por cartilagem. Normalmente o crescimento
dos ossos longos ocorre da diáfise para a epífise, que não consegue
alcançá-la até que a metáfise pare de proliferar-se. O crescimento
dos ossos curtos acontece como se fosse uma epífise, mantendo a
sua identidade.
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2. CLASSIFICAÇÃO MORFOFUNCIONAL DAS ARTICULAÇÕES:

(TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES, RASCH, P.)


Tipo Articulação é a nomenclatura
utilizada para caracterizar a junção de dois
Espécie Classe Nome ossos. A classificação e a terminologia
Nome Técnico Exemplos
Comum utilizada pode diferir entre os autores.
I. Os movimentos articulares
Sinartrose A. Fibrosa Sutura Suturas do crânio obedecem os planos e eixos o corpo e
S/ (imóvel) recebem o nome conforme a sua direção e
sentido.
cavidade II. B. Sindesmose
Sindesmose
articular Anfiartrose Ligamentosa tibiofibular
(levemente C. Sincondrose ou
Sínfise púbica
móvel) Cartilagínea Sínfise
D. Sinovial  
1.
Artrose ou plana Art. intercarpicas
Deslizante
2.
Gínglimo 1 eixo. Joelho
Dobradiça
III. 3. Pivô Trocóide 1 eixo. Atlas e axis
C/ 2 eixos.
Diartrose 4. Elipsóide Elipsóide
cavidade Rádiocárpica
(Sinoviais,
articular 2 eixos. Esferóide s/
móveis) 5.
Bicondilar músc. 2-5
Bicondilar
metacarpofalangeanas
6. Esferóide Esferóide 3 eixos. Ombro
3 eixos. Forma de
7. Selar Selar sela. Carpometacarpica
do polegar
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3. PLANOS E EIXOS DO CORPO HUMANO

Os planos e eixos são definidos em relação à posição anatômica, que coloca o corpo ereto
com os pés unidos, membros superiores ao longo do corpo e as palmas das mãos ‘olhando’ para
frente. Todo eixo é ortogonal ao seu plano associado.
Plano Frontal ou Coronal: divide o corpo em anterior e posterior e é ilustrado como se
passasse pela linha da sutura coronal.
Plano Sagital: divide o corpo em direito e esquerdo. É ilustrado como se passasse pela linha
da sutura sagital.
Plano transversal: divide o corpo em superior e inferior.
Eixo antero-posterior: cruza a articulação neste sentido e orienta os movimentos dentro do
plano coronal.
Eixo latero-lateral: cruza a articulação neste sentido e orienta os movimentos dentro do
plano sagital.
Eixo longitudinal ou vertical: cruza a articulação num sentido crânio-caudal e orienta os
movimentos dentro do plano transversal.

4. TERMINOLOGIA DOS MOVIMENTOS

“A grosso modo”, existem dois tipos de movimentos que ocorrem nas articulações. A
oscilação denomina os movimentos de grande amplitude que o paciente pode executar
voluntariamente, estão relacionados à osteocinemática. Os movimentos acessórios ocorrem dentro
da articulação e tecidos vizinhos e são necessários para a amplitude do movimento normal, porém
não podem ser executados pelo paciente (artrocinemática).

Da osteocinemática temos:
Flexão: nome dado ao movimento que aproxima os dois ossos da qual pertence a articulação.
Ocorre no plano sagital através de um eixo látero-lateral.
Extensão: ao contrário do anterior, este nome refere-se ao movimento de afastamento de dois
ossos os quais pertencem a mesma articulação. Também ocorrem no plano sagital através de um
eixo látero-lateral.
Abdução: este movimento determina o afastamento de um dos ossos ao qual pertence a
articulação em relação à linha média do corpo. Este movimento ocorre num plano coronal através
de um eixo antero-posterior.
Adução: este movimento é inverso à abdução determinando a aproximação de um dos ossos
ao qual pertence a articulação em relação à linha média do corpo. Este movimento também ocorre
num plano coronal através de um eixo antero-posterior.
Rotação interna ou medial: movimento que ocorre no plano transversal através de um eixo
longitudinal referindo-se à face anterior do osso movimentado na direção da linha média do corpo.
Rotação externa ou lateral: movimento inverso ao anterior determinando o deslocamento da
face anterior do osso para longe da linha média do corpo. Também ocorre no plano transversal
através de um eixo longitudinal.
Circundação: conjunto de todos os movimentos. É bem característico das articulações
esferóides.

Da artrocinemática temos:
Deslizamento: um mesmo ponto de uma superfície articular toca vários outros pontos da
outra.
Rolamento: vários pontos diferentes de uma superfície articular tocam vários outros pontos
diferentes de outra.
Tração ou decoaptação: movimento de afastamento de duas superfícies articulares, num
sentido perpendicular ao “plano de tratamento”.
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Compressão: inverso ao anterior, as forças empurram uma superfície articular em direção à
outra num sentido perpendicular ao “plano de tratamento”.
Cisalhamento: caracterizado por compressão em direções diversas.

5. CLASSIFICAÇÃO MORFOFUNCIONAL DOS MÚSCULOS:

Função: O músculo é a unidade contrátil do


sistema locomotor. Ele é que inicia, controla (com
ajuda do sistema nervoso) e finaliza um
movimento, através de sistemas de alavancas
mecânicas. (com ajuda da ação da gravidade).

COMO FUNCIONA?
O sarcômero (unidade funcional do
músculo) é constituído por dois tipos de
miofibrilas arranjadas de forma seqüencial
conforme a figura ao lado. As fibras mais escuras
são da proteína miosina e as mais claras são de
um polipeptídeo mais fino, a actina.
Em resumo, a entrada de cálcio dentro da
fibra muscular favorece as conexões entre as “cabeças” da miosina e seus sítios específicos na
actina, gerando uma deformação mecânica e aproximando as bandas I de cada sarcômero. Estas
regiões possuem íntimo contato com o endomísio, e este com o perimísio e são formados por
tecidos fibrosos de conexão sendo responsáveis pela transmissão do encurtamento do sarcômero
para os tendões, e estes, para o osso.

Um músculo pode ser motor primário quando ele é o principal atuante num movimento. O
músculo motor secundário, geralmente é acionado para dar suporte de força ou direção ao
movimento.

Os músculos podem ser classificados quanto ao tipo de fibras:


Estriado: presente em todo aparelho locomotor tem função voluntária e apresentam “estria”
por conta de sua estrutura que associa fibras transversais e longitudinais.
Liso: com arranjo interno diferenciado, não apresentando fibras transversais e de
movimentação involuntária.
Cardíaco: musculatura específica que mistura formas e funções dos anteriores.

Eles também podem ser classificados quanto à sua forma ou disposição das fibras. Neste caso
abordaremos a musculatura esquelética:
Longitudinal (fusiforme): constituem fibras paralelas que percorrem provavelmente toda a
extensão do músculo. Produz maior encurtamento.
Radiado: apresenta somente um ventre muscular, porém suas fibras divergem ou convergem
para um tendão ou inserção óssea.
Unipenado: os músculos penados diferenciam-se pela presença de um tendão ou aponeurose
que acompanha o seu trajeto, sendo que o músculo unipenado apresenta ventre muscular em
apenas um lado desta estrutura.
Bipenado: o músculo bipenado apresenta fibras musculares dos dois lados do tendão.
Multipenado: pode caracterizar vários tendões acompanhados de ventres musculares que
divergem ou convergem em uma direção.

No que diz respeito à função os músculos podem ser classificados como:


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Agonistas: motores voluntários responsáveis pela execução do movimento;
Pode ser principal (de maior participação e/ou influência num determinado movimento)
ou secundário (de menor participação e/ou influência em um determinado movimento)
Antagonistas: músculos que se opõem ao movimento;
Sinergista: grupo de músculos que atuam para estabilizar o movimento neutralizando ações
indesejadas de alguns grupos musculares;

A forma de ação também rende uma classificação:


Músculos Fásicos: inervados por fibras motoras de alta velocidade de condução tornando-se
um músculo de contração rápida e potente, porém de fácil fadiga. Sua coloração é “branca” devido
a menor presença de hemoglobina.
Músculos Tônicos: inervados por fibras motoras de menores velocidades de condução,
portanto são mais lentos na contração voluntária, mas têm maior resistência à fadiga. Sua coloração
é avermelhada devido à alta concentração de hemoglobina no seu interior. É considerado como
sendo músculo antigravitacional e permanece a maior parte do tempo em contração.

O tipo de contração pode ser classificado em:


Isométrico: a contração voluntária não gera nenhum movimento articular. A força muscular
é a mesma que a força de resistência;
Isotônico: a contração muscular gera algum tipo de movimentação articular. Pode ser:
Concêntrico: quando a resistência é menor do que a força de contração muscular.
Excêntrico: quando a resistência é maior do que a força de contração muscular.
Isocinético: o torque é o mesmo em toda a excursão do
movimento. TORQUE: produto da distância entre o fulcro e a
resistência vezes a carga aplicada. Quanto maior é a distância, maior a
força a ser aplicada. (pés-libras ou Newtons-metro).
Pliométrico: é precedido por uma fase excêntrica de preparo ou
desaceleração e logo após um movimento isotônico concêntrico como
forma de impulsão (ex: salto).

Exercícios em CADEIA CINÉTICA ABERTA


São exercícios realizados quando a extremidade do membro não está apoiada em uma
superfície fixa. Ex: levantamento peso livre.

Exercícios em CADEIA CINÉTICA FECHADA


São exercícios realizados com a extremidade do membro fixa em uma superfície. Segundo
KNUTZEN, 1999, essa forma de exercício é mais efetiva que um em cadeia aberta, como a
extensão de joelho em um dinamômetro isocinético ou aparelho de extensão de joelho, porque usa o
peso corporal, mantém as relações musculares e é mais próximo das funções humanas.

O movimento gerado pela contração muscular pode ser:


Ativo: execução voluntária do movimento;
Passivo: involuntário, sem ação muscular (pode iniciar ativamente):
Manipulativo: o movimento é executado por uma força externa;
Inercial: é a continuação de um movimento voluntário previamente estabelecido;
Gravitacional: segue a ação da gravidade
Auto-assistido: o movimento é passivo no segmento visado, mas é executado pelo próprio
indivíduo;
Movimento balístico: envolve uma fase concêntrica, uma passiva inercial e outra excêntrica;
Movimento dirigido: quando uma grande precisão ou firmeza são necessárias recrutando
músculos agonistas e antagonistas em contrações ativas concêntricas e excêntricas (sinergismo);
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Movimento de equilíbrio dinâmico: oscilações causadas por contrações reflexas dos grupos
musculares específicos devido aos estímulos dos fusos musculares;
Movimento oscilatório ou co-contração: o movimento é rapidamente mudado no final de
cada excursão, com grupos musculares agonistas e antagonistas alternando-se na dominância;

MÚSCULOS UNIARTICULARES: movem somente uma aritulação


MÚSCULOS BIARTICULARES: movem duas ou mais articulações. Os músculos
biarticulares economizam energia permitindo o trabalho positivo em uma articulação e trabalho
negativo na articulação adjacente. Assim, enquanto os músculos que agem no tornozelo estão
produzindo uma ação concêntrica ou trabalho positivo, os músculos da articulação do joelho podem
estar excentricamente armazenando energia elástica pelo trabalho negativo.

6. INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA

6.1 CONCEITOS BÁSICOS:

1. MECÂNICA: área da física e engenharia que lida com a avaliação das forças
responsáveis pela manutenção de um objeto ou estrutura numa posição fixa, bem
como a descrição, predição e causas do movimento de um objeto ou estrutura. A
mecânica é dividida em estática que considera partículas e corpos rígidos que estão
num estado de equilíbrio estático e dinâmica que estuda os objetos em movimento
acelerado. [rasch]
2. BIOMECÂNICA: área da mecânica que se interessa no corpo humano, tanto estável
como em movimento e na ação das forças musculares e articulares que atuam na
manutenção do corpo em equilíbrio.
3. CINESIOLOGIA: ciência que estuda os movimentos através da aplicação dos
princípios básicos da mecânica (biomecânica) a fim de avaliar, compreender, previnir,
diagnosticar e tratar lesões geralmente músculo-esqueléticas.
4. FORÇA: entidade que tende a produzir ou parar o movimento. (dinâmica X estática).
É uma grandeza com características específicas: quantidade, direção e sentido
aplicados em um ponto ou local específico. Seguindo estas características as forças
podem agir nos corpos resultando em:
a. Tensão: forças no mesmo sentido mas em direções opostas;
b. Compressão: forças no mesmo sentido e na mesma direção;
c. Cisalhamento: forças em sentidos e direções adversas;

6.2 VETORES E COMPOSIÇÃO DE FORÇAS:

As forças são representadas por vetores (setas) que indicam a direção, o sentido e a
magnitude delas além do seu ponto de aplicação. O resultado do movimento varia conforme a
resultante das forças que atuam sobre o corpo em questão. Se as forças estão no mesmo sentido a
resultante é encontrada através de somatória simples, se estão em sentidos diferentes é encontrada
através da trigonometria usando-se o paralelogramo ou o triangulo:

Para o triângulo retângulo:

h² = cateto² oposto + cateto² adjacente


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Para qualquer triângulo:


Lei dos senos

Se algum dos ângulos do triângulo é obtuso, atenda-se que:

Lei dos co-senos:


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Tenha-se em atenção que o co-seno é negativo se o ângulo é obtuso

  0 30 45 60 90

sen 0 0,5 0,7071 0,8660 1

cos 1 0,8660 0,707 0,5 0

Para encontrar a força resultante nas composições, traça-se linhas paralelas a partir dos
vetores iniciais.

Exercícios de Cinesiologia (vetores e cargas):

1- determine a constituído de vértebra superior, disco e


resultante nos vértebra inferior.
seguintes  Sugestão: desenhe o segmento nesta
esquemas: posição e encontre as forças de
Determine a carga gravidade, sobre os corpos e sobre o
sobre a ulna e os disco.
vetores de força  Pergunto: o que acontece se essa carga
sobre ela e ao rádio ao proteger-se do ataque. for elevada a uma distância maior do
corpo? E a uma distância menor?
Determine a carga
sobre o ombro,
articulação
acromioclavicular,
clavícula, sobre a
articulação
esternoclavicular e os
vetores de força durante a queda do atleta. *
Sugestão: Desenhe o complexo (ossos) do
ombro na posição de queda e coloque os
vetores.

Determine os
vetores e forças de
carga sobre um
segmento da coluna
vertebral
6.3 ALAVANCAS:

Um sistema de alavancas é a base do movimento do aparelho locomotor. Consiste na


aplicação de uma força sobre uma barra rígida que se move através de um pivô. A nomenclatura
para os componentes da alavanca são:
Braço de força: área de aplicação de força;
Braço de resistência: área de aplicação da resistência;
Fulcro ou ponto fixo: local de apoio da alavanca;
As alavancas podem funcionar em vantagem (VM>1) ou desvantagem (VM<1) mecânica.
Observamos isso calculando a proporção entre o braço de força e o braço de resistência
(VM=Bf/Br). Normalmente a função de uma alavanca é ganhar vantagem mecânica na
realização de um movimento, onde uma pequena força seria necessária para vencer uma
grande resistência. A maior parte das alavancas do sistema locomotor do nosso corpo
funciona em desvantagem mecânica, esta condição ocorre principalmente pela necessidade
do corpo em ganhar velocidade de movimento e não de força.
As alavancas classificam-se em:

I ordem II ordem III ordem

6.4 APLICAÇÃO DE CARGAS/FORÇAS

Uma força externa que é aplicada sobre um objeto é chamada carga. Forças situadas no
interior do objeto carregado reagem à força externa. Como já foi dito as forças/cargas podem
ser aplicadas sobre a forma de tensão (← →), compressão (→←) e cisalhamento (↑↓).

PRINCÍPIO DOS TRÊS PONTOS

extensão da haste sobre a porção côncava


No enquanto a
curvamento sobrecarga de
comum com tensão
três pontos desenvolve-se do
de apoio, as lado convexo. As
cargas cargas de
colocadas cisalhamento
sobre uma ficam paralelas à
haste carga nas
horizontal extremidades
estabelecem
sobrecargas No curvamento do
dentro da braço de balanço,
haste uma ponta de uma
fazendo haste é carregada.
com que ela Nesta situação a
se curve ou tensão é criada na
distenda em porção convexa
flexão. A superior do feixe,
sobrecarga enquanto que a
de compressão desenvolve-se paralelamente à compressão ocorre
na parte côncava infeiror. As sobrecargas de
cisalhamento são estabelecidas paralelamente
à carga e paralelamente à haste. Na coluna de
suporte, a sobrecarga compressiva é
acrescentada sobre o lado da haste à
compressão causada pela carga e é criada
tensão no lado oposto, que subtrai da
compressão da carga.
TORSÃO
Na colocação de carga com torsão sobre um objeto, também se desenvolve uma sobrecarga.
A compressão e tensão ocorrem em um padrão espiral a um ângulo de 45 graus e
perpendicular ao eixo longo do objeto. As sobrecargas de cisalhamento ficam sobre dois
planos: um paralelo ao eixo longo do objeto e outro paralelo à carga aplicada.

Situações como esta ocorrem no cotidiano e são estas forças que o nosso sistema músculo-
esquelético-articular está sujeito. A partir disso, são incrementados pontos de maior ou
menor densidade óssea, maior ou menor necessidade de resistência entre outros, tipos de
fraturas e formas dos ossos e segmento
FISIOLOGIA ARTICULAR
DO COMPLEXO DO
OMBRO
Cinco articulações compõe o complexo articular do ombro, e conseqüente cintura escapular.
Três delas, são verdadeiras e duas delas são falsas:
* Articulação Gleo-umeral (V);
* Articulação Acrômio-Clavicular (V);
* Articulação Esterno-Clavicular (V);
* Articulação Subacromial (F);
* Articulação Escapulo-Torácica (F);

Do ponto de vista anatômico, os ossos que participam desta cintura são:


* Úmero;
* Escápula;
* Clavícula;

Movimentos do ombro:
Flexão: (180 – 200°)
Abdução: (180°)
Adução: (45°)
Rotação Externa: (80°)
Rotação Interna: (90°)
Extensão: (30°)

Articulação Gleno-Umeral (entre a glenóide da escápula e a cabeça do úmero)

É uma articulação do tipo sinovial esferóide, com cartilagem, liquido sinovial, estruturas
fibrocartilaginosas de contenção e cápsula articular. Ela é a articulação deste tipo mais móvel do
corpo humano. Tanto movimento, prejudica a sua estabilidade que é realizada de forma “estática”
pela cápsula articular e pelos ligamentos contidos nela, e de forma dinâmica principalmente pelos
músculos do manguito rotador.
A cabeça do húmero possui forma de semi esfera cujo raio mais superior é maior do que o
raio inferior, tornando a sua curva superior mais suave do que a sua curva inferior. Isto proporciona
maior estabilidade quando o membro superior estiver em abdução. Aliás, esta posição (90° de AB)
é considerada a mais estável de todas possíveis pela articulação gleno-umeral, principalmente
quando estiver associada a uma rotação externa (RE máxima = 90°). Todos os ligamentos da
articulação e alguns músculos são tensionados impedindo o deslocamento anormal da cabeça do
úmero. A esta posição damos o nome de Closed Pack Position (posição do pacote fechado). A
posição contrária a esta, proporciona o relaxamento de todos os ligamentos e a equidistância entre
os comprimentos musculares, proporcionando inclusive uma excelente posição para a manipulação
da cabeça do úmero. Para Keltenborn, 2001, esta posição é aproximadamente de 55° da abdução e
30° de adução horizontal.

A cabeça do úmero desliza seguindo as leis dos convexos:

Durante a Flexão: _______________________________________;


Durante a Extensão: _____________________________________;
Durante a Rotação Interna: ________________________________;
Durante a Rotação Externa: _______________________________;
Durante a Abdução: ______________________________________;
Durante a Adução: _______________________________________;
Ligamentos principais:

Lig. Gleno-umeral superior: atua principalmente na limitação do


deslizamento anterior durante a extensão e rotação externa e adução;
Lig. Gleno-umeral médio: atua principlalmente na limitação do
deslizamento anterior da rotação externa e da extensão;
Lig. Gleno-umeral inferior: atua principalmente na limitação do
deslizamento anterior durante a extensão e rotação externa;
Cápsula articular posterior: limita os deslizamentos posteriores da cabeça
umeral durante os movimentos de rotação interna e flexão.
Cápsula inferior: limita os deslizamentos inferiores da cabeça umeral durante os
movimentos de abdução.

Músculos que atuam diretamente sobre a articulação gleno-umeral:


Manguito Rotador: assim chamado pois é
observado como se fosse uma malha de músculos que
envolvem a cabeça umeral e que tem como principal
função rodar internamente ou externamente o úmero.
São eles:
o Subescapular (fossa escapular –
tuberosidade menor): função rodar o úmero
internamente e limitar o deslizamento
anterior da cabeça durante o movimento de
extensão ou durante a flexão máxima;
o Supra-espinhoso (fossa supra-espinhosa –
tuberosidade maior): atua durante toda a
elevação do braço em abdução, função
secundária em RE. Também tem de aumentar o contato entre os ossos na abdução a 90°.
o Infra-espinhoso (fossa infra-espinhosa – tuberosidade maior abaixo do supra-
espinhoso): atua na rotação externa do braço e como depressor da cabeça umeral
estabilizando as elevações;
o Redondo menor (região inferior da fossa infra-espinhosa logo abaixo do m.
infra-espinhoso – tuberosidade maior logo abaixo da inserção dele);
Peitoral Maior :
Grande Dorsal:
Deltóide:
Redondo maior:

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